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Professores da UFJF debatem a extensão universitária na América Latina em Congresso Iberoamericano

Na imagem, as professoras da UFJF, Maria Helena Braga, Terezinha Noemides, Ana Lívia, Sandra Arbex e Cristina Bezerra (Foto: Divulgação)

Na imagem, as professoras da UFJF, Maria Helena Braga, Terezinha Noemides, Ana Lívia, Sandra Arbex e Cristina Bezerra (Divulgação)

Debater a prática de ações extensionistas no contexto iberoamericano. Com esse objetivo, professores, alunos e profissionais de universidades de dez países da América Latina e de dois da Europa se reuniram em Quito, no Equador, entre os dias 19 e 22 de novembro. A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) fez-se presente no evento, com a participação de 14 docentes, além de estudantes e profissionais envolvidos nas iniciativas extensionistas.

Neste ano, o encontro teve como tema a integração entre o ensino, a pesquisa e a extensão em busca da transformação social e o bem-estar na América Latina e foi realizado nas instalações da Universidade Central do Equador e da Rede Equatoriana Universitária de Vinculação da Educação Superior (Reuvic). Para a professora da Faculdade de Farmácia, Maria Helena Braga, o congresso permitiu aos docentes conhecerem outras experiências extensionistas. “Foi possível compartilhar atividades para o fortalecimento da extensão. Cada país possui suas particularidades, mas, no geral, os projetos contribuem para a transformação da sociedade.” No evento, a docente, junto à professora Terezinha Noemides, apresentou o trabalho “Assistência Farmacêutica: relação ensino serviço-comunidade”, relato da atividade extensionista de mesmo nome.

A opinião é compartilhada pelo professor da Faculdade de Educação, Cassiano Amorim, que apresentou no encontro as atividades do projeto “Vivências Culturais: espaços educativos e formação continuada de professores”. Para ele, é necessário que as Universidades façam uma análise das realidades sociais e espaciais em que se encontram. “A participação no congresso foi positiva por possibilitar mergulhar em diferentes realidades que demandam intervenções e aproximações das comunidades. Isso demonstra que precisamos fazer leituras criteriosas dos contextos socioespaciais em busca de avanços consolidados pela ciência, tecnologia e informação.”

Evento contou com apresentações culturais na abertura (Divulgação)

Durante os quatro dias de congresso, organizado pela União Latino-Americana de Extensão Universitária (Uleu), foram promovidas apresentações culturais, conferências, mesas redondas e fórum simultâneos distribuídos em diferentes eixos temáticos. Para o professor do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFJF, professor Fábio Lima, a participação em eventos como este, “permite repercussões importantes, seja em termos de interlocuções com outros grupos extensionistas e de pesquisa, seja na possibilidade de análises comparadas, considerando as frentes de trabalho que estamos desenvolvendo.” Para o docente, que apresentou o projeto “Pelas Cidades: Jornadas de Preservação da Memória e do Patrimônio Cultural de Municípios através de meios eletrônicos”, a exposição de trabalhos possibilita a difusão e a discussão do que está sendo alcançado pela extensão universitária, além de prestigiar os órgãos de fomento que apoiam o desenvolvimento dos projetos.

Integração

Professores Luciana Bittencourt, Bruno Fuser, Ana Lívia Coimbra, Daniel Pimenta e Leonardo Carneiro após receberem os certificados do congresso (Foto: Divulgaçã)

Professores Luciana Bittencourt, Bruno Fuser, Ana Lívia Coimbra, Daniel Pimenta e Leonardo Carneiro após receberem os certificados do congresso (Divulgação)

Além da troca de experiências, os docentes da UFJF puderam constatar que nos últimos anos a extensão na América Latina tem cada vez mais se integrado ao ensino e à pesquisa. “Pude perceber que as atividades de extensão caminham de forma irreversível na integração necessária entre os três pilares de uma Universidade, de forma a se apropriar do conhecimento, com vivências práticas tão importantes no desenvolvimento de competências e habilidades para a formação profissional”, aponta o professor da Faculdade de Fisioterapia, Eduardo Assis. No encontro, ele apresentou ao lado de seus bolsistas as atividades desenvolvidas no projeto “Programa de Qualidade de Vida para Trabalhadores”.

