As mais diferentes expressões artísticas se encontram com a arte de ser criança e de ser idoso. Em mais uma edição do Domingo no Campus, o que fica marcado é a integração entre as pessoas. Neste domingo, 8, o projeto recebeu duas instituições de Juiz de Fora: a Fundação João de Freitas, que atende juizforanos de terceira idade, e a Associação Herculano Pires, que desenvolve trabalhos pedagógicos com crianças e jovens.
Em um momento bastante divertido e informativo, via-se a procura por dicas sobre a saúde, tanto por meio de projetos de extensão como “Discutindo saúde: prevenção contra hipertensão” e “Dente da gente: educação em saúde”, quanto por meio de atividades físicas, como a ginástica acompanhada pela professora de Educação Física, Vanessa Corrêa.
Aos 91 anos, Flor de Maio veio com a Fundação João de Freitas e estava muito animada na Oficina de Bordado. “Apesar de qualquer dor que eu esteja sentindo, eu venho mesmo assim. Bordar é uma dose de medicina”, completou. A oportunidade de trazer senhores e senhoras para o campus da universidade é única, como enfatizou a assistente social da Fundação, Ana Paula Fagundes. “Nós buscamos proporcionar a eles a convivência comunitária, proporcionar a qualidade de vida. E aqui nós encontramos.”
Famílias também se reuniram em mais um dia que começou um pouco nublado e com vento ameno, o que não espantou o público – pelo contrário, foi o clima ideal para fazer e soltar pipas, com o projeto “Resgate de brincadeiras de rua”. Quem chegou bem cedinho com seu filho foi a Lucilia Rothier, mãe do Cauã, de 7 anos. Enquanto estava na oficina de bordado, juntamente com a dona Flor, Lucilia observava seu filho na montagem de brinquedos. Para ela, a iniciativa do Domingo no Campus é excelente. “Essas atividades de integração possibilitam o resgaste para as crianças das brincadeiras antigas de infância, e isso as enriquece culturalmente.”
A integração não parou por aí: o grupo de capoeira Jireh coincidentemente foi para a universidade em dia de Domingo no Campus e trouxe muitas crianças para dançarem a sua arte. Para Weslly de Souza, um dos responsáveis pelo grupo, mostrar o trabalho em um dia de diversas atividades é uma soma muito visível. A diversidade de atividades era tamanha que reuniu robôs, educação para os donos de animais domésticos, introdução ao beisebol, som do DJ Álvaro Capute e música do Núcleo de Desenvolvimento Musical Funga Alafia.
O grupo de robótica Rinobot, formado por estudantes da UFJF, trouxe três robôs de competição para o campus. “Nosso objetivo é disseminar a robótica para a sociedade. Aqui temos a oportunidade de gerar o interesse de adultos e crianças sobre a área” , relatou Gabriel Rodrigues, um dos integrantes. E quem ficou muito curioso com os robôs foi o Jahleel Lozano, de 5 anos, filho do colombiano Luiz Fernando e irmão do Joezer, de 2 anos. Para Luiz foi uma oportunidade muito boa, diferenciada, de integração.
A Associação Herculano Pires veio com cerca de 35 crianças e adolescentes para o Domingo no Campus. Segundo o voluntário Edwaldo Sérgio, apenas ao falar sobre o campus da UFJF, as crianças já ficam empolgadas: “Elas associam esse espaço a um espaço compartilhado, aberto e festivo. Nossa associação está localizada em um bairro mais afastado, então as crianças têm uma relação restrita com a cidade. O que era abstrato se concretiza quando nós trazemos eles aqui”, revelou.
Para aqueles que gostam de trazer seus cães ao campus, neste domingo, pela primeira vez, o Grupo de Educação Tutorial (GET) da Medicina Veterinária levou seu conhecimento para os donos de pets receberem informações adequadas sobre alguns cuidados com os animais. “Existe a dificuldade em saber sobre os cuidados básicos e as zoonoses com incidência aqui em Juiz de Fora”, avalia a estudante de veterinária Maria Carolina. Para Marcelo Leonel, dono de três cachorros, a iniciativa do GET é importante e explicativa. “Eu não sabia, por exemplo, que após dar a ração é necessário lavar e guardar bem os potinhos, para evitar o risco de leptospirose”, comentou.
Quem também esteve pela primeira vez no Domingo no Campus foi a turma do Little League Marfins Beisebol, de Juiz de Fora, que ofereceu aulas de introdução ao beisebol. “Trazer um projeto voltado para as crianças que pode despertar o interesse pelo esporte e desenvolver a atividade corporal é bastante importante”, afirma o integrante Saulo Almas. As atividades foram desde o aquecimento, passando pelos arremessos de bola, até uma simulação de um jogo de beisebol. Enquanto seu filho Raphael Lopes, de 8 anos, praticava, Farida Pires revelou que a iniciativa é muito interessante. “Aqui no Brasil é futebol para lá, futebol para cá, então mostrar outros esportes para as crianças é bem legal. Além disso, é um forma de tirá-los de casa para praticar uma atividade nova”, completa.
O Domingo no Campus é realizado com verbas de emenda parlamentar da deputada federal Margarida Salomão (PT-MG).