Aspectos físicos, psicológicos e aumento de níveis de independência são alguns dos fatores que motivam idosos a competirem em atividades esportivas. A conclusão é da mestranda Marcella Fernandes Paticcié Nacif, que desenvolveu a dissertação “Esportes competitivos no envelhecimento: estudo qualitativo de histórias e motivações”. A pesquisa foi apresentada ao Programa de Pós-graduação em Educação Física da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

De acordo com Marcella, o estudo buscou descrever histórias de vida de idosos para explorar o motivo por trás da prática competitiva. Foram entrevistadas 23 pessoas, com idades entre 70 e 85 anos, que praticam natação competitiva, corrida de rua, futebol de campo e voleibol. A acadêmica explica que a técnica utilizada para selecionar os participantes foi a “bola de neve”, em que o primeiro entrevistado indica o segundo e, assim, sucessivamente. “Fizemos uma entrevista com perguntas bem abertas para que o entrevistado fizesse uma retrospectiva de acontecimentos significativos ao longo de sua vida. Perguntamos a relação dele com o esporte em todas as épocas de sua vida, permitindo que ele dissesse, a fundo, sobre cada situação que o marcou, como chegou àquela idade praticando esporte competitivo e o que o motivava a continuar”, conta.

Segundo Marcella, ao longo da pesquisa, não foram encontrados muitos trabalhos brasileiros sobre esse público e perfil específicos. “Como pesquisadora, fiquei inquieta ao ler tantos estudos com idosos que praticam exercícios físicos, mas pouco ler sobre aqueles que se desafiam a estar no esporte competitivo. Por isso, decidi pesquisar sobre essa temática especialmente.”

Como resultados, a pesquisadora encontrou que os principais fatores motivacionais para a prática esportiva incluem aspectos físicos, psicológicos, níveis de independência, relações sociais, crenças pessoais e relação com o ambiente. No que diz respeito ao psicológico e aos níveis de independência, Marcella identificou que o maior incentivo é a busca por autonomia e bem-estar. “Eles relatam que atividades que não conseguiam fazer antes passam a ser possíveis e isso melhora a autoestima. Subir um lance grande de escadas, carregar sacolas de mercado e fazer faxina em casa são alguns exemplos que os tornam mais independentes.” A acadêmica observa, ainda, que a superação também é um aspecto recorrente nos relatos, pois ganha forma com as vitórias que dão direito a prêmios e a medalhas.

Contato:
Marcella Fernandes Paticcié Nacif (mestranda)
marcella_paticcie@hotmail.com

Banca examinadora:
Profª. Drª. Maria Elisa Caputo Ferreira (Orientadora-UFJF)
Prof. Dr. Luís Carlos Lira (UFJF)
Profª. Dr.ª Lucilene Ferreira (UFSCAR)

Outras informações: (32)  2102 – 3291 – Programa de Pós-graduação em Educação Física