A extensão aliada ao ensino e à pesquisa, sobretudo nas instituições brasileiras de ensino superior, também foi destacada pela professora da Faculdade de Serviço Social, Ana Lívia Coimbra, que apresentou o artigo “Assessoria do Serviço Social na área da saúde do trabalhador no Sindicato dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de Juiz de Fora”. “O que percebi durante as apresentações foi a articulação de muitos projetos com o ensino e a pesquisa, o que potencializa a inserção dos estudantes nas ações, contribuindo para uma formação mais abrangente e para a produção de conhecimento e alcance social das instituições de ensino superior brasileiras.”

Realidades distintas

Os professores Daniel Pimenta, Luciana Bittencourt, Leonardo Carneiro, Fábio Lima e Bruno Fuser posam à frente dos banners dos projetos da UFJF (Divulgação)

Os professores Daniel Pimenta, Luciana Bittencourt, Leonardo Carneiro, Fábio Lima e Bruno Fuser posam à frente dos pôsteres dos projetos da UFJF (Divulgação)

Segundo Ana Lívia, a extensão universitária, por relacionar-se com os demais setores da sociedade, apresenta particularidades em cada país. “Nessa relação, as características e demandas dos usuários a quem os projetos se dirigem são determinantes, variando em cada país, de acordo com o estágio de desenvolvimento social e econômico.”

O professor da Faculdade de Comunicação, Bruno Fuser, que no encontro relatou a experiência com o projeto “Comunicação, Memória e Ação Cultural”, encerrado em 2012, percebeu algumas semelhanças entre a extensão realizada no Brasil e nos demais países latino-americanos, como a perspectiva interdisciplinar e a presença de iniciativas nas quais os participantes dos projetos são tratados como protagonistas da história, e outras de cunho mais assistencialista. No entanto, apontou algumas diferenças que precisam ser debatidas pelas instituições brasileiras. “Em algumas universidades de outros países, a extensão tem sua execução orçamentária aberta à discussão da comunidade acadêmica. Além disso, as ações não ficam limitadas aos órgãos de fomento externos, mas também apresentam financiamento da própria instituição.”

Receptividade e cultura

Professores da UFJF no Aeroporto de Guarulhos antes de embarcarem para Quito (Divulgação)

Professores da UFJF no Aeroporto de Guarulhos antes de embarcarem para Quito (Divulgação)

Nos momentos de intervalo do congresso, os participantes tiveram a oportunidade de conhecer as tradições, a cultura, o urbanismo e a culinária de Quito. Segundo a professora da Faculdade de Serviço Social, Cristina Bezerra, que relatou no encontro o projeto “Comunicação e Juventude no Campo”, a população local é receptiva. “A cidade é belíssima, com uma enorme riqueza cultural, sobretudo no que se refere às populações indígenas da América Latina”, destaca.

A cultura local também foi apontada pela professora da Faculdade de Serviço Social, Sandra Arbex, como um dos pontos positivos da cidade. “Quito é linda, com um centro histórico fabuloso e extremamente preservado. A riqueza cultural parece ter imenso sentido para a população, com destaque para a presença de indígenas com sua cultura, trajes e artesanato.” A professora, que é coordenadora do Programa Polo de Enriquecimento Cultural para a Terceira Idade, apresentou no congresso os trabalhos desenvolvidos pela iniciativa realizada na Casa de Cultura da UFJF com o objetivo de aumentar a qualidade de vida dessa crescente parcela da população brasileira.

Clique aqui para conferir a relação de trabalhos da UFJF apresentados em Quito.

Confira aqui a galeria de fotos da participação da Universidade no Congresso Iberoamericano de Extensão