Inovação, desenvolvimento e empreendedorismo são as palavras que marcam os 25 anos de trajetória do Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (Critt) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Desde sua criação, em 28 de abril de 1995, a instituição é referência no desenvolvimento de serviços de gestão da inovação e proteção ao conhecimento. Nesta quarta-feira, 29, o Critt celebrou suas bodas de prata em uma cerimônia online, realizada na plataforma da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP).
Segundo o reitor da UFJF, Marcus David, que participou do evento de casa, a celebração mostra como a Universidade foi pioneira nesses esforços de inovação tecnológica, criando uma história muito consistente na área. “Isso coloca a UFJF, hoje, em uma condição de poder se apresentar na rede das universidades federais em posição importante na área de inovação, cumprindo um papel fundamental, que é contribuir com o desenvolvimento econômico do nosso país e com uma mudança de padrão na competição da indústria nacional.”.
“A ideia dos professores Maurílio e Carmelita parecia visionária para a década de 1990, mas estavam compartilhando uma experiência extremamente bem-sucedida da Universidade de Toulouse, na França. Com isso abrimos uma outra condição de desenvolvimento, que hoje é mundial” (Margarida Salomão, ex-reitora)
Na reunião, colaboradores e ex-dirigentes da instituição ressaltaram a atuação da instituição como membro ativo no ecossistema de inovação, transferindo e fomentando a adoção e criação de novas tecnologias, além de incentivar o empreendedorismo na Zona da Mata e Campo das Vertentes.
Para o ex-professor Maurílio da Costa Souza, que desenvolveu o projeto de criação do Centro, juntamente com Carmelita Elias Vidigal, também professora à época, o Critt é, hoje, um ambiente fértil e incentivador de atividades sociais e empresariais modernas. “A consequência imediata das atuações do Critt nas três áreas de atuação é a consolidação de atividades empresariais, criação de empregos de alto nível técnico e capacitação técnica de recursos humanos das empresas desde as micro até as grandes. Deve-se ressaltar que, oferecendo uma estrutura flexível a empresários e empreendedores, o Critt pode fomentar e criação e sustentação de atividade promissoras”, ressalta Souza.
História de pioneirismo
O centro atua, desde 1995, na aproximação entre a universidade e a sociedade por meio de serviços de transferência de tecnologia e de soluções inovadoras. “Era importante, na época, que tivesse uma incubadora de empresas de base tecnológica e núcleos de transferência de tecnologia e também uma área de treinamento. A decisão da Administração Superior, no caso com a então pró-reitora de Pesquisa, Margarida Salomão, foi muito importante. Havia um galpão disponível, que foi então adaptado para abrigar aquela ideia inovadora. O apoio do CNPq, que nos deu bolsas de desenvolvimento tecnológico para graduados e graduandos, também foi fundamental”, relembra Carmelita.
Segundo Margarida, hoje deputada federal (PT-MG), a ideia de Maurílio e Carmelita parecia visionária para os idos da década de 1990. “Mas eles estavam compartilhando uma experiência extremamente bem-sucedida da Universidade de Toulouse, na França. Já àquela época, na Europa, floresciam os parques tecnológicos, as cooperações das universidades com as empresas, seguindo o caminho já aberto pelos americanos. Então, nós também aproveitamos essa bela ideia e essa grande colaboração que esses dois professores ofereceram à UFJF. Com isso, abrimos uma outra condição de desenvolvimento da cultura universitária em Juiz de Fora: a cultura da inovação, do desenvolvimento tecnológico, da participação na economia do conhecimento, que hoje é a natureza do desenvolvimento mundial”, destaca.
“Com o Critt, já se projetava um passo adiante, que é a Universidade voltar-se para a inovação tecnológica, o fomento ao empreendedorismo e a transferência de tecnologia, sem abdicar de suas funções convencionais” (Ignácio Delgado, diretor de Inovação da UFJF)
Emanoel Felício, secretário de Desenvolvimento Tecnológico do Critt em seus dois primeiros anos de fundação, ressalta que a iniciativa se mostrava promissora desde os primórdios e já apresentava resultados surpreendentes. “Nesses anos, conseguimos expandir a Incubadora de Base Tecnológica, criamos parcerias com as empresas Júnior e elaboramos resoluções relativas a prestações de serviços dos docentes e técnicos no âmbito da UFJF, além de várias aprovações de recursos de agências financiadoras. Depois de 25 anos, sinto-me honrado e feliz por ter colaborado numa parte dessa trajetória”.
Protagonismo
Atualmente, a instituição presta serviços para empreendedores e empresas que buscam assessoria para o desenvolvimento de novos produtos ou aperfeiçoamento de processos de produção em diferentes áreas. Estas ações vêm contribuindo para difundir a aplicação de novos conceitos, métodos e tecnologias de gestão, estimulando sua utilização.
Para o diretor de Inovação da Universidade, Ignacio Delgado, que também dirige o Critt, o Centro apresenta-se como uma ideia pioneira no país e um passo extraordinário na história da UFJF. “As agências, nas universidades, dedicadas à inovação e transferência de tecnologia eram poucas e sem a estrutura que o Critt constituiu, desde o início, agrupando núcleos para a prestação de serviços técnicos e treinamento, dirigidos às empresas, com uma Incubadora de Base Tecnológica, a IBT”, lembra.
“Por isso, o reconhecimento que o órgão adquiriu no Brasil. Na UFJF, porque o Critt se antecipa a um movimento que a Instituição estava ainda fazendo, a afirmação da pesquisa como prática rotineira, que vem junto com a expansão da pós-graduação. Com o Critt, contudo, já se projetava um passo adiante, que é a Universidade voltar-se para a inovação tecnológica, o fomento ao empreendedorismo e a transferência de tecnologia, sem abdicar de suas funções convencionais.”
“Os esforços de inovação que as universidades públicas terão, a partir de agora, em muito estarão relacionados com essa crise que estamos vivendo, e as instituições terão que repensar seu papel, o que passa também pelo processo de inovação tecnológica” (Marcus David, reitor)
O reitor da UFJF observa que o pioneirismo do Centro já se mostra essencial para o papel da Universidade na sociedade brasileira e aponta que seu protagonismo será ainda maior para os desafios que estão por vir – muitos por conta da atual crise sanitária e econômica enfrentada pelo país, decorrente, principalmente, do combate à pandemia da Covid-19.
“A rede das 63 universidades federais tem uma ação muito consistente. Claramente, foi muito importante o trabalho de organização que já tínhamos dentro do Critt há muitos anos. Muitos esforços só foram possíveis graças a essa capacidade de organização. Os esforços de inovação que as universidades públicas terão, a partir de agora, em muito estarão relacionados com essa crise que estamos vivendo e as instituições terão que repensar o seu papel interno e externo, o que passa, também, pelo processo de inovação tecnológica”, conclui David.
Outras informações
(32) 2102-3235 – Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia