A intermidialidade é um fenômeno das relações entre mídias, processos e sistemas de linguagem. O evento é uma iniciativa do grupo Iconicity Research, coordenado por João Queiroz, docente da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). O tema, que faz parte dos interesses de pesquisa do grupo, será abordado sob o olhar de artistas criativos. O evento acontece de 23 a 27 de novembro e será aberto ao público com transmissão online feita pelo YouTube.
Segundo o pesquisador, a ideia de organizar a atividade com a perspectiva de artistas que trabalham com intermidialidade é a exibição de um problema e um fenômeno bem definido. A discussão pretende abarcar a exploração criativa e a investigação do tema. “Desde 2014, nós realizamos ao menos um evento por ano sobre o tema. Este ano decidimos fazer um evento com foco em artistas criativos. Com exceção de dois convidados que atuam em domínios mais teóricos, os outros são todos artistas e compositores”, diz Queiroz.
Campo interdisciplinar
A intermidialidade enquanto conceito tem a ver com as interações entre sistemas e processos. De acordo com a tradição – filosófica, artística, científica – que percebe essas relações como distintas. A intermidialidade é observada como interdisciplinar, com as artes, obras e processos artísticos, por exemplo. Em um formato de justaposição ou transposição entre dois ou mais elementos midiáticos.
“Pense em casos historicamente importantes ou gêneros conhecidos. Uma performance, uma ópera, um livro ilustrado, os primeiros experimentos de Braque e Picasso com colagens de jornais. Também na música de Tom Zé, que incorpora com frequência materiais muito estranhos ou exógenos. Para o professor Claus Cluver, que esteve como convidado na UFJF em 2014, e é um dos principais fundadores da área: ‘Intermidialidade diz respeito não só àquilo que nós designamos ainda amplamente como artes (…), mas também às mídias e seus textos’. O autor está usando mídia em um sentido vasto”, explica o docente. Para se referir às relações, o pesquisador compreende mídia em vários formatos de referência. A mídia pode ser impressa, televisiva, do rádio, do cinema. Além do vídeo, as mídias eletrônicas e digitais que surgiram nos últimos anos, afirma João Queiroz.
O evento realizado pelo grupo, com apoio do Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCom), conta com a participação de artistas de vários segmentos, compositores, poetas, produtores culturais, músicos, críticos e curadores. A atividade reúne docentes e artistas ligados à UFJF e de instituições do exterior. Veja a programação completa acessando o link.
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