Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Cidade

Data: 28/03/2020

Link: https://tribunademinas.com.br/noticias/cidade/28-03-2020/producao-de-mascaras-de-tecido-cresce-em-juiz-de-fora.html

Título: “Produção de máscaras de tecido cresce em Juiz de Fora”

Em combate ao coronavírus, costureiras e empresas de confecção mudam suas rotinas para atender necessidade das pessoas em geral

Com uma máquina de costura e a ajuda da filha, a costureira Joyce Diniz, 48 anos, colocou a mão na massa para produzir máscaras de tecido e, assim, ajudar no combate ao novo coronavírus (Covid-19). No início, ela começou a confeccionar para a própria família, mas logo recebeu encomendas de pessoas que não encontravam o equipamento para comprar.

“Vi que o negócio estava grave quando o dono de uma farmácia encomendou uma centena. Eu faço um preço acessível e, para quem não pode comprar, estou doando. A renda que ganhamos, guardo para doar para conhecidos que precisam”, conta a costureira, que diz que, enquanto tiver material, continuará produzindo. A dupla consegue confeccionar cerca de 40 a 50 peças por dia, trabalhando em tempo integral. As máscaras são feitas com tecido 100% algodão, que tolera altas temperaturas ao passar a ferro.

Como uma forma de distração aliada à solidariedade, a moradora do bairro Grama, Luizinha Ambrósio Ferreira, de 87 anos, também está costurando máscaras para a família e vizinhos. Suas peças são feitas de TNT grosso, que podem ser lavadas com água e sabão. Já Patrícia Ribeiro optou por investir em máscaras coloridas, fashion, dupla face, feitas com tecidos estampados 100% algodão. “O sucesso foi imediato, já estou na terceira remessa”, diz, aceitando encomendas pelo cel.: (32) 98429-4180.

Enquanto isso, no Centro de Juiz de Fora, uma empresa mudou sua rotina também com o intuito de produzir o equipamento, de forma a abastecer o mercado, enquanto as máscaras profissionais são reservadas a equipes de saúde. “A pedido do Ministério da Saúde, estamos buscando outras alternativas de materiais, como as de tecido 100% algodão. Optamos por trabalhar com um preço justo, sem cobrar a mais por causa da demanda”, conta a proprietária da loja Lila Maria Uniformes Profissionais, Raquel Sousa. As encomendas podem ser feitas pelo cel.: (32) 98852-7132.

Após a compra, os clientes recebem recomendações de cuidados que devem ser tomados durante a utilização do produto. O primeiro passo é lavar a máscara com sabão neutro e passar a ferro antes de utilizá-la. Ao utilizar, evite ajustar a máscara na rua e, ao chegar em casa, lave bem as mãos antes de retirá-la. Após o uso, a máscara de tecido deve ser lavada seguindo o mesmo processo. A recomendação é que o item seja utilizado por até duas horas e trocado após esse período.

Para suprir setores necessitados

A empresa juizforana Chico Rei também iniciou a produção de máscaras de tecido, mas com o propósito de distribuir gratuitamente a setores necessitados. A ideia surgiu em conjunto com os diretores da Penitenciária Ariosvaldo Campos Pires onde, desde o final do ano passado, a empresa iniciou um projeto profissionalizante ao criar um sistema de produção de camisetas, ensinando o ofício e contratando profissionais. É esse espaço, onde já foi iniciada a confecção das máscaras, que será o primeiro a utilizá-las.

“Começamos com o sistema prisional do Estado de Minas Gerais, partindo de Juiz de Fora, e temos pedidos de outras cidades. Também entregamos para o Demlurb (Departamento Municipal de Limpeza Urbana de Juiz de Fora). Desde que anunciamos que estamos fazendo essa produção, recebemos muitos pedidos de outros locais. Começamos com 600 máscaras por dia, mas pretendendo chegar a quase mil por dia”, explica o diretor da empresa, Bruno Imbrizi.

As máscaras de tecido são eficazes?

De acordo com a Nota Técnica 4/2020 divulgada pela Anvisa no último sábado (21), as máscaras de tecido não são recomendadas como proteção contra o coronavírus, sobretudo a profissionais de saúde e pacientes com sintomas de infecção respiratória (febre, tosse espirros, dificuldade para respirar). Nesses casos, o mais seguro é o uso de máscaras cirúrgicas, que possuem capacidade de filtragem e são descartáveis. Porém, as máscaras de tecido podem ser usadas para evitar a transmissão do vírus, segundo o infectologista do Hospital Universitário da UFJF, Rodrigo Souza.

“Para utilização do público em geral, uma máscara artesanal tem a função de evitar transmitir o vírus para outra pessoa. Caso a pessoa esteja infectada, mas não apresente sintomas, usar a máscara pode dificultar que sejam soltas gotículas durante a respiração. Mas para proteção contra o vírus, não tem eficácia”, explica.

O médico adverte que é preciso tomar cuidado para que a própria máscara não seja contaminada por outra pessoa, que não esteja utilizando uma máscara, e que solte gotículas no ambiente enquanto conversa, por exemplo. Para que isso seja evitado, é necessário haver uma distância segura entre as pessoas.

Os cuidados também devem ser tomados durante a produção desse equipamento, pois, sem garantias do processo de fabricação, a máscara já pode vir contaminada. “É preciso muito cuidado, pois a produção precisa ter várias regras, com assepsia das mãos e utilização de máscaras durante a fabricação artesanal. O ideal é que seja feita uma lavagem da máscara antes da utilização.”

Apenas o uso de qualquer máscara não é suficiente para proteção contra a Covid-19, sendo essenciais medidas de higiene, como lavar bem as mãos ou utilizar álcool em gel 70%. Também é necessário evitar aglomeração de pessoas e seguir a etiqueta respiratória, de cobrir a boca e o nariz com o cotovelo flexionado ou lenço ao tossir ou espirrar.

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Veículo: Blog do Lúcio Sorge

Editoria: Política

Data: 28/03/2020

Link: https://www.blogdoluciosorge.com.br/acao-de-bolsonaro-diferencia-gripe-espanhola-da-pandemia-atual/

Título: “Ação de Bolsonaro diferencia gripe espanhola da pandemia atual”

A gripe espanhola matou em torno de 35 mil pessoas ao longo desses três anos no Brasil

Pelos registros da história, o Brasil nunca enfrentou pandemias tão fortes como a gripe espanhola (de 1918 a 1920), e a atual, causada pelo novo coronavírus.

A gripe espanhola matou em torno de 35 mil pessoas ao longo desses três anos no Brasil. Só na cidade de São Paulo, morreram cerca de 5.300.

Pouco mais de um mês depois do primeiro diagnóstico da Covid-19, já foram registradas 92 mortes no Brasil, de acordo com dados desta sexta (27) do Ministério da Saúde. Existem 3.417 casos diagnosticados até este momento.

João Gabbardo dos Reis, secretário-executivo do ministério, evita fazer projeções, mas afirmou na quinta-feira (26) que serão “30 dias muito difíceis” pela frente.

Embora o país tenha hoje mais condições técnicas de enfrentar uma pandemia do que um século atrás, ambas são crises de efeitos devastadores. No entanto, historiadores ouvidos pela reportagem apontam uma diferença principal.

Segundo eles, os três políticos que passaram pela Presidência nos anos de gripe espanhola agiam em consonância com a equipe federal de saúde pública e, de modo geral, guiavam as decisões a partir de critérios científicos.

Não é o que acontece hoje com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que tem minimizado continuamente os impactos da Covid-19.

Wenceslau Braz governou até novembro de 1918; Delfim Moreira foi até julho de 1919; e Epitácio Pessoa comandou o país até novembro de 1922.

Coube a Braz administrar a fase mais aguda da crise. O Rio, então capital do país, parou, com fechamento de lojas, fábricas, escolas e quartéis.

O presidente mineiro delegou ao sanitarista Carlos Chagas o combate à epidemia. Braz confiou em Chagas.

Ao assumir o governo, Moreira seguiu as diretrizes implantadas pelo antecessor.

“A novidade nessa crise atual é a negação por parte do presidente daquilo que é praticamente consenso entre os especialistas em saúde pública”, diz o historiador Pietro Sant’Anna, que estuda a Primeira República (1889 a 1930).

Cláudia Viscardi, professora de história da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), concorda que é nítida a diferença da ação do chefe do Executivo nos dois momentos.

“Wenceslau Braz acatava, sim, as condutas de Carlos Chagas”, lembra Viscardi.

Gisele Sanglard, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), endossa a avaliação. Ela cita o caso do norte da Itália como um alerta.

“O prefeito de Milão lançou no fim de fevereiro a campanha para a cidade não parar, vejam o que aconteceu”, afirma. Na quinta (26), a cidade do registrava quase 4.500 mortes.

Os historiadores também põem lado a lado 2020 e 1904 ao comentar grandes campanhas na área de saúde pública.

Naquele ano, o Rio se inflamou com a imunização compulsória contra a varíola, doença que matou cerca de 3.500 pessoas na então capital do país. Era a Revolta da Vacina.

Ocorreram motins contra a campanha de Oswaldo Cruz, um dos homens fortes do presidente Rodrigues Alves.

De lá pra cá, nunca houve uma reação, de fato, ostensiva diante de uma ação que tivesse o aval dos principais especialistas em epidemias.

Agora, porém, as ruas voltaram a reclamar de modo eloquente contra medidas sanitárias –por ora, sem a violência vista no Rio em 1904.

Carreatas pela reabertura do comércio ocorreram nesta sexta (27) e outras estão previstas para este fim de semana em capitais e no interior.

Jair Bolsonaro se opõe às medidas de isolamento social adotadas por governadores e prefeitos pelo país.

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Veículo: Portal do Holanda

Editoria: Política

Data: 28/03/2020

Link: https://www.portaldoholanda.com/variedades/acao-de-bolsonaro-diferencia-gripe-espanhola-da-pandemia-atual

Título: “Ação de Bolsonaro diferencia gripe espanhola da pandemia atual”

Pelos registros da história, o Brasil nunca enfrentou pandemias tão fortes como a gripe espanhola (de 1918 a 1920), e a atual, causada pelo novo coronavírus.

A gripe espanhola matou em torno de 35 mil pessoas ao longo desses três anos no Brasil. Só na cidade de São Paulo, morreram cerca de 5.300.

Pouco mais de um mês depois do primeiro diagnóstico da Covid-19, já foram registradas 92 mortes no Brasil, de acordo com dados desta sexta (27) do Ministério da Saúde. Existem 3.417 casos diagnosticados até este momento.

João Gabbardo dos Reis, secretário-executivo do ministério, evita fazer projeções, mas afirmou na quinta-feira (26) que serão “30 dias muito difíceis” pela frente.

Embora o país tenha hoje mais condições técnicas de enfrentar uma pandemia do que um século atrás, ambas são crises de efeitos devastadores. No entanto, historiadores ouvidos pela reportagem apontam uma diferença principal.

Segundo eles, os três políticos que passaram pela Presidência nos anos de gripe espanhola agiam em consonância com a equipe federal de saúde pública e, de modo geral, guiavam as decisões a partir de critérios científicos.

Não é o que acontece hoje com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que tem minimizado continuamente os impactos da Covid-19.

Wenceslau Braz governou até novembro de 1918; Delfim Moreira foi até julho de 1919; e Epitácio Pessoa comandou o país até novembro de 1922.

Coube a Braz administrar a fase mais aguda da crise. O Rio, então capital do país, parou, com fechamento de lojas, fábricas, escolas e quartéis.

O presidente mineiro delegou ao sanitarista Carlos Chagas o combate à epidemia. Braz confiou em Chagas.

Ao assumir o governo, Moreira seguiu as diretrizes implantadas pelo antecessor.

“A novidade nessa crise atual é a negação por parte do presidente daquilo que é praticamente consenso entre os especialistas em saúde pública”, diz o historiador Pietro Sant’Anna, que estuda a Primeira República (1889 a 1930).

Cláudia Viscardi, professora de história da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), concorda que é nítida a diferença da ação do chefe do Executivo nos dois momentos.

“Wenceslau Braz acatava, sim, as condutas de Carlos Chagas”, lembra Viscardi.

Gisele Sanglard, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), endossa a avaliação. Ela cita o caso do norte da Itália como um alerta.

“O prefeito de Milão lançou no fim de fevereiro a campanha para a cidade não parar, vejam o que aconteceu”, afirma. Na quinta (26), a cidade do registrava quase 4.500 mortes.

Os historiadores também põem lado a lado 2020 e 1904 ao comentar grandes campanhas na área de saúde pública.

Naquele ano, o Rio se inflamou com a imunização compulsória contra a varíola, doença que matou cerca de 3.500 pessoas na então capital do país. Era a Revolta da Vacina.

Ocorreram motins contra a campanha de Oswaldo Cruz, um dos homens fortes do presidente Rodrigues Alves.

De lá pra cá, nunca houve uma reação, de fato, ostensiva diante de uma ação que tivesse o aval dos principais especialistas em epidemias.

Agora, porém, as ruas voltaram a reclamar de modo eloquente contra medidas sanitárias –por ora, sem a violência vista no Rio em 1904.

Carreatas pela reabertura do comércio ocorreram nesta sexta (27) e outras estão previstas para este fim de semana em capitais e no interior.

Jair Bolsonaro se opõe às medidas de isolamento social adotadas por governadores e prefeitos pelo país.

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Veículo: Política Livre

Editoria: Política

Data: 28/03/2020

Link: https://politicalivre.com.br/2020/03/acao-do-presidente-diferencia-gripe-espanhola-da-pandemia-atual/

Título: “Ação de Bolsonaro diferencia gripe espanhola da pandemia atual”

Pelos registros da história, o Brasil nunca enfrentou pandemias tão fortes como a gripe espanhola (de 1918 a 1920), e a atual, causada pelo novo coronavírus.

A gripe espanhola matou em torno de 35 mil pessoas ao longo desses três anos no Brasil. Só na cidade de São Paulo, morreram cerca de 5.300.

Pouco mais de um mês depois do primeiro diagnóstico da Covid-19, já foram registradas 92 mortes no Brasil, de acordo com dados desta sexta (27) do Ministério da Saúde. Existem 3.417 casos diagnosticados até este momento.

João Gabbardo dos Reis, secretário-executivo do ministério, evita fazer projeções, mas afirmou na quinta-feira (26) que serão “30 dias muito difíceis” pela frente.

Embora o país tenha hoje mais condições técnicas de enfrentar uma pandemia do que um século atrás, ambas são crises de efeitos devastadores. No entanto, historiadores ouvidos pela reportagem apontam uma diferença principal.

Segundo eles, os três políticos que passaram pela Presidência nos anos de gripe espanhola agiam em consonância com a equipe federal de saúde pública e, de modo geral, guiavam as decisões a partir de critérios científicos.

Não é o que acontece hoje com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que tem minimizado continuamente os impactos da Covid-19.

Wenceslau Braz governou até novembro de 1918; Delfim Moreira foi até julho de 1919; e Epitácio Pessoa comandou o país até novembro de 1922.

Coube a Braz administrar a fase mais aguda da crise. O Rio, então capital do país, parou, com fechamento de lojas, fábricas, escolas e quartéis.

O presidente mineiro delegou ao sanitarista Carlos Chagas o combate à epidemia. Braz confiou em Chagas.

Ao assumir o governo, Moreira seguiu as diretrizes implantadas pelo antecessor.

“A novidade nessa crise atual é a negação por parte do presidente daquilo que é praticamente consenso entre os especialistas em saúde pública”, diz o historiador Pietro Sant’Anna, que estuda a Primeira República (1889 a 1930).

Cláudia Viscardi, professora de história da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), concorda que é nítida a diferença da ação do chefe do Executivo nos dois momentos.

“Wenceslau Braz acatava, sim, as condutas de Carlos Chagas”, lembra Viscardi.

Gisele Sanglard, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), endossa a avaliação. Ela cita o caso do norte da Itália como um alerta.

“O prefeito de Milão lançou no fim de fevereiro a campanha para a cidade não parar, vejam o que aconteceu”, afirma. Na quinta (26), a cidade do registrava quase 4.500 mortes.

Os historiadores também põem lado a lado 2020 e 1904 ao comentar grandes campanhas na área de saúde pública.

Naquele ano, o Rio se inflamou com a imunização compulsória contra a varíola, doença que matou cerca de 3.500 pessoas na então capital do país. Era a Revolta da Vacina.

Ocorreram motins contra a campanha de Oswaldo Cruz, um dos homens fortes do presidente Rodrigues Alves.

