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Laboratório de Estudos sobre a Violência pesquisará soluções para redução da criminalidade em Juiz de Fora

Encontro para criação do Laboratório reuniu representantes de várias instituições de Juiz de Fora (Foto: Willian Oliveira/Proex)

Encontro para criação do Laboratório reuniu representantes de várias instituições de Juiz de Fora (Foto: Willian Oliveira/Proex)

Nos últimos anos, o aumento da violência tornou-se uma das maiores preocupações dos brasileiros. Segundo dados da Polícia Militar, somente em Juiz de Fora, os índices da criminalidade praticamente dobraram de 2012 para 2013 (ver quadro abaixo). O ano ainda não terminou, mas já foram registrados 78 assassinatos e 169 tentativas, valor superior ao registrado em 2012, quando foram registrados 41 assassinatos e 96 tentativas.

A preocupação com esse quadro fez com que diversas instituições da sociedade civil e do estado, como a UFJF e faculdades particulares, a Prefeitura de Juiz de Fora, a Câmara Municipal, as Polícias Civil e Militar e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) se unissem para determinar um caminho para lidar com essa situação. Como resultado desse trabalho, foi criado o Laboratório de Estudos sobre a Violência.

O Laboratório será sediado no Centro de Pesquisas Sociais (CPS) da UFJF. Para o diretor do CPS e responsável por gerenciar o órgão, professor Paulo Fraga, o Laboratório é resultado de uma demanda da sociedade e será um ambiente voltado para “estudar a violência em todas as suas facetas e subsidiar ações de como combatê-la”.

Para Fraga, é necessário criar um espaço para estudar a violência em todas as suas facetas (Foto: Willian Oliveira/Proex)

Para Fraga, é necessário criar um espaço para estudar a violência em todas as suas facetas (Foto: Willian Oliveira/Proex)

Membro da comissão responsável pelo Laboratório, o assistente jurídico do Centro de Defesa dos Direitos Humanos da cidade, Alan Rossi, acredita que o órgão será de extrema importância para encontrar uma resposta para o aumento da violência na cidade. “Estamos aqui para construir o que imaginamos ser mais propício para conseguirmos sanar, ou diminuir em quantidade considerável, o problema da criminalidade que enfrentamos.”

Segundo a gestora social do Centro de Prevenção à Criminalidade de Juiz de Fora, a iniciativa será um catalizador de ideias, no qual serão discutidas e mapeadas as ações que já estão sendo executadas no município e propostas novas alternativas em relação ao tema. “A expectativa é que possamos construir respostas mais eficazes e até alternativas com relação à questão de violência. Precisamos sair da opção apenas da repressão como única forma de enfrentamento a esse problema.”

O Laboratório vai atuar, inicialmente, com a produção e reunião de dados para que sejam trabalhados criticamente por profissionais do órgão e auxiliem na obtenção de respostas que levem a diminuir a violência. “Existem instituições como a Polícia Militar e a própria Prefeitura que já possuem dados interessantes, mas precisamos analisar e trabalhar esses dados para reduzirmos esses índices”, comenta o diretor do CPS.

O Laboratório
A criação do Laboratório foi definida na última reunião da comissão do Plano Municipal de Enfrentamento da Violência. No encontro, foram escolhidos os membros, de diferentes instituições da cidade, que coordenarão as ações da iniciativa. Paulo Fraga explica que o CPS foi escolhido como sede por possuir um corpo de pessoas qualificadas e uma estrutura física necessária para abrigar o projeto. “Nós temos uma sala de pesquisa qualitativa e uma sala de videoconferência, além de um corpo técnico e os trabalhos e pesquisas já realizados pelo setor.”

Entre os estudos propostos pelo CPS, está a realização da Pesquisa de Vitimização e Levantamento Biográfico dos Autores e Vítimas de Homicídio em Juiz de Fora, que buscará fornecer um diagnóstico da violência não-registrada na cidade. Também está prevista a elaboração de um levantamento biográfico dos autores e vítimas de homicídios, cujo objetivo será analisar os registros policiais e judiciais de autores e vítimas de homicídios, referentes aos anos de 2012 e 2013.

Infográfico

Números da violência em Juiz de Fora (Fonte: 4RPM/PMMG)
Infográfico: Eduarda Gomes/Proex