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Produtor rural Diogo Amaral dará o curso no Jardim (Foto: Raul Mourão/UFJF)

Açaí pode ser coletado somente na Amazônia. Não é bem assim. Uma versão do fruto está bem perto dos juiz-foranos, e um curso no Jardim Botânico da UFJF, neste sábado, 13, vai mostrar que ele é abundante na cidade. É o fruto da palmeira juçara, conhecido como açaí da Mata Atlântica, com sabor, textura e cor semelhantes ao tipo mais conhecido. 

A atividade é gratuita, com inscrição on-line no site do Jardim (formulário on-line) até esta quinta, 11. A seleção será feita por meio de sorteio, e o resultado será divulgado na sexta, também no site do Jardim. São oferecidas 50 vagas, sendo 5 delas destinadas a moradores do entorno do local. 

Pesquisas iniciais apontam que o fruto pode ser até mais nutritivo que a versão tradicional. Os dois vêm de palmeiras do mesmo gênero, Euterpe. Mas a espécie do açaí amazônico é a Euterpe oleracea Mart, e a da Mata Atlântica é a Euterpe edulis Mart.

Além da extração do açaí, a palmeira também pode ter o cacho, as folhas e as sementes usadas no artesanato. Há também a produção do palmito, mas ele exige o corte da árvore. Por isso, o foco do curso “Manejo Ecológico da Palmeira Juçara” será no fruto, o qual é uma alternativa econômica contra a derrubada ilegal da espécie. 

O curso será ministrado pelo permacultor e produtor rural de Lima Duarte (MG), Diogo do Amaral Jorge, que atua há 11 anos na coleta do fruto. Segundo ele, além das explicações ecológicas, esta também será uma forma de abordar o auxílio socioeconômico que a planta pode ter junto à comunidade. “O fruto dela é muito valioso, tanto nutricional quanto economicamente. A palmeira pode ser uma maneira de oferecer renda anual para o agricultor.”

Conforme Amaral, 1kg da polpa custa em média R$ 35. E 5kg do fruto são vendidos a R$ 150. Uma muda da espécie leva entre 8 a 10 anos para dar o cacho. Mas, embora seja ameaçada de extinção, a palmeira é distribuída nas regiões de Mata Atlântica. No Jardim, ela é abundante, e uma trilha no local leva o nome da planta. 

Veja outro produtor rural Victor Ramalho coletando cacho da juçara no Jardim:

Veja mais vídeos na página no Facebook e no perfil no Instagram do Jardim.

Programação:

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Produtor Victor Ramalho, ao centro, em um palmeira no Jardim (Foto: Raul Mourão/UFJF)

Das 9h às 15h, os participantes terão a oportunidade de aprender mais sobre a planta, identificá-la, praticar a colheita do fruto e se informar sobre o beneficiamento artesanal dele.

9h às 11h: A palmeira juçara: funções ecológicas, múltiplos usos, fruto, cultivo, colheita e beneficiamento

11h às 12h: Identificação das juçaras no Jardim Botânico, observação da maturação dos frutos

12h às 13h: intervalo para almoço, cada participante deve se responsabilizar pela própria alimentação

13h às 14h: Prática de colheita, uso da peconha (utensílio feito originalmente de fibras por indígenas, envolto no pé, usado para subir na palmeira) e equipamentos de segurança

14h às 15h: Beneficiamento artesanal do fruto

A Direção do Jardim orienta os participantes a seguirem o Manual de Práticas Sustentáveis do Jardim Botânico.

Outras informações: (32) 3224-6725 – Jardim Botânico UFJF