De lá pra cá, nunca houve uma reação, de fato, ostensiva diante de uma ação que tivesse o aval dos principais especialistas em epidemias.

Agora, porém, as ruas voltaram a reclamar de modo eloquente contra medidas sanitárias –por ora, sem a violência vista no Rio em 1904.

Carreatas pela reabertura do comércio ocorreram nesta sexta (27) e outras estão previstas para este fim de semana em capitais e no interior.

Jair Bolsonaro se opõe às medidas de isolamento social adotadas por governadores e prefeitos pelo país.

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Veículo: Midia News

Editoria: Política

Data: 28/03/2020

Link: https://www.midianews.com.br/conteudo.php?sid=1&cid=372885

Título: “Ação de Bolsonaro diferencia gripe espanhola da pandemia atual”

A gripe espanhola matou em torno de 35 mil pessoas ao longo desses três anos no Brasil

Pelos registros da história, o Brasil nunca enfrentou pandemias tão fortes como a gripe espanhola (de 1918 a 1920), e a atual, causada pelo novo coronavírus.

A gripe espanhola matou em torno de 35 mil pessoas ao longo desses três anos no Brasil. Só na cidade de São Paulo, morreram cerca de 5.300.

Pouco mais de um mês depois do primeiro diagnóstico da Covid-19, já foram registradas 92 mortes no Brasil, de acordo com dados desta sexta (27) do Ministério da Saúde. Existem 3.417 casos diagnosticados até este momento.

João Gabbardo dos Reis, secretário-executivo do ministério, evita fazer projeções, mas afirmou na quinta-feira (26) que serão “30 dias muito difíceis” pela frente.

Embora o país tenha hoje mais condições técnicas de enfrentar uma pandemia do que um século atrás, ambas são crises de efeitos devastadores. No entanto, historiadores ouvidos pela reportagem apontam uma diferença principal.

Segundo eles, os três políticos que passaram pela Presidência nos anos de gripe espanhola agiam em consonância com a equipe federal de saúde pública e, de modo geral, guiavam as decisões a partir de critérios científicos.

Não é o que acontece hoje com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que tem minimizado continuamente os impactos da Covid-19.

Wenceslau Braz governou até novembro de 1918; Delfim Moreira foi até julho de 1919; e Epitácio Pessoa comandou o país até novembro de 1922.

Coube a Braz administrar a fase mais aguda da crise. O Rio, então capital do país, parou, com fechamento de lojas, fábricas, escolas e quartéis.

O presidente mineiro delegou ao sanitarista Carlos Chagas o combate à epidemia. Braz confiou em Chagas.

Ao assumir o governo, Moreira seguiu as diretrizes implantadas pelo antecessor.

“A novidade nessa crise atual é a negação por parte do presidente daquilo que é praticamente consenso entre os especialistas em saúde pública”, diz o historiador Pietro Sant’Anna, que estuda a Primeira República (1889 a 1930).

Cláudia Viscardi, professora de história da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), concorda que é nítida a diferença da ação do chefe do Executivo nos dois momentos.

“Wenceslau Braz acatava, sim, as condutas de Carlos Chagas”, lembra Viscardi.

Gisele Sanglard, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), endossa a avaliação. Ela cita o caso do norte da Itália como um alerta.

“O prefeito de Milão lançou no fim de fevereiro a campanha para a cidade não parar, vejam o que aconteceu”, afirma. Na quinta (26), a cidade do registrava quase 4.500 mortes.

Os historiadores também põem lado a lado 2020 e 1904 ao comentar grandes campanhas na área de saúde pública.

Naquele ano, o Rio se inflamou com a imunização compulsória contra a varíola, doença que matou cerca de 3.500 pessoas na então capital do país. Era a Revolta da Vacina.

Ocorreram motins contra a campanha de Oswaldo Cruz, um dos homens fortes do presidente Rodrigues Alves.

De lá pra cá, nunca houve uma reação, de fato, ostensiva diante de uma ação que tivesse o aval dos principais especialistas em epidemias.

Agora, porém, as ruas voltaram a reclamar de modo eloquente contra medidas sanitárias –por ora, sem a violência vista no Rio em 1904.

Carreatas pela reabertura do comércio ocorreram nesta sexta (27) e outras estão previstas para este fim de semana em capitais e no interior.

Jair Bolsonaro se opõe às medidas de isolamento social adotadas por governadores e prefeitos pelo país.

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Veículo: Yahoo Esportes

Editoria: Política

Data: 28/03/2020

Link: https://esportes.yahoo.com/noticias/a%C3%A7%C3%A3o-bolsonaro-diferencia-gripe-espanhola-113500622.html?src=rss

Título: “Ação de Bolsonaro diferencia gripe espanhola da pandemia atual”

Pelos registros da história, o Brasil nunca enfrentou pandemias tão fortes como a gripe espanhola (de 1918 a 1920), e a atual, causada pelo novo coronavírus.

A gripe espanhola matou em torno de 35 mil pessoas ao longo desses três anos no Brasil. Só na cidade de São Paulo, morreram cerca de 5.300.

Pouco mais de um mês depois do primeiro diagnóstico da Covid-19, já foram registradas 92 mortes no Brasil, de acordo com dados desta sexta (27) do Ministério da Saúde. Existem 3.417 casos diagnosticados até este momento.

João Gabbardo dos Reis, secretário-executivo do ministério, evita fazer projeções, mas afirmou na quinta-feira (26) que serão “30 dias muito difíceis” pela frente.

Embora o país tenha hoje mais condições técnicas de enfrentar uma pandemia do que um século atrás, ambas são crises de efeitos devastadores. No entanto, historiadores ouvidos pela reportagem apontam uma diferença principal.

Segundo eles, os três políticos que passaram pela Presidência nos anos de gripe espanhola agiam em consonância com a equipe federal de saúde pública e, de modo geral, guiavam as decisões a partir de critérios científicos.

Não é o que acontece hoje com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que tem minimizado continuamente os impactos da Covid-19.

Wenceslau Braz governou até novembro de 1918; Delfim Moreira foi até julho de 1919; e Epitácio Pessoa comandou o país até novembro de 1922.

Coube a Braz administrar a fase mais aguda da crise. O Rio, então capital do país, parou, com fechamento de lojas, fábricas, escolas e quartéis.

O presidente mineiro delegou ao sanitarista Carlos Chagas o combate à epidemia. Braz confiou em Chagas.

Ao assumir o governo, Moreira seguiu as diretrizes implantadas pelo antecessor.

“A novidade nessa crise atual é a negação por parte do presidente daquilo que é praticamente consenso entre os especialistas em saúde pública”, diz o historiador Pietro Sant’Anna, que estuda a Primeira República (1889 a 1930).

Cláudia Viscardi, professora de história da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), concorda que é nítida a diferença da ação do chefe do Executivo nos dois momentos.

“Wenceslau Braz acatava, sim, as condutas de Carlos Chagas”, lembra Viscardi.

Gisele Sanglard, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), endossa a avaliação. Ela cita o caso do norte da Itália como um alerta.

“O prefeito de Milão lançou no fim de fevereiro a campanha para a cidade não parar, vejam o que aconteceu”, afirma. Na quinta (26), a cidade do registrava quase 4.500 mortes.

Os historiadores também põem lado a lado 2020 e 1904 ao comentar grandes campanhas na área de saúde pública.

Naquele ano, o Rio se inflamou com a imunização compulsória contra a varíola, doença que matou cerca de 3.500 pessoas na então capital do país. Era a Revolta da Vacina.

Ocorreram motins contra a campanha de Oswaldo Cruz, um dos homens fortes do presidente Rodrigues Alves.

De lá pra cá, nunca houve uma reação, de fato, ostensiva diante de uma ação que tivesse o aval dos principais especialistas em epidemias.

Agora, porém, as ruas voltaram a reclamar de modo eloquente contra medidas sanitárias –por ora, sem a violência vista no Rio em 1904.

Carreatas pela reabertura do comércio ocorreram nesta sexta (27) e outras estão previstas para este fim de semana em capitais e no interior.

Jair Bolsonaro se opõe às medidas de isolamento social adotadas por governadores e prefeitos pelo país.

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Veículo: Folha PE

Editoria: Política

Data: 28/03/2020

Link: https://www.folhape.com.br/politica/politica/coronavirus/2020/03/28/NWS,135221,7,1682,POLITICA,2193-ACAO-BOLSONARO-DIFERENCIA-GRIPE-ESPANHOLA-PANDEMIA-ATUAL.aspx

Título: “Ação de Bolsonaro diferencia gripe espanhola da pandemia atual”

A gripe espanhola matou em torno de 35 mil pessoas ao longo desses três anos no Brasil

Pelos registros da história, o Brasil nunca enfrentou pandemias tão fortes como a gripe espanhola (de 1918 a 1920), e a atual, causada pelo novo coronavírus.

A gripe espanhola matou em torno de 35 mil pessoas ao longo desses três anos no Brasil. Só na cidade de São Paulo, morreram cerca de 5.300.

Pouco mais de um mês depois do primeiro diagnóstico da Covid-19, já foram registradas 92 mortes no Brasil, de acordo com dados desta sexta (27) do Ministério da Saúde. Existem 3.417 casos diagnosticados até este momento.

João Gabbardo dos Reis, secretário-executivo do ministério, evita fazer projeções, mas afirmou na quinta-feira (26) que serão “30 dias muito difíceis” pela frente.

Embora o país tenha hoje mais condições técnicas de enfrentar uma pandemia do que um século atrás, ambas são crises de efeitos devastadores. No entanto, historiadores ouvidos pela reportagem apontam uma diferença principal.

Segundo eles, os três políticos que passaram pela Presidência nos anos de gripe espanhola agiam em consonância com a equipe federal de saúde pública e, de modo geral, guiavam as decisões a partir de critérios científicos.

Não é o que acontece hoje com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que tem minimizado continuamente os impactos da Covid-19.

Wenceslau Braz governou até novembro de 1918; Delfim Moreira foi até julho de 1919; e Epitácio Pessoa comandou o país até novembro de 1922.

Coube a Braz administrar a fase mais aguda da crise. O Rio, então capital do país, parou, com fechamento de lojas, fábricas, escolas e quartéis.

O presidente mineiro delegou ao sanitarista Carlos Chagas o combate à epidemia. Braz confiou em Chagas.

Ao assumir o governo, Moreira seguiu as diretrizes implantadas pelo antecessor.

“A novidade nessa crise atual é a negação por parte do presidente daquilo que é praticamente consenso entre os especialistas em saúde pública”, diz o historiador Pietro Sant’Anna, que estuda a Primeira República (1889 a 1930).

Cláudia Viscardi, professora de história da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), concorda que é nítida a diferença da ação do chefe do Executivo nos dois momentos.

“Wenceslau Braz acatava, sim, as condutas de Carlos Chagas”, lembra Viscardi.

Gisele Sanglard, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), endossa a avaliação. Ela cita o caso do norte da Itália como um alerta.

“O prefeito de Milão lançou no fim de fevereiro a campanha para a cidade não parar, vejam o que aconteceu”, afirma. Na quinta (26), a cidade do registrava quase 4.500 mortes.

Os historiadores também põem lado a lado 2020 e 1904 ao comentar grandes campanhas na área de saúde pública.

Naquele ano, o Rio se inflamou com a imunização compulsória contra a varíola, doença que matou cerca de 3.500 pessoas na então capital do país. Era a Revolta da Vacina.

Ocorreram motins contra a campanha de Oswaldo Cruz, um dos homens fortes do presidente Rodrigues Alves.

De lá pra cá, nunca houve uma reação, de fato, ostensiva diante de uma ação que tivesse o aval dos principais especialistas em epidemias.

Agora, porém, as ruas voltaram a reclamar de modo eloquente contra medidas sanitárias –por ora, sem a violência vista no Rio em 1904.

Carreatas pela reabertura do comércio ocorreram nesta sexta (27) e outras estão previstas para este fim de semana em capitais e no interior.

Jair Bolsonaro se opõe às medidas de isolamento social adotadas por governadores e prefeitos pelo país.

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Veículo: Folha de S. Paulo

Editoria: Política

Data: 28/03/2020

Link: https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/03/acao-do-presidente-diferencia-gripe-espanhola-da-pandemia-atual.shtml

Título: “Ação de Bolsonaro diferencia gripe espanhola da pandemia atual”

Segundo historiadores, os políticos que ocuparam a Presidência nos anos de gripe espanhola agiam de acordo com a equipe de saúde pública, diferente de Bolsonaro perante ao coronavírus

Pelos registros da história, o Brasil nunca enfrentou pandemias tão fortes como a gripe espanhola (de 1918 a 1920), e a atual, causada pelo novo coronavírus.

A gripe espanhola matou em torno de 35 mil pessoas ao longo desses três anos no Brasil. Só na cidade de São Paulo, morreram cerca de 5.300.

Pouco mais de um mês depois do primeiro diagnóstico da Covid-19, já foram registradas 92 mortes no Brasil, de acordo com dados desta sexta (27) do Ministério da Saúde. Existem 3.417 casos diagnosticados até este momento.

João Gabbardo dos Reis, secretário-executivo do ministério, evita fazer projeções, mas afirmou na quinta-feira (26) que serão “30 dias muito difíceis” pela frente.

Embora o país tenha hoje mais condições técnicas de enfrentar uma pandemia do que um século atrás, ambas são crises de efeitos devastadores. No entanto, historiadores ouvidos pela reportagem apontam uma diferença principal.

Segundo eles, os três políticos que passaram pela Presidência nos anos de gripe espanhola agiam em consonância com a equipe federal de saúde pública e, de modo geral, guiavam as decisões a partir de critérios científicos.

Não é o que acontece hoje com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que tem minimizado continuamente os impactos da Covid-19.

Wenceslau Braz governou até novembro de 1918; Delfim Moreira foi até julho de 1919; e Epitácio Pessoa comandou o país até novembro de 1922.

Coube a Braz administrar a fase mais aguda da crise. O Rio, então capital do país, parou, com fechamento de lojas, fábricas, escolas e quartéis.

O presidente mineiro delegou ao sanitarista Carlos Chagas o combate à epidemia. Braz confiou em Chagas.

Ao assumir o governo, Moreira seguiu as diretrizes implantadas pelo antecessor.

“A novidade nessa crise atual é a negação por parte do presidente daquilo que é praticamente consenso entre os especialistas em saúde pública”, diz o historiador Pietro Sant’Anna, que estuda a Primeira República (1889 a 1930).

Cláudia Viscardi, professora de história da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), concorda que é nítida a diferença da ação do chefe do Executivo nos dois momentos.

“Wenceslau Braz acatava, sim, as condutas de Carlos Chagas”, lembra Viscardi.

Gisele Sanglard, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), endossa a avaliação. Ela cita o caso do norte da Itália como um alerta.

“O prefeito de Milão lançou no fim de fevereiro a campanha para a cidade não parar, vejam o que aconteceu”, afirma. Na quinta (26), a cidade do registrava quase 4.500 mortes.

Os historiadores também põem lado a lado 2020 e 1904 ao comentar grandes campanhas na área de saúde pública.

Naquele ano, o Rio se inflamou com a imunização compulsória contra a varíola, doença que matou cerca de 3.500 pessoas na então capital do país. Era a Revolta da Vacina.

Ocorreram motins contra a campanha de Oswaldo Cruz, um dos homens fortes do presidente Rodrigues Alves.

De lá pra cá, nunca houve uma reação, de fato, ostensiva diante de uma ação que tivesse o aval dos principais especialistas em epidemias.

Agora, porém, as ruas voltaram a reclamar de modo eloquente contra medidas sanitárias –por ora, sem a violência vista no Rio em 1904.

Carreatas pela reabertura do comércio ocorreram nesta sexta (27) e outras estão previstas para este fim de semana em capitais e no interior.

Jair Bolsonaro se opõe às medidas de isolamento social adotadas por governadores e prefeitos pelo país.

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Veículo: Amazonas Atual

Editoria: Política

Data: 28/03/2020

Link: https://amazonasatual.com.br/acao-do-governo-no-coronavirus-difere-de-atitude-do-brasil-na-gripe-espanhola/

Título: “Ação do governo no coronavírus difere de atitude do Brasil na gripe espanhola”

Pelos registros da história, o Brasil nunca enfrentou pandemias tão fortes como a gripe espanhola (de 1918 a 1920), e a atual, causada pelo novo coronavírus. A gripe espanhola matou em torno de 35 mil pessoas ao longo desses três anos no Brasil. Só na cidade de São Paulo, morreram cerca de 5.300.

