Nos últimos meses o corpo docente do campus Governador Valadares da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF-GV) tem sido reforçado por egressos da própria instituição que descobriram durante, ou até mesmo antes da graduação, que tinham o perfil adequado para seguirem a carreira acadêmica.

O caso mais recente é o do médico e agora professor efetivo da UFJF-GV, João Paulo Moreira Rigueira. Egresso da terceira turma de Medicina, João retornou à universidade 15 meses após a colação de grau para tornar-se membro do departamento do curso pelo qual se formou.

João Paulo colou grau em agosto de 2019 (Foto: Arquivo UFJF-GV)

No dia 24 de novembro, ao tomar posse, João ressaltou que a docência sempre esteve em seus planos. “ Ser professor foi algo que eu quis muito antes de ser médico. Sempre tive interesse em docência e em ser professor universitário. Era um desejo que eu tinha e que acabou se realizando até antes do que eu imaginava”, destacou o médico que já trabalhou no Centro de Controle de Infecção Hospitalar e atuou como plantonista no pronto socorro adulto do Hospital Municipal de Governador Valadares.

Mariana participava ativamente dos eventos acadêmicos. Em 2016, apresentou um trabalho na Mostra de Extensão (Foto: Arquivo UFJF-GV)

A experiência de lecionar nas salas de aula em que foi estudante tem sido marcante para a egressa do curso de Farmácia da UFJF-GV, Mariana de Almeida Rosa Rezende. Aprovada como professora substituta para o departamento de Farmácia, Mariana foi aproveitada pelo departamento de Ciências Básicas da Vida para ministrar três disciplinas: Farmacologia para Nutrição; Farmacologia I da Medicina e Farmacologia I e II da Odontologia. “A experiência de lecionar nas mesmas salas em que um dia fui aluna é fantástica! Muitos alunos possuem praticamente a mesma idade que eu (alguns até mais velhos), mas o respeito e a dedicação deles reforçam o quanto a UFJF-GV forma profissionais humanos, respeitosos e competentes. A ansiedade de trabalhar com as primeiras turmas logo foi amenizada pela recepção dos colegas de departamento e alunos. O quanto aprendo com esse ofício é imensurável, o processo de aprendizagem é mútuo”, destacou Mariana, formada em janeira de 2019 e contratada em março de 2020.

Atualmente, Mariana concilia as atividades de professora com as pesquisas que realiza como mestranda do Programa de Pós-graduação em Ciências Aplicadas à Saúde, também na UFJF-GV. “Sou apaixonada por essa universidade. Fazer parte dela como ex-aluna de graduação, aluna de mestrado e professora substituta é uma honra”.

Atualmente, Jéssica é colega de instituto dos professores Ângelo Denadai e Juliana Carini (Foto: Arquivo UFJF-GV)

Colega de Mariana desde os tempos não tão longínquos da graduação, Jéssica Aline Soares traçou um caminho parecido. Formada em julho de 2019, a egressa do curso de Farmácia foi contratada como professora substituta em janeiro de 2020. Desde então, ministra disciplinas nas áreas de Farmácia Clínica e Assistência Farmacêutica. “A experiência está sendo muito desafiadora devido ao contexto de pandemia e ERE, mas também está sendo gratificante e de muito aprendizado. A certeza e o propósito de ser professora e estar nessa carreira está muito bem evidenciado para mim. É uma honra estar como colega de trabalho de professoras e professores que tanto admiro. A UFJF-GV é esse meu lugar de construção e desconstrução como pessoa, farmacêutica e professora”, destacou Jéssica.

Orientações para graduandos que pretendem seguir a carreira acadêmica

De acordo com Mariana e Jéssica, os estudantes de graduação que desejem seguir a carreira acadêmica devem se envolver em grupos de estudos, treinamentos profissionais e projetos de iniciação científica dentro da própria universidade. “Acho que o primeiro conselho que daria é se envolver em projetos, monitorias e atividades que envolvam habilidades de comunicação com pessoas e que iniciem a formação da carreira acadêmica, como projetos de iniciação científica. Também é muito importante pensar numa formação pedagógica, bem como em um mestrado/doutorado”, orientou Jéssica.

Mariana, por sua vez, ressalta que os interessados pela docência devem estar sempre dispostos a aprender. “Um professor é um eterno estudante. Como estudante, temos sempre que nos dedicar ao máximo e buscar uma constante atualização do conhecimento. Quem pretende seguir a carreira acadêmica pode iniciar esse processo através de participação em projetos e monitorias, buscando por eventos, realizando networkig e buscando as áreas pelas quais possui maior afinidade. Nunca é cedo ou tarde para começar, o importante é ter uma meta e se dedicar para alcançá-la”.