Oito professores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) participaram do XV Congresso Latino-americano e Caribenho de Extensão Universitária. O evento é caracterizado como o principal sobre o tema extensão universitária na América Latina e Caribe, mediando a internacionacionalização das ações de extensão, divulgação de experiências e diálogo entre metodologias. As atividades aconteceram entre os dias 25 e 28 de junho, na Universidade Nacional del Este, na Cidade do Leste, no Paraguai.

O Congresso estuda a estratégia extensionista como uma chave para a transformação da universidade pública no século XXI, considerando o compromisso social assumido junto aos povos latino-americanos e caribenhos. “Quando a UFJF vai para outro país, demonstra sua produção e aprende com as diferenças. Neste congresso, foi composta uma identidade da extensão universitária produzida nos países do eixo sul da América. Percebemos as diferenças, pois na América Latina e no Caribe, a extensão é carregada de poder de transformação social vinculado à educação popular e tem o objetivo de formar os estudantes preocupados com a realidade do país em que vivem”, explica a pró-reitora de Extensão, Ana Lívia Coimbra.

Ela avalia a participação do corpo docente da UFJF em eventos internacionais sobre Extensão e ressalta a necessidade de criação de eixos de internacionalização e fortalecimento dos projetos e programas extensionistas por meio da proximidade de áreas temáticas. “A ida ao Congresso no Paraguai, e no da Nicarágua, há dois anos, nos faz pensar a possibilidade de internacionalizar a Extensão, assim como é feito com o Ensino e com a Pesquisa. Além disso, é preciso fortalecer os projetos e aproximá-los para que os participantes possam compartilhar as próprias experiências. Por meio dessas ações, colocaremos a Extensão em outro patamar na UFJF.”

Fortalecimento

A professora da Faculdade de Educação (Faced), Mylene Cristina Santiago, produz atividades relacionadas às pessoas com transtorno do espectro autista como desencadeadoras de processos formativos e inovação  pedagógica. Ela avalia o evento como uma oportunidade de estar próxima aos trabalhos produzidos pelo eixo sul do continente americano e ampliar relações a níveis locais e internacionais. “Eu voltei com muita vontade de trabalhar com redes. Como eu atuo na área de inclusão, alguns colegas me deram cartões e enviaram artigos e materiais para eu ter acesso aos documentos oficiais do Ministério da Educação (MEC). Já conversei com alguns colegas da Faced e pretendemos formar um grupo para mapear as ações de inclusão na América Latina e, posteriormente, tentarmos fazer uma interligação entre as experiências de extensão.” 

Participante do evento, a professora de Ciências da Computação, Liamara Scortegagna, é coordenadora de um projeto de extensão que atende alunos da educação a distância e permite que atuem em suas próprias comunidades. Durante o Congresso, percebeu a qualidade das ações extensionistas oferecidas pela UFJF. “Não desmerecendo, ou dizendo que não há qualidade nos outros projetos, mas observa-se que os projetos realizados pela UFJF realmente são extensionistas e possuem interação com a comunidade. Aparentemente ela cresceu e é vista como de extrema necessidade na formação do aluno, que não é só ensino e pesquisa, mas também é extensão.”

O professor do Departamento de Direito do campus de Governador Valadares, Bráulio de Magalhães Santos, coordena dois projetos de extensão, o Núcleo de Estudos, Juventude e Socioeducação, e o Acompanhamento da Agenda da ONU (2015-2030): objetivos do desenvolvimento sustentável. Santos avalia a participação da UFJF no congresso como positiva. “O momento é importante para a construção de intercâmbios. Apresentamos muitas coisas para os representantes de outro países. Sempre é possível ampliar e implementar a atuação da extensão junto à comunidade. Para nossa prática, trouxe a ideia de sensibilizar a entrada dos estudantes junto à agenda local, principalmente agora que o MEC pretende inserir a extensão como prática obrigatória no currículo universitário.”

A participação no Congresso trouxe novas questões a serem pensadas pela Proex, como possibilitar a maior interação entre os coordenadores de projetos e reconhecer ainda mais o trabalho realizado por meio das ações extensionistas. “Para a Proex, uma das questões levantadas é a necessidade de criarmos espaços, onde haja diálogo entre os projetos. Além disso, nos preocupamos com o reconhecimento, prazer e afeto dos nossos professores, ou seja, a participação desse coletivo trouxe o relato de reconstrução de laços, identidade e pontos de intercessão. Para ressignificar as nossas atuações, é preciso saber que fazemos a diferença e somos felizes nos nossos trabalhos”, finaliza Ana Lívia. 

Congresso
O XV Congresso Latinoamericano e Caribenho de Extensão Universitária, por mais de cem anos após o movimento estudantil de Córdoba, representa um desafio institucional e acadêmico com esta reflexão e com a visão da universidade latinoamericana. O evento reuniu estudantes, egressos, docentes, trabalhadores universitários em geral, organizações sociais, organizações territoriais e organismos públicos.

Os professores do campus avançado de Governador Valadares, Bráulio de Magalhães Santos e Leandro Cardoso, junto às professoras do campus-sede, Ana Rosa Picanço Moreira, Andréia de Miranda Santos, Estela Saleh da Cunha, Mylene Cristina Santiago, Liamara Scortegagna e Simone da Silva Ribeiro, foram selecionados por meio de  edital lançado pela Proex e através da aprovação em apresentações orais no XV Congresso Latinoamericano e Caribenho de Extensão Universitária.

Outras informações
(32) 2102-3959 – Pró-reitoria de Extensão (Proex)

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