Pouco mais de um mês depois do primeiro diagnóstico da Covid-19, já foram registradas 92 mortes no Brasil, de acordo com dados desta sexta (27) do Ministério da Saúde. Existem 3.417 casos diagnosticados até este momento.

João Gabbardo dos Reis, secretário-executivo do ministério, evita fazer projeções, mas afirmou na quinta-feira (26) que serão “30 dias muito difíceis” pela frente.

Embora o país tenha hoje mais condições técnicas de enfrentar uma pandemia do que um século atrás, ambas são crises de efeitos devastadores. No entanto, historiadores ouvidos pela reportagem apontam uma diferença principal.

Segundo eles, os três políticos que passaram pela Presidência nos anos de gripe espanhola agiam em consonância com a equipe federal de saúde pública e, de modo geral, guiavam as decisões a partir de critérios científicos.

Não é o que acontece hoje com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que tem minimizado continuamente os impactos da Covid-19.

Wenceslau Braz governou até novembro de 1918; Delfim Moreira foi até julho de 1919; e Epitácio Pessoa comandou o país até novembro de 1922.

Coube a Braz administrar a fase mais aguda da crise. O Rio, então capital do país, parou, com fechamento de lojas, fábricas, escolas e quartéis.

O presidente mineiro delegou ao sanitarista Carlos Chagas o combate à epidemia. Braz confiou em Chagas.

Ao assumir o governo, Moreira seguiu as diretrizes implantadas pelo antecessor

“A novidade nessa crise atual é a negação por parte do presidente daquilo que é praticamente consenso entre os especialistas em saúde pública”, diz o historiador Pietro Sant’Anna, que estuda a Primeira República (1889 a 1930).

Cláudia Viscardi, professora de história da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), concorda que é nítida a diferença da ação do chefe do Executivo nos dois momentos.

“Wenceslau Braz acatava, sim, as condutas de Carlos Chagas”, lembra Viscardi.

Gisele Sanglard, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), endossa a avaliação. Ela cita o caso do norte da Itália como um alerta.

“O prefeito de Milão lançou no fim de fevereiro a campanha para a cidade não parar, vejam o que aconteceu”, afirma. Na quinta (26), a cidade do registrava quase 4.500 mortes.

Os historiadores também põem lado a lado 2020 e 1904 ao comentar grandes campanhas na área de saúde pública.

Naquele ano, o Rio se inflamou com a imunização compulsória contra a varíola, doença que matou cerca de 3.500 pessoas na então capital do país. Era a Revolta da Vacina.

Ocorreram motins contra a campanha de Oswaldo Cruz, um dos homens fortes do presidente Rodrigues Alves.

De lá pra cá, nunca houve uma reação, de fato, ostensiva diante de uma ação que tivesse o aval dos principais especialistas em epidemias.

Agora, porém, as ruas voltaram a reclamar de modo eloquente contra medidas sanitárias –por ora, sem a violência vista no Rio em 1904.

Carreatas pela reabertura do comércio ocorreram nesta sexta (27) e outras estão previstas para este fim de semana em capitais e no interior.

Jair Bolsonaro se opõe às medidas de isolamento social adotadas por governadores e prefeitos pelo país.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Economia

Data: 29/03/2020

Link: https://tribunademinas.com.br/noticias/economia/29-03-2020/jf-carreiras-geracao-z-chega-ao-mercado-de-trabalho.html

Título: “JF Carreiras: Geração Z chega ao mercado de trabalho”

Conectados, multitarefas e empreendedores, eles podem revolucionar o ambiente e as relações de trabalho

Eles não conhecem o mundo sem internet e, desde cedo, convivem com a tecnologia e as conexões virtuais. Têm idade entre 18 e 25 anos e integram o primeiro grupo da chamada Geração Z a ingressar nas universidades e no mercado de trabalho. Esta geração compreende os nascidos entre 1995 e 2010 que, pelo contexto em que cresceram, possuem habilidades que vão desde a familiaridade com as plataformas digitais até a capacidade de realizar várias atividades ao mesmo tempo. Segundo especialistas, também podem apresentar características desafiadoras, já que o costume com a instantaneidade tende a criar um comportamento mais impaciente, e a aptidão para ser multifuncionais pode levar à dispersão. A expectativa é que estes jovens tragam mudanças consideráveis para o ambiente e as relações de trabalho. Mas quais são as aspirações desta juventude? As organizações estão preparadas para recebê-la e abertas às suas contribuições?

A Tribuna ouviu especialistas e, também, jovens que estão prestes a ingressar ou já estão no mercado de trabalho sobre como tem sido a jornada profissional da Geração Z. “A principal mudança que molda o comportamento dessa juventude é a influência da tecnologia na percepção dos ciclos”, avalia o psicólogo e sócio fundador da Talent Hunter, José Simão da Silva Júnior. “Os ciclos reduziram muito com a tecnologia. Enviar uma mensagem por carta demora infinitamente mais do que pelo WhatsApp, por exemplo. A mesma comparação pode ser feita com o ato de revelar uma foto e o uso dos celulares, que permite a materialização da imagem de modo instantâneo. Crescer em meio a toda esta tecnologia fez com que a Geração Z acredite que o amadurecimento e a evolução da carreira também devam seguir a mesma regra, o que nem sempre é verdadeiro na prática.”

De acordo com Simão, os jovens desta faixa etária costumam ser autênticos e espontâneos. “Tendem a não seguir hierarquias e buscam conciliar o propósito pessoal com as atividades que desempenham. Eles precisam muito acreditar no que estão fazendo.” E, uma vez motivados, trabalham para alcançar o crescimento próprio e o da empresa. “No imaginário das pessoas, a juventude está alheia à realidade, pois vive on-line. Contudo, na maioria dos casos, percebemos que ela utiliza os recursos da web como forma de otimizar o tempo e render mais”, afirma o analista de treinamento do Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube), Everton Santos.

Interesses

Esta geração tem prioridades diferentes em comparação às anteriores. Ter uma boa remuneração que ofereça segurança financeira e garanta a compra do carro ou da casa própria não é mais o foco. Entre os jovens ouvidos pela Tribuna, há unanimidade de que a oferta de horário flexível pelas empresas é o principal atrativo em uma vaga de emprego. Outro desejo em comum é a vontade de que a rotina de trabalho seja dinâmica.

A sequência de prioridades do que eles desejam do mercado segue esta ordem: horário flexível, dinamismo da rotina, bom relacionamento com a equipe, possibilidade de crescimento, boa remuneração e reconhecimento do trabalho realizado. Para alcançar o que almejam, estão dispostos a mudar de cidade ou até mesmo de país, ou ainda, abrir o próprio negócio.

Discriminação é principal motivo de desistência

Além dos atrativos, a juventude também tem certeza sobre os motivos para a desistência de uma vaga de emprego. Pesquisa do Nube, realizada com cerca de 24 mil jovens em novembro de 2019, revelou que metade dos entrevistados (50%) desistiria de uma oportunidade por conta do histórico de discriminação e preconceito da empresa. Outros 20% o fariam por causa de envolvimento da organização com casos de corrupção. A ausência de plano de carreira seria fator decisivo para 10%, enquanto os problemas ambientais são considerados por 3%. A parcela de jovens que informou não se importar com nenhuma destas questões foi de 17%. Os percentuais foram arredondados.

O resultado deixa claro que a maior parte dos entrevistados (73%) mostrou-se preocupada com questões sociais, éticas e ambientais. “Os jovens consideram o quanto a organização se importa com a promoção da diversidade. Qualquer sinal de segregação é um desrespeito pessoal com o candidato”, diz o analista de treinamento do Nube, Lucas Fernandes. Para o especialista, também merece destaque a parcela que respondeu que desistiria de uma vaga por conta da ausência do plano de carreira. “Contrariando a visão de muitos, os jovens também preferem ficar no mesmo empreendimento, caso possam aprender algo e se desenvolver como pessoas.”

Sobre aqueles que informaram que não desistiriam de uma vaga de emprego, o especialista avalia a resposta como reflexo da crise. “O país passa por um período com uma parcela significativa da população fora do mercado. Por isso, há uma parte destes jovens disposta a ocupar vagas, mesmo que estas possam divergir de seus princípios.”

Conectados e multifuncionais, o que os jovens esperam do mercado

Aos 20 anos, Ramon Marques tem uma agenda atribulada. Morador do Bairro São Judas Tadeu, na Zona Norte, ele acorda às 6h da manhã e, em alguns dias da semana, retorna para casa depois da meia noite. Logo cedo, no ônibus da linha 755 que faz o percurso direto para a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), aproveita para se informar pelo smartphone. “Como o trajeto demora cerca de 1h30, este é o momento que leio notícias, acesso redes sociais, escuto música.”

Na UFJF, ele divide o tempo entre as aulas do curso de Engenharia de Produção, o estágio no Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (Critt) e a função de diretor administrativo da Supernova Rocketry, equipe de foguetemodelismo da instituição. Esta jornada termina por volta das 23h, quando novamente usa a linha 755 para voltar para casa, onde mora com a mãe, os avós e uma tia. “Queria ser engenheiro civil porque meu avô é pedreiro, e eu sempre tive ele como um espelho na minha vida. Mas, na verdade, não conhecia as demais áreas da engenharia para me decidir com certeza.”

A decisão sobre o curso superior veio cedo, aos 16 anos, quando trabalhou como menor aprendiz em um hotel. “Comecei o estágio para ter minha independência financeira e poder ajudar em casa. Ali eu descobri que queria trabalhar com resolução de problemas.” O sonho é ser gerente de uma grande empresa. “Não teria problema em mudar de cidade ou até de país”, diz. “Todo jovem está inseguro com relação ao mercado de trabalho, se uma oportunidade fora aparecesse, eu não teria problema nenhum em aceitar.”

Dinamismo

O dia a dia de Ana Paula Monachesi, 22 anos, também é corrido e se divide entre aulas, estágio e as tarefas da diretoria da Atlética, organização sem fins lucrativos responsável por promover atividades esportivas e representar os cursos da UFJF nos Jogos Universitários. A agenda lotada não permitiu que ela desse continuidade ao trabalho na ONG Engenheiros Sem Fronteiras, onde atuou como voluntária por dois anos. “Foi uma experiência maravilhosa, que precisei deixar por enquanto.”

As muitas tarefas do dia não a incomodam, pelo contrário. “Não consigo me adaptar à rotina, gosto desse dinamismo.” E é isto que ela espera encontrar no mercado de trabalho. “Não me imagino numa sala sozinha, para mim é muito importante estar com pessoas, trabalhar em equipe. Se eu pudesse escolher uma vaga de emprego, com certeza, priorizaria um lugar que tivesse um bom relacionamento entre os profissionais.”

O que é valorizado na hora da contratação

Para esta geração, a busca por uma oportunidade no mercado começa cedo e tem o intuito de garantir a independência financeira. “A faixa etária dos 18 aos 25 anos concentra boa parte dos candidatos que recebemos”, informa o psicólogo e sócio-fundador da Talent Hunter, José Simão da Silva Júnior. “Em geral, estes candidatos possuem ensino médio e estão iniciando uma graduação. As áreas de interesse são relacionadas à tecnologia, gestão de pessoas e ao marketing.”

Muitas vezes, o estágio é a porta de entrada para o mercado, como aconteceu com Gustavo Paschoalini, 21 anos. “Meu primeiro emprego foi como aprendiz, aos 16, quando fazia curso técnico”, relembra. “Sempre morei com meus pais, mas queria ter certa independência financeira e, por isso, comecei a trabalhar.” O interesse por tecnologia o levou a cursar a faculdade de Sistemas de Informação. Durante o curso, ele realizou estágio em uma empresa que acabou por efetivá-lo. “Ser estagiário é uma forma de aprendizado muito boa, que permite desenvolver habilidades e trocar experiência”, analisa. “Percebo que as empresas valorizam proatividade e conhecimento. Na hora da contratação, buscam quem está disposto a crescer com elas.”

A recepcionista Verônica Reis Lopes Gomes, 24 anos, atua há seis no mercado de trabalho formal. “Sempre trabalhei para ter o meu próprio dinheiro, mas observei que na hora da contratação também valorizam a experiência profissional, então, acho importante continuar na ativa”, relata. “Ser comunicativo e saber lidar com o público são outras características que as empresas priorizam.” Aluna do curso superior de Matemática, ela pretende seguir a carreira acadêmica. “Quero muito fazer mestrado e doutorado. Acredito que minha experiência profissional pode contribuir positivamente, pois trabalhar desde cedo me fez amadurecer, ser disciplinada e responsável com minhas obrigações.”

Adaptação

Na avaliação de Simão, esta geração tem muito a contribuir para o ambiente e as relações de trabalho. “Eles possuem velocidade de aprendizagem, são inovadores e têm maior capacidade de escalar resultados através de ferramentas tecnológicas/digitais”, pontua. “Por estarem mais propensos a correr riscos, estes jovens podem alavancar resultados significativos.” No entanto, isto requer uma adaptação do mercado de trabalho como conhecemos hoje. “As organizações devem ser capazes de analisar e implementar mudanças com mais velocidade, sendo habilidosas em avaliar cenários e testar hipóteses. A gestão de pessoas talvez represente o maior desafio, pois a tendência é de que, cada vez mais, as práticas de Recursos Humanos sejam dinâmicas e individualizadas, e não estáticas e generalizadas.”

Empreender é caminho natural

Outra contribuição da Geração Z ao mercado de trabalho é o fomento ao empreendedorismo. “Enquanto as gerações anteriores buscavam maior segurança, fosse num bom emprego em que se mantivessem por anos ou no concurso público, os jovens de agora enxergam a abertura do próprio negócio como uma possibilidade viável. Não é apenas uma alternativa, mas um caminho que pode ser escolhido”, explica a analista técnica do Sebrae em Juiz de Fora, Daniela Fabri.

Para ela, o fato desta geração ter crescido em meio ao período de fortalecimento da cultura empreendedora contribuiu para esta mudança de comportamento em comparação com as gerações anteriores. “O assunto empreendedorismo é mais difundido. As universidades e instituições de ensino incentivam esta prática”, analisa. “O contexto em que vivemos é outro. Empreender significa solucionar problemas, e o Brasil é um local onde há muitas demandas a serem solucionadas.” Daniela destaca que os empreendimentos de impacto social atraem muitos jovens. “É uma geração preocupada com o futuro e interessada em solucionar problemas.”

Planejamento

O planejamento de cursar a faculdade, conseguir um emprego e abrir o próprio negócio foi definido por Eduardo Ximenes bem cedo, aos 14 anos. Hoje, aos 19, e cursando a faculdade de Engenharia de Produção, ele já deu o primeiro passo nesta trajetória e conta com segurança como pretende seguir esta caminhada. “O empreendedorismo sempre me encantou. Meu pai empreende há um tempo e, desde mais novo, eu tinha a visão de fazer isso no futuro.”

Foi por este interesse que iniciou o estágio no Critt da UFJF. “Estou aprendendo bastante. Aqui a gente lida direto com as empresas incubadas (startups). Fazemos um trabalho de prospecção para o programa de incubação e oferecemos suporte. É uma via de mão dupla, pois a gente ajuda quem chega e também aprende.” Nascido no interior de Tocantins, morou nos estados do Rio de Janeiro e da Bahia antes de chegar à Juiz de Fora. “Moro sozinho e, desde cedo, criei um senso de organização, responsabilidade. Quando morei com meu pai, trabalhei na empresa dele, mas a minha intenção é ter o meu próprio negócio.” Os riscos inerentes ao empreendedorismo são vistos como desafios que motivam e não como entraves. “Para empreender é preciso gostar do que faz.”

A universitária Laís Gonçalves, 21 anos, concorda. “Hoje em dia, a gente sabe que pode ser funcionário de uma empresa, se dedicar ao máximo, e amanhã não ser mais. Também é arriscado”, compara. Ela conta que também pretende se formar e trabalhar no próprio negócio. “Meu pai tem uma empresa na área de serviços, em Rio Pomba, e eu gostaria de fazer o empreendimento crescer.” Caso a ideia não se concretize, ela pensa em adquirir experiência no mercado para, futuramente, empreender por conta própria.

Para ela, a definição de realização profissional consiste em trabalhar com algo que permite o crescimento pessoal e desenvolvimento profissional. “Quero algo que vai me acrescentar em informação e aprendizado. A remuneração é importante, mas eu quero em sentir produtiva.”

