Encontro marcou a abertura da 6ª Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária (Foto: Caroline Marino)

Aprofundar o debate sobre a atual conjuntura do Brasil e discutir o papel dos movimentos sociais neste cenário foi o foco central da mesa “Campo e cidade na luta contra a perda de direitos”, ministrada pela Doutora Honoris Causa e integrante do coletivo Vozes da Rua, Adenilde Petrina; e pela dirigente estadual do  Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) de Minas Gerais, Michelle Capuchinho. O evento, mediado pela professora Mônica Grossi, aconteceu no anfiteatro de Estudos Sociais da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), na noite desta terça-feira, 21.

O encontro marcou a abertura da VI Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária, que acontece em diversas universidades do país e promove palestras e minicursos, na intenção de consolidar espaços para a realização do debate em torno de temas sociais como a desigualdade e a concentração de terras no Brasil, construindo uma consciência crítica sobre os temas.

Para abrir as programações, que se estendem até esta quarta-feira, 22, a professora da Faculdade de Serviço Social, Cristina Bezerra, convidou as três entidades representativas que compõem o corpo da UFJF para uma breve fala. A presidente da Associação dos Professores do Ensino Superior de Juiz de Fora (Apes), Marina Barbosa Pinto; o coordenador-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sintufejuf), Flávio Sereno; e o representante do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Rafael Donizete, ressaltaram a importância da defesa da educação e da universidade pública para o desenvolvimento de uma sociedade democrática.

Mesa de abertura

Evento foi ministrado por Adenilde Petrina, e pela dirigente estadual do MST de Minas Gerais, Michelle Capuchinho (Foto: Caroline Marino)

Na ocasião, Adenilde Petrina discutiu as estratégias dos movimentos sociais em um cenário de perda de direitos. Segundo ela, é primordial expandir esse conhecimento para além do ambiente acadêmico, uma vez que os desmontes afetam diretamente as pessoas mais vulneráveis. “Precisamos levar nossos debates para as casas das pessoas nas periferias, para as praças, bares e por onde a gente for. Para que a gente possa passar o que aprendemos na universidade para a população mais vulnerável, que não têm acesso à informação. Porque a comunicação é nossa arma mais poderosa, a ignorância e a desinformação facilitam a atuação do poder”.

Segundo Michelle Capuchinho, compreender a conjuntura brasileira a partir da realidade do campo e da cidade é importante para que os movimentos sociais possam resistir em tempos de perdas de direitos. “É nossa tarefa conhecer, debater e analisar o cenário atual porque vivemos uma época de desvalorização da liberdade de pensamentos. Conversar sobre isso na universidade é ainda mais importante, porque aqui é o espaço de pluralidade, da diversidade e da construção de conhecimentos a partir de vários olhares e vivências”.

A Jornada

A VI Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária continua com atividades nesta quarta-feira, dia 22. Como parte da programação, serão realizados minicursos que discutem temas como saúde mental, gênero, mineração, agroecologia e a questão da terra no Brasil. Todas as atividades são gratuitas e abertas ao público. Confira a programação completa na página do evento.