O projeto de extensão “Fórum Mineiro de EJA da Zona da Mata: a (re)construção do coletivo de luta pelo direito humano à educação para todas e todos” da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) atua no fortalecimento da Educação de Jovens e Adultos (EJA), em Minas Gerais.

No Brasil, 51,2% das pessoas com mais de 25 anos não concluíram o ensino médio, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada em 2019, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “É urgente trazer para o debate público a questão da escolarização dos trabalhadores, pobres, periféricos e, em sua maioria, negros do nosso país”, ressalta a professora da Faculdade de Educação e coordenadora da iniciativa extensionista, Mariana Cassab.

Ensino, pesquisa e extensão

Conforme a docente, o projeto de extensão surgiu a partir da participação do Grupo de Pesquisa, Práticas e Estudos da Educação de Jovens e Adultos (Gruppeeja), no Fórum Mineiro de EJA, desde 2020.  

“O Fórum é um importante movimento social, articulador de ações de defesa e garantia da efetivação do direito constitucional à educação. Sua criação, na década de 1990, consolida-se como uma resposta da sociedade aos índices, ainda aviltantes, relacionados ao direito à educação e à carência de dados sobre a demanda e a oferta de EJA, e à fragilidade das políticas públicas na área”, explica Mariana.

Formação de atores ligados à EJA

O projeto extensionista almeja contribuir com a formação pedagógica, humana e política de atores sociais ligados à EJA, especialmente, no atual cenário de ataques à educação e de agravamento das desigualdades sociais devido à pandemia de Covid-19.

“A pandemia agravou a questão da desigualdade social e também as condições de ensino. Um alto índice de estudantes da rede básica pública de educação está enfrentando sérias dificuldades. Os alunos ainda não têm maturidade, ferramentas e conhecimentos suficientes para acompanhar o ensino na modalidade remota”, avalia a professora da rede municipal de Juiz de Fora, Jussaramar da Silva, que participou de uma das plenárias públicas mensais  no contexto do projeto de extensão.

Ela enfatiza a relevância da iniciativa extensionista da UFJF e sua colaboração para  reestruturar o  Fórum Mineiro de EJA da Zona da Mata. “A rearticulação do Fórum é fundamental para pensarmos várias políticas públicas. Uma delas é a de expansão da EJA como uma política pública de Estado que garanta a recuperação dos processos de ensino e aprendizagem, após a evasão escolar, ocorrida nesta fase de pandemia de Covid-19. Por isso, considero a reativação do Fórum uma política central.”

Acesso a direitos

A pró-reitora de Extensão da UFJF, Ana Lívia Coimbra, salienta que programas e projetos de extensão devem contribuir para o acesso a direitos sociais. “Este projeto fortalece o direito à educação, ao mesmo tempo em que participa dos espaços institucionais nos quais são discutidas as políticas públicas para a área. Essa atuação qualifica diversos atores sociais, contribui para a formação  dos estudantes e amplia a interação da Universidade com os mais diversos setores da sociedade.”

A coordenadora Mariana Cassab acrescenta que, “por meio de uma agenda de trabalho que situa a pesquisa, o ensino e a extensão no debate e na luta política pela EJA, o Gruppeeja reafirma seu compromisso com a transformação social. Afinal, como assevera Paulo Freire, não basta compreender o mundo, é necessário implicar-se francamente com sua transformação”, conclui. 

Saiba mais:

Siga o Gruppeeja nas redes sociais e saiba como participar do “Fórum Mineiro de EJA da Zona da Mata”: Instagram –  YouTube

Siga a Pró-reitoria de Extensão no instagram.

Outras informações: imprensa.extensao@ufjf.edu.br