Neste domingo, 1º, segundo dia de provas do Programa de Ingresso Seletivo Misto (Pism), muitos pais não só levaram os filhos aos locais de prova, como também optaram por aguardar até o término da atividade. As horas de espera somaram-se ainda ao tempo de viagem que muitas famílias de diversas cidades fizeram até Governador Valadares.
O esforço e cansaço são compensados pela possibilidade de testemunhar os filhos entrarem em uma universidade pública e de qualidade, como a Universidade Federal de Juiz de Fora. “A gente fica com aquela ansiedade pois o resultado dela é consequência do nosso esforço. Então a gente fica naquela tensão, pedindo a Deus que dê tranquilidade a ela durante a prova. Hoje eu falei para ela ficar tranquila e gastar o tempo que for necessário”, afirmou Sheila Silva Araújo de Souza, mãe da estudante Letícia Araújo de Souza, de 15 anos, que deseja cursar Medicina na UFJF. De Itabira, a 212 km de Governador Valadares, a família já pensa na possibilidade de ficar longe da filha mais velha. “A gente se prepara, mas a verdade é que nunca estamos 100% preparados para ficar longe de nossos filhos”, confessou Sheila.
Para Ednilda Luiza Martins Muniz a sensação de ficar longe da filha é comparada a um “segundo parto”. De São João de Manteninha, distante 119 km de Governador Valadares, Ednilda veio acompanhar a filha Isabela Luiza Martins Muniz, de 17 anos. “É minha primeira filha com idade para fazer vestibular. E eu fico apreensiva, torcendo para ela passar. Vejo também que ela fica ansiosa. Mas toda essa expectativa é normal, a gente ouve falar muito bem da UFJF e eu tenho esperança que ela passe”. Isabela quer fazer Medicina Veterinária em Juiz de Fora.
Pai de filha única sofre dobrado. Palavras de José Dimas Oliveira Silva, de Timóteo, a 126 km do campus GV, pai de Marcela Caroline Santos Oliveira, de 15 anos. “Não tem como não ter ansiedade. É filha única então a gente sempre se preocupa em estar resguardando a Marcela, passando para ela o máximo de tranquilidade possível”. Marcela deseja se formar médica pela UFJF-GV e para isso terá sempre o pai por perto. “O pai acompanha a filha, vem junto. Na hora que a Marcela falar que está precisando de algo, eu estarei ao lado para dar o suporte”, destacou José Dimas.
De Belo Oriente, a 92 km de Governador Valadares, Uziel Madeira de Souza quer que a filha aproveite as oportunidades que ele mesmo não teve em sua juventude. “Eu fico bastante ansioso pois na minha época não tive oportunidade de estudar e hoje há essa possibilidade. Aquilo que a gente não conseguiu, a gente quer oferecer para os nossos filhos”. A filha de Uziel pretende estudar em Juiz de Fora, no curso de Medicina Veterinária. “Muito doloroso ficar longe dela, mas se é para o futuro melhor nós vamos nos esforçar para deixá-la tranquila mesmo estando longe”.
José Anício, de Belo Oriente, pai da estudante Shaiana Aparecida, de 17 anos, resume o sentimento de todos os pais ao testemunhar a caminhada dos filhos. “Claro que ficamos ansiosos e sofremos só com a possibilidade de sentirmos saudade, mas o importante é ver minha filha feliz”. Além do pai José Anício, Shaiana veio a Governador Valadares acompanhada pelo tio e avô. Apoio nunca é demais.