A compreensão dos diferentes tipos de violência escolar em uma instituição estadual de ensino do município Chapada do Norte, em Minas Gerais, e de seus desdobramentos nos processos educacionais pautou a dissertação do professor de História Íbero Ribeiro de Mattos. Na pesquisa realizada no Mestrado em Gestão e Avaliação da Educação Pública da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), ele propõe um plano de gestão que pode contribuir para a prevenção e para a resolução dos problemas associados ao tema.
O professor revela que se inspirou na música ‘Meninos de Araçuaí”, na qual Milton Nascimento canta com os jovens da cidade do interior de Minas. Ele conta que trabalha como gestor da referida escola e, ao longo dos anos, tem presenciado diversas situações de violência de vários tipos. “Escolhi esse tema na tentativa de implementar uma cultura de paz nesse ambiente.”
Como metodologia, Íbero realizou um estudo de caso com levantamento bibliográfico e pesquisa de campo com questionário para 26 funcionários e 96 alunos, com idades entre 10 e 19 anos. “Apuramos que existe o diálogo constante de professores e gestão da escola com os alunos sobre a violência escolar, porém tal diálogo não tem sido efetivo no combate aos tipos de violência que foram identificados como sendo os mais frequentes: verbal, físico e de dano ao patrimônio”, considera.
Como estratégias para minimizar os problemas, a pesquisa propõe a apresentação dos resultados do estudo para a comunidade escolar; rodas de conversa sobre o tema com funcionários, representantes de turmas e membros do colegiado; formação continuada, criação do grupo de mediação escolar e grupo de estudos sobre violência escolar; bem como a criação coletiva das regras de convivência.
De acordo com a professora orientadora, Rosângela Veiga Júlio Ferreira, ainda que a pesquisa aponte que a cultura predominante na escola investigada é a da violência, “o que poderia ter colocado um quadro desanimador uma vez que essa realidade já se soma a de inúmeras outras escolas brasileiras”, o estudo contribui em dois pontos principais à sociedade: “com o processo de formação continuada de um gestor da escola pública e com a proposição de estratégias gestoras pautadas em análises de evidências.”
Ainda segundo a orientadora, é possível afirmar que a pesquisa aponta caminhos para pensar no respeito às vozes que precisam ser ouvidas e consideradas na escola e por ela. “Vozes que, na maioria das vezes, são julgadas e culpabilizadas, sem serem protagonizadas na construção de um projeto de vida presente e futuro. Desse modo, Íbero nos convida a pensar nos limites, mas também nas possibilidades que se colocam a um gestor na e pela gestão de conflitos.”
Contatos:
Íbero Ribeiro de Matos – (Mestrando)
iberoribeiro@gmail.com
Rosângela Veiga Júlio Ferreira – (Orientadora)
rosangelaveiga.ferreira@ufjf.edu.br
Banca Examinadora:
Prof. Dra. Rosângela Veiga Júlio Ferreira (Orientadora – UFJF)
Prof. Dra. Priscila Fernandes Sant’Anna – (IF Sudeste – MG)
Prof. Dr. Roberto Perobelli de Oliveira – (UFES)
Prof. Dra. Vania Fernandes e Silva – (João XXIII – UFJF)
Outras informações: (32) 4009-9319 – Mestrado em Gestão e Avaliação da Educação Pública