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Economia

Data: 29/03/2020

Link: https://tribunademinas.com.br/noticias/economia/29-03-2020/jf-carreiras-aposentados-buscam-novos-projetos-para-continuarem-na-ativa.html

Título: “JF Carreiras: Aposentados buscam novos projetos para continuarem na ativa”

Aumento da expectativa de vida do trabalhador e necessidade de se manter na ativa levam aposentados a buscar novos caminhos

Por pouco mais de cinco anos, Wolney Fabiano Costa Morais viajava de segunda a sexta-feira de São João Nepomuceno para estudar Psicologia no Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora (CES/JF). Em janeiro de 2020, aos 68 anos, ele completou a graduação e colou grau. “Foram cinco anos e meio ralando em Psicologia, cinco anos e meio que me deram um novo know-how de vida e de conhecimentos.” Ele se aposentou há cerca de dez anos como professor na área de Direito, sua formação original, e, em seguida, começou a trabalhar no Fórum de São João Nepomuceno. O curso de Psicologia veio como acréscimo para sua atuação. “Como eu trabalho na justiça, em conciliação, eu procurei uma matéria que abrisse mais os meus caminhos para atender melhor o povo”, conta. “A lei é muito seca: um mais um são dois e acabou. Mas as pessoas estão mudando, os hábitos estão mudando, e eu fiz Psicologia justamente para abrir esses caminhos e entender, atualmente, a humanidade.”

Wolney é um dos exemplos de pessoas que buscam novos caminhos após a tão sonhada aposentadoria. Mesmo que o período seja visto como um descanso, especialistas apontam que continuar na ativa traz benefícios para esse grupo, seja em relação ao bem-estar físico ou social na terceira idade. Por outro lado, determinados fatores econômicos e geográficos têm levado idosos a voltar ao mercado de trabalho, como desemprego entre pessoas mais jovens e o envelhecimento da população. No terceiro trimestre de 2019, por exemplo, dos quase 34 milhões de brasileiros com 60 anos ou mais, mais de oito milhões estavam na força de trabalho, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Trabalhar em novos projetos após o período de aposentadoria está relacionado ao bem-estar no processo de envelhecimento, de acordo com o assistente social e gerontólogo José Anísio (Pitico). “A aposentadoria marca o início da chamada terceira idade, a partir dos 60 anos no Brasil, e precisamos nos preparar, porque se não temos esse planejamento, tendemos a ter menos contato sociais, um pouco mais de solidão, e pode advir situações de desequilíbrio emocional.”

Com o diploma novo em mãos, Wolney acredita na importância de se manter ativo e, agora, pretende planejar os próximos passos. “Se você deixa a cabeça morrer, todo corpo morre junto. Não existe ginástica para tudo, para o corpo em si? As pessoas não se preocupam, às vezes, em fazer uma ginástica com a cabeça, com o cérebro. Isso é muito bom porque você agita, movimenta, atualiza, e não deixa as coisas morrerem, interiormente falando.”

‘Nos aposentamos do trabalho, não da vida’

Aos 58 anos, Pitico está se preparando para se aposentar no segundo semestre de 2020. Em maio, o gerontólogo completa 34 anos de serviço pela Prefeitura de Juiz de Fora, onde, atualmente, atua como gerente do Departamento de Saúde do Idoso. Desta forma, seu ponto de vista sobre o tema vai além da opinião como especialista, mas também como quem está buscando novos caminhos com a aposentadoria. “Há necessidade de você abrir-se para novidades e ir atrás dos seus desejos, seja no campo profissional ou não”, diz. “A vida continua. Nós nos aposentamos do trabalho, mas não da vida.”

Seus futuros projetos a visam dar sequência ao trabalho na área de gerontologia, onde pretende buscar novos conhecimentos e aplicá-los como, por exemplo, na pós-graduação. “As faculdades já estão se dispertanto para a necessidade de pautar, em sala de aula, nas disciplinas científicas, a preparação de como trabalhar com a pessoa idosa em vários campos da intervenção: na saúde, na arquitetura, na engenharia, porque essa, inclusive, é uma exigência do mercado, onde você vai ter muito mais pessoas idosas, mais ainda, daqui para frente, do que pessoas mais jovens. Será que o mercado está atento e está se qualificando para receber essas demandas?”, questiona. “No campo da educação, notadamente profissional, é muito importante que esse assunto tenha uma envergadura de maior participação, de maior visibilidade. É um campo onde eu quero estar junto e vou me qualificar ainda mais para isso.”

Mais de 24% de idosos na força de trabalho

De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do IBGE, no terceiro trimestre de 2019, das quase 34 milhões de pessoas acima de 60 anos no Brasil, cerca de 24,3% estavam na força de trabalho. O valor subiu dois pontos percentuais nos últimos sete anos, quando o levantamento se iniciou: em 2012, 22,5% de mais de 25 milhões da faixa etária, estavam na força de trabalho. A professora da Faculdade de Economia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Fernanda Finotti, afirma que este aumento demonstra uma maior atuação por parte dos idosos. O ponto está associado a determinados fatores que levam o grupo de volta ao mercado de trabalho, como do envelhecimento da população. “Os idosos estão ficando em maior número do que os jovens. É a chamada inversão da pirâmide etária, o que vem impactando, por exemplo, a previdência. Antes, você tinha muito mais jovens para sustentar os idosos. Hoje, você tem muito mais idosos para serem sustentados por poucos jovens. Isso cria um problema de financiamento”, explica.

O fator acaba impactando em um segundo efeito, apontado pela especialista como “achatamento das aposentadorias”. “Não dá para pagar muito para esse contingente de pessoas que vai viver por muitos anos. Não é que você vai pagar aposentadoria cinco ou dez anos, tem pessoas que vão ficar aposentadas 40 anos, recebendo sem contribuir. Isso leva a um achatamento de reajustes dos aposentados, e os aposentados, então, se vêem forçados a trabalhar para complementar a renda.”

Os pontos se alinham, ainda, a um excesso de endividamento ocasionado pelo empréstimo consignado em 2014. “A taxa de juros do idoso era mais baixa e era descontado no próprio benefício” explica Fernanda. “Você imagina uma aposentadoria de R$ 2 mil, que tem um desconto de consignado de R$ 600, então esse idoso tem que voltar ao mercado de trabalho para complementar essa renda”, exemplifica.

Visão organizacional

Em contrapartida, os aposentados encontram uma mudança de mentalidade do mercado de trabalho, onde muitas empresas têm reconhecido os aspectos positivos do grupo, investindo em treinamento. “Os idosos são mais gentis, mais preocupados com a organização do grupo do que os jovens, então algumas empresas estão lançando programas de trainees sênior só para pessoas com mais de 60 anos”, diz a professora da Faculdade de Economia da UFJF. “Uma pessoa de 60 anos ainda vai ter mais, pelo menos, 25 anos de vida, de acordo com a expectativa demográfica, e ela tem muita experiência acumulada e já aprendeu que nós não ‘ganhamos no grito’. Hoje, então, é uma pessoa que traz harmonia para o mercado de trabalho.”

Assistência à família

Além dos fatores apontados pela especialista, outros de ordem financeira podem levar aposentados de volta ao mercado de trabalho, como para prestar assistência à família, de acordo com o presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), Paulo Sardinha. “Nós recebemos muitos relatos de casos em que mesmo que a pessoa aposentada tenha uma renda que seria satisfatória para ela própria, vivemos uma questão de desemprego muito grande, principalmente entre jovens – hoje, aproximadamente metade dos jovens de até 24 anos de idade, de uma certa maneira ou de outra, está fora do mercado de trabalho”, exemplifica.

Por outro lado, há pontos positivos ligados ao período seguinte à aposentadoria, como maior grau de escolaridade, que pode levar esse grupo a buscar novos projetos. “Hoje, as pessoas que já se aposentaram têm uma vitalidade muito maior do que tinha antigamente. Essa vitalidade leva essas pessoas ao mercado de trabalho”, diz Sardinha. “O nível de escolaridade, de uma maneira geral também aumentou, isso faz com que as pessoas tenham projetos que dão oportunidade além do trabalho normal dentro de uma empresa.”

Retorno ao mercado requer planejamento

Por 35 anos, Gerson Guedes atuou em salas de aula. Atualmente, aos 62, continua planejando novos projetos em sua carreira como artista plástico. O mais recente deles foi a inauguração da Galeria Estação Ibitipoca, no distrito de Conceição de Ibitipoca, onde trabalhou nos últimos dois anos para que o espaço tomasse forma. Guedes começou a pensar em seus projetos antes mesmo de se aposentar. A ideia era seguir na linha artística, já que era professor de artes e atuou, inclusive, como pró-reitor de Cultura da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), onde se aposentou em 2015. “Eu fui vendo essas possibilidades de continuar mexendo com a própria cultura, mas de uma forma mais individualizada. Então, principalmente nesse final de carreira, acho importante você estar já pensando, dentro da sua área, quais são seus projetos futuros.”

Antes da galeria em Ibitipoca, Guedes já havia inaugurado outras exposições de artes plásticas, além de escrever dois livros – atualmente prontos para passarem pelo processo de edição. Ainda assim, novos projetos ainda estão por vir. “Enquanto você tiver saúde e uma vida mental ativa, você tem que produzir algo. Quem não tem uma habilidade, é fazer novas estratégias, procurar profissões, trabalhar como voluntário e buscar alguma coisa até do seu passado, de uma carreira promissora que você teve que deixar pendurado em algum lugar”, diz. “A vida é uma passagem, cheia de estações, e a cada estação você tem que conhecer gente, evoluir, ler bastante, estudar mais, se for possível”.

A preparação antes, inclusive, de se aposentar, é um ponto importante para o trabalhador retornar ao mercado de trabalho, segundo o presidente da ABRH, Paulo Sardinha. Isto porque, muitas vezes, a iniciativa requer planejamento e investimento em formação. “O que acontece, muitas vezes, é que as pessoas se aposentam e, na aposentadoria, quando encerra o ciclo anterior, é que começam a pensar no que vão fazer. E aí, via de regra, nós temos um problema, porque o ideal seria que essa pessoa pensasse na carreira pós-aposentadoria ainda quando ela estivesse na atividade principal”, diz. “Da mesma forma que lá atrás ela estudou, se preparou, fez uma faculdade, fez estágio e foi ganhando experiência até subir ao posto em que ela um dia alcançou e se aposentou, essa nova carreira, depois da aposentadoria, requer toda uma série de esforço dessa natureza”, exemplifica Sardinha.

Para isso, o especialista aponta três fatores fundamentais para alongar a carreira após a aposentadoria. “A pessoa se preparar para preservar a sua saúde; ter uma capacidade financeira para ser investidor de si próprio nas atividades; e estar sempre atualizado e aumentar a sua formação. Um preparo como qualquer outro profissional para lidar com essa nova realidade.”

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Veículo: Política Livre

Editoria: Política

Data: 29/03/2020

Link: https://politicalivre.com.br/2020/03/cenarios-de-autoritarismo-marcam-historico-de-conflitos-entre-presidente-e-governadores-no-brasil/

Título: “Cenários de autoritarismo marcam histórico de conflitos entre presidente e governadores no Brasil”

Em videoconferência com governadores do Nordeste na segunda (23), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deu um sinal de paz, ressaltando a necessidade de união em meio à pandemia do coronavírus.

Indicava, enfim, um gesto de conciliação com os chefes dos Executivos estaduais.

O armistício durou quase nada. Em pronunciamento em rede nacional na terça (24), o presidente retomou o tom beligerante. Atacou os mandatários dos estados e disse que eles precisavam “abandonar o conceito de terra arrasada”.

Na quarta (25), em videoconferência com os governadores do Sudeste, o clima azedou ainda mais. “Saia do palanque”, disse Bolsonaro a João Doria (PSDB-SP), que, por sua vez, recomendou equilíbrio ao presidente e disse que não admitiria o confisco de respiradores.

Conflitos entre presidente e governadores são frequentes nos 130 anos de República. O Brasil tem vivido episódios semelhantes ao que se vê hoje, a tensão crescente entre Bolsonaro e governadores como Wilson Witzel (PSC), do Rio de Janeiro, e Doria.

No entanto, o que merece atenção, como mostram historiadores ouvidos pela Folha, não é a recorrência desses embates, e sim o contexto em que aconteceram. Disputas entre o poder federal e o estadual ocorreram em cenários de autoritarismo ou situações próximas disso.

Os confrontos mais acentuados entre a Presidência e os governos estaduais se deram em três circunstâncias principais: 1) sob regimes ditatoriais, como o Estado Novo de Getúlio Vargas (1937 a 1945) e os governos dos militares (1964 a 1985); 2) com o país sob estado de sítio, como ocorreu na gestão Arthur Bernardes (1922 a 1926); 3) com o país prestes a mergulhar num regime autoritário, como aconteceu em 1930, quando governadores como Getúlio Vargas (RS) e João Pessoa (PB) se insurgiram contra o presidente Washington Luís —o desfecho foi a Revolução de 30.

“A democracia sempre se dá mal quando há conflito intenso entre presidente e governadores. Ao olhar nossa história, não se vê um único confronto desse tipo que tenha acabado bem”, afirma a historiadora Heloísa Starling, professora da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).

“Numa democracia, o que se faz é negociar”, complementa a co-autora de “Brasil: Uma Biografia” (2015). De acordo com ela, “ameaça a governadores é algo próprio de governos autoritários”.

Starling cita a cerimônia de queima das bandeiras estaduais em 27 de novembro de 1937, no Rio de Janeiro. Com um coral regido por Villa-Lobos, o evento protagonizado pelo ditador Getúlio Vargas se tornou um emblema da fase inicial do Estado Novo.

Aqueles foram anos em que o mandatário gaúcho escalou seus homens para atuar como interventores dos Estados, arrancando os governadores do poder.

Esse não foi, contudo, o primeiro momento de choque entre o poder nacional e as esferas estaduais na República. Como lembra Claudia Viscardi, professora de história da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e especialista em Primeira República (1889-1930), Hermes da Fonseca promoveu a “política de salvações”.

Com um mandato que se estendeu de 1910 a 1914, o marechal fez do “salvacionismo” um movimento contra a política dos governadores —corrupta, segundo Fonseca.

Ele promoveu intervenções em estados como Alagoas e Bahia. Houve intensa luta armada no Ceará, que foi tomado por tropas federais.

Viscardi menciona ainda o governo de Arthur Bernardes, que correu quase todo sob estado de sítio, um recurso que dá mais poderes ao presidente e que deveria ser usado apenas em ocasiões muito específicas.

Bernardes levou adiante intervenções em estados como Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Bahia.

“Tanto Hermes da Fonseca quanto Arthur Bernardes são formados num contexto extremamente autoritário”, diz a professora.

Ao longo da ditadura militar, foram recorrentes os embates entre Brasília e o resto do país. A tensão entre o Palácio do Planalto e os governos estaduais se estendeu até o desfecho do regime autoritário.

“O protagonismo de Doria e Witzel hoje remete ao destaque de três governadores da época das Diretas-Já, em 1984. Eram eles Tancredo Neves (MG), Franco Montoro (SP) e Leonel Brizola (RJ), que se opunham ao governo de João Figueiredo”, afirma o jornalista e historiador Oscar Pilagallo, coordenador da Coleção Folha – A República Brasileira.

“Assim como os governadores em 1984, os atuais ocupam um vácuo, um espaço político que não foi preenchido por Bolsonaro.”

Mas Pilagallo estabelece diferenças entre os mandatários estaduais daquela época e os que mantêm o poder em 2020. “Tancredo, Montoro e Brizola eram líderes veteranos àquela altura. Já Witzel ainda é um outsider e mesmo Doria tem pouca tradição política”, afirma.

Ele também aponta dissonâncias no tipo de confronto entre os políticos, menos personalizado 36 anos atrás. “Em 1984, esses governadores não estavam contra Figueiredo exatamente, opunham-se, na verdade, à ditadura”, diz o historiador.

Em meio a essa disputa sem sinais de trégua, o saldo, segundo Starling, é negativo para o presidente da República. “No combate à pandemia, Doria e Witzel têm acumulado mais acertos do que erros. Firmam-se como autoridades preocupadas com a sociedade, o que vale também para o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB). Com Bolsonaro, acontece o contrário.”

De acordo com ela, ao insistir em bater de frente com os governadores, o presidente acaba “esgarçando a democracia”.

Não se trata só de bate-boca, ressalta Starling. “A tentativa do governo federal de reduzir o Bolsa Família no Nordeste [corte posteriormente vetado pelo STF] é uma forma de intervenção.”

