Um projeto de extensão desenvolvido no campus avançado da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF-GV) tem despertado o interesse pela ciência em alunos do ensino fundamental da escola estadual Prefeito Joaquim Pedro Nascimento, em Governador Valadares. A iniciativa utiliza atividades lúdicas em laboratório para disseminar conhecimentos das áreas de bioquímica e imunologia. A mais recente dessas ações foi realizada na tarde desta sexta-feira, 5, e ensinou a forma correta de tratar ferimentos e lesões.
Para Gabriela Barros, 14, a “prática ajuda a entender melhor os conteúdos que são passados em sala de aula”. O mesmo pensa sua colega de classe, a estudante do nono ano, Emilly Victória, 16. Ela garante que depois da atividade de hoje nunca mais vai usar açúcar para cicatrizar feridas: “Eu não sabia como cuidar; colocava e aprendi que é errado”.
O professor de Gabriela e Emilly avalia positivamente essa relação entre a UFJF-GV e a escola. “É muito importante, porque veem na prática o que a gente fala na teoria. Na escola pública tem muita falta desse intercâmbio, especialmente com a universidade. A gente só fala em teoria e os alunos estão sedentos de ver prática”, afirma Antônio Roberto Almeida.
O encontro desta sexta é apenas uma das atividades do projeto, que começou em outubro do ano passado, e já abordou diversos temas, como a forma de calcular calorias de alimentos processados e de verificar a acidez das substâncias a partir do suco do repolho roxo. Os alunos da escola também aprenderam a construir um filtro d’água usando pedra, areia, carvão e garrafa PET. No cronograma do projeto está ainda a criação de um microscópio utilizando caneta laser.
Todos os conteúdos foram ministrados por seis estudantes de Medicina da UFJF-GV, sob a supervisão da coordenadora do projeto, a professora Dirce Ribeiro de Oliveira. Um desses discentes explica que a intenção é expandir a iniciativa para outras escolas da cidade. “Não pode ficar só nessa escola, tem que ir para as outras. Então a gente tem o objetivo de deixar um material aqui para o professor desenvolver esse trabalho e fazer isso em outras escolas públicas”, afirma Arthur de Pinho.