José Tarcísio da Silva Oliveira Filho, ex-aluno do Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), é um dos três finalistas ao prêmio Francisco Morel, concedido a estudantes de mestrado que apresentam trabalhos nos Grupos de Pesquisa (GPs) do Intercom. Representantes das Universidades Federais de Santa Maria (UFSM) e do Rio Grande do Sul (UFRGS) também concorrem.
A premiação é feita de um ano para o outro. Assim, no Congresso da Intercom Nacional de 2015, no Rio de Janeiro, Tarcísio apresentou, no GP Telejornalismo, o trabalho “A TV Pública e a busca por métodos de verificação da qualidade”. Neste estudo, realizou um levantamento bibliográfico e quatro entrevistas com a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), responsável pela TV Brasil, objeto empírico de seu projeto à época.
O trabalho é uma parte da pesquisa realizada para o mestrado de Tarcísio, intitulada “Qualidade no telejornalismo: parâmetros para avaliação em emissoras públicas e comerciais”, orientada pela professora Iluska Coutinho no PPGCOM e que tinha como objetivo elaborar métodos de avaliação de qualidade por meio de uma matriz de perguntas que fosse acessível a jornalistas e cidadãos e que permitisse analisar se um telejornal ou uma reportagem atendem a quesitos básicos de qualidade, como diversidade, contraponto, representação de minorias, inovação, pluralismo e questões técnicas.
“Na verdade, o trabalho que apresentei é uma parte do que propus para a dissertação de mestrado, já que não incluí a parte das emissoras privadas. No trabalho do Intercom, realizei uma discussão teórica sobre o conceito de qualidade no Brasil, relacionei com entrevistas, além de analisar alguns documentos, como manuais de redação e relatórios da Unesco. Ao final, apresentei a matriz desenvolvida de avaliação da qualidade voltada para a emissora pública”, explica Tarcísio Oliveira, atualmente doutorando da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Tarcísio analisa a indicação para o prêmio como uma forma de manter a divulgação da matriz de avaliação de qualidade elaborada por ele. “É a consolidação e continuação da pesquisa que realizei, apesar de defendida e aprovada por banca em fevereiro deste ano. Ela não vai parar, já que precisamos fazer com que essa matriz chegue até as pessoas. Já estamos elaborando propostas de oficinas com esse tema e indicando sua utilização em projetos de extensão que propõem uma análise crítica da mídia”, conclui o estudante.
A seleção dos finalistas ocorreu em duas etapas. Primeiro, os coordenadores do evento escolheram os trabalhos indicados pelos GPs após o término do Congresso Nacional, em 2015. Em seguida, a diretoria da Intercom os submeteu à apreciação de um júri formado por 15 professores especializados em cada área e oriundos de todas as regiões do país que escolheram três trabalhos, considerando a contribuição ao ramo de estudo, o embasamento bibliográfico, o formato de apresentação e conteúdo.
Já a última etapa, que define o vencedor, acontece no Intercom 2016 e consiste em reapresentação do trabalho dos três finalistas com tempo estimado de 15 minutos para cada um e, em seguida, serão avaliados por cinco jurados.
O Intercom premia, além dos alunos de mestrado, discentes de graduação e doutorado por meio dos Prêmios Vera Giagrande e Freitas Nobre, respectivamente. O evento este ano acontece na Universidade de São Paulo (USP), entre os dias 5 e 9 de setembro.