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Veículo: Folha de S. Paulo

Editoria: Política

Data: 29/03/2020

Link: https://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/03/cenarios-de-autoritarismo-marcam-historico-de-conflitos-entre-presidente-e-governadores-no-brasil.shtml

Título: “Cenários de autoritarismo marcam histórico de conflitos entre presidente e governadores no Brasil”

Democracia sempre se dá mal quando há confronto intenso, afirma historiadora

Em videoconferência com governadores do Nordeste na segunda (23), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deu um sinal de paz, ressaltando a necessidade de união em meio à pandemia do coronavírus.

Indicava, enfim, um gesto de conciliação com os chefes dos Executivos estaduais.

O armistício durou quase nada. Em pronunciamento em rede nacional na terça (24), o presidente retomou o tom beligerante. Atacou os mandatários dos estados e disse que eles precisavam “abandonar o conceito de terra arrasada”.

Na quarta (25), em videoconferência com os governadores do Sudeste, o clima azedou ainda mais. “Saia do palanque”, disse Bolsonaro a João Doria (PSDB-SP), que, por sua vez, recomendou equilíbrio ao presidente e disse que não admitiria o confisco de respiradores.

Conflitos entre presidente e governadores são frequentes nos 130 anos de República. O Brasil tem vivido episódios semelhantes ao que se vê hoje, a tensão crescente entre Bolsonaro e governadores como Wilson Witzel (PSC), do Rio de Janeiro, e Doria.

No entanto, o que merece atenção, como mostram historiadores ouvidos pela Folha, não é a recorrência desses embates, e sim o contexto em que aconteceram. Disputas entre o poder federal e o estadual ocorreram em cenários de autoritarismo ou situações próximas disso.

Os confrontos mais acentuados entre a Presidência e os governos estaduais se deram em três circunstâncias principais: 1) sob regimes ditatoriais, como o Estado Novo de Getúlio Vargas (1937 a 1945) e os governos dos militares (1964 a 1985); 2) com o país sob estado de sítio, como ocorreu na gestão Arthur Bernardes (1922 a 1926); 3) com o país prestes a mergulhar num regime autoritário, como aconteceu em 1930, quando governadores como Getúlio Vargas (RS) e João Pessoa (PB) se insurgiram contra o presidente Washington Luís —o desfecho foi a Revolução de 30.

“A democracia sempre se dá mal quando há conflito intenso entre presidente e governadores. Ao olhar nossa história, não se vê um único confronto desse tipo que tenha acabado bem”, afirma a historiadora Heloísa Starling, professora da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).

“Numa democracia, o que se faz é negociar”, complementa a co-autora de “Brasil: Uma Biografia” (2015). De acordo com ela, “ameaça a governadores é algo próprio de governos autoritários”.

Starling cita a cerimônia de queima das bandeiras estaduais em 27 de novembro de 1937, no Rio de Janeiro. Com um coral regido por Villa-Lobos, o evento protagonizado pelo ditador Getúlio Vargas se tornou um emblema da fase inicial do Estado Novo.

Aqueles foram anos em que o mandatário gaúcho escalou seus homens para atuar como interventores dos Estados, arrancando os governadores do poder.

Esse não foi, contudo, o primeiro momento de choque entre o poder nacional e as esferas estaduais na República. Como lembra Claudia Viscardi, professora de história da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e especialista em Primeira República (1889-1930), Hermes da Fonseca promoveu a “política de salvações”.

Com um mandato que se estendeu de 1910 a 1914, o marechal fez do “salvacionismo” um movimento contra a política dos governadores —corrupta, segundo Fonseca.

Ele promoveu intervenções em estados como Alagoas e Bahia. Houve intensa luta armada no Ceará, que foi tomado por tropas federais.

Viscardi menciona ainda o governo de Arthur Bernardes, que correu quase todo sob estado de sítio, um recurso que dá mais poderes ao presidente e que deveria ser usado apenas em ocasiões muito específicas.

Bernardes levou adiante intervenções em estados como Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Bahia.

“Tanto Hermes da Fonseca quanto Arthur Bernardes são formados num contexto extremamente autoritário”, diz a professora.

Ao longo da ditadura militar, foram recorrentes os embates entre Brasília e o resto do país. A tensão entre o Palácio do Planalto e os governos estaduais se estendeu até o desfecho do regime autoritário.

“O protagonismo de Doria e Witzel hoje remete ao destaque de três governadores da época das Diretas-Já, em 1984. Eram eles Tancredo Neves (MG), Franco Montoro (SP) e Leonel Brizola (RJ), que se opunham ao governo de João Figueiredo”, afirma o jornalista e historiador Oscar Pilagallo, coordenador da Coleção Folha – A República Brasileira.

“Assim como os governadores em 1984, os atuais ocupam um vácuo, um espaço político que não foi preenchido por Bolsonaro.”

Mas Pilagallo estabelece diferenças entre os mandatários estaduais daquela época e os que mantêm o poder em 2020. “Tancredo, Montoro e Brizola eram líderes veteranos àquela altura. Já Witzel ainda é um outsider e mesmo Doria tem pouca tradição política”, afirma.

Ele também aponta dissonâncias no tipo de confronto entre os políticos, menos personalizado 36 anos atrás. “Em 1984, esses governadores não estavam contra Figueiredo exatamente, opunham-se, na verdade, à ditadura”, diz o historiador.

Em meio a essa disputa sem sinais de trégua, o saldo, segundo Starling, é negativo para o presidente da República. “No combate à pandemia, Doria e Witzel têm acumulado mais acertos do que erros. Firmam-se como autoridades preocupadas com a sociedade, o que vale também para o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB). Com Bolsonaro, acontece o contrário.”

De acordo com ela, ao insistir em bater de frente com os governadores, o presidente acaba “esgarçando a democracia”.

Não se trata só de bate-boca, ressalta Starling. “A tentativa do governo federal de reduzir o Bolsa Família no Nordeste [corte posteriormente vetado pelo STF] é uma forma de intervenção.”

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Saúde

Data: 29/03/2020

Link: https://tribunademinas.com.br/noticias/cidade/29-03-2020/coronavirus-tensao-e-medo-dos-profissionais-de-saude.html

Título: “Coronavírus: na linha de frente, tensão e medo afligem profissionais de saúde”

A angústia, o cansaço e a solidão dos profissionais que enfrentam a pandemia, dos hospitais particulares às unidades básicas de saúde de JF

Era pouco depois das 18h e Cristianne de Medeiros Nogueira iniciava o preparo do jantar ao lado do marido. Naquele dia, e nos próximos, porém, a mesa teria dois pratos a menos. Os dois filhos do casal de médicos não estão em casa. “Como profissionais da área de saúde, optamos por nos isolar deles. Nossos filhos estão com minha mãe e meus avós numa cidade do interior. Isso é muito difícil”, conta ela, médica nefrologista na Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora e no Hospital Regional Dr. João Penido, centro de referência para os casos da Covid-19 na região. “Minha menininha mais nova tem 1 ano e 3 meses. Meu menino vai fazer 7 anos mês que vem. É muito difícil ficar longe deles. Minha mãe é idosa, meus avós. Colocamos na balança o risco e a chance de transmitirmos alguma coisa para eles, porque estamos na linha de frente desse combate, então, optamos por isso (o isolamento)”, explica. A ajudante, já idosa, também foi dispensada. “Precisávamos protegê-la e deixá-la em isolamento em casa. Com isso, assumimos, também, a rotina da casa”, narra a médica, em conversa por WhatsApp pouco antes das 23h, quando finalmente concluiu a jornada do dia.

O cotidiano atribulado, a rotina nova forjada após a chegada do coronavírus no Brasil, ganha contornos ainda mais dramáticos quando observados os aspectos como a vida social e o caráter emocional dos profissionais de saúde de diferentes setores e espaços, dos hospitais particulares aos públicos, passando pelas unidades básicas de saúde. “O que pesa muito é a saudade”, garante Cristianne Nogueira.

Coordenadora do Núcleo de Segurança do Paciente da Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora, Michelle Aliani concorda. “Pensando que nós somos um grupo de risco para contaminar, estou afastada dos meus pais e do meu filho há semanas. Não sei quando vou vê-los. Conversamos somente pelo celular nas chamadas de vídeo. É horrível, mas é o correto a ser feito nesse momento”, diz a enfermeira.

Para o médico infectologista Guilherme Côrtes Fernandes, o isolamento da família é uma tendência entre os profissionais de saúde. O gesto já passou pela cabeça do médico infectologista do Hospital Universitário Rodrigo Daniel de Souza, mas não foi levado a cabo. “O distanciamento é impossível. Não consigo ficar longe da minha filha, e ela também sentiria muito a minha falta. Não dá para tomar essa atitude agora. Mas se eu tivesse uma pessoa do meu convívio com um fator de risco, eu teria que largar tudo e ir para um hotel para evitar expô-la”, pontua ele, alvo constante das preocupações da esposa. “Saio, vou trabalhar, e ela fica com medo do que posso trazer para casa ou se posso adoecer e deixá-las sozinhas. Realmente isso traz um transtorno grande e tem um peso na parte emocional.”

Na última terça (24), a psicóloga Adriana Gomes, coordenadora do Setor Vida Saudável da Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora, fez aniversário. Não recebeu abraços nem beijos. Amigos e familiares se encontraram numa videoconferência. E brindaram. “Foi um dos aniversários mais lindos que já tive. Extremamente afetivo. Foi muito significativo. O que tenho dito sempre: longe dos olhos e perto do coração”, emociona-se ela, que tem orientado colegas e conhecidos de que as dificuldades fortalecem e conferem sentido à existência. “Nos mantermos afastados fisicamente não significa que estejamos afastados emocionalmente. Aprender a expressar nossos sentimentos, elaborar nossas emoções de diferentes formas traz um grande aprendizado e um grande ganho a todos nós”, indica, e acrescenta: “É preciso percebermos que ninguém é vítima dessa situação. Todos nós somos cidadãos, e temos uma responsabilidade social em nos proteger e proteger nosso semelhante com nossos comportamentos.”

‘Foi como se tivesse dado a largada’

Guilherme Côrtes Fernandes é o infectologista que integrava a equipe de atendimento do primeiro paciente confirmado com Covid-19 em Juiz de Fora, cuja alta foi dada na última segunda (23). Médico do Hospital da Unimed, ele teve a rotina imediatamente alterada, tanto pelo aumento da demanda assistencial, quanto pela urgência no contato com lideranças comunitárias e gestores, para ajudar a organizar estratégias de enfrentamento a epidemia. A sensação, conta, era de que o que lia em artigos e assistia na mídia tornava-se realidade palpável. “Foi como se tivesse dado a largada e antes estávamos apenas nos preparativos, com aquela sensação de que naquela hora começava a luta corpo a corpo”, recorda-se o médico, rapidamente conhecido por um público amplo na cidade ao gravar vídeos com orientações sobre a prevenção à doença.

Desde que começou a aumentar o número de casos na China, os comentários com colegas de hospital foram ganhando contornos crescentemente preocupados. “Logo que foi notificado o primeiro caso no país, a gente já se atentou para o fato de que o João Penido seria o hospital de referência. Sempre que há alguma epidemia ele é o hospital que dá o suporte para a população. Foi assim na febre amarela e até no caso de ebola na África. Recebemos com receio, com preocupações, mas sabendo que é uma rotina do hospital estar preparado para as doenças infecciosas”, relata a nefrologista Cristianne Nogueira, que optou por paralisar o consultório e orientar pacientes por ligações telefônicas ou aplicativos de conversa.

Enfermeira residente em saúde da família na Unidade Básica de Saúde do Bairro Alto Grajaú, Mariana Galvão viu às ações de prevenção, promoção e acompanhamento acrescerem estratégias de enfrentamento à Covid-19. Viu, também, a urgente necessidade de investimento num sistema criado junto com o processo de redemocratização do país. “Defendo o projeto do SUS. O projeto de Brasil que idealizamos na transição democrática desse país é o projeto que coloca a saúde como direito, uma democracia precisa garantir saúde ampliada para seus cidadãos. A vida humana tem valor, mas não pode ter preço. Na nossa sociedade, insistem em colocar preço em tudo, tornando tudo um mercado rentável para pouquíssimos”, critica ela, bacharel e mestre em enfermagem pela UFJF.

Setor público

Considerado protagonista no enfrentamento à pandemia no Brasil, o setor público se prepara para cenários mais críticos, ainda que exigindo muita luta dos profissionais que dele fazem parte. “Dentro do possível, tentamos nos apoiar e estamos lutando para ter o material certo, os equipamentos de proteção individual certo, não apenas para nós (médicos), mas para toda a equipe, de técnicos e fisioterapeutas, com fé de que vai surgir uma medicação que possa nos ajudar nesse combate. Lá (no João Penido) já estamos tentando usar a hidroxicloroquina para tratar alguns pacientes, seguindo os protocolos que estão sendo feitos agora. Estamos na luta”, garante a médica nefrologista.

No Hospital Universitário da UFJF, conforme o médico infectologista Rodrigo Daniel de Souza, a situação é tranquila em relação aos equipamentos de proteção individual, capacitação das equipes e estrutura. “De qualquer maneira, estamos muito preocupados com o que está por vir. Estamos fazendo reuniões diárias, a maior parte delas utilizando aplicativos para videoconferências. Tomamos decisões importantes e conseguimos alguns apoios e, com isso, acho que a gente tende a oferecer uma assistência aos pacientes numa qualidade superior”, avalia, apontando para uma agigantada equipe. “Trabalho com segurança do paciente, uma parte da equipe com isso. Outra parte com controle de infecção. Outra parte com vigilância epidemiológica e, ainda outra, com qualidade. Estamos muito envolvidos. Até hoje não consegui fazer com que tivessem uma carga horária menor. Estão trabalhando no limite e todos tentando ajudar. É uma equipe maravilhosa, que se preocupa não só com eles mesmos, mas com toda a população. É um tipo de atenção à saúde que as pessoas não veem. Tem vários enfermeiros na equipe, e todos estão muito dedicados em fazer o melhor para que essa epidemia tenha o menor impacto possível.”

‘Provavelmente serei um dos pacientes’

O medo, para Rodrigo Daniel de Souza, não faz parte. “Tenho tranquilidade de saber que fico muito exposto, provavelmente serei um dos pacientes infectados no final da epidemia, justamente por atender no Hospital de Pronto-Socorro, além do Hospital Universitário. Tenho um risco maior do que a população geral de adquirir o vírus. Espero não ter complicações. É inevitável. Faz parte da profissão e do jogo”, diz o médico infectologista, reconhecendo que enfrentar é verbo implícito no juramento profissional. “Agora é que vemos os profissionais de verdade, aqueles que estão enfrentando a epidemia e não se escondendo”, acrescenta.

Em sua rotina de trabalho, coordenando os serviços de gestão de risco, a enfermeira Michelle Aliani trabalha não apenas intensificando treinamentos como também buscando tranquilizar os profissionais à sua volta. “As pessoas estão extremamente preocupadas”, admite. “Principalmente por ser algo ainda desconhecido, ficam com medo. Em alguns momentos, o pânico existe. É uma situação que nunca vivenciamos”, explica. “Não é fácil manter o distanciamento emocional”, concorda a médica nefrologista Cristianne Nogueira. “A gente também fica ansioso e preocupado. Mas entendemos que escolhemos e acolhemos essa profissão, então, temos que ir para a luta. Não é fácil. Tentamos não ter medo, mas como qualquer ser humano, temos as preocupações. Pensamos que optamos por isso e precisamos pensar pelo outro.”

Quando os trabalhos foram paralisados na equipe multiprofissional – entre médicos, enfermeiras, nutricionistas, fonoaudiólogas, psicólogas, fisioterapeutas, assistente social, auxiliares administrativos -, coordenada pela psicóloga Adriana Gomes, mantiveram-se, apenas, os atendimentos aos casos mais graves. As visitas domiciliares, cerca de 80 diariamente, além de 20 consultas ambulatoriais, foram suspensas e parte da equipe foi afastada. Com os profissionais que continuaram na linha de frente, Adriana fez uma terapia de grupo, “para que todos pudessem expressar como estavam se sentindo naquele momento”. “Como equipe multidisciplinar, nosso papel é cuidar dos outros, mas, precisamos também cuidar de nós, para que possamos cuidar dos nossos, também. Existem mães e pais na equipe, filhas, netas, irmãs, enfim, todos temos amores que desejamos cuidar e proteger”, conta ela, certa da necessidade de cuidado emocional com os profissionais de saúde. Atitude semelhante tomou a UFJF ao implementar atendimento psicológico para os profissionais do Hospital Universitário, com plantão em espaço online (pelo e-mail plantaopsihuufjf@gmail.com).

Angústia

“Compartilhamos de toda a ansiedade que a população em geral está vivenciando, de toda a angústia que tem sido gerada. Tem um impacto emocional dessa angústia comum, o peso do distanciamento de nossos familiares e uma ansiedade como profissional de saúde de enfrentar situações que, quem já viu, nunca gostaríamos de ver novamente, e quem nunca viu deveria passar a vida sem ver. Isso traz um peso. A sensação é como se vivêssemos numa guerra, irmãos de trincheiras”, comenta o infectologista Guilherme Côrtes Fernandes. A essas angústias, no entanto, somam-se muitas outras. São muitos os relatos dando conta dos preconceitos que profissionais de saúde têm enfrentado em ambientes e transporte públicos. Também desgastante é o esforço que empreendem em desmentir, rotineiramente, notícias falsas e boatos que circulam em redes sociais.

“Não somos uma cambada de mercenários”

As palmas oferecidas em janelas e varandas do Brasil e do mundo afora, sempre às 20h30, emocionam a nefrologista Cristianne Nogueira. Também emocionam as enfermeiras Michelle Aliani e Mariana Galvão, a psicóloga Adriana Gomes e os médicos Guilherme Côrtes Fernandes e Rodrigo Daniel Souza. Emocionam quem atende e quem é atendido. Emocionam porque sugerem a rede que é o serviço de saúde. “Estamos ali no dia a dia, lidando com os casos mais graves, e esse é um apoio que a população não sabe o quanto nos emociona e o quanto faz bem para nós. Cada um se apoiando é muito legal”, afirma. Segundo a enfermeira Mariana Galvão, o movimento pode ir além.

“Ele tem sido para trabalhadores de saúde e são, pelo menos, 14 as profissões. De todas as formas acho positivo quando a coletividade consegue se organizar em prol de algo. Isso me lembra da nossa humanidade. Quando ouvi sobre esse movimento, fiquei pensando em como gostaria que fosse em prol do Sistema Único de Saúde, os profissionais estão fazendo um trabalho que é de se admirar sim, mas ninguém aqui é herói ou heroína, somos profissionais, nós precisamos de condições dignas de trabalho”, reivindica ela, que se isolou da companheira, de familiares e amigos por prevenção e aderiu à terapia remota e a uma limitação de acesso às redes sociais em prol de seu equilíbrio emocional.

“Falando pela enfermagem, essa é a segunda maior categoria de trabalhadoras desse país. Não estamos acostumadas com o status social, não é uma profissão com piso salarial regulamentado, não temos regulamentação da carga horária e muitos brasileiros nem sabem que existem diferentes profissionais dentro da categoria da enfermagem. Nós somos o maior quantitativo de profissionais na linha de frente dos cuidados, a maioria dessas trabalhadoras são mulheres e nosso maior empregador é o SUS”, expõe Mariana. Rodrigo Daniel de Souza faz coro à urgência por um reconhecimento efetivo. “Não somos uma cambada de mercenários, como muitos taxam”, afirma o médico. “Vamos mostrar que o servidor público – boa parte dos pacientes vai ser atendida pelo sistema público – não é sanguessuga, não é parasita. Não adianta um gestor reclamar do servidor público se ele não coloca para trabalhar. Existem maneiras gerenciais de cobrar produção, trabalho. Não adianta reclamar que o outro não faz se você também não faz sua parte. Esse é um momento de valorização. Em outros locais os profissionais recebem até adicionais nesse período, mas essa política no Brasil acho pouco provável. Não se tem essa consciência. As pessoas que estão na ativa deveriam ter algum reconhecimento, mas duvido que aja.”

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Veículo: Hoje em Dia

Editoria: Ciência

Data: 30/03/2020

Link: https://www.hojeemdia.com.br/horizontes/atividade-f%C3%ADsica-%C3%A9-aliada-contra-o-tabagismo-e-seus-males-1.780694

Título: “Atividade física é aliada contra o tabagismo e seus males”

O tabagismo é considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) uma das maiores causas de morte evitável no mundo. Dados alarmantes revelam que, atualmente, o hábito de fumar mata mais de 8 milhões de pessoas por ano. Pesquisa realizada na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), que, antes de tudo, apela aos jovens, em especial, e às pessoas, em geral, que não adquiram o hábito de fumar, revela a importância do combate ao sedentarismo também entre fumantes.

“Fizemos uma investigação sobre o comportamento de variáveis fisiológicas vinculadas ao sistema cardiovascular em resposta imediata ao exercício físico em indivíduos fumantes”, detalha a responsável pelo estudo, professora de Educação Física e doutora em Saúde pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Natália Portela.

Integrante do grupo de pesquisa Unidade de Investigação Cardiovascular e Fisiologia do Exercício e aluna do Programa de Pós-Graduação em Saúde/UFJF, Natália Portela aponta que o estudo é motivado pelo fato de que o tabagismo, tanto de forma crônica quanto aguda, causa prejuízos à saúde cardiovascular, como alterações no controle autônomo e diminuição da função vascular. 

Por outro lado, diz a pesquisadora, na população em geral, é documentado que o exercício físico pode promover melhora do controle autônomo e aumento da função vascular. Sendo assim, é possível supor que esses mesmos benefícios na saúde cardiovascular possam ser observados em indivíduos tabagistas.

A pesquisa se deu por um ensaio experimental controlado. Foram recrutados, como voluntários, conta a professora, homens jovens, não obesos, sedentários, aparentemente saudáveis, divididos nos grupos tabagista ou não tabagista. Seguiram até o fim do estudo 90 deles. 

Ainda de acordo com a professora Natália Portela, todos os voluntários passaram, antes do início do trabalho, por avaliação clínica cardiológica e avaliação funcional pulmonar.

Em seguida, os voluntários foram submetidos a avaliações de vários parâmetros fisiológicos relacionados ao sistema cardiovascular. Essas medidas foram repetidas na situação de repouso e na fase de recuperação das sessões de exercício físico aeróbio ou sessão controle. Ambas as sessões de exercício físico foram realizadas em bicicleta ergométrica, variando a duração do exercício.

RESULTADOS

As informações colhidas como resultado da pesquisa, aponta Natália Portela, reforçam a indicação de exercícios físicos para a população de adultos jovens fumantes, principalmente os de duração prolongada, visando melhorias, em especial, para a saúde dos vasos sanguíneos. Esses ganhos podem ser de fundamental importância para pessoas fumantes, já que o hábito do fumo se caracteriza como fator de risco independente para problemas cardiovasculares e mortalidade, frisa ela.

A prática de exercício físico regular por homens fumantes jovens, revela o estudo, parece resguardar a perda de capacidade física e mitigar o dano do cigarro aos vasos. Essa informação, no entanto, frisa Natália Portela, não sustenta a ideia de que a população continue fumando, desde que se exercite, já que o hábito de fumar pode levar a outros problemas graves, como diversos tipos de câncer, doenças pulmonares, doença arterial periférica. 

Assim, a pesquisadora diz que o estudo leva a entender que o exercício físico deve ser feito para promover benefícios na saúde a curto e longo prazos, no sentido de atenuar a agressão do cigarro no sistema cardiovascular. Ela pondera que a atividade física pode ser também excelente ferramenta no tratamento para que as pessoas deixem de fumar. Isso porque, complementa, o exercício físico pode ajudar a reduzir sintomas de abstinência, promover bem-estar e socialização.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Educação

Data: 30/03/2020

Link: http://tribunademinas.com.br/empregos/30-03-2020/ufjf-abre-vagas-para-tutores-ead.html

Título: “UFJF abre vagas para tutores EAD”

Oportunidades são para cursos de química e administração pública

A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) abriu inscrições para seleções de tutores para disciplinas de Educação a Distância (EAD). São oferecidas duas vagas, sendo uma para o curso de licenciatura de química, no polo de Sete Lagoas, e outra para o bacharelado de administração pública, no polo de Conselheiro Lafaiete. Para ambas as tutorias, é necessária disponibilidade de 20 horas semanais. A bolsa oferecida é de R$ 765.

As inscrições para a primeira seleção podem ser feitas até a próxima quarta-feira (1º) por meio de preenchimento do formulário de inscrição no site do Centro de Educação a Distância (Cead) , na seção “editais”. Os interessados em concorrer à vaga de tutor de administração pública também devem se inscrever pelo mesmo endereço até o dia 6 de abril.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Saúde

Data: 30/03/2020

Link: https://tribunademinas.com.br/noticias/cidade/30-03-2020/vacinacao-contra-gripe-e-interrompida-ate-quarta-feira-em-jf.html

Título: “Vacinação contra a gripe é interrompida até quarta-feira em JF”

Desabastecimento atingiu boa parte das salas de imunização do município, mas campanha será retomada

A Secretaria de Saúde da Prefeitura de Juiz de Fora informou, nesta segunda-feira (30), que há desabastecimento da vacina contra gripe em boa parte das salas de imunização do município. Por conta disso, pode não haver vacinação nesta terça, dependendo da unidade. Segundo a PJF, a imunização será retomada de forma regular na quarta (1º de abril), quando o Município vai receber novas doses. Neste domingo, a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) já tinha informado que o posto temporário instalado no campus havia sido fechado por conta da limitação do número de lotes disponíveis da vacina.

Por conta da falta das doses, decorrente da grande demanda pela imunização, a secretaria recomendou que o público-alvo da primeira fase da Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe, composto por idosos (60 anos ou mais) e profissionais de saúde, volte a buscar a imunização nesta quarta. Novos lotes da vacina são encaminhadas pelo Ministério da Saúde para as secretarias estaduais, que, por sua vez, direcionam um número determinado para cada superintendência regional. Esta última abastece as secretarias municipais, o que está previsto para ocorrer na quarta.

Apesar da situação de desabastecimento, a PJF esclareceu que não há motivo para busca emergencial pela vacinação, reafirmando a necessidade de prosseguir com o esquema das aplicações semanais por faixa-etária. Nesse sistema, que visa a evitar aglomerações nas unidades de saúde, pessoas com 80 anos ou mais foram vacinadas primeiro, entre os dias 23 e 27 de março. A prioridade desta semana é a faixa etária composta por pessoas com idades entre 70 a 79 anos, até sexta (3 de abril). Os idosos que têm 60 a 69 anos deverão ser vacinados na próxima semana, de 6 a 15 de abril.

UFJF

Também em razão do desabastecimento, o posto temporário de vacinação montado no estacionamento da Faculdade de Educação (Faced) da UFJF foi fechado. Entre os dias 23 e 28 de março, o posto temporário imunizou 6.782 pessoas.

A iniciativa foi desenvolvida por meio de parceria entre a UFJF e a Prefeitura. A ideia era imunizar idosos por meio do sistema drive thru, onde eles recebiam as vacinas dentro de seus automóveis, seguindo orientações de distanciamento social para evitar a disseminação do novo coronavírus. Só no sábado (28), foram 1.251 pessoas vacinadas.

41 mil doses aplicadas, segundo o Ministério da Saúde

De acordo com dados do Data Sus, sistema do Ministério da Saúde, na semana passada, entre os dias 23 e 30, mais de 36 mil idosos e cinco mil profissionais da saúde foram imunizados no município. As 41 mil aplicações colocam Juiz de Fora abaixo apenas da capital Belo Horizonte em números totais de imunização no estado de Minas Gerais. No posto especial montado na UFJF, por exemplo, entre os dias 23 e 28, quase sete mil idosos foram imunizados no esquema drive thru. O balanço da primeira semana será divulgado pelo Município nesta terça.

Imunização

Por conta do desabastecimento, o horário de aplicação das vacinas nesta semana foi alterado. As doses serão distribuídas a partir de quarta, em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), das 8h às 10h30 e das 13h às 16h30; no Departamento de Saúde do Idoso (Rua Batista de Oliveira 943, no Centro), das 8h às 16h30; e no PAM-Marechal, das 8h às 16h30.

A vacina ofertada é a trivalente, que protege contra H1N1, H3N2 e Influenza B. Mesmo sendo considerada segura, a dose é contraindicada para pessoas com histórico de reação grave anterior ou alergia grave a ovo de galinha. Essa vacina não imuniza contra o coronavírus.

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Veículo: G1 Zona da Mata

Editoria: Saúde

Data: 30/03/2020

Link: https://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/2020/03/30/posto-de-vacinacao-contra-gripe-na-ufjf-e-desativado-por-falta-de-doses.ghtml

Título: “Posto de vacinação contra gripe na UFJF é desativado por falta de doses”

Sistema de imunização em drive thru imunizou mais de seis mil pessoas no campus da instituição. Unidades Básicas de Saúde (UBS) continuam com a aplicação das vacinas.

A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) fechou no domingo (29) o posto de vacinação contra a gripe após a falta de doses no estoque.

O posto temporário foi montado no estacionamento da Faculdade de Educação (Faced), por meio da de parceria entre a UFJF e a Secretaria de Saúde da Prefeitura de Juiz de Fora, e imunizou 6.782 pessoas entre os dias 23 e 28 de março.

A aplicação das doses ocorreu através de sistema “drive thru”, com idosos recebendo a vacina dentro dos automóveis, respeitando as orientações de distanciamento social para evitar a disseminação do novo coronavírus.

A Universidade reforçou que a interrupção do serviço oferecido no campus não irá atingir a vacinação no sistema tradicional, mantido pela Prefeitura.

A vacinação é realizada de segunda a sexta-feira, nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), das 8h às 10h30 e das 13h às 16h30.

Já no Departamento de Saúde do Idoso (Rua Batista de Oliveira 943, no Centro), das 8h às 16h30; e no Pam Marechal, das 8h às 16h30.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Saúde

Data: 30/03/2020

Link: https://tribunademinas.com.br/noticias/cidade/30-03-2020/posto-de-vacinacao-contra-influenza-na-ufjf-e-fechado.html

Título: “Posto de vacinação contra influenza na UFJF é fechado”

Serviço drive thru foi descontinuado em virtude da falta de doses contra a influenza

O posto temporário de vacinação montado no estacionamento da Faculdade de Educação (Faced) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) está fechado desde edomingo (29). O serviço não será mais ofertado devido à limitação do número de lotes disponíveis da vacina contra a influenza. Entre os dias 23 e 28 de março, o posto temporário imunizou 6.782 pessoas.

A iniciativa foi desenvolvida por meio de parceria entre a UFJF e a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF). A ideia era imunizar idosos por meio do sistema drive thru, onde eles recebiam as vacinas dentro de seus automóveis, seguindo orientações de distanciamento social para evitar a disseminação do novo coronavírus. Só no sábado (28), foram 1.251 vacinadas.

O serviço seguiu o escalonamento de prioridades estabelecido pela Secretaria de Saúde da PJF. Segundo a UFJF, todos os idosos que compareceram ao posto temporário receberam a dose da vacina.

A aplicação da vacina irá continuar nos demais postos da Prefeitura. A aplicação acontece de segunda a sexta-feira, nas unidades básicas de Saúde (UBSs), das 8h às 10h30 e das 13h às 16h30; no Departamento de Saúde do Idoso (Rua Batista de Oliveira 943, no Centro), das 8h às 16h30; e no Pam Marechal, das 8h às 16h30.

Imunização

A vacina ofertada é a trivalente, que protege contra H1N1, H3N2 e influenza B. Mesmo sendo considerada segura, a dose é contraindicada para pessoas com histórico de reação grave anterior ou alergia grave a ovo de galinha. Essa vacina não imuniza contra o coronavírus.

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Veículo: Acessa

Editoria: Saúde

Data: 31/03/2020

Link: https://www.acessa.com/saude/arquivo/noticias/2020/03/31-liga-odontologia-ufjf-realiza-campanha-para-confeccao-mascaras/

Título: “Liga Odontológica da UFJF realiza campanha para confecção de máscaras”

A Liga Acadêmica de Odontologia Hospitalar (LAOhosp), da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), está promovendo a campanha Máscara do bem. O objetivo é arrecadar materiais para a confecção de máscaras que serão doadas a hospitais da cidade. Com a pandemia do novo coronavírus, uma das preocupações é a falta de equipamentos de proteção individual (EPI) para serem utilizados pelos profissionais de saúde.

