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UFJF apoia projeto que leva política aos jovens do ensino médio

Parlamento Jovem reuniu estudantes de três escolas de Juiz de Fora

“Fazer com que os jovens do ensino médio conheçam a política, o funcionamento da Assembleia Legislativa e exerçam sua cidadania”, essa é a importância do Projeto Parlamento Jovem, apontada pelo professor de Ciências Sociais da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Raul Magalhães.

O Parlamento Jovem é desenvolvido pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais em parceria com 11 câmaras municipais de diversas regiões do Estado. Em Juiz de Fora, o projeto é coordenado pelo Centro de Atenção ao Cidadão da Câmara, e conta com a parceria da UFJF, que disponibiliza três bolsistas do curso de Ciências Sociais, que são orientados por Magalhães.

Alunos votando nas propostas apresentadas

A ação extensionista consiste em um projeto que leva estudantes de ensino médio para dentro do Poder Legislativo, onde eles ganham a oportunidade de elaborar propostas sobre um determinado assunto. O tema desse ano é Resíduos no Meio Ambiente, divididos em três subgrupos: produção, destinação e reaproveitamento. As escolas Coronel Antônio Alves Teixeira, Santos Anjos e Santa Catarina foram selecionadas através de sorteio realizado pela Câmara Municipal, e apresentaram 15 propostas cada. Na última quarta (30), os estudantes das três escolas se reuniram no plenário da Câmara para selecionar as nove propostas, que serão encaminhadas para Belo Horizonte.

Para Sérgio Peres, o projeto ajuda a desmistificar a imagem que os jovens têm dos políticos

Segundo o sociólogo do Centro de Atenção ao Cidadão da Câmara, Sérgio Peres, o acesso dos estudantes à criação de propostas é uma espécie de canal para estimular a participação política dessa faixa etária, o que permite construir ainda mais a democracia e a cidadania, além de desmistificar a visão que os jovens têm da política. “Com o projeto, os estudantes irão compreender o real papel de um parlamentar. Para oferecer conhecimento aos jovens, contatamos a UFJF, que possui um curso de Ciências Sociais consolidado, para dar uma base sobre os conceitos políticos”.

Aprendizado em mão-dupla

O aluno de Ciências Sociais na UFJF, Matheus Gomes, presidiu a sessão

Para o bolsista Matheus Gomes, participar de um projeto como esse é importante para seu aprendizado, pois várias escolas oferecem a disciplina de Sociologia. “É ótimo participar, pois assim lidamos com os alunos do ensino médio, para os quais poderemos dar aulas no futuro, além de colocarmos em prática os conhecimentos de Ciência Política”, conta o estudante do terceiro período de Ciências Sociais na UFJF, que presidiu a sessão.

Já Ricardo Maciel, do quinto período de Ciências Sociais, contou qual é o trabalho desenvolvido pelos bolsistas junto aos alunos. “Dividimos em três etapas: Primeiro explicamos como funciona o Poder Legislativo, além de conceitos da nossa democracia. Depois apresentamos cada um dos subtemas e, por fim, realizamos as reuniões de grupo, para o desenvolvimento e a seleção das propostas”.

Jeremias Wesley revelou que a experiência foi muito boa, pois exercita o trabalho em grupo

Os estudantes que participaram do projeto gostaram da possibilidade de criar propostas que poderão mudar a vida da comunidade. É o caso de Jeremias Wesley, de 16 anos, aluno do colégio Santa Catarina. “É uma iniciativa excelente, pois é uma iniciação à política e, assim, percebemos a importância de um político honesto”. A mesma opinião tem Tatiana Manzini, de 15 anos, aluna da Escola Estadual Coronel Antônio Alves. “A participação no Parlamento Jovem é fundamental, pois podemos mostrar o nosso lado, a nossa opinião e as nossas propostas, além de ser uma grande experiência para nós”.

Envio das propostas

Essa foi a primeira vez que o Parlamento Jovem chegou ao interior. As seis edições anteriores foram realizadas apenas com estudantes da capital. A plenária final, que será realizada no dia 17 de setembro, em Belo Horizonte, contará com a participação de 120 estudantes, sendo dez de Juiz de Fora.

Na ocasião, eles irão discutir a elaboração de um documento que propõe ações do poder público sobre o problema dos resíduos no meio ambiente. O texto aprovado será encaminhado à Comissão de Participação Popular, que poderá transformar as propostas em leis.