Passamos por uma rua que abriga uma bela casa. Pouco tempo depois, passamos pela mesma rua e a casa não existe mais, foi substituída por um prédio. Após alguns anos, não nos lembramos mais da casa. É como se ela nunca tivesse existido. As mudanças arquitetônicas têm acontecido em uma velocidade tão grande que não conseguimos, por diversas vezes, fazer o registro dessas alterações na memória.
Com intuito de impedir que essa parte da história seja esquecida, o projeto de extensão “Coletivo Fotográfico – Banco de Imagens e Documentação da Paisagem Urbana da Cidade” criou um banco de dados com fotos que registram essas mudanças. Segundo o coordenador do projeto, Jorge Felz, a iniciativa tem o intuito de “captar esse momento muito particular de Juiz de Fora que é o surgimento desordenado de edifícios na cidade. Hoje, é difícil ir a qualquer bairro sem encontrar uma obra. A cidade está se transformando rapidamente”.
De acordo com Felz, o projeto caracteriza-se pela realização de atividades extensionistas, que visam o registro visual, a coleta de dados e a formação de bancos de imagens integrados (analógicos e digitais). “A intenção é fixar a imagem fotográfica como elemento de informação e de comunicação em atividades de currículos educacionais, como também possibilitar seu acesso aos públicos de todos os níveis.”
Audrey Morais, uma das bolsistas do projeto, exalta o sucesso inicial do Banco Fotográfico e a necessidade de dar seguimento ao trabalho realizado. “Alcançamos um bom resultado, com muitas fotos digitalizadas e reunidas. Porém, é um projeto que requer manutenção e atualização contínuas e a tendência é que esse banco de imagens fique cada vez mais completo.”
Parte do trabalho realizado pode ser visto no blog fotocoletivo.wordpress.com. Segundo Felz, a escolha da ferramenta foi motivada pela facilidade de acesso. “As fotos estão lá disponíveis para as pessoas verem e baixarem.” Os arquivos são liberados por uma licença de creative comom, na qual, desde que você cite a fonte, poderá utilizar a fotografia.
Agência Experimental
Segundo Jorge Felz, após reunir um considerável acervo de fotos ele percebeu a necessidade de expandir o projeto transformando-o em uma Agência Experimental. “O projeto sempre teve a intenção de se colocar como uma agência de fotografia, porém, por conta do nome e do momento inicial da coleta de imagens ele se restringiu a um nicho muito específico.”
A Agência Experimental é uma agência de fotojornalismo que tem como objetivo fornecer conteúdo para a UFJF, ONGs, prefeituras e veículos de comunicação. “Nem todas as prefeituras e ONGs podem contar com um serviço profissional de fotojornalismo para a cobertura de notícias e eventos. Como agencia nós intentamos cobrir os buracos que existem e produzir um material de melhor qualidade.”