A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) realiza, nesta sexta-feira, 5, audiência pública para tratar da questão orçamentária relativa ao segundo semestre de 2022 e das previsões para 2023. O encontro acontece a partir das 14h30 no anfiteatro do prédio Itamar Franco, na Faculdade de Engenharia da UFJF, com transmissão ao vivo pelo canal da TV UFJF no YouTube.
Estão convocados os conselhos Superior (Consu), Setorial de Graduação, de Pesquisa e Pós-Graduação e de Extensão. E são convidados chefes de departamentos das unidades e comunidade acadêmica em geral. A audiência é uma oportunidade para que todos conheçam melhor a situação orçamentária da instituição, participe com propostas e tire dúvidas sobre o tema.
De acordo com o pró-reitor de Planejamento, Orçamento e Finanças, Eduardo Salomão Condé, desde o início de 2022, há um agravamento econômico da instituição devido aos sucessivos cortes do Governo Federal. O panorama atual é mais complicado do que o vivenciado no primeiro semestre e a perspectiva é de que siga assim em 2023.
Teremos um espaço para que as pessoas ligadas à gestão da universidade, seja acadêmica, seja administrativa, tenham condições de tomar um maior conhecimento sobre o ajuste orçamentário
“Teremos um espaço para que as pessoas ligadas à gestão da universidade, seja acadêmica, seja administrativa, tenham condições de tomar um maior conhecimento sobre o ajuste orçamentário”, afirma. A intenção da audiência é que as pessoas também se mobilizem diante da questão e entendam os prejuízos inevitáveis para a Universidade.
Dificuldade de planejamento e prejuízos
De acordo com o pró-reitor Eduardo Condé, a situação atual é radicalmente diferente de 2018, por exemplo. “Em nosso último ano completo antes da pandemia, 2019, nós conseguimos acertar as contas, complementando o orçamento por meio de ajustes de anos anteriores.” Apesar de expressivos, os cortes em 2020 e 2021 não foram tão perceptíveis pela comunidade por causa da pandemia, mas em 2022 a situação é diferente – “o orçamento está sob pressão, assim como a proposta apresentada para 2023”.
Estamos recebendo más notícias homeopaticamente e isso tem demandado uma necessidade de ajuste em cima de ajuste
O Consu já havia definido as áreas de impacto em abril deste ano, entre elas, as bolsas, os contratos de terceirizados, materiais, insumos, viagens e diárias. “De abril para cá tem havido uma evolução em termos disso. O que era inicialmente um bloqueio orçamentário, virou um corte. Esse corte foi ampliado. Estamos recebendo más notícias homeopaticamente e isso tem demandado uma necessidade de ajuste em cima de ajuste”, explica o secretário geral da UFJF, Edson Faria.
O arrocho no orçamento incide sobre as despesas discricionárias, ou seja, despesas destinadas para o funcionamento da universidade, e não sobre o quadro efetivo de servidores. Entre os impactos possíveis estão a redução no número e valor de bolsas, revisão de contratos de funcionários terceirizados, a possibilidade de alteração no valor do Restaurante Universitário (RU), despesas com água e energia elétrica, entre outras áreas.
“São grandes contas. Há despesas que aumentam praticamente sozinhas, como a relativa à energia elétrica”, afirma Eduardo Condé que destaca também a inflação nos custos dos contratos de aluguel no campus Governador Valadares.
O convite para audiência pública será enviado por e-mail a toda comunidade acadêmica, não sendo necessária inscrição prévia. O evento não tem caráter deliberativo, no entanto, as discussões serão levadas à frente pelo Conselho Superior.