Projetos de esculturas públicas realizados em grande formato pelo professor Ricardo Cristofaro e pelo doutorando Hamilton Ferreira, conhecido artisticamente como Hamilton Ferpa, são destaque na seleção 2022 do Edital “Arte em Aço da Gerdau”, comemorativo dos 120 anos da instituição. Ligados ao Programa de Pós-Graduação em Artes, Cultura e Linguagens (PPGACL) do Instituto de Artes e Design (IAD) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), eles informam que as obras estão em processo de produção, com instalação prevista para 2023, nas cidades mineiras de Barão de Cocais e Conselheiro Lafayette.
Com o intuito de fortalecer e potencializar as manifestações artísticas desenvolvidas em espaços públicos de amplo acesso e visibilidade, valorizando a pluralidade das artes visuais em Minas Gerais, o concurso teve o intuito de reconhecer artistas, coletivos e grupos com comprovado histórico de realizações na área. No papel de maior produtora brasileira de aço, a empresa lançou em 2021 o Projeto “Arte em Aço”, que culminou na seleção de nove projetos de esculturas para instalação definitiva em Belo Horizonte, Congonhas, Divinópolis, Itabirito, Ouro Branco, Ouro Preto e Três Marias, além de Barão de Cocais e Conselheiro Lafayette.
A iniciativa busca a geração de impacto social positivo para a sociedade, além de enaltecer a história de Minas Gerais, reforçando os laços da empresa com o estado e com os municípios em que atua. As propostas foram selecionadas a partir de uma comissão formada por curadores, especialistas e pessoas com reconhecida atuação e conhecimento na temática do edital, tendo participado também representantes da instituição e das cidades contempladas.
Em parceria, Ricardo e Hamilton tiveram dois projetos aprovados, que receberão apoio financeiro por meio do repasse de recursos incentivados, conforme previsto na Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais (LEIC-MG). Intituladas “Da terra brotam coisas I e II”, as esculturas de Ricardo Cristofaro e Hamilton Ferpa serão executadas em perfis de aço, tendo como referência as formas dos cristais de quartzo natural, a cor e a materialidade do minério de ferro, riquezas minerais que fazem parte da história e do desenvolvimento econômico de Minas Gerais.
Os dois artistas explicam que os títulos das obras fazem alusão aos processos de transformação dos minerais em suas diferentes materialidades, formas e produtos, além de trazerem uma referência direta às expressões e ao conhecimento vernacular tipicamente mineiro.
HamiIlton Ferpa acredita que um prêmio dessa expressão é de grande importância para o estado, principalmente por potencializar o desenvolvimento de ações artísticas e culturais que valorizam a produção escultórica dos mineiros. “As obras possuem temática e conteúdo que expressam questões ligadas a cultura, história e identidade de Minas Gerais. Como esculturas públicas, possuem a capacidade de atrair a atenção, reativar referências, memórias e estabelecer diálogos conceituais e estéticos com o espaço urbano e o público”, diz.
A parceria entre os dois artistas é vista como profícua, havendo a expectativa de continuidade nesse trabalho conjunto. “Estamos desenvolvendo novos projetos para o próximo ano e pretendemos participar de novos editais”, adianta Hamilton Ferpa, que vê as perspectivas para os próximos anos como as melhores possíveis, principalmente com a retomada do Ministério da Cultura, o que deverá trazer mais investimentos para o setor, potencializando o desenvolvimento de novos projetos artísticos e culturais.