O terceiro ano do ensino médio pode ser o fim de um ciclo – mas, inevitavelmente, é também o início de um novo. Nesse momento de novas escolhas, tomar a decisão certa pode parecer desafiador. Para esclarecer as questões que podem ajudar a fazer as escolhas certas em ambientes de incerteza, os professores Augusto Souza e Lupércio Bessegato, do Departamento de Estatística da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), conversaram com os alunos da Escola Estadual Clorindo Burnier nesta quinta-feira, 6.
Um dos principais objetivos do bate-papo entre os pesquisadores e os estudantes do 3° ano foi a troca de ideias sobre as projeções de carreiras e faculdades estimadas pelos alunos. Para isso, Souza compartilhou um estudo que avalia o rendimento dessas profissões. “Qual a profissão com maior rendimento médio no Brasil?”, questionou. A resposta dos alunos foi praticamente unanime: medicina. Quando indagados sobre a profissão que ocupava a segunda colocação na pesquisa, porém, tiveram uma surpresa quando Souza revelou serem os profissionais da Estatística que recebem o segundo maior salário médio do país.
Afinal, o que é Estatística?
Medicamentos, esportes, políticas públicas, direitos humanos e mercado financeiro. Apesar de pertenceram a áreas distintas do conhecimento, todos esses nichos possuem a atuação eficiente de um estatístico para funcionar adequadamente. Souza explicou para seus ouvintes que, mesmo que não se deem conta, a estatística atua constantemente como plano de fundo em nossas tomadas de decisão como sociedade. “A Estatística está em todo lugar. Vocês não fazem escolhas na vida sem se basear em estatísticas”, conta o pesquisador.
Para melhor ilustrar o uso da Estatística em situações intrínsecas do cotidiano, Souza levou ainda exemplos de ações banais – como comprar um cigarro ou receber uma notícia falsa pelo Whatsapp –, o que fez com que os alunos enxergassem as estatísticas de uma outra forma. “O pensamento estatístico apura os seus sentidos para saber julgar o que é mais provável e razoável de acontecer. Quanto mais você sabe estatística, maior será sua capacidade de fazer uma avaliação sobre determinado tema”, explica.
O pesquisador levou ainda gráficos animados e compartilhou os que ele mesmo desenvolveu para analisar o rendimento acadêmico dos alunos na universidade. Souza mostrou, de maneira simples e didática, o método de análise que um estatístico pode utilizar para avaliar a melhoria do rendimento escolar. A curiosidade e o interesse pela profissão, até então desconhecida, parecia aumentar ao ritmo em que os estudantes percebiam o quão direta podia ser atuação da estatística em suas vidas cotidianas.
Ao final da apresentação, a aluna Maria Eduarda de Oliveira compartilhou sua opinião e o novo interesse pela área. “Eu não conhecia a profissão de estatístico. É muito pouco falado, na verdade. A gente ouve falar de estatísticas, mas não sabe de onde vem, como ocorre esse trabalho ou qual a faculdade que podemos fazer. Eu gosto um pouco de cada disciplina, então quando foi explicado que a Estatística envolve diferentes assuntos, eu vi que seria uma possibilidade para estar em contato com outras áreas que eu gosto”, conta.