Evento reuniu profissionais que construíram a história do CBR (Foto: Gustavo Tempone)

O Centro de Biologia da Reprodução (CBR), da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) comemorou, na noite desta quarta-feira, 7, seus 50 anos de atuação em uma solenidade na sede do CBR. Ao final da cerimônia, uma placa foi inaugurada em homenagem a Amaury Andrade Leite, à Vera Maria Peters e Martha de Oliveira Guerra por suas contribuições. As celebrações começaram em julho, quando o Centro recebeu a visita do professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Rovilson Gilioli. As festividades continuam nesta quinta e sexta-feira, dias 8 e 9, quando ocorre o Fórum Comemorativo 50 anos CBR e 20 anos da Rede Mineira de Bioterismo (RMBioterismo).

Vera Peters destacou como o espaço viabilizou a formação de recursos humanos e técnicos (Foto: Gustavo Tempone)

A diretora do Centro, Vera Maria Peters, destacou como o espaço viabilizou a formação de recursos humanos e técnicos, atendimento e capacitação de alunos, permitindo ainda fazer o intercâmbio com empresas. “Para mim, realmente, essa concepção de centro multidisciplinar, com laboratórios multiusuários e esse conexão que conseguimos fazer com as diferentes instituições, gerando profissionais do amanhã, gerando pesquisas confiáveis é, realmente, um papel enorme da pesquisa e do Centro ao longo desses 50 anos.”

Vera avalia as muitas fases desafiadoras nesse período. “No momento, nós sabemos que as verbas estão escassas e as dificuldades são muitas, mas temos que saber também conviver com esse período e lutar sem pararmos com o nosso trabalho. O segundo desafio é despertar em todos a vontade de continuar com o Centro, de manter os seguidores bastante vivos. Isso é o mais importante”, enfatiza.

A coordenadora de pesquisas pré-clínicas do CBR, Martha de Oliveira Guerra, destaca o pioneirismo, configurando-se no primeiro Centro de Pesquisa da UFJF, criado em 1969.  “Desde o começo, o CBR teve o objetivo de estimular o ensino, a pesquisa, e a extensão. Criamos um biotério e os animais serviram de estudo para vários outros lugares.” 

Martha Guerra: “O maior desafio foi manter a filosofia de ensino e pesquisa com qualidade e com honestidade” (Foto: Gustavo Tempone)

Segundo Martha, o Centro foi crescendo aos poucos e atualmente possui várias linhas de pesquisa, além de atender toda área de saúde da Universidade. “É um trabalho longo, que tanto tem contribuído para a Universidade com as pesquisas, com o ensino na graduação, como também com a pós-graduação.” Para a coordenadora de pesquisa, o maior desafio enfrentado pelo CBR foi se manter. “Ter se mantido independente das condições que encaramos, desde o período da ditadura, governos distintos, dentre outras coisas. Acho que o maior desafio foi manter a filosofia de ensino e pesquisa com qualidade e com honestidade.”

O reitor Marcus Vinicius David avalia o CBR como uma das principais referências que existem dentro da Universidade na área de pesquisa, destacando-se nacionalmente. “O CBR é um dos casos de sucesso da Universidade e, por este motivo, estar celebrando 50 anos de existência é um motivo de muita honra e satisfação para a instituição. Estamos celebrando uma história de muito êxito. Não tenho dúvidas de que essa história nos reserva muitas realizações importantes.”

Reitor Marcus David destacou a importância nacionalmente conhecida do espaço (Foto: Gustavo Tempone)

O professor da Faculdade de Medicina e integrante do Núcleo de Pesquisa em Pneumologia e Terapia Intensiva da UFJF, Maycon de Moura Reboredo, conta que seu primeiro contato com o CBR se deu quando ainda era aluno de iniciação científica, no segundo período do curso de Fisioterapia, em 2002. “Para mim foi fundamental, porque eu peguei uma época em que a pesquisa era um pouco latente aqui. Existiam poucos programas, poucas oportunidades de bolsa, o que hoje em dia já é muito diferente. Sem dúvida, quando eu era ainda muito jovem, no segundo período da faculdade, pude conhecer um Centro de Pesquisa e pude trabalhar nele. Essa experiência me guiou, até mesmo a seguir na pós-graduação e, posteriormente, a entrar na docência”.

Amaury Andrade: “Para os próximos 50 anos, espero que seja multiplicada, por muitas vezes, a área da pesquisa e seus pesquisadores” (Foto: Gustavo Tempone)

Dr. Amaury Leite Andrade, idealizador do CBR, mostrou-se emocionado ao receber as homenagens pela comemoração do cinquentenário e relembrou o início do Centro. “Há 50 anos, eu não sabia nada do que ia acontecer, mas fico muito feliz por ter dado resultado. No começo foi extremamente difícil, lutamos com muita oposição, muitas dificuldades até dentro da própria Universidade, mas felizmente, aos poucos, fomos dando um jeitinho até acertar.” Sobre o CBR do futuro, Dr. Amaury deseja que “para os próximos 50 anos, espero que seja multiplicada, por muitas vezes, a área da pesquisa e seus pesquisadores.”

Confira a programação completa do Fórum Comemorativo 50 anos CBR e 20 anos RMBioterismo

Outras informações: (32) 2102-3255 (Centro de Biologia da Reprodução)