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UFJF reúne quilombolas da Zona da Mata Mineira

Evento reuniu 150 pessoas e nove quilombos da região (Foto: Divulgação)

A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) realizou no início deste mês, entre os dias 3 e 5, o “I Encontro Regional do Programa Ecomuseu de Comunidades Negras da Zona da Mata Mineira: entre saberes e sabores”, coordenado pelo professor do curso de Geografia, Leonardo Carneiro, e pela professora do Colégio de Aplicação João XXIII, Carolina dos Santos Perez.

Realizado no Centro Cultural Bernardo Mascarenhas, o evento reuniu 150 pessoas, entre lideranças comunitárias e jovens de nove quilombos de Bias Fortes, Carangola, Divino, Patrocínio do Muriaé, Recreio, Santos Dumont e Tabuleiro. O encontro buscou promover articulações em diferentes campos com o objetivo de preservar o patrimônio imaterial das comunidades quilombolas da região.

Soluções

Durante os três dias, foram debatidos temas como os problemas enfrentados pelas comunidades e suas possíveis soluções, demarcação de terras e construção de novas moradias, saúde e segurança alimentar, gestão do lixo e geração de renda. O encontro também discutiu o planejamento e a realização de ações voltadas à valorização das expressões da cultura quilombola, como o jongo e o caxambu, a culinária, os ofícios manuais e a capoeira. A educação quilombola em todos os níveis de escolarização e as contribuições para a implementação do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana em todas as escolas em território nacional, também foram colocadas em discussão. Para Carneiro, é importante que a própria comunidade quilombola perceba seu valor. “A partir disso, eles passam a lutar pelas melhorias do território e pela manutenção da cultura.”

Atividade cultural
Além do ciclo de palestras e debates, os participantes assistiram à peça “Teófilo”, que narra uma história de luta e resistência ambientada em Minas Gerais no século XIX. Segundo o roteiro, o protagonista Teófilo busca empreender uma fuga, na qual é pego e castigado até a morte. O diretor do espetáculo Maurício Ribeiro e o ator Adelino Benedito, que faz o papel do protagonista, também ofereceram oficina aos membros das comunidades quilombolas.

Apresentação de jongo fez parte da programação (Foto: Divulgação)

O evento contou com o apoio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), do Centro de Tecnologias Alternativas de Viçosa (CTA), da Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (Funalfa) e das prefeituras municipais de Bias Fortes, Carangola, Divino, Patrocínio do Muriaé, Recreio, Santos Dumont e Tabuleiro.