A primeira quinzena de março teve queda no número de casos de Covid-19, seguida de um cenário de estabilidade, após fevereiro ter sido o mês com maior número de casos no país desde o começo da pandemia. É o que aponta a quadragésima-nona edição do boletim da Plataforma JF Salvando Todos, divulgado nesta quarta-feira (16). A partir desta edição, a plataforma conta com uma novidade: uma aba para a geração de relatórios automatizados sobre a pandemia em todas as regiões do Brasil.

O boletim produzido por pesquisadores da UFJF aponta que na 9ª semana epidemiológica de 2022 (27 de fevereiro a 5 de março) Juiz de Fora registrou 1.418 novos casos e 10 vidas perdidas, o que representa uma redução de 39,76% no número de casos e de 60% no número de óbitos, na  comparação com a 8ª semana epidemiológica (20 de fevereiro a 26 de fevereiro). Já na 10ª semana (6 a 12 de março), foram registrados 1.242 novos casos e 16 vidas perdidas, gerando uma  redução de 12,41% no número de casos e aumento de 60% no índice de mortes na comparação com a semana anterior.

Em 12 de março de 2022, a cidade contabilizava 63.926 casos confirmados e 2.228 vidas perdidas desde o começo da pandemia. Os números representam, respectivamente, aumentos de 4,34% e 1,18% em relação aos 14 dias anteriores.

Nível de transmissão segue elevado, internações em queda

O Número de Reprodução Efetivo (Rt) em Juiz de Fora, esteve igual ou superior a 1 em dois dias, com pico de 1,32 em 9 de março. Quando o Rt é igual ou maior que 1, há disseminação do vírus, já que cada paciente transmite a doença para pelo menos mais uma pessoa. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), um dos fatores que demonstram o controle da pandemia, é o Rt estar abaixo de 1 de forma persistente por duas semanas. Essa situação ainda não foi verificada na cidade.

De acordo com o professor e pesquisador do Departamento de Estatística do Instituto de Ciências Exatas (ICE), Marcel Vieira, mesmo com a melhora dos índices, o nível de transmissão segue sendo elevadíssimo. “E o número de vidas perdidas ainda também está alto. É preciso que esse número continue caindo para que tenhamos sequências de dias e semanas sem nenhuma vida perdida, como observamos em dezembro do ano passado. Enquanto o número de casos estiver elevado e pessoas estiverem morrendo pela Covid-19, continuaremos preocupados com a evolução da pandemia”, afirma.

Segundo o boletim, são recomendadas a manutenção do uso correto das máscaras de boa qualidade (padrão PFF2/N95), distanciamento social, cuidados com a ventilação de ambientes e as medidas de higienização. As medidas de flexibilização do uso obrigatório de máscaras são consideradas “preocupantes” pelos pesquisadores.

Por outro lado, o número de leitos ocupados por pacientes com Covid-19 segue em queda. Segundo os dados do Painel Covid-19 da Prefeitura de Juiz de Fora, no dia 15 de março, 48 pessoas estavam hospitalizadas com Covid-19 no município (em 1º de março eram 78 pessoas, redução de 49%), 24 pessoas na UTI (no dia 1º eram 33, queda de 27,3%) e a taxa de ocupação geral das UTIs era de 63,6% (59,5% em 1º de março). Marcel Vieira acredita que a campanha de vacinação tem relação direta com a melhora dos números: “E a vacinação precisa continuar avançando, porque ainda temos um percentual baixo de pessoas que receberam a terceira dose. Nesse contexto da variante Ômicron e suas novas subvariantes, torna-se cada vez mais importante a vacinação com as três doses”, salienta.

Plataforma concederá relatórios em tempo real 

A partir desta edição, a Plataforma passa a contar com uma nova funcionalidade: a geração de relatórios automatizados com análises estatísticas da pandemia em tempo real. O usuário poderá gerar o relatório sobre a sua região de interesse e baixá-lo de forma gratuita. “É para todos os municípios, de todas as unidades da federação. Acreditamos que essa será uma ferramenta muito útil para os gestores públicos, sobretudo aqueles de municípios de médio e pequeno porte do Brasil inteiro, além da imprensa e pessoas em geral interessadas em acompanhar a evolução da pandemia”, afirma o professor Marcel Vieira.