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Projeto que analisa o uso de plantas medicinais na região é contemplado com recursos do Proext

Equipe do programa no bairro Santa Terezinha em levantamento no entorno do jardim botânico da UFJF

O Programa de Produção de Plantas Medicinais e Fitoterapia foi contemplado pelo Ministério da Educação (MEC) com recursos do Programa de Extensão Universitária 2011 (Proext). Desenvolvido desde 2003 pelo professor do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), Daniel Pimenta, neste ano, a iniciativa contará com apoio de R$ 149.102. Os trabalhos são desenvolvidos por cerca de 20 alunos dos cursos de Medicina e Farmácia, que, periodicamente, fazem visitas em municípios da região levando as atividades às prefeituras. O programa consiste em visitas em que, primeiramente, é feito um levantamento farmacológico no município para saber se as pessoas possuem o hábito de usar plantas medicinais e se conhecem suas recomendações. Com o diagnóstico, são oferecidos cursos gratuitos para médicos, enfermeiros, agentes comunitários de saúde e população. “A maior dificuldade que enfrentamos é que a maioria dos médicos não possui formação na área. Por isso, precisamos oferecer cursos e capacitar os profissionais de saúde.”

Posteriormente, o Programa de Saúde da Família (PSF) avalia os dados coletados e define quais plantas serão utilizadas na implementação das atividades. “Consideramos tanto o resultado do levantamento das plantas já usadas pela população, quanto o critério científico. Assim, mesclamos a cultura local com o nosso conhecimento. Além disso, fazemos uma espécie de validação bibliográfica das plantas usadas. Se existe confirmação científica, incentivamos seu uso. Caso contrário, indicamos a substituição do medicamento por outro com validação científica comprovada.”

A iniciativa começou a ser desenvolvida no município de Tabuleiro, e, aos poucos, foi expandida para outras cidades da Zona da Mata como Bicas, São João Nepomuceno e Rio Preto. Em 2012, o recurso obtido junto ao MEC será usado para viagens técnicas e na realização da segunda edição do Seminário sobre Fitoterapia na Atenção Básica à Saúde. “Ano passado, fizemos pela primeira vez esse encontro e obtivemos êxito. Mais de 300 participantes e palestrantes do país inteiro estiveram presentes”, conta o professor.

Mais usados

Segundo o professor Daniel Pimenta, as plantas medicinais devem ser usadas apenas com orientação médica

Desde o começo da iniciativa, a pata de vaca, usada no controle ao diabetes, o guaco, recomendado como expectorante, o chapéu de couro, para controle da hipertensão, e o ansiolítico, usado no tratamento da ansiedade e da insônia, foram as maiores demandas de plantas solicitadas pelas prefeituras.  Segundo o coordenador do programa, algumas plantas bastante difundidas entre as pessoas estão sendo substituídas por outros medicamentos. “Os estudos estão começando a mudar a respeito da eficácia da pata de vaca, que já vem sendo substituída por outras alternativas.”

Equilíbrio
Apesar de estimular o uso de produtos naturais, o professor observa que o objetivo do programa desenvolvido pela UFJF não é combater ou substituir o medicamento sintético pelas plantas. Segundo ele, um complementa o outro se dosado de forma equilibrada e com orientação médica.

Cristiane Junqueira, aluna de Farmácia e bolsista da iniciativa, afirma que existem muitos casos de pessoas que exageram no consumo das plantas, acreditando que por ser natural não há efeitos colaterais. “Precisa haver uma conscientização, principalmente por parte do Sistema Único de Saúde (SUS), para que os médicos e os enfermeiros saibam passar para população o uso correto das plantas medicinais, que muitas vezes misturadas com outros medicamentos podem ser prejudiciais.”

Conheça os outros projetos contemplados pelo Proext 2011:
Comunidade Quilombola de São Pedro de Cima
– As práticas artesanais no município de Seritinga

– Projeto Farmacêutico será ampliado com recursos do Proex
– Pelas Cidades