Fechar menu lateral

Polo do Enriquecimento Cultural promove mudanças no padrão de vida dos idosos

Idosos recebendo certificados do curso de educação financeira

O número de idosos no Brasil aumentou nas últimas décadas. Em 1991, 4,8% da população tinha 65 anos ou mais. Em 2010, a porcentagem subiu para 7,4%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O crescimento da população idosa também se refletiu em Juiz de Fora. Nos últimos anos, a cidade teve um acréscimo de 13% de pessoas da terceira idade. Com essa realidade, a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) precisou se preparar para atender a essa parcela da população e, em 1991, a Faculdade de Serviço Social, por meio da Casa de Cultura, criou o Polo de Enriquecimento Cultural para a Terceira Idade.

O programa, coordenado atualmente pela professora Sandra Arbex, comemorou 20 anos em 2011. De acordo com a docente, o fato de o programa existir há tanto tempo é um diferencial. “Temos duas décadas de cursos que trabalham ininterruptamente com a temática do envelhecimento, por isso é importante destacarmos o trabalho desenvolvido aqui.”
O Polo é uma referência na área do envelhecimento. Ele foi o segundo programa universitário do país a receber o segmento da terceira idade. Para Sandra, a intenção da iniciativa é promover mudanças qualitativas no padrão de vida dos cidadãos idosos da cidade e da região. Para isso, a programação conta com diversos cursos e oficinas, que buscam realizar uma atualização de conhecimentos e proporcionar um espaço para que a terceira idade tenha acesso à cultura e à educação.

Programa oferece cursos de inglês, espanhol, italiano e francês

A dona de casa Lúcia Vidal, 83 anos, participa das atividades há dois anos. Ela conta que, após ficar viúva, procurou o Polo. “Foi muito bom entrar no curso, porque além do conhecimento adquirido, eu fiz amizades, aprendi a conviver com outras pessoas e percebi que eu era capaz de participar de atividades que eu não imaginava”, diz a idosa, que é aluna do curso “A arte de viver: o comando da própria vida”, ministrado pela professora Neide Abreu.
Já a aposentada Wanda Meirelles, 81 anos, participa do programa desde 2000. Wanda diz que o Polo fez com que ela adquirisse conhecimento, amigos, popularidade e expansão pessoal. “Nesses dez anos, o Polo foi de suma importância na minha vida, por isso eu sempre procuro convidar outras pessoas para participar.”

A professora Sandra destaca que a finalidade do programa é realizar mudanças no conceito de envelhecimento. “Esse assunto era praticamente um tabu na sociedade. Antes, o idoso era considerado incapaz e não tinha mais papel na sociedade. Por isso, fazemos uma preparação para que as pessoas possam envelhecer com mais qualidade de vida.”

Mudança de perfil

Em 1991, foi elaborado um perfil das pessoas que frequentavam as atividades no Polo e, naquela época, 93% dos participantes eram do sexo feminino. Já nos últimos dois anos, outro estudo apontou que o número de homens começou a aumentar, chegando a faixa dos 15%. Além disso, outra mudança foi percebida no grau de escolaridade. Em 1991, 42% dos idosos participantes haviam concluído o ensino médio. Atualmente, 42% já possuem diploma de ensino superior.

Atividades
O programa de extensão realizado na Casa de Cultura oferece diferentes atividades como dança de salão, escola de postura, pilates, yoga, oficinas de maquiagem e fotografia, além de cursos de enriquecimento cultural e atualização de conhecimentos, idiomas, informática e educação financeira. As matrículas para novas turmas serão abertas a partir de fevereiro. A Casa de Cultura está localizada na Avenida Rio Branco 3.372.

Outras informações: Casa de Cultura: (32) 3215-4694