Entender de que forma o território atua como sujeito na relação entre indivíduo e sociedade foi o objetivo do 1º Seminário “Psicologia Social, Territórios e Subjetividades: articulando saberes e práticas”, organizado pela Associação Brasileira de Psicologia Social (Abrapso – Núcleo Juiz de Fora), com apoio do Conselho Federal de Psicologia. O evento ocorreu, neste sábado, 7, no Instituto de Ciências Humanas da UFJF.
Na mesa de abertura, a participação da psicologia nas discussões sociais foi o principal assunto abordado. Segundo a coordenadora da Abrapso de Juiz de Fora, Lara Brum de Calais, a psicologia deve ter posicionamento crítico ante às demandas da sociedade. “No nosso município, o posicionamento da psicologia frente às problemáticas sociais não é muito notado. Acreditamos que este evento é uma estratégia para trazer essas discussões.”
A vice-presidente do Sindicato dos Psicólogos do Estado de Minas Gerais, Letícia Gonçalves, também chamou atenção para o papel da psicologia na atualidade durante a mesa de abertura. “Estamos em um momento que nos convoca a nos debruçarmos arduamente sobre a construção de teorias que nos auxilie de alguma maneira a ler essa fase, a ler as instituições e construir, com essa densidade necessária, uma outra sociedade.”
A coordenadora do curso de Psicologia da UFJF, Edelvais Keller, e a representante discente da Abrapso JF, Alline Aparecida Pereira, também participaram da mesa de abertura do seminário.
Territórios existenciais
O debate a respeito da construção do indivíduo começou pela mesa-redonda “Territórios, subjetividades e sociabilidades: atravessamentos na constituição do sujeito”, ministrada pela professora Kátia Aguiar, da Universidade Federal Fluminense.
Em sua exposição, a professora destacou a concepção do território não apenas como um local, mas como efeito das diferentes conexões de um indivíduo. “Estamos o tempo inteiro instituindo territórios, que não são só geográficos, mas existenciais. Construímos as nossas existências no agenciamento de diferentes elementos. Produzimos ‘redes’, algo que está em conexão, mas é sempre provisório.”
Ainda segundo Kátia, o território ainda está ligado com questões políticas, econômicas e sociais, e não deve ser visto como algo fechado e definitivo. “Somos cada vez mais autônomos, na proporção em que conseguimos expandir mundos, nos conectar com a maior diversidade possível de práticas, seres, afetos e contágios”, explica.