Na noite dessa segunda-feira, 7 de outubro, o 26º Encontro Brasileiro de Malacologia (Ebram) teve seu início em uma cerimônia realizada no Museu de Arte Murilo Mendes. Promovido pela Sociedade Brasileira de Malacologia (SBMa) com o apoio da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), o evento conta com mais de 70 palestrantes – sete deles estrangeiros – e tem o objetivo atender à necessidade de valorização da memória e preservação do patrimônio científico-cultural da área de malacologia.
A edição de 2019 comemora os 50 anos da Sociedade Brasileira de Malacologia, fundada em 1969. Acontecendo a cada dois anos, o encontro de 2019 é simbolicamente realizado em Juiz de Fora, rememorando a primeira edição, que também ocorreu na cidade. Uma das premissas do evento é valorizar a memória histórica já criada e cultivada no campo da malacologia, revisitando o passado ao mesmo tempo que se promove o futuro. O símbolo escolhido para representar a edição é um desenho de uma concha, feito em nanquim, uma referência aos antigos métodos de pesquisa. Durante a abertura, a mesa central foi composta por nomes da área e responsáveis pelo evento, como Sônia Barbosa dos Santos, presidente da SBMa, e Sthefane D’Ávila, presidente do XXVI Encontro Brasileiro de Malacologia.
A abertura contou com a apresentação de responsáveis pela organização e contribuidores que ressaltaram a importância de se realizar um evento científico em um momento no qual a ciência corre tantos riscos. “Cada um de nós temos a obrigação de levar a ciência malacológica adiante, não apenas enfurnados em nossos laboratórios, mas sim ampliando esse conhecimento pelo mundo. Apenas mantendo o sonho de andar para frente é que conseguiremos superar esse momento extremamente danoso para o país e para a ciência”, complementou Sônia, logo antes de declarar o início da programação.
A abertura foi seguida da primeira palestra do encontro, “Ilhas Orgânicas do Mar Profundo”, ministrada pelo professor do departamento de oceanografia biológica da Universidade de São Paulo, Paulo Yukio Gomes Sumida. Em sua palestra, o professor abordou acumulados de matéria orgânica que eventualmente chegam em áreas muito profundas do oceano, servindo como agregadores e formadores de biodiversidade. “Acredito que seja muito importante discutir assuntos relacionados à biodiversidade na atualidade. É fundamental que consigamos trazer questões como os moluscos, nesse caso, uma vez que são tão importantes tanto para a diversidade quanto para os próprios ecossistemas. É super importante que a sociedade discuta e que a Universidade tome frente dessa discussão, trazendo-a para uma esfera real.”
Para a presidente Sthefane D’Ávila, posteriormente, o que permite que os encontros continuem acontecendo 50 anos após a fundação da Sociedade Brasileira de Malacologia é “o intenso intercâmbio científico entre pesquisadores e estudantes, através do qual é possível se atualizar a respeito das pesquisas, promover discussões, gerar interações e colaborações internacionais, entre outros. É uma área muito grande e importante para muitos setores da sociedade, desde a pesquisa básica até a avançada, abrangendo esferas como saúde pública, economia, biotecnologia, etc.” Sthefane também explicou que o evento trata tanto do presente quanto do futuro, e, para isso, olha para o passado, recuperando a memória dos pioneiros da malacologia no Brasil e fazendo futuras projeções.
Quem esteve presente na abertura do evento também pôde assistir a um vídeo em homenagem ao professor Maury Pinto de Oliveira, um dos sócios fundadores da Sociedade Brasileira de Malacologia e um dos fundadores do curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), além de uma apresentação do Coral Pró-Música, formado em 1973.
O 26º Encontro Brasileiro de Malacologia continua até esta quinta-feira, 10. Sua programação completa pode ser encontrada no site oficial do evento.
Outras informações: (32) 2102-3221 (Malacologia-UFJF)