Os trabalhos selecionados de artistas que atenderam ao chamado público da Pró-reitoria de Cultura (Procult), da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), para uma reflexão artístico-visual sobre o período da pandemia podem ser conhecidos agora no vídeo da exposição “Fissuras do Tempo”. Em decorrência das medidas de distanciamento social e controle da Covid-19, a Mostra, instalada na Galeria Espaço Reitoria, no Campus da UFJF, que permanece sem atividades presenciais, será a princípio visitada apenas virtualmente.

Todas as obras reunidas foram produzidas durante a quarentena com exclusividade para a exposição. São óleos sobre tela, fotografias, colagens, desenhos, técnica mista e escultura. Entre os 34 artistas selecionados, estão nomes já reconhecidos e novos e jovens artistas de talento, alguns dos quais participam com até três obras. A qualidade e a diversidade dos trabalhos produzidos chamaram a atenção da pró-reitora Valéria Faria e apontam para a multiplicidade de expressões do campo artístico-visual juiz-forano, proporcionando um bom panorama da arte produzida atualmente na cidade.

https://www.youtube.com/watch?v=1MGPj8bBRwI

As obras traduzem o sentimento e a forma como cada artista está vivenciando o isolamento social e interpretando os conflitos e dramas íntimos e sociais provocados pela vida durante a pandemia ao longo dos últimos meses. A motivação ou inspiração para desenvolver cada trabalho pode ser a superexposição ao noticiário, como em “Eu Monocromático”, de Aline Dornelas, que utiliza recortes de jornais; o confinamento e todo o seu repertório de medo, solidão e tristeza, como nos trabalhos de Daniel Cenachi (Monophobia), Fabrício Silveira (Cá Dentro) e Isabela Castro (Corpo Ausente), dentre outros; ou as mudanças de relação com o tempo, como na composição fotográfica de Nina Mello (Entre Tempos), em que imagens feitas ao longo de 22 dias de pandemia, costuradas num tecido, “alinhavam o tempo”.

A crítica social permeia obras como “Era só uma Gripezinha”, de Paulo Soares, e “Assuntos neoliberais sem serifa”, de Pedro Carcereri, que mira o “sistema neoliberal que ignora a vida”. Perspectivas mais otimistas em meio às incertezas de dias sombrios também estão presentes em Fissuras do Tempo, como na obra “Reconexão”, de Luis Amorim, que aposta na superação desse momento difícil, e na série fotográfica de Tiago Wierman (Ser Humano em Construção), que ilumina o congraçamento possibilitado pela solidariedade.

Artistas
Ada Medeiros, Aline Dornelas, Ângelo Abreu, Bárbara Almeida, Cendretti, Clara Americano, Cipriano, Daniel Cenachi, E. Silva , Fabrício Silveira, Fernanda Cruzick, Flávia Rosa, Frederico Merij, Gilberto Medeiros, Irene Barros, Isabela Castro, Ismael Honório, Izabel Mano, João Jacob, Luciana, Luiz Amorim, Marcos Amato, Maria Aguiar, Natane Castro, Nina Mello, Paula Duarte, Paulo Soares, Pedro Carcereri, Ramón Brandão, Sandra Sato, Sergio Sabo, Tais Marcato, Tata Rocha, Thiago Wierman

Outras informações
cultura.ufjf@gmail.com