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Projeto oferece assessoria aos conjuntos habitacionais do programa “Minha Casa Minha Vida”

O projeto vai até à comunidade dialogar com os moradores sobre a construção do condomínio

O projeto atende à comunidade e dialoga com os moradores sobre a construção do condomínio (Foto: Arquivo)

Em 2011, a cidade de Juiz de Fora anunciou a entrega do primeiro conjunto habitacional do programa do Governo Federal “Minha Casa Minha Vida” alimentando o sonho de mais de 128 famílias. Nos anos seguintes, foram sorteadas mais de mil casas em diversas localidades do município.  No entanto, os conjuntos habitacionais apresentaram uma série de problemas. Com o intuito de tentar amenizar tais dificuldades foi criado um projeto de Extensão desenvolvido pela Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Intitulado “Escritório Escola-Itinerante”, o projeto coordenado pela professora da Faculdade de Arquitetura, Letícia Zambrano, tem como objetivo fazer um acompanhamento contínuo aos conjuntos habitacionais, mapeando os problemas e informando os relatos para Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) para que sejam tomadas as providências cabíveis. Esse trabalho de assessoramento ao município traz benefícios aos moradores do programa “Minha Casa Minha Vida”. “Como o trabalho é de parceria, temos encontros semanais com representantes da Prefeitura para que todos os problemas devidamente identificados possam ser amenizados”, comenta Letícia.

O projeto teve início em 2014 e tem como foco de estudo o conjunto habitacional Vivendas Belo Vale, situado no bairro São Geraldo. Atualmente, o programa trabalha somente com esse conjunto, mas a intenção é que nos próximos meses o projeto se transforme em programa e amplie o número de conjuntos beneficiados. A ideia é ter um escritório de arquitetura que possa ir até à comunidade prestar assistência social.

Vivendas Belo Vale

Localizado na zona sul de Juiz de Fora, com 128 apartamentos, o conjunto habitacional foi o primeiro a ser entregue pela PJF. “Escolhemos esse local para dedicar nossa atenção por motivos básicos. Ele foi o primeiro a ser entregue e logo caracterizamos que seria o lugar com mais problemas devido à falta de experiência durante o planejamento e execução, além de conter menos apartamentos”, afirma a coordenadora.

Para mapear as dificuldades enfrentadas pelos moradores, o projeto utilizou de recursos em que as próprias famílias relatassem os problemas. Um dos artifícios utilizados foi o “Percurso comentado”, em que um morador é convidado a realizar um trajeto de sua escolha e apontar os problemas sociais e de infraestrutura do mesmo. O caminho, por exemplo, pode ser de sua casa até o mercado ou à escola. Este método também foi aplicado no interior das residências.

Acadêmicos envolvidos no projeto entram em contato com a comunidade colocando em prática a futura profissão (Foto: Arquivo)

Acadêmicos envolvidos no projeto entram em contato com a comunidade colocando em prática a futura profissão (Foto: Arquivo)

Entre os problemas apontados, foram detectadas dificuldades com a coleta de lixo, entrega de correspondências e captação de água pluvial. Uma das soluções que a Prefeitura está realizando é à implantação de hidrômetros individuais. “O condomínio só tem um hidrômetro. Isso causa confusões entre os moradores, pois alguns não contribuíam com o pagamento da conta e a água era cortada. Para evitar esse tipo de constrangimento, a PJF foi acionada e está buscando financiamento junto a Caixa Econômica Federal, responsável pelo programa, para que os hidrômetros individuais sejam instalados”, argumenta Letícia. 

Planejamento e dever social

Além de ter uma equipe em campo, o projeto tem um viés no setor de planejamento. Esse grupo entrevistou todos os agentes sociais envolvidos no programa “Minha Casa Minha Vida” e mapeou todo o fluxo de informação, desde a idealização até a entrega do conjunto. Nesse processo são identificadas lacunas de fiscalização, por exemplo, que poderiam melhorar a qualidade das habitações. Segundo Letícia, ao entender o fluxograma do projeto, percebe-se como se pode contribuir com sugestões para que os próximos projetos não tenham os mesmos problemas dos atuais.

Para Letícia, um dos principais benefícios para os acadêmicos envolvidos no projeto é a humanização dos futuros profissionais. “É uma oportunidade de aprender a se comunicar com público e colocar em prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula. No entanto, o maior aprendizado é a resposta ao problema social da arquitetura, já que a população carente não tem acesso a profissionais qualificados, exercendo, assim, uma arquitetura pública.”

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