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Grupo Til completa 17 anos de existência com muitas histórias para contar

Integrantes do projeto dividem o tempo entre os estudos e o teatro (Foto: Raíza Halfeld/Proex)

A educação se constitui como um processo de formação do ser humano, capaz de promover mudanças e acarretar conhecimento. Por meio dela, nascem futuros cientistas, arquitetos, médicos, advogados e muitos outros profissionais que, de alguma forma, contribuirão para o desenvolvimento da sociedade.  Foi pensando nesse caráter transformador que, há 17 anos, nascia no Colégio de Aplicação João XXIII da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), o projeto “Grupo Til – Teatro Ilimitado”. A iniciativa, idealizada pela professora Maria da Natividade Borba, contribuiu para estimular a manifestação artística dentro da escola e abriu espaço para novas oportunidades.

Desde sua criação em 1995, o grupo se renova a cada ano, reforçando ainda mais seu caráter integrador. “A iniciativa surgiu com o intuito de oferecer aos alunos um espaço diferenciado dentro da escola. Aqui, eles têm a oportunidade de se expressarem em uma linguagem corporal. Além disso, um dos nossos principais objetivos é estimular a criatividade e, no teatro, eles têm a possibilidade de se autoconhecer”, destaca a professora.
Ao longo desses anos, mais de 200 pessoas já passaram pelo grupo. É o caso do estudante do Bacharelado Interdisciplinar em Artes e Design da UFJF, Ronan Almeida, que durante três anos integrou o elenco do Til.  “Concluí meus estudos em 1998 no Colégio João XXIII e tenho boas recordações do tempo em que fui ator do grupo. Hoje, estou de volta como bolsista de extensão e é gratificante ver outros alunos participando da iniciativa, que foi tão importante para mim e contribuiu para minha formação enquanto cidadão crítico”, avalia.

Ronan Almeida voltou ao projeto como bolsista, após ter participado durante três anos (Foto: Raíza Halfeld)

Fabrício Guimarães é estudante do primeiro ano do Ensino Médio do colégio e conta que o companheirismo é um fator determinante para o sucesso do Til. “Sempre gostei de teatro, mas tinha um pouco de vergonha. Percebi que perdi um pouco da timidez aqui.” Já a estudante do sétimo ano, Júlia Ristore, é uma das mais novas integrantes do grupo. “Comecei a integrar o projeto este ano. Sempre quis fazer parte e uma amiga me convidou. Estou adorando.”

Para Maria da Natividade, o teatro é um meio de descoberta. “Tenho um carinho especial pelo Til, pois aqui é um espaço alternativo. Existem muitos alunos que não se adaptam à sala de aula e quando chegam aqui, mudam de postura. Isso também reflete no rendimento escolar.” Segundo a professora, a maioria dos alunos que ingressou na iniciativa nunca havia tido contato com o teatro. “Aqui, oferecemos essa oportunidade. Sem dúvida, essa é uma experiência muito enriquecedora para quem atua e para quem assiste.”

Atividades

Coordenadora pretende levar peças do projeto a estudantes da rede pública (Foto: Raíza Halfeld/Proex)

Atualmente, o grupo conta com 18 integrantes. Os encontros são realizados sempre às segundas e sextas, entre 14h e 16h, no próprio colégio. Durante as aulas, são trabalhadas técnicas para estimular os estudantes. Também são promovidas oficinas para aproximar os participantes, que apesar de serem da mesma escola são de turmas e faixas etárias diferentes. Segundo a coordenadora do projeto, o lúdico é a principal ferramenta usada na elaboração de dinâmicas, que inclui jogos dramáticos e debates sobre temas diversos. “A autoconfiança e o trabalho são incitados a todo momento.  Após essa etapa, eles se reúnem para a escolha e montagem dos textos teatrais, ensaios e se preparam para a apresentação.”

Neste ano, os alunos se dedicam à remontagem da peça “Foi para o Beleléu”. A apresentação está prevista para o segundo semestre, durante a Feira do Livro, promovida pelo Colégio João XXIII. Paralelamente a isso, um projeto experimental está em andamento. “Um subprojeto está em desenvolvimento. Nossa intenção é trazer alunos de escolas municipais da cidade para assistir as apresentações do grupo Til no João XXIII”, afirma a docente.