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Conscientização de adolescentes é foco de projetos da Faculdade de Medicina

Para professor Fernando Vidigal, o projeto é de fundamental importância para a sociedade (Foto:Tatiane Oliveira/Proex)

Com o objetivo de conscientizar adolescentes para temas atuais, como o uso de bebidas alcoólicas e direção e a importância da doação de órgãos, a Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), juntamente com a Liga de Cirurgia, desenvolverá dois projetos de extensão: “Álcool e trânsito: informação para conscientização” e “Doação de órgãos: informação para conscientização”.

As ações, coordenadas pelo professor de Faculdade de Medicina Fernando Vidigal, têm previsão de iniciar como projeto piloto. “Nossa intenção é que a iniciativa seja mais abrangente. Por isso vamos começar em algumas escolas e, posteriormente, queremos atingir todas do município.” Inicialmente, o projeto terá como foco alunos das redes estaduais de ensino de Juiz de Fora que cursam o terceiro ano do ensino médio. “Trabalharemos com palestras, abordando os temas propostos, distribuição de materiais informativos, além da troca de ideias com os estudantes. Pela faixa etária, esse público tem mais conhecimento e facilidade em absorver a mensagem que será transmitida.”

Segundo o docente, a ideia das ações partiu dos integrantes da Liga. “Eles sugeriram os temas e eu encampei a ideia por achá-la interessante. Além disso, esse é um projeto que poderá funcionar de forma contínua.” Ele ainda ressalta que os assuntos que serão abordados são de grande interesse para a sociedade. “A importância desse projeto é imensurável, pois muitas pessoas ainda não perceberam a importância desses temas.”

Mortalidade no trânsito

Projeto buscará conscientizar jovens sobre perigos de dirigir alcoolizado (Reprodução da Internet)

Por ano, mais de um milhão de pessoas morrem no mundo em decorrência de acidentes de trânsito causados pelo uso abusivo de bebidas alcoólicas. O Brasil é um dos países em que mais se tem mortes no trânsito. Uma pesquisa realizada pelo Programa Acadêmico sobre Álcool e outras Drogas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mostrou que o álcool estava presente em cerca de 75% dos casos de acidentes com vítimas fatais. Com a implantação da Lei Seca, que reduziu a tolerância de álcool e direção, o número de acidentes reduziu em até 30%, segundo dados do Sistema Único de Saúde (SUS).

 

Para Vidigal, a conscientização é um caminho para diminuir esses casos. “As pessoas sabem que não pode beber e dirigir, mas mesmo assim elas o fazem. Por isso a importância do projeto “Álcool e trânsito”, que visa diminuir a incidência de vítimas de acidentes, de atropelamentos e de mortes violentas que acontecem diariamente”.

Doadores de órgãos

Os estudantes de medicina Fábio Brugnara (à esq.) e João Paulo Castro acreditam que o projeto será um diferencial em sua formação acadêmica (Foto:Tatiane Oliveira/Proex)

Em 2010, o Ministério da Saúde registrou 1.896 doadores, 238 a mais que no ano anterior. Com isso, o Brasil alcançou uma marcar histórica de 9,9 doadores por milhão de pessoas. O número de transplantes foi de 21.040 e o SUS foi responsável por 95% dos transplantes de tecidos (córneas) e células (médula).

Entretanto, de acordo com Vidigal, mesmo com esse número crescente, é importante alertar a população quanto à doação. “As filas de transplante no país são grandes e muitas pessoas têm resistência em doar órgãos, na maioria das vezes, decorrentes da falta de informação. Por isso, queremos desmistificar o assunto levando-o às escolas.”

Oportunidade
Cerca de 20 acadêmicos atuarão nas ações. Para o professor Vidigal, a participação dos alunos em projetos extensionistas é de grande importância. “Além de serem beneficiados com os certificados, eles poderão divulgar os assuntos propostos para a sociedade. Ao fazer esse papel social, eles estarão adquirindo também aprendizado e novas experiências.”

O acadêmico do quinto período de Medicina, Fábio Brugnara, acredita que o trabalho contribuirá para sua formação. “Vamos lidar com pessoas que, normalmente, não teríamos contato na faculdade. Além disso, a partir das pesquisas que fizemos e dos textos elaborados, adquirimos mais conhecimento acerca do tema.” Ele ainda destaca que essa é uma boa oportunidade para os alunos que se beneficiarão com os projetos. “Pelo fato da faixa etária girar entre 16 e 18 anos e eles serem os futuros motoristas, a conscientização é primordial.”

Já o estudante do sexto período de Medicina, João Paulo Castro, ressalta que a contribuição é bidirecional. “Para os adolescentes, a intenção é conscientizá-los melhor e divulgar informações que, muitas vezes, são omissas. Isso é positivo para eles e para os professores, que também terão contato com os conhecimentos repassados. Já para nós será uma oportunidade de aprender mais, de aprofundar na temática e de prestar um serviço à comunidade.”