Seguir para o mercado de trabalho ou aprofundar os estudos? Essas duas opções dividem as expectativas de futuro dos estudantes. De acordo com o levantamento realizado pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), 53,5% dos alunos da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) buscarão uma colocação profissional ao terminarem seus cursos; já os demais pretendem ingressar em uma pós-graduação. Os dados fazem parte da V Pesquisa do Perfil Socioeconômico e Cultural dos Estudantes de Graduação das Universidades Federais.
Com planos bem definidos, o estudante de Artes e Design Valdinei Bastos, ainda na graduação, entrou para o mercado de trabalho como designer gráfico e pretende continuar exercendo a profissão. “Ao longo do curso tive a certeza de que é isso que eu quero fazer. Decidi já começar a trabalhar na área para ganhar experiência corporativa”. Ele conta que o fator interdisciplinar do Instituto de Artes e Design (IAD) e o apoio de professores foram primordiais para sua preparação. “Essa ajuda faz muita diferença quando ainda temos dúvidas sobre o que fazer após o curso”. Um ponto que também destacou foi a experiência como bolsista de treinamento profissional. “Com essa experiência eu cresci muito. Além de me tornar um designer, a UFJF me fez uma pessoa e um profissional melhor”.
Para a pró-reitora de Graduação da UFJF, Maria Carmen de Melo, experiências como as de Valdinei confirmam o compromisso da Universidade em preparar os discentes para os desafios que enfrentarão em empregos futuros. “A graduação que prima pela qualidade, com ações de ensino, pesquisa, extensão, cultura, internacionalização e avanços tecnológicos, se reflete em profissionais com elevado grau de competência e amplas possibilidades de desenvolvimento profissional.”
Com a democratização do acesso ao ensino superior nos últimos anos, a graduação tornou-se um requisito básico para a colocação no mercado de trabalho, o que aumenta a concorrência por melhores empregos e remuneração. “Temos que entender a formação do aluno por um ponto de vista amplo. Hoje em dia a graduação é apenas um degrau da formação profissional e a especialização tornou-se inevitável, por isso muitos buscam a continuidade de seus estudos”, acredita a pró-reitora de Pós-graduação e Pesquisa, Mônica Ribeiro de Oliveira. Assim, além de se adequar ao novo perfil de profissionais que muitas empresas procuram, a pós-graduação é a oportunidade para quem planeja seguir a carreira acadêmica.
Esse é o desejo da aluna do curso de licenciatura em Educação Física, Letícia Maria Cunha da Cruz, que atualmente está realizando o processo seletivo do Programa de Pós-Graduação em Educação Física da UFJF. Ela quer seguir a área acadêmica e vem se preparando desde o início da graduação. “Participei de projetos de iniciação científica, extensão e monitoria, sempre direcionando para área acadêmica”. No mestrado, pretende focar em psicologia do esporte para o triathlon. “Se não fosse a UFJF eu nem saberia o que é um mestrado. Sempre pude contar com a ajuda de professores que me deram contribuições significativas para seguir a área. A universidade me abriu muitas portas e pretendo continuar aqui”, conta.
A UFJF também vem traçando uma política de pós-graduação para qualificar profissionais em áreas de pesquisa e tecnologia. A instituição possui 45 programas stricto-sensu, com cursos de mestrado acadêmico, profissional e de doutorado. Também há opções de pós-graduação lato sensu, classificados em três modalidades: Cursos de Especialização, como MBA (Master in Business Administration), MBE (Master in Business Economics) e MBI (Master in Business Intelligence); Cursos de Aperfeiçoamento e Programas de Residências.
Novos desafios e muitas possibilidades
De acordo com a pesquisa de perfil dos estudantes, há ainda quem não se encontrou no curso matriculado ou está indeciso quanto ao futuro. A estudante de Jornalismo Julia Lima quer ingressar no curso de Psicologia após a formatura. “Sempre foi a minha primeira opção, mas resolvi fazer jornalismo, já que gosto muito de escrever”. Segundo o levantamento, 10,4% dos alunos querem cursar uma segunda graduação.
Apesar de se identificar com a formação atual, Julia busca aprofundar os conhecimentos na área da psicanálise. “Fiz disciplinas da Psicologia e tive contato tanto com a parte acadêmica quanto com projetos de extensão e de pesquisa. E me apaixonei ainda mais, confirmando que é realmente isso que eu quero”. A estudante busca um diálogo entre as duas áreas e já prepara seu trabalho de conclusão de curso neste sentido. “As novas referências na psicologia contribuem para a minha pesquisa no campo da comunicação e o jornalismo me auxiliará na próxima graduação.”
O ambiente universitário permite o aluno vivenciar muitas experiências para além da sala de aula. Os cursos proporcionam a interdisciplinaridade de áreas, o que amplia a formação e deixa caminhos em aberto. Flávia Taligliatti acertou na escolha da profissão de fisioterapeuta, mas prefere ser surpreendida pelo futuro: “posso tentar residência, investir em atendimento domiciliar ou seguir no pilates, que está em ascensão. Pretendo entrar no mercado de trabalho, mas tem muitas áreas que eu gosto.”
Conheça o perfil dos estudantes da UFJF
Quase 70% dos estudantes da UFJF têm renda familiar mensal per capita até 1,5 salário mínimo
Mais de 60% dos estudantes da UFJF são oriundos de escolas públicas
“Sem a bolsa eu não estaria aqui”
Metade dos alunos usa transporte público para chegar à UFJF
Segundo pesquisa, 20% dos estudantes da UFJF trabalham
Mais de 32% dos estudantes da UFJF integram movimentos sociais