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Em prol da comunidade, estudantes colocam aprendizado em prática

Enriquecer o currículo profissional, adquirir experiência dentro do campo de trabalho e manter contato com a comunidade. Essas são algumas das vantagens que um universitário conquista ao participar de uma ação extensionista. Atualmente, a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) conta com 370 bolsistas de extensão, atuando em diferentes áreas como educação, saúde, cultura, comunicação, tecnologia e meio ambiente.

Muitas vezes, é na rotina diária que o aluno cria afinidades com determinadas áreas de sua profissão e descobre sua verdadeira vocação. É o caso da aluna do curso de pedagogia Gleyci Guedes, há dois anos no projeto “Centro de Atenção Psicossocial (Caps) e Escola: parceiros no cuidado e parceiros na educação”, ação criada para atender alunos de escolas públicas com transtornos mentais. Gleyci chegou a adiar sua formatura para permanecer atuando como bolsista de extensão. “Foi o Caps que me fez descobrir que quero atuar no campo da psicopedagogia. Eu pude verificar como é importante o trabalho de inclusão dessas crianças que são tão fragilizadas em nosso meio.”

Outra vantagem apontada por ela é que, nas atividades realizadas, tem a chance de trocar informações com profissionais de variadas áreas. “Eu sou outra pessoa depois do projeto. Eu tive a chance de estar em contato com profissionais de diversas áreas que me ensinaram muito. Cresci tanto profissionalmente como pessoalmente.”

Aprendizado

Vinícius Granato ensina as práticas iniciais do judô

Já o estudante Vinícius Granato, da atividade de iniciação ao judô no Colégio de Aplicação João XXIII, aproveita a oportunidade de trabalhar com o público alvo que sempre desejou. “Quero atuar com crianças. Em pouco tempo de faculdade tive a oportunidade de entrar em contato com a prática. Lidar com elas é uma oportunidade única de exercitar o meu ofício e de me aperfeiçoar.”

A responsabilidade e a dedicação dos bolsistas também são importantes para alcançar os objetivos da iniciativa. “Por meio do esporte, o aluno fica mais saudável, melhora a postura e o condicionamento físico. O mais importante, no entanto, é o ensino de valores como a amizade, o companheirismo e a disciplina”, diz o estudante do curso de educação física.

Ao colocar em prática o aprendizado, Clara Yamin (à esq.) contribui para a melhora de pacientes internados no HU

Há também um grupo de bolsistas que lida diariamente com pessoas que necessitam de cuidados especiais e muita dedicação, como no projeto “Tratamento Fisioterápico em pacientes com sequelas neurológicas de Aids”, realizado no Hospital Universitário (HU). Nele, atua a estudante de fisioterapia, Clara Yamim. Há nove meses participando da ação, ela conta que o mais fascinante de suas atividades é o tratamento diferenciado dado ao portador de Aids. “O projeto tem um olhar diferente sobre os pacientes que, muitas vezes, não foram tratados pela fisioterapia por falta de informação.”

Apesar do projeto de extensão, em várias ocasiões, ser a primeira experiência do estudante com a prática, Clara ressalta a importância de que o paciente não seja encarado pelos bolsistas apenas como um objeto de estudo. “Muitas vezes, ele tem sequelas que necessitam de um olhar mais atento. O tratamento não pode se basear apenas em medicamentos. É preciso de contato físico, de tocá-lo e conversar bastante.”

Para o coordenador da iniciativa, professor Helton Magalhães, as ações extensionistas são uma grande oportunidade para os alunos lidarem com o dia a dia da profissão. “A ação tem como objetivo a capacitação profissional e a inserção no meio de trabalho. Além disso, possibilita o contato precoce com o paciente, o que faz desses estudantes futuros profissionais sensíveis e bem qualificados.” Os bolsistas também auxiliam na receptividade aos assistidos. “Em vários momentos, os pacientes não aceitam bem o tratamento e, nessa hora, o trabalho dos bolsistas é fundamental. É a alma desse projeto.”