Na última sexta-feira, dia 17, a equipe do Núcleo de Apoio à Inclusão (NAI) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) recebeu a visita de integrantes do Laboratório de Inclusão e Diversidade (LID), da Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). O objetivo do encontro foi promover a troca de experiências entre os grupos e a transferência de informações do NAI para o projeto da Uerj, que também visa receber e atender alunos com deficiência ou necessidades educacionais especiais.
Referência nas políticas afirmativas, a Uerj foi uma das primeiras instituições públicas de ensino superior a implantar o sistema de cotas e a formar profissionais interessados em estudos que contribuam para uma universidade mais diversa e inclusiva.
“A Uerj é pioneira na questão das cotas e no conhecimento produzido. Às vezes, vejo o ensino superior como ilhas distantes. Sabemos que os desafios de cada universidade são diferentes, mas todos falamos das mesmas questões. E as soluções podem ser compartilhadas, para que as experiências formem a cultura de inclusão no ensino superior”, destaca a ex-coordenadora e uma das fundadoras do NAI, Katiuscia Antunes, que possui mestrado e doutorado em Educação pela Uerj. Sobre a importância do encontro com os profissionais vindos da cidade do Rio de Janeiro, ela lembra que, em sua formatação, há três anos, o NAI foi buscar a troca de experiências com um núcleo de inclusão da Universidade de Pelotas (UFPel), no Rio Grande do Sul. “Fomos orientados, assim como, agora, orientamos o LID. Esta é uma parceria que vai longe.”
A coordenadora do projeto LID e professora da Faculdade de Educação da Uerj, Flávia Barbosa Dutra, ressalta que, desde o ano passado, a Uerj tem um núcleo de inclusão que está se estabilizando tanto no ensino a distância (EAD) quanto no presencial. “A gente sabe que nesse período emergencial, os núcleos não estão dando conta das demandas, que são muitas. Então, estamos fazendo o acolhimento e a adaptação apenas no curso de Pedagogia. Antes de as aulas começarem, os professores recebem os estudantes e fazemos adaptação dos materiais didáticos”, acentua Flávia, completando que, neste momento, o LID ganhou um espaço físico e que isso acabou sendo um fator para buscar o apoio do NAI da UFJF.
A partir da apresentação de dados do NAI, como a quantidade de alunos com deficiência atendidos e acompanhados atualmente pelo núcleo, bem como de bolsistas ligados ao projeto, os pesquisadores da Uerj e da UFRJ puderam compreender a importância da sistematização de dados. “É importante pensar que um laboratório que trabalha com a inclusão é responsável pela construção de políticas, culturas e práticas. Como estamos dentro de uma universidade, temos que produzir dados. Este é um trabalho que faz diferença para muita gente. Para o próprio aluno e para os bolsistas, para também professores e servidores. O mundo pode ser mais inclusivo. Por isso, é preciso trabalhar de forma consciente, crítica, entendendo a inclusão como direito, não como caridade”, finaliza a atual coordenadora do núcleo, Mylene Santiago.
Encontro
Estiveram presentes no encontro além de Katiuscia, Mylene e Flávia, as psicólogas Patrícia Tavella e Carolina Detoni, e a pedagoga Nádia Faria, todas do NAI. Já pelo LID, o doutorando no Programa de Educação, Gestão e Difusão em Biociências do Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo de Meis (IBQM) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Felipe di Blasi, e as bolsistas de iniciação científica Mariana Farinha e Alícia Tarrilho da Uerj