A trajetória de Valéria Mendes Fasolato como professora de Artes foi o que a fez conhecer e se interessar pelas obras da artista Maria Pardos. Sua tese de doutorado nasceu do desejo de contribuir como pesquisadora no reconhecimento das mulheres como sujeitos ativos nas artes plásticas brasileiras. O estudo foi realizado por meio do Programa de Pós-Graduação em História, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e conta com a catalogação de 66 pinturas, das quais 46 estão do Museu Mariano Procópio, em Juiz de Fora, MG.
Segundo as pesquisas feitas por Valéria, Maria Pardos nasceu na Espanha em 1866 e chegou ao Brasil em 1890 como bailarina. Aqui, no final do século XIX e início do século XX, se dedicou ao universo das artes visuais, sendo aluna de Rodolpho Amoedo, importante professor da Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro. A pesquisadora explica que a gama de informações sobre a artista resulta de uma documentação frágil e incompleta tornando sua biografia fragmentada. Dessa forma, houve a necessidade de buscar fontes e documentos sobre a vida da pintora, visando apresentá-la ao leitor e facilitar a compreensão do contexto em que as obras foram produzidas.
A docente acredita que seus estudos contribuíram para a valorização da história das mulheres no cenário artístico, para a história da arte brasileira e, consequentemente, para o Museu Mariano Procópio. “Há muitas lacunas sobre obras e trajetórias de mulheres artistas do período acadêmico do Brasil”, ela completa. Nesse sentido, seu trabalho busca dar visibilidade para as obras de Maria Pardos, que chamam a atenção pela temática diversa: representação de tipos sociais, pobreza, literatura infantil, retratos, nus, naturezas mortas entre outros aspectos.
A professora orientadora, Maraliz de Castro Vieira Christo, reafirma a dificuldade que as mulheres artistas enfrentam para serem reconhecidas, muitas vezes caindo no esquecimento. Para ela, pesquisas como a de Valéria, são importantes, pois permitem valorizar a arte feminina e ter uma melhor compreensão de suas obras e contexto histórico. Maraliz reforça, ainda, que a catalogação das pinturas é fundamental para atrair outros pesquisadores com novas questões, e no caso específico da Maria Pardos, como grande parte de sua produção pertence ao Museu Mariano Procópio, a tese é também um esforço para qualificar o acervo de um museu público e significativo.
Contatos:
Valéria Mendes Fasolato – (Doutoranda)
mendesfazolatto.valeria@gmail.com
Maraliz de Castro Vieira Christo – (Orientadora)
maraliz.christo@gmail.com
Banca Examinadora:
Profa. Dra. Maraliz de Castro Vieira Christo – Orientadora (UFJF)
Profª. Drª. Silvana Mota Barbosa – (UFJF)
Prof. Dr. Martinho Alves Junior (UFJF)
Profª. Drª. Mírian Nogueira Seraphim (IFMT)
Profª. Drª. Ana Maria Tavares Cavalcanti (Escola de Belas Artes – UFRJ)
Outras informações: (32)2102-6321 – Programa de Pós-graduação em História