*Atualizado em 17/08/2021 às 09h25
Um projeto de extensão e treinamento profissional da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) está promovendo a mobilidade para crianças e adolescentes com deficiência. É o “Adapt”, fruto de uma parceria entre as faculdades de Fisioterapia e Engenharia. A iniciativa reúne, além de quatro docentes extensionistas, duas estudantes da graduação, duas pós-graduandas, três técnico-administrativos em educação (TAEs) e 14 voluntários.
A coordenadora-geral do Adapt e professora da Faculdade de Fisioterapia da UFJF, Paula Chagas, explica que a equipe atua na identificação dos potenciais participantes e, em seguida, procura criar, desenvolver ou adaptar equipamentos que permitam a mobilidade.
“Formalizado em novembro de 2020, o Adapt surgiu da iniciativa de um pai de uma criança com deficiência, o David, que é TAE e, também, nosso coordenador técnico. Frente à dificuldade de mobilidade de sua filha, David descobriu o projeto Go Baby Go, desenvolvido na Universidade de Delaware, nos Estados Unidos. Por meio de sua fisioterapeuta, que tornou-se nossa colaboradora externa, David nos procurou para estabelecermos uma parceria e trazermos esse projeto para a UFJF”, conta.
A interdisciplinaridade da equipe é imprescindível para o sucesso da iniciativa. “Este exercício de juntar profissionais de diferentes áreas é importante. Neste projeto vejo claramente a engenharia atuando para melhorar a vida das crianças com paralisia cerebral e de seus familiares, em um nível muito profundo, pois ela está não só no carrinho ou nos motores, mas sobretudo na biomecânica do corpo humano”, destaca a também coordenadora do Adapt e professora da Faculdade de Engenharia da UFJF, Flávia Bastos.
Locomoção motorizada com baixo custo
O técnico-administrativo em educação da UFJF e coordenador técnico do Adapt, David Silva, acrescenta que o projeto pretende ofertar possibilidades de locomoção motorizada com baixo custo, a fim de permitir o acesso ao maior número de crianças e adolescentes.
“Cada projeto da equipe é personalizado. A partir do estudo da Fisioterapia, planejamos e começamos a adaptação do carrinho. Primeiramente, instalamos o motor elétrico e o acionador. Em um segundo momento, fazemos as adaptações de ergonomia e acessibilidade, com a instalação de barras de proteção, assoalho, assento e encosto”, explica Silva.
Desse modo, foi desenvolvido, para Fernandinha, 4 anos, o primeiro carro adaptado do projeto de extensão e treinamento profissional. “O Adapt proporciona para as crianças com deficiência uma mobilidade que muitas vezes nunca foi possível, um movimento nunca experimentado. Além de terem a experiência de motorizar e adaptar estruturalmente um carrinho que era para uma criança típica, toda a adaptação será pensada para aquela criança individualmente. Esse processo total é algo inovador em nosso país”, destaca Lívia Alonso Ferreira, que é mãe de Fernandinha, e tornou-se colaboradora técnica do Adapt.
Confira o vídeo com Fernandinha no primeiro carro adaptado do projeto de extensão
Ensino, pesquisa e demandas da sociedade articulados
Para a pró-reitora de Extensão da UFJF, Ana Lívia Coimbra, o projeto Adapt sintetiza a responsabilidade da extensão universitária, porque promove a articulação entre o ensino, a pesquisa e as demandas da sociedade. “O Adapt impacta imediatamente a vida de crianças e de adolescentes com deficiência, tendo a importante característica de possibilitar o trabalho interdisciplinar e, ao mesmo tempo, envolvendo estudantes de graduação e pós-graduação. Esse trabalho coletivo permite, além de muito aprendizado, que todos os beneficiados tenham mais autonomia e desenvolvimento.”
A avaliação é compartilhada pela coordenadora geral do Adapt, que acrescenta a intenção de formalizar parcerias com outras instituições públicas e privadas, visando ampliar o alcance da iniciativa. “O Adapt é uma oportunidade de complementar a formação de diversos discentes de graduação, de engajamento social, e de melhorar a vida de pessoas que realmente precisam de apoio. A universidade realiza, assim, a sua função social, retornando um serviço relevante para a sociedade”, conclui.
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