A iniciativa partiu da professora da Faculdade de Odontologia da UFJF e tutora da Liga, Gisele Fabri. Os materiais serão doados aos hospitais públicos de Juiz de Fora vinculados às atividades da Universidade. “Meu marido também é médico e professor na Faculdade de Medicina da UFJF. Ele também é ligado à USP e recebeu um vídeo da confecção dessa máscara de proteção feita com materiais mais em conta, e que a gente consegue fazer sem maquinário algum. Eu associei essa ideia à vontade das alunas da liga em ajudar neste momento, como também à carência desses materiais no sistema de saúde”, conta.

As máscaras são feitas com dois tipos básicos de material: uma tiara de plástico ou silicone e folhas de acetato A4. A tiara custa cerca de 30 centavos, e a folha de acetato tem o preço médio de um real. Além do custo baixo, a máscara pode ser reutilizada. “Estamos com muita dificuldade de encontrar essas folhas porque, pela necessidade do momento, estão sendo muito procuradas. Algumas coisas conseguimos através de doações”, explica Gisele.

As integrantes vão confeccionar as máscaras em casa.

Doações

Estão sendo arrecadadas placas de acetato A4 e tiaras (arcos) de cabelo. Os organizadores também aceitam qualquer doação financeira para a compra desses materiais, que pode ser feita em contas de diferentes bancos. É necessário entrar em contato com integrantes da Liga, dependendo da instituição financeira:

Caixa Econômica Federal – Ana Flávia (32)987037235

Bradesco – Yasmin (32) 991749478

Nubank – Paula (32) 988651352

Santander – Paula (32) 988651352

Banco do Brasil – Livia (32)991985238

Itaú – Ana Clara – (32)999380256

A Liga Acadêmica de Odontologia Hospitalar da UFJF também criou uma conta no aplicativo PicPay, que permite doações de qualquer valor. É só procurar por @laohosp.ufjf.

Quem desejar doar os materiais pode entrar em contato com qualquer uma das integrantes pelos mesmos telefones disponibilizados para ter acesso às contas, ou através do direct no Instagram @laohosp_ufjf.

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Veículo: G1 Zona da Mata

Editoria: Saúde 

Data: 31/03/2020

Link: https://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/2020/03/31/pesquisadores-da-ufjf-desenvolvem-viseira-de-protecao-contra-o-coronavirus.ghtml

Título: “Pesquisadores da UFJF desenvolvem viseira de proteção contra coronavírus”

Os modelos já produzidos foram encaminhados para utilização no Hospital Universitário. Produções futuras serão repassadas também para a Secretaria de Saúde de Juiz de Fora.

O Grupo de Robótica Inteligente da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) desenvolveu o protótipo de uma viseira de proteção contra o novo coronavírus, feitas por máquinas de corte a laser.

O modelo, segundo o orientador do grupo e professor da Faculdade de Engenharia da UFJF, Leonardo Honório, agiliza o processo de produção quando comparado com a fabricação por impressoras 3D.

“A partir do primeiro protótipo utilizando impressoras 3D vimos a inviabilidade da produção em larga escala, pois levava de duas a três horas para produzir uma peça. Então, mudamos o projeto para utilizar a máquina de corte a laser que é muito mais rápida”, explicou o professor.

A previsão é de que sejam produzidas cerca de 300 unidades do equipamento de proteção individual por dia.

Os protótipos estão sendo enviados para o Hospital Universitário da UFJF, onde são certificadas quanto à segurança.

“Aprimoramos o primeiro modelo, já certificado. Agora utilizamos grampos para prender a faixa de trás da cabeça ao visor de acetato – o que agiliza ainda mais o processo. A certificação de segurança garante que o profissional possa utilizar esse equipamento em qualquer ambiente hospitalar”, contou.

As viseiras são feitas com polietileno de alto impacto e folha de acetato de 0.5 mm. De acordo com Honório, ela pode ser produzida, até mesmo, em casa. “Quem não tiver acesso ao equipamento de corte a laser e quiser produzir máscaras, pode adaptar o modelo para fabricação com processo manual, utilizando uma tesoura e um grampeador. De dez a quinze minutos a pessoa consegue produzir a própria viseira”.

Os modelos já produzidos foram encaminhados para utilização no Hospital Universitário (HU). Produções futuras, embaladas e esterilizadas, serão repassadas também para a Secretaria de Saúde de Juiz de Fora.

Serviços de saúde e prefeituras interessadas pelo equipamento devem realizar o pedido pelo e-mail alice.oliveira@engenharia.ufjf.br. As solicitações serão analisadas pela prefeitura, priorizadas e colocadas para produção.

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Veículo: Acessa

Editoria: Educação

Data: 30/03/2020

Link: https://www.acessa.com/educacao/arquivo/oportunidade/2020/03/30-cead-divulga-edital-para-uma-vaga-tutoria-administracao-publica/

Título: “Cead divulga edital para uma vaga de tutoria em Administração Pública”

Estão abertas as inscrições para a seleção de tutores para atuar no curso de Bacharelado em Administração Pública da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), na modalidade a distância. Será ofertada uma vaga para atuar no Polo de Conselheiro Lafaiete (MG).  Veja o edital (aqui).

A inscrição acontece até as 16h do dia 6 de abril de 2020. Ela deverá ser feita por meio do preenchimento do formulário de inscrição no site do Centro de Educação a Distância (Cead/UFJF), seção Editais, clicando no link próprio, referente ao edital e envio da documentação on-line no momento da inscrição.

Cabe ao tutor apresentar disponibilidade de 20 horas semanais para o desenvolvimento das suas atividades; mediar a comunicação de conteúdos entre a equipe pedagógica do curso e estudantes; acompanhar as atividades discentes, conforme o cronograma do curso e da disciplina; apoiar a equipe pedagógica do curso no desenvolvimento das atividades docentes.

O tutor deve manter regularidade de acesso ao Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e responder às solicitações dos alunos no prazo máximo de 24 horas; participar das atividades de capacitação e atualização promovidas pela Universidade; apoiar operacionalmente a Coordenação do Curso nas atividades presenciais nos polos, em especial na aplicação de avaliações; participar das reuniões presenciais no Polo ou por meio de webconferências realizadas durante o curso; ter possibilidade de atuação direta nos polos às sextas-feiras e sábados, de acordo com a demanda da Coordenação do Curso, o candidato deve ficar ciente de que todas as viagens a serviço da EAD originam-se da cidade de Juiz de Fora.

Além disso, o tutor deve criar condições adequadas para os estudos dos alunos, facilitando o acesso aos laboratórios de informática, biblioteca e outros espaços pedagógicos do polo de apoio presencial; auxiliar e apoiar o professor da disciplina na organização e realização de atividades pedagógicas presenciais: avaliações, práticas laboratoriais, visitas pedagógicas do professor da disciplina, web conferências, seminários, palestras, grupos de estudos independentes, dentre outros; estabelecer, frequentemente, o contato com os alunos ausentes e estimulá-los a frequentar o ambiente do polo a fim de superar suas dificuldades e dúvidas e participar de reuniões com a coordenação do curso.

A divulgação do resultado parcial da análise curricular dos candidatos será divulgada pelo site Cead no dia 8 de abril, a partir das 17h.

No caso de recurso quanto à análise curricular, o mesmo deverá ser encaminhado exclusivamente no dia 9 de abril, das 8 às 12h, para o e-mail coordtutor.bap@facc.ufjf.br, seguindo obrigatoriamente o modelo do Anexo II.

O resultado do 1º recurso da análise curricular será divulgado no dia 13 de abril, a partir das 17h no site Cead.

Havendo novo questionamento do mesmo candidato, o recurso será enviado para uma nova instância administrativa (Departamento de Ciências Administrativas), no dia 14 de abril, das 8h às 12h, para o e-mail departamento.cad@facc.ufjf.br

O resultado do 2º recurso, o resultado final da análise curricular (1ª Fase) e a convocação para a entrevista (2ª Fase) serão divulgados no dia 15 de abril, a partir das 17h no Cead.

As entrevistas terão duração máxima de 20 minutos para cada candidato e serão realizadas no dia 16 de abril on-line (Skype) no Polo de Apoio Presencial de Conselheiro Lafaiete (MG) que fornecerá a estrutura necessária para a entrevista.

O resultado Parcial das Entrevistas será divulgado no dia 17 de abril, a partir das 17h no site do Cead.

No caso de recurso quanto à entrevista deverá o mesmo ser encaminhado exclusivamente no dia 22 de abril, das 8h às 12h, para o e-mail da Coordenação de Tutoria do Curso (coordtutor.bap@facc.ufjf.br), seguindo obrigatoriamente o modelo do Anexo II.

O resultado do 1º recurso da entrevista será divulgado no site do Cead, no dia 23, a partir das 17h.

Havendo novo questionamento do mesmo candidato, o recurso será enviado para uma nova instância administrativa (Departamento de Ciências Administrativas), no dia 24 de abril, das 8h às 12h, para o e-mail departamento.cad@facc.ufjf.br

O resultado do 2º recurso da entrevista e o resultado final serão divulgados no site , no dia 27 de abril, a partir das 17h, em uma lista com o nome do candidato aprovado e dos candidatos classificados, em ordem decrescente de pontuação.

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Veículo: NSC Total

Editoria: Política

Data: 28/03/2020

Link: https://www.nsctotal.com.br/noticias/coronavirus-e-gripe-espanhola-historiadores-comparam-acoes-de-ex-presidentes-com-as-de

Título: “Coronavírus e gripe espanhola: historiadores comparam ações de ex-presidentes com as de Bolsonaro”

Registros históricos mostram que as duas doenças foram as piores pandemias já enfrentadas pelo Brasil

Pelos registros da história, o Brasil nunca enfrentou pandemias tão fortes como a gripe espanhola (de 1918 a 1920), e a atual, causada pelo novo coronavírus.

A gripe espanhola matou em torno de 35 mil pessoas ao longo desses três anos no Brasil. Só na cidade de São Paulo, morreram cerca de 5,3 mil. Pouco mais de um mês depois do primeiro diagnóstico da Covid-19, já foram registradas 92 mortes no Brasil, de acordo com dados desta sexta (27) do Ministério da Saúde. Existem 3.417 casos diagnosticados até este momento.

João Gabbardo dos Reis, secretário-executivo do ministério, evita fazer projeções, mas afirmou na quinta-feira (26) que serão “30 dias muito difíceis” pela frente. Embora o país tenha hoje mais condições técnicas de enfrentar uma pandemia do que um século atrás, ambas são crises de efeitos devastadores. No entanto, historiadores ouvidos pela reportagem apontam uma diferença principal.

Segundo eles, os três políticos que passaram pela presidência nos anos de gripe espanhola agiam em consonância com a equipe federal de saúde pública e, de modo geral, guiavam as decisões a partir de critérios científicos. Não é o que acontece hoje com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que tem minimizado continuamente os impactos da Covid-19.

Wenceslau Braz governou até novembro de 1918. Delfim Moreira foi até julho de 1919. E, por fim, Epitácio Pessoa comandou o país até novembro de 1922. Coube a Braz administrar a fase mais aguda da crise. O Rio, então capital do país, parou, com fechamento de lojas, fábricas, escolas e quartéis. O presidente mineiro delegou ao sanitarista Carlos Chagas o combate à epidemia. Braz confiou em Chagas.

Ao assumir o governo, Moreira seguiu as diretrizes implantadas pelo antecessor.

— A novidade nessa crise atual é a negação por parte do presidente daquilo que é praticamente consenso entre os especialistas em saúde pública — diz o historiador Pietro Sant’Anna, que estuda a Primeira República (1889 a 1930).

Cláudia Viscardi, professora de história da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), concorda que é nítida a diferença da ação do chefe do Executivo nos dois momentos:

— Wenceslau Braz acatava, sim, as condutas de Carlos Chagas.

Gisele Sanglard, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), endossa a avaliação. Ela cita o caso do norte da Itália como um alerta.

— O prefeito de Milão lançou no fim de fevereiro a campanha para a cidade não parar, vejam o que aconteceu — afirma.

Os historiadores também põem lado a lado 2020 e 1904 ao comentar grandes campanhas na área de saúde pública. Naquele ano, o Rio se inflamou com a imunização compulsória contra a varíola, doença que matou cerca de 3,5 mil pessoas na então capital do país. Era a Revolta da Vacina.

Ocorreram motins contra a campanha de Oswaldo Cruz, um dos homens fortes do presidente Rodrigues Alves. De lá pra cá, nunca houve uma reação, de fato, ostensiva diante de uma ação que tivesse o aval dos principais especialistas em epidemias. Agora, porém, as ruas voltaram a reclamar de modo eloquente contra medidas sanitárias –por ora, sem a violência vista no Rio em 1904.

Carreatas pela reabertura do comércio ocorreram nesta sexta (27) e outras estão previstas para este fim de semana em capitais e no interior. Jair Bolsonaro se opõe às medidas de isolamento social adotadas por governadores e prefeitos pelo país.

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Veículo: Notícias Concursos

Editoria: Concurso

Data: 28/03/2020

Link: https://noticiasconcursos.com.br/noticias-concursos/bolsonaro-anuncia-novo-concurso-com-6-mil-vagas-para-ebserh/

Título: “Bolsonaro anuncia novo concurso com 6 mil vagas para EBSERH”

O presidente Jair Bolsonaro declarou que está confirmada a realização de um novo concurso para 6 mil vagas

O presidente Jair Bolsonaro declarou que está confirmada a realização de um novo concurso da EBSERH (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares) para seleção de nada menos que 6.000 vagas por todo país para preenchimento em caráter temporário, tendo função de auxílio ao combate do novo coronavírus.

“Os hospitais universitários vão receber mais de 6 mil profissionais da saúde, por concursos públicos e por contratações temporárias. Com isto, avançamos nas realizações diárias, ampliamos o quadro e nos preparamos para preservação de quem é do grupo de risco”, publicou.

A seleção será feita para diversos cargos, sendo para nível médio, superior e técnico. Os cargos já estão sendo definidos e serão feitos por chamamento público. As remunerações ainda serão confirmadas no edital de abertura das inscrições, que está previsto para ser divulgado no decorrer da próxima semana.

Segundo informações preliminares, serão abertas 900 vagas de médicos, 1.400 enfermeiros, 3.000 técnicos de enfermagem, 500 fisioterapeutas e 100 engenheiros e arquitetos.

Até então, a informação confirmada é que a seleção deve abranger 40 hospitais em várias regiões do país. Vale salientar que, as atividades serão inteiramente relacionadas ao combate do coronavírus.

Último concurso EBSERH

O último concurso EBSERH ocorreu em 2019, quando foram oferecidas 2.464 vagas, em diversos cargos, com opções para níveis médio, técnico e superior, com iniciais de de R$ 2.170,22 a R$ 10.350,56. As oportunidades foram distribuídas por seis editais, sendo três sob responsabilidade da Fundação Vunesp e três com o Instituto Brasileiro de Formação e Capacitação.

Concurso Nacional

A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares abriu editais de concurso público para o preenchimento de 1.660 vagas em cargos de níveis médio, técnico e superior. O Instituto Brasileiro de Formação e Capacitação – IBFC, banca organizadora do certame, divulgou que mais de 300 mil candidatos se inscreveram para o certame. As avaliações foram aplicadas no domingo, 02 de fevereiro.

A relação da banca informa que foram, ao todo, 324.830 inscritos. Do total, 16.183 são para as vagas da área médica, 230.117 para a área assistencial e 78.530 para a área administrativa.

O cargo de Assistente Administrativo, o único de nível médio do certame, contou com mais de 58 mil inscritos para as 37 unidades hospitalares.

A unidade de hospital mais procurada foi o hospital da UFMA, no Maranhão, com 5.412 inscritos. O cargo de técnico em enfermagem registrou nada menos que 103 mil inscritos. A maior parte das vagas são concorrendo às vagas do Hospital Universitário de Brasília (HUB-UNB). Veja lista completa de inscritos.

Os salários oferecidos oscilam entre R$2.451,14 e R$10.350,46, de acordo com o cargo.

O primeiro edital publicado conta com 533 vagas para médicos. As oportunidades são para ingresso nas especialidades de Ginecologia e Obstetrícia, Hematologia e Hemoterapia, Hepatologia, Infectologia, Medicina do Trabalho, Medicina Paliativa, Alergia e Imunologia, Anestesiologia, Cancerologia Clínica, Cirurgia Bariátrica, Cirurgia de Cabeça e Pescoço, Clínica Médica, Endocrinologia e Metabologia, Genética Médica, Medicina Intensiva, Neonatologia, Neurocirurgia, Oftalmologia, Otorrinolaringologia, Pediatria, Pneumologia, Radiologia e Diagnóstico por Imagem, entre outras áreas.

