Um debate sobre tratamento e prevenção de doenças através de práticas como homeopatia, antroposofia, acupuntura e fitoterapia marcou, nesta sexta, 3, o segundo dia do II Encontro de Práticas Integrativas e Complementares na saúde pública, que acontece até este sábado, 4, no anfiteatro das Pró-Reitorias, na UFJF. Desta vez, o tema foi a aplicação em casos de infecções respiratórias agudas.
A mesa contou com a presença de Adriana Bisaggio, médica homeopata do Departamento de Práticas Integrativas e Complementares da Prefeitura de Juiz de Fora; Lúcia Piúma, médica acupunturista; Fernando Abrão, médico antroposófico, e Marcelo Silvério, vice-diretor da Faculdade de Farmácia.
A grande diferença de práticas não convencionais em saúde é que elas focam mais no paciente do que na doença. Fatores como hábitos alimentares e culturais também são levados em consideração na hora do diagnóstico. Para Abrão, “a antroposofia, apesar de parecer elitista, aproxima o médico da cultura popular”.
Silvério, por sua vez, aponta uma vantagem da produção de medicamentos fitoterápicos relacionada ao baixo custo de produção, permitindo maior acesso da população. “Outro reflexo econômico dos fitoterápicos é o estimulo a outros setores produtivos, como a agricultura familiar que cultiva plantas medicinais. Esses produtos são usados desde a antiguidade, mas por causa da industrialização esqueceu-se deles”, diz.
Ana Paula Dias é aluna de enfermagem, faz parte do grupo de pesquisa e enxerga no encontro uma oportunidade de esclarecimento: “Vivemos dentro de um modelo biomédico fechado; a gente encontra muita resistência, quando se fala em acupuntura, fitoterapia e outras práticas não convencionais. O evento possibilita uma abertura para que, na academia, sejam debatidas essas práticas, de forma a mostrar para as pessoas que existem estudos científicos que comprovam a eficácia no tratamento, na prevenção e na promoção da saúde.”
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