Pesquisadores do Programa de Pós-graduação em Ciências da Reabilitação e Desempenho Físico Funcional (MCreab – UFJF) e do Programa de Pós-graduação em Educação Física da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), procuram voluntários para entender os impactos do exercício físico associado a uma intervenção educativa sobre o conhecimento, parâmetros fisiológicos e funcionais de saúde cardiovascular e mudança de comportamento em pessoas com diabetes e pré-diabetes. O objetivo desta pesquisa é avaliar como um programa de exercícios físicos associado à educação em saúde pode auxiliar no controle da doença e na adoção de hábitos de vida que contribuam para redução do risco cardiovascular.
Trata-se de um estudo multicêntrico desenvolvido em duas etapas. Na primeira delas serão selecionados 200 voluntários diabéticos que participarão do estudo de validação dos questionários a serem utilizados na segunda etapa da pesquisa para obtenção dos níveis de conhecimento sobre a doença, de qualidade da dieta e de auto-eficácia para a prática de exercícios físicos. Na segunda etapa do estudo, os pesquisadores irão acompanhar os participantes ao longo de 12 semanas, orientando e supervisionando sessões de exercícios físicos, bem como oferecendo informações sobre a doença.
A fisioterapeuta Mariana Balbi, coordenadora local do projeto, comentou sobre as expectativas para a segunda fase do estudo. “Vamos aplicar as intervenções e observar os efeitos sobre o conhecimento dos participantes acerca da doença, sobre seu controle autonômico cardíaco, entre outros aspectos de saúde e hábitos de vida dos participantes.”
A orientação para prática de exercícios físicos e o uso de medicamentos já é parte da conduta terapêutica para pacientes diabéticos. Mariana salienta que, “além de servir para estabilizar os níveis de glicemia e reduzir os fatores de risco cardiovascular, em alguns casos os exercícios físicos podem contribuir até mesmo para a redução da quantidade de medicamentos prescritos para o controle da doença”. “Para os voluntários que participarem desta pesquisa, a maior vantagem será o acesso à avaliações quantitativas dos seus hábitos de vida, à um programa supervisionado de exercícios físicos e à informações sobre a doença que contribuirão para o tratamento e a prevenção do diabetes. Sendo assim, nossa expectativa é encontrar uma melhora na qualidade de vida dos participantes da pesquisa”.
Essa iniciativa, realizada em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), acompanha o programa Diabetes College desenvolvido no Instituto de Reabilitação de Toronto (TRI) da University Health Network (UHN) em Toronto – Canadá. Dr. Paul Oh, diretor clínico do Programa de Prevenção e Reabilitação Cardiovascular do TRI-UHN, e uma equipe de pesquisadores desta instituição vêm desenvolvendo uma rede internacional de pesquisa, com o objetivo de difundir e testar protocolos de tratamento que incluem educação em saúde e seus efeitos sobre o conhecimento a respeito do diabetes e sobre os hábitos de vida dos pacientes.
Iniciado pela professora Lilian Silva — atualmente realizando estágio pós-doutoral na UHN sob supervisão do Dr. Oh — o projeto é dividido em duas etapas. A primeira, já iniciada pelos pesquisadores, trata-se de estudos de validação de instrumentos que objetivam adaptar e validar os questionários internacionais utilizados no Canadá para uso no Brasil. Enquanto a segunda etapa será um estudo de ensaio clínico randomizado previsto para começar a partir de agosto deste ano.
“Na primeira fase desse projeto, estamos trabalhando na tradução, adaptação transcultural e validação de questionários internacionais para uso no Brasil. Enquanto os pesquisadores da UFMG estão conduzindo o estudo de validação do questionário de adesão à dieta mediterrânea, os pesquisadores aqui da UFJF, estão trabalhando na validação dos questionários de conhecimento sobre o diabetes e de autoeficácia para a prática de exercícios físicos”, explica Mariana.
A professora Lilian explica que essa primeira fase da pesquisa é um passo obrigatório para possibilitar o desenvolvimento do ensaio clínico randomizado que será conduzido na segunda etapa. “Primeiro nós precisamos nos certificar de que os instrumentos (os questionários) a serem utilizados medem, de forma cientificamente comprovada, os desfechos que nós queremos avaliar.”
“Por meio dessa parceria com a University Health Network, nós esperamos contribuir para melhoria do tratamento ofertado a pacientes diabéticos e pré-diabéticos, para que eles tenham melhor controle da doença. O diabetes é uma alteração metabólica de alta incidência, que vem crescendo no Brasil e no mundo, e nós precisamos trabalhar para diminuir os seus efeitos sobre a vida das pessoas que sofrem desta doença e de suas complicações, bem como prevenir o seu desenvolvimento.”
O projeto necessita de voluntários tanto para a primeira, quanto para a segunda etapa da pesquisa. Podem participar da primeira etapa pessoas com diagnóstico de diabetes, maiores de 18 anos e sem restrição médica à prática de exercícios físicos. Esses voluntários deverão ter disponibilidade para dois encontros, nos quais responderão questionários e farão alguns testes.
A segunda etapa da pesquisa consiste na realização de sessões de exercícios físicos. Para participação nessa fase da pesquisa, os voluntários serão previamente avaliados pelos pesquisadores a fim de identificar se eles estão aptos e têm indicação para realizar os exercícios físicos prescritos. “Nós precisamos verificar se os participantes estão com o diabetes controlado, com o nível glicêmico estável, se não foram submetidos a uma cirurgia cardíaca recentemente, entre outros fatores”.
Interessados em participar do estudo podem se cadastrar e saber mais informações pelo e-mail diabetescollegebrasil@gmail.com