Galpão foi projetado e construído sem custos para a comunidade, e a mão de obra foi local como forma de movimentar a economia e gerar renda para os moradores (Foto: Divulgação)
Projetar e construir um galpão de uso comum para a comunidade quilombola Colônia do Paiol, localizada em Bias Fortes (MG), é um dos vários projetos desenvolvidos pela Porte Empresa Jr. de Arquitetura e Urbanismo e Engenharias da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). O local tem como objetivo fortalecer a cultura, a história e as atividades econômicas da comunidade.
Atualmente, a Colônia do Paiol é composta por cerca de 250 famílias, possuindo acesso a energia elétrica e um telefone público. A comunidade era marcada, entretanto, por uma intensa evasão de pessoas: muitos de seus moradores saíam para estudar ou trabalhar em outros lugares, o que acabava por enfraquecer a cultura e a história local. Dessa forma, o galpão teria como finalidade sanar esses desafios, configurando-se como um espaço capaz de gerar empregos e oportunidades econômicas, além de atividades de lazer e aprendizado.
A Porte teve participação na comunidade desde os projetos iniciais – como levantamento topográfico, projetos arquitetônico, elétrico e hidráulico – até o gerenciamento e acompanhamento da construção. A mão de obra foi integralmente local como forma de movimentar a economia e gerar renda para as pessoas da comunidade.
O professor de Geografia da UFJF e coordenador do Laboratório Kizomba Namata (que atua com pesquisa e extensão em comunidades quilombolas), Leonardo Carneiro , explica o caráter multifuncional do espaço construído como uma chance de atender às diversas necessidades da população. “A ideia é que o lugar vá crescendo com o tempo. Hoje, serve como sede social, onde acontece a recepção aos visitantes, onde se serve comida, se sediam eventos culturais, festas, aniversários, etc. É um espaço onde estudantes ou pesquisadores podem se hospedar, além de uma oportunidade de qualificação para os moradores, já que pode oferecer cursos e oficinas.”
Pedagoga e moradora da comunidade, Maria José Franco Santana, conhecida como Zezé, afirma que a comunidade não teve nenhum custo com o espaço e ressalta a importância do lugar para seus habitantes: “É um espaço onde podemos nos encontrar para realizar diversas atividades, como o nosso próprio desenvolvimento sustentável através da fabricação de doces e bolos, com intuito de venda para a renda dos participantes, por exemplo. É um sonho realizado. Isso faz com que a nossa parceria com a Universidade se fortaleça, pois foi através dela e da luta da comunidade que conseguimos realizar o sonho de um centro social.”
Porte Empresa Jr.
A Porte Empresa Jr. de Arquitetura e Urbanismo e Engenharias atua há 19 anos no mercado, oferecendo soluções na área de Arquitetura, Engenharia Civil, Elétrica e Ambiental. Entre seus projetos, estão os voltados para Energia Solar Fotovoltaica; Usucapião; Arquitetônicos; Interiores; Casa Completa; Projeto de Prevenção e Combate a Incêndio e Pânico; entre outros. A empresa foi criada e é mantida pela iniciativa empreendedora dos estudantes dos cursos de Arquitetura e Urbanismo, Engenharia Civil, Engenharia Elétrica e Engenharia Ambiental e Sanitária, tendo os professores trabalhando na orientação de todos os serviços.
O vice-presidente da Porte, Thiago Squizzatto, ressalta que a empresa tem como objetivo transformar o Brasil e, em especial, a comunidade local. “Acredito que participar de um projeto como o que foi realizado em Bias Fortes, que tem um significado tão lindo, é de extrema importância e representa totalmente o que acreditamos. Desenvolvê-lo foi uma grande responsabilidade e desafio, mas tivemos como motivação o fato de transformar o sonho de uma comunidade em realidade, além da chance de possibilitar aos nossos membros a aplicação prática de conhecimentos que eles recebem dentro da Universidade.”
Outras informações: (32) 98702-8906 (whatsapp)