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Física sem complicação: projeto desmistifica a ciência

Estudantes se divertem enquanto aprendem com as experiências

Imagine aprender física de um jeito diferente, sem inúmeras teorias e fórmulas, o pesadelo de tantos estudantes. Já imaginou? Isso é possível com o projeto de extensão “Laboratório de Física na Escola” da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Coordenado pelo professor do Instituto de Ciências Exatas (ICE), José Roberto Tagliati, a iniciativa visa a mostrar que a disciplina não é um “bicho de sete cabeças” e está presente no dia a dia.

A ação é desenvolvida no Centro de Ciências da Universidade. Diariamente, alunos de diversas escolas visitam o espaço e participam de experiências, que podem ser realizadas e aplicadas em sala de aula. “A ideia é deixar as fórmulas de lado e dar prioridade para a fenomenologia. São experimentos que tem como foco o entendimento de como a ciência e a tecnologia podem contribuir para uma vida mais confortável”, comenta Tagliati.

Segundo a bolsista Suellen Bonato, as atividades são planejadas de acordo com a faixa etária

Os experimentos são baseados em situações do cotidiano, como o surgimento de raios e trovões, o tipo de lente de óculos a ser usado, entre outros. As atividades abrangem todos os campos da física e são elaboradas de forma dinâmica e interativa. De acordo com Suellen Bonato, bolsista do projeto, as experiências relacionadas aos fenômenos da natureza e à eletricidade são as que mais despertam interesse dos visitantes.

As atividades são formuladas de acordo com a faixa etária do grupo visitante. “Para as turmas mais novas, escolhemos experimentos que eles consigam visualizar no dia a dia, despertando a curiosidade. Já com os alunos mais velhos, utilizamos experiências que precisam de conhecimento prévio”, afirma a estudante do sexto período de Física.

Em média, o Centro de Ciências recebe cem estudantes por dia. A cada ano, as experiências são modificadas. “Todo final de ano letivo escolhemos novos experimentos para não ficar repetitivo.”

De bem com a física
A estudante Deizislaine da Luz, 13 anos, está começando a desvendar os mistérios da física. Em sua primeira visita ao laboratório, a jovem acredita que a disciplina será interessante. “Foi ótimo. As experiências vão ajudar em casa e na escola. Quero vir outras vezes aqui.” Já Thiago da Silva, 12 anos, conhece bem o Centro de Ciências e o trabalho desenvolvido. Para o adolescente, cada visita é uma nova descoberta. “Já aprendi muitas coisas de física. Mas não sabia do risco de chegar molhado em casa e colocar a mão na eletricidade. Hoje aprendi que não posso fazer isso.”

A instrutora de esportes da Legião da Boa Vontade, Polyana Barbosa, responsável pela visita dos adolescentes, destaca que o espaço ajuda a aguçar a curiosidade dos estudantes. “O laboratório contribui tanto para a escola como para o cotidiano deles. A iniciativa dá oportunidade às crianças de tirarem dúvidas.”

Nova forma de ensinar

José Roberto Tagliati: “O interesse maior é a popularização da ciência”

Um dos objetivos da atividade é mostrar aos professores e estudantes que a física pode ser ensinada de forma mais simples, sem prejudicar o conteúdo. “A física é difícil mesmo. Mas quem é obrigado a usar essa dificuldade é o cientista. Para quem é de outra área tem que ser apresentada uma ciência fácil de entender. Até porque como é dada atualmente não é interessante”, ressalta Tagliati.

A metodologia alternativa tem proporcionado aos bolsistas refletirem sobre o método de ensino aplicado nas escolas. “Já existe um movimento de nossos acadêmicos irem com uma cabeça diferente para o mercado. No passado, eles repetiam o que tinha aprendido em sala. Hoje, dão uma aula diferenciada.”

É o caso de Suellen, que pretende levar para sua formação profissional o que aprendeu no laboratório. “Aqui tenho contato com a realidade, com quem são os alunos de verdade e quais são os problemas deles. Esse conhecimento traz a mudança de metodologia, que eu vou levar para minha vida.”

Agendamento:
Tel.: (32) 3229-7606 / 5923
Rua Visconde de Mauá , nº 300 – Santa Helena
Anexo ao Colégio de Aplicação João XXIII