O segundo edital dispõe de 998 vagas para área Assistencial. As vagas são destinadas aos cargos de Biólogo, Nutricionista, Psicólogo, Técnico em Análises Clínicas, Técnico em Enfermagem, Técnico em Farmácia, Técnico em Radiologia, Fisioterapeuta, Técnico em Enfermagem em Saúde do Trabalhador, Tecnólogo em Radiologia – Radioterapia, Biomédico, Técnico em Saúde Bucal, Pedagogo, Cirurgião Dentista, Técnico em Necropsia, Tecnólogo em Radiologia, Assistente Social, Enfermeiro, Farmacêutico , Físico, Fonoaudiólogo, Terapeuta Ocupacional, Profissional de Educação Física, entre outros cargos.

O terceiro e último edital conta com 129 vagas para área Administrativa. As vagas são destinadas aos cargos de Analista Administrativo/Economia, Analista Administrativo/Qualquer Nível Superior, Analista Administrativo/ Biblioteconomia, Analista Administrativo/Estatística, Engenheiro Mecânico, Analista Administrativo/Gestão Hospitalar, Técnico em Segurança do Trabalho, Analista de Tecnologia da Informação, Arquiteto, Engenheiro Civil, Analista Administrativo/Administração, Engenheiro Eletricista, Assistente Administrativo, Técnico em Contabilidade, Advogado, Analista Administrativo/ Contabilidade, Engenheiro Mecânico, Assistente Administrativo, Tecnólogo em Gestão Hospitalar, Engenheiro Clínico, Jornalista, Analista Administrativo/Relações Públicas, Analista Administrativo/Publicidade e Propaganda, Engenheiro de Segurança do Trabalho, entre outros.

Os profissionais aprovados serão contratados sob regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), mediante contrato experimental de 90 dias, período em que o empregado será submetido à avaliação, em face da qual se definirá a conveniência ou não da sua permanência no quadro de pessoal ,conforme informado no edital.

Os aprovados foram lotados para as seguintes localidades:

  • Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA-UFAL) em Maceió-AL;
  • Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV-UFAM) em Manaus-AM;
  • Hospital Universitário Professor Edgard Santos (HUPES-UFBA) em Salvador-BA;
  • Maternidade Climério de Oliveira (MCO-UFBA) em Salvador-BA;
  • Complexo Hospitalar Universitário da Universidade Federal do Ceará (CH-UFC) em Fortaleza-CE;
  • Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – EBSERH (SEDE) em Brasília-DF;
  • Hospital Universitário de Brasília (HUB-UnB) em Brasília-DF;
  • Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes (HUCAM-UFES) em Vitória-ES;
  • Hospital das Clínicas da UFG (HC-UFG) em Goiânia-GO;
  • Hospital Universitário da UFMA (HU-UFMA) em São Luiz-MA;
  • Hospital das Clínicas da UFMG (HC-UFMG) em Belo Horizonte-MG;
  • Hospital Universitário da UFJF (HU-UFJF) em Juiz de Fora-MG;
  • Hospital de Clínicas da UFTM (HC-UFTM) em Uberaba-MG;
  • Hospital Universitário da Grande Dourados (HU-UFGD) em Dourados-MS;
  • Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (HUMAP-UFMS) em Campo Grande-MS;
  • Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM-UFMT) em Cuiabá-MT;
  • Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Pará (CHU-UFPA) em Belém-PA;
  • Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW-UFPB) em João Pessoa-PB;
  • Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC-UFCG) em Campina Grande-PB,
  • Hospital Universitário Júlio Bandeira (HUJB-UFCG) em Cajazeiras-PB;
  • Hospital das Clínicas da UFPE (HC-UFPE) em Recife-PE;
  • Hospital de Ensino Dr. Washington Antônio de Barros (HU-UNIVASF) em Petrolina-PE;
  • Hospital Universitário do Piauí (HU-UFPI) em Teresina-PI;
  • Complexo Hospitalar de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (CHC-UFPR) em Curitiba-PR;
  • Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG-UNIRIO) no Rio de Janeiro-RJ;
  • Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP-UFF) em Niterói-RJ;
  • Hospital Universitário Ana Bezerra (HUAB-UFRN) em Santa Cruz-RN;
  • Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL-UFRN) em Natal-RN;
  • Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC-UFRN) em Natal-RN;
  • Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM-UFSM) em Santa Maria-RS;
  • Hospital Escola da UFPEL (HE-UFPEL) em Pelotas-RS;
  • Hospital Universitário Doutor Miguel Riet Corrêa Junior (HU-FURG) em Rio Grande-RS;
  • Hospital Universitário da UFSC (HU-UFSC) em Florianópolis-SC;
  • Hospital Universitário da UFS (HU-UFS) em Aracaju-SE;
  • Hospital Universitário de Lagarto (HUL – UFS) em Lagarto-SE;
  • Hospital Universitário da UFSCAR (HU-UFSCAR) em São Carlos-SP;
  • Hospital de Doenças Tropicais (HDT-UFT) em Araguaína-TO.

Concurso Local

A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, em Minas Gerais, recebeu 36.010 inscritos no concurso público (Concurso EBSERH MG) que visa o preenchimento de 804 vagas em cargos de ensino médio, técnico e superior. Do quantitativo de inscritos, 1.453 são para a área Médica, 25.141 para a Assistencial e 9.416 para a Administrativa.

O cargo mais procurado foi o de enfermeiro, com 11.477 inscritos. Em seguida aparece o de técnico de enfermagem, com 7.597 inscritos. Os números já incluem os que vão concorrer às vagas reservadas para cotistas. Além disso, outro destaque de inscritos foi o cargo de assistente administrativo, com 5.672 inscritos.

O primeiro edital, 02/2019, conta com 216 vagas para Médicos. As oportunidades são para ingresso nas áreas de Pediátrica, Cardiologia, Cirurgia Cardiovascular, Cirurgia Crânio-Maxilo-Facial, Cirurgia da Mão, Cirurgia Geral, Endocrinologia Pediátrica, Coloproctologia, Clínica Médica, Dermatologia , entre outras especialidades.

O segundo edital, 03/2019, abriu 475 vagas para área assistencial. Aqui, as oportunidades são para cargos de Assistente Social, Biomédico, Cirurgião-Dentista, Enfermeiro, Farmacêutico, Fisioterapeuta, Fonoaudiólogo, Nutricionista, Pedagogo, Psicólogo, Terapeuta Ocupacional, Técnico em Análises Clínicas, Técnico em Citopatologia, Técnico em Enfermagem, Técnico em Enfermagem em Saúde do Trabalhador, Técnico em Farmácia, Técnico em Necropsia, Técnico em Radiologia e Técnico em Radiologia – Radioterapia.

O terceiro edital, 04/2019, conta com 113 vagas na área administrativa. As oportunidades são destinadas aos cargos de Advogado, Analista Administrativo (administração, biblioteconomia, contabilidade, estatística, gestão hospitalar e qualquer nível superior), Analista de Tecnologia da Informação, Engenheiro Civil, Engenheiro Clínico, Engenheiro Eletricista, Engenheiro Mecânico, Engenheiro de Segurança do Trabalho, Jornalista, Assistente Administrativo, Técnico em Contabilidade e Técnico em Segurança do Trabalho.

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Veículo: Estado de Minas

Editoria: Ciência

Data: 31/03/2020

Link: https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2020/03/31/interna_gerais,1134206/empresario-de-jf-faz-campanha-para-produzir-milhares-de-mascaras-para.shtml

Título: “Empresário de JF faz campanha para produzir milhares de máscaras para hospitais”

A ideia de produzir os equipamentos, que servem de proteção para enfermeiros e médicos, inspirou-se em ação de universidade de Juiz de Fora

A pandemia do novo coronavírus revela o lado mais solidário e criativo das pessoas em todo o mundo. Um dos muitos bons exemplos em Minas vem de Juiz de Fora. O proprietário do Galpão do Laser, Marcelo Andrade Soares, de 48 anos, colocou a sua fábrica para produzir máscaras, um dos principais equipamentos de proteção individual usados por enfermeiros e médicos que atendem pacientes da COVID-19. Profissionais da saúde vêm denunciando a falta desses equipamentos nos hospitais brasileiro.

Marcelo gravou um video em que pede ajuda para ampliar a produção da fábrica. O vídeo viralizou e a campanha de financiamento coletivo arrecadou R$ 11,8 mil até a manhã de terca (31). A meta é arrecadar R$ 50 mil.  Veja como doar. 

No vídeo, Marcelo explica que devido às ações de isolamento social sua empresa estava parada. No entanto, ao ver a confecção de máscaras pela Universidade Federal de Juiz de Fora, percebeu que poderia colaborar. Na universidade, a produção fica a cargo de uma impressora 3D que pode fazer até 15 máscaras por dia. 

Com a máquina funcionando a pleno vapor, Marcelo acredita que consegue produzir até 4 mil máscaras por dia.  A ajuda é fundamental para que retome as atividades da fábrica. “Estou literalmente falido. Tinha contrato com grandes empresas no Brasil todo. Com a crise, eu tive que ir demitindo os meus funcionários até ficar sozinho”, contou.

A empresa já está produzindo centenas de máscaras por dia, mas Marcelo garante que com os recursos da campanha passará para a casa do milhar. As especificações técnicas do equipamento seguem normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

A adequação técnica está a cargo da médica-cirurgiã Maria Augusta Marques Sampaio de Souza. “Por ser um quipamento de proteção é preciso que seja seguro. Tem que ser feita com material, que vai dar segurança ao profissional”, diz. As primeiras máscaras confeccionadas serão inspecionadas pela Anvisae distribuídas para hospitais públicos e privados. “Já  estamos produzinh. Estamos esperando as doações para fazer escalada da produção, de centenas de máscaras vamos para milhares.”

A médica explica que a máscara, que mais parece um visor, é colocada por cima da máscara N95, aquela de tecido. “Usa por cima para que não venham gotículas e sangue no rosto do profissional. Também não deixa molhar a máscara N95. É fundamental o uso para o tratamento do paciente doente”, diz. O valor arrecadado será usado na compra de insumos: o arco é feito  de PLA e a viseira de acetato. 

A empresa Galpão do Laser realiza serviços de corte a laser em grandes formatos e em materiais diversos para transformá-los em itens de decoração e presentes personalizados, hoje, está totalmente parada.

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Veículo: Correio Braziliense

Editoria: Ciência

Data: 31/03/2020

Link: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2020/03/31/interna-brasil,841460/empresario-faz-campanha-para-produzir-milhares-de-mascaras-para-hospit.shtml

Título: “Empresário de JF faz campanha para produzir milhares de máscaras para hospitais”

A ideia de produzir os equipamentos, que servem de proteção para enfermeiros e médicos, inspirou-se em ação de universidade de Juiz de Fora

A pandemia do novo coronavírus revela o lado mais solidário e criativo das pessoas em todo o mundo. Um dos muitos bons exemplos em Minas vem de Juiz de Fora. O proprietário do Galpão do Laser, Marcelo Marcelo Andrade Soares, de 48 anos, colocou a sua fábrica para produzir máscaras, um dos principais equipamentos de proteção individual usados por enfermeiros e médicos que atendem pacientes da COVID-19. Profissionais da saúde vêm denunciando a falta desses equipamentos nos hospitais brasileiros.

Marcelo gravou um video em que pede ajuda para ampliar a produção da fábrica. O vídeo viralizou e a campanha de financiamento coletivo arrecadou R$ 11,8 mil até a manhã de terca (31). A meta é arrecadar R$ 50 mil. 

No vídeo, Marcelo explica que devido às ações de isolamento social sua empresa estava parada. No entanto, ao ver a confecção de máscaras pela Universidade Federal de Juiz de Fora, percebeu que poderia colaborar. Na universidade, a produção fica a cargo de uma impressora 3D que pode fazer até 15 máscaras por dia. 

Com a máquina funcionando a pleno vapor, Marcelo acredita que consegue produzir até 4 mil máscaras por dia.  A ajuda é fundamental para que retome as atividades da fábrica. “Estou literalmente falido. Tinha contrato com grandes empresas no Brasil todo. Com a crise, eu tive que ir demitindo os meus funcionários até ficar sozinho”, contou.

A empresa já está produzindo centenas de máscaras por dia, mas Marcelo garante que com os recursos da campanha passará para a casa do milhar. As especificações técnicas do equipamento seguem normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

A adequação técnica está a cargo da médica-cirurgiã Maria Augusta Marques Sampaio de Souza. “Por ser um quipamento de proteção é preciso que seja seguro. Tem que ser feita com material, que vai dar segurança ao profissional”, diz. As primeiras máscaras confeccionadas serão inspecionadas pela Anvisae distribuídas para hospitais públicos e privados. “Já  estamos produzinh. Estamos esperando as doações para fazer escalada da produção, de centenas de máscaras vamos para milhares.”

A médica explica que a máscara, que mais parece um visor, é colocada por cima da máscara N95, aquela de tecido. “Usa por cima para que não venham gotículas e sangue no rosto do profissional. Também não deixa molhar a máscara N95. É fundamental o uso para o tratamento do paciente doente”, diz. O valor arrecadado será usado na compra de insumos: o arco é feito  de PLA e a viseira de acetato. 

A empresa Galpão do Laser realiza serviços de corte a laser em grandes formatos e em materiais diversos para transformá-los em itens de decoração e presentes personalizados, hoje, está totalmente parada. 

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Veículo: MSN

Editoria: Ciência

Data: 31/03/2020

Link: https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil/empres%c3%a1rio-de-jf-faz-campanha-para-produzir-milhares-de-m%c3%a1scaras-para-hospitais/ar-BB11Youl?srcref=rssl

Título: “Empresário de JF faz campanha para produzir milhares de máscaras para hospitais”

A pandemia do novo coronavírus revela o lado mais solidário e criativo das pessoas em todo o mundo. Um dos muitos bons exemplos em Minas vem de Juiz de Fora. O proprietário do Galpão do Laser, Marcelo Marcelo Andrade Soares, de 48 anos, colocou a sua fábrica para produzir máscaras, um dos principais equipamentos de proteção individual usados por enfermeiros e médicos que atendem pacientes da COVID-19. Profissionais da saúde vêm denunciando a falta desses equipamentos nos hospitais brasileiros.

Marcelo gravou um video em que pede ajuda para ampliar a produção da fábrica. O vídeo viralizou e a campanha de financiamento coletivo arrecadou R$ 11,8 mil até a manhã de terca (31). A meta é arrecadar R$ 50 mil. 

No vídeo, Marcelo explica que devido às ações de isolamento social sua empresa estava parada. No entanto, ao ver a confecção de máscaras pela Universidade Federal de Juiz de Fora, percebeu que poderia colaborar. Na universidade, a produção fica a cargo de uma impressora 3D que pode fazer até 15 máscaras por dia. 

Com a máquina funcionando a pleno vapor, Marcelo acredita que consegue produzir até 4 mil máscaras por dia.  A ajuda é fundamental para que retome as atividades da fábrica. “Estou literalmente falido. Tinha contrato com grandes empresas no Brasil todo. Com a crise, eu tive que ir demitindo os meus funcionários até ficar sozinho”, contou.

A empresa já está produzindo centenas de máscaras por dia, mas Marcelo garante que com os recursos da campanha passará para a casa do milhar. As especificações técnicas do equipamento seguem normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

A adequação técnica está a cargo da médica-cirurgiã Maria Augusta Marques Sampaio de Souza. “Por ser um quipamento de proteção é preciso que seja seguro. Tem que ser feita com material, que vai dar segurança ao profissional”, diz. As primeiras máscaras confeccionadas serão inspecionadas pela Anvisae distribuídas para hospitais públicos e privados. “Já  estamos produzinh. Estamos esperando as doações para fazer escalada da produção, de centenas de máscaras vamos para milhares.”

A médica explica que a máscara, que mais parece um visor, é colocada por cima da máscara N95, aquela de tecido. “Usa por cima para que não venham gotículas e sangue no rosto do profissional. Também não deixa molhar a máscara N95. É fundamental o uso para o tratamento do paciente doente”, diz. O valor arrecadado será usado na compra de insumos: o arco é feito  de PLA e a viseira de acetato. 

A empresa Galpão do Laser realiza serviços de corte a laser em grandes formatos e em materiais diversos para transformá-los em itens de decoração e presentes personalizados, hoje, está totalmente parada. 

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