Gal Costa em JF noticia

Gal Costa apresenta o show Espelho d’Água, no próximo sábado, 25, às 21h, no Cine-Theatro Central. (Foto: Divulgação)

Uma das maiores vozes da música popular brasileira, a cantora Gal Costa é a próxima atração do Cine-Theatro Central neste sábado, dia 25, às 21h. Gal apresenta sua mais nova turnê, Espelho d’Água, com show intimista de apenas voz e violão, no qual é acompanhada pelo violinista e guitarrista Guilherme Monteiro. O show tem um repertório escolhido cuidadosamente por ela e pelo jornalista Marcus Preto, que é responsável também pela direção do espetáculo.

O nome da turnê faz referência a uma canção produzida em parceria com o cantor Marcelo Camelo e seu irmão Thiago. “Espelho d’água significa reflexo, coisas do passado, do presente e até do futuro”, explica a cantora. E o repertório é exatamente assim, amplo e consagrado a músicas importantes da carreira de Gal Costa.

Parcerias

Um repertório repleto de sucessos aguarda quem vai conferir o show de Gal Costa no cine-teatro. A escolha das músicas foi feita de maneira inusitada pela cantora e baseada na ideia de mostrar os clássicos que ficaram conhecidos em sua voz marcante: “Marcus Preto juntou as capas de todos os meus discos, e eu fui assinalando as que eu queria cantar e ele foi sugerindo o que pensava também”, explica a cantora.

Na turnê, Gal Costa revive sua carreira e canta músicas que há muito não são apresentadas nos shows. A cantora relembra sua fase hippie e tropical, quando o cabelo avolumado se transforma em marca registrada. Sucessos do disco Caras e Bocas (1997), surgem canções como Tigresa e Negro Amor. O álbum Tropicália ou Panis et Circencis também entra no repertório com o grande sucesso Baby. Do período mais transgressor de Gal Costa, Vaca Profana, Tuareg e Meu Bem, Meu Mal são apresentados ao público. O show ainda tem espaço para pérolas como Meu Nome é Gal, Força Estranha, Modinha para Gabriela e Folhetim. A única canção inédita é Espelho D’água, que tem melodia melancólica de Marcelo Camelo e letra do irmão do compositor carioca, Thiago Camelo – em parceria inédita.

Trajetória

Baiana de Salvador, Gal Costa foi incentivada a ser cantora pelo pai, que gostava de música. Na adolescência, tocava um pouco de violão e cantava em festas. 

Conheceu Caetano Veloso e sua irmã Maria Bethânia em 1963, e com eles, Gilberto Gil e Tom Zé, montou o espetáculo musical Nós, por Exemplo, em 1964. No ano seguinte, o grupo foi para São Paulo, onde, sempre ligados, cada um seguiu sua carreira solo. 

Gal gravou o primeiro compacto em 1965, com Eu Vim da Bahia (Gilberto Gil) e Sim, Foi Você (Caetano Veloso). Participou do I Festival Internacional da Canção em 1966, ano em que seu empresário Guilherme Araújo a convenceu a adotar o nome artístico Gal, e não mais Maria da Graça.

Gravou o LP Domingo com Caetano em 1967, participou do movimento tropicalista e explodiu nacionalmente como cantora em 1968, quando sua interpretação de Divino Maravilhoso (Caetano/ Gil) ganhou o terceiro lugar no IV Festival de Música Popular Brasileira da Record.

 Além disso, Baby, composta por Caetano especialmente para Gal, tornou-se muito popular. Em 1969, com a ida de Caetano e Gil para o exílio na Inglaterra, ligou-se também a outros compositores como Macalé, e lançou o LP Gal.

Ainda muito associada à música e ao público de Caetano e Gil durante os anos 70, em 1979, com o disco Gal Tropical, a cantora inaugura uma nova fase em sua carreira, mais popular e comercial, para um público próprio mais amadurecido.

Passou pela década de 1980 como absoluta no rol das estrelas de primeira grandeza da música popular brasileira, chegando a ser considerada por alguns como a maior cantora do Brasil. Com repertório eclético, gravou Jorge Ben Jor, Cole Porter e compositores então iniciantes, como Carlinhos Brown.

Outra virada em sua carreira foi em 1994, com o CD O Sorriso do Gato de Alice, menos pelo disco e mais pelo show de lançamento, que, dirigido por Gerald Thomas, mudou radicalmente o estilo das apresentações de Gal, e foi bastante criticado.

No ano seguinte, Gal desistiu de experimentalismo e lançou Mina D’Água do Meu Canto (dedicado ao repertório de Chico Buarque e Caetano Veloso) com um show convencional.

Na década de 1990, continuou consagrada como uma das cantoras mais vendidas do Brasil. Em seus 50 anos de carreira, Gal Costa foi intérprete de grandes sucessos como Vapor Barato (Jards Macalé/ Waly Salomão), Meu Nome É Gal (Roberto/Erasmo Carlos), London London (Caetano), Deixa Sangrar (Caetano), Folhetim (Chico Buarque), Balancê (J. de Barro/A. Ribeiro), Índia (J. Flores/M. Guerrero/J. Fortuna), Festa do Interior (Moraes Moreira/ Abel Silva) e Vaca Profana (Caetano).

Mais informações:

Cine-Theatro Central: (32) 3215-1400