A partir desta segunda-feira, dia 20, o happy hour vem com doses de ciência: começa o Pint of Science, o maior festival internacional de divulgação científica do mundo. Presente em 24 países e 85 cidades brasileiras, o evento chega à sua segunda edição em Juiz de Fora.
A programação segue até quarta-feira, 22, e leva pesquisadores para três bares diferentes da cidade para uma conversa descontraída, que foge aos moldes do ambiente acadêmico e promove uma conversa sobre ciência, com espaço para perguntas sobre questões relevantes e atuais. Para participar, não é necessário inscrição, pagamento ou reserva – é só chegar à um dos três bares que participam do Pint em Juiz de Fora. A programação completa está disponível online.
Em uma série de matérias especiais, o site da UFJF aborda os temas que serão debatidos ao longo do festival. Na matéria de hoje, conheça os temas do último dia do festival, na quarta-feira, 22: ciência forense, cinema brasileiro e envelhecimento populacional. Confira:
A ciência na cena do crime
Se despedindo do Pint of Science 2019, o bar Na Garganta recebe os pesquisadores Bruno de Araújo Faria e Fábio Prezoto para o painel “A ciência na cena do crime”, cujo tema central é a ciência forense – ou seja, formas como o conhecimento científico auxilia na resolução de crimes. Prezoto é professor, doutor em Zoologia e integrante do Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Em sua fala, o pesquisador explicará como um inseto pode ajudar a resolver um crime: desde seu comportamento, biologia, morfologia e distribuição geográfica, são peças valiosas para uma investigação.
“Uma pessoa é encontrado numa área de mata. O crime aconteceu ali mesmo, ou em outro lugar e o corpo foi transportado? A identificação das dípteras [grupo de insetos como as moscas] que ocorrem no cadáver pode auxiliar a resolver essa questão. Algumas espécies típicas de ambientes urbanos, por exemplo: se encontradas nesse corpo, elas indicam que o assassinato aconteceu na cidade e o cadáver movido para essa área de mata.”
Já Araújo é perito criminal da Polícia Civil de Minas Gerais, mestre em química inorgânica, e abordará o processamento de cenas de crime – desde as manchas de sangue até impressões digitais, a análise desses vestígios pode ajudar a reconstruir ou desvendar uma ação criminosa. O painel “A ciência na cena do crime” começa às 19h30 e segue até às 21h30. O Na Garganta fica localizado na avendia Barão do Rio Branco, 267, Manoel Honório.
De repente 60
Enquanto isso, também na quarta-feira, você encontra as cientistas Flaviane Santiago e Danielle Teles da Cruz no bar Na Garganta, no painel “De repente 60”. Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), pela primeira vez na história, a população mundial terá um número de idosos maior que a de crianças menores de cinco anos. No Brasil, esse processo se destaca por sua velocidade e outras peculiaridades.
“Nessa conversa, vou abordar a questão do envelhecimento a partir do olhar da Saúde Coletiva: os desafios para a garantia do direito à saúde em um país que envelhece de forma abrupta e no qual vivenciamos atualmente ataques cotidianos de desmonte das políticas sociais”, explica Danielle da Cruz, que é professora da UFJF, atuante na graduação e no Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva.
Já Flaviane Santiago, também professora da UFJF, leciona na área de Economia e é pesquisadora do Laboratório de Análises Territoriais e Setoriais (Lates). Em sua apresentação, a pesquisadora questionará quais são os principais desafios econômicos para um país que vê a sua população envelhecer. O painel “De repente 60” começa às 19h30, segue até às 21h30 e será sediado no Bar do Luiz, localizado na avenida Eugênio do Nascimento, 240, Aeroporto.
Cinema brasileiro: quem te viu, quem não te vê
A saideira do bar Arteria conta com o painel “Cinema brasileiro: quem te viu, quem não te vê”, com os pesquisadores Luis Alberto Melo e Alessandra Brum, conversando sobre como o Brasil enxerga o seu cinema, e como esse cinema enxerga o Brasil de volta. “Nós vamos partir dessa ideia engraçada do cinema brasileiro como algo que é conhecido por todos e, ao mesmo tempo, é também um objeto não identificado dentro do próprio país”, explica Melo, que é cineasta e professor do Instituto de Artes e Design (IAD) da UFJF.
“Um grande historiador e crítico do cinema brasileiro, Paulo Emílio Sales Gomes, dizia que o cinema não existe; existem os filmes. Se nós não conhecemos os filmes brasileiros, como podemos conversar sobre eles? Quando nós falamos em cinema brasileiro, do que estamos falando exatamente?”, completa Melo. Sua colega de painel, Alessandra Brum, também é professora no IAD e pesquisadora do grupo de pesquisa História, Estética e Narrativas em Cinema e Audiovisual. O bar Arteria fica localizado na rua Chanceler Oswaldo Aranha, 545, bairro São Mateus.