Veículo: Web Rádio Cidadã de Muriaé

Editoria: Notícias de Política

Data: 01/02/2019

Link: http://webradiocidadamuriae.minhawebradio.net/noticia/429725/coronel-piccinini-toma-posse-na-camara-municipal-de-belo-horizonte

Título: Coronel Piccinini toma posse na Camara Municipal de Belo Horizonte

01/02/2019 21:00 em Notícias de Política

LUCIANA ARCHETE

Jornalista MG19681JP

Quatro novos vereadores assumiram mandato neste dia primeiro de fevereiro de 2019 na capital mineira. A solenidade ocorreu na abertura dos trabalhos da Câmara Municipal de Belo Horizonte durante a primeira sessão da nova mesa diretora, presidida pela vereadora Nely Aquino (PRTB).

Tomaram posse Coronel Piccinini (PSB), Maninho Felix (PSD), Ramon Bibiano da Casa de Apoio (MDB) e Cesar Gordin (PHS).

Desses, apenas Piccinini já tem experiência com o Legislativo. Foi deputado estadual na legislatura anterior por dois anos. Ele também já havia sido vereador em BH na legislatura de 2013 a 2016.

Ele assumiu o mandato como vereador, ocupando a cadeira que pertenceu a Professor Wendel Mesquita, eleito para a Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

Como vereador, pretende utilizar a experiência adquirida nos cargos legislativos por ele já ocupados para dar continuidade a seu trabalho em prol da educação, saúde e segurança pública dos belo-horizontinos.

Nascido em Juiz de Fora, em 1945, Edvaldo Piccinini Teixeira, o Coronel Piccinini, é bacharel em Direito pela Universidade Federal de Juiz de Fora e formado no Curso Superior de Polícia pela Academia de Polícia Militar. Casado e pai de três filhos, foi deputado estadual (2017-2019) e vereador (2013-2016), tendo ocupado o cargo de secretário-geral da Câmara Municipal de Belo Horizonte (2015-2016).

Trabalhou na área de inteligência policial, foi comandante do Batalhão de Choque, do Comando de Policiamento da Capital e subcomandante da Academia de Polícia Militar. Na reserva, dedicou-se a atividades empresariais na área de segurança. Foi chefe de Segurança Patrimonial e Pessoal da Vallourec & Mannesmann por 12 anos.

Coronel Piccinini é presidente do Clube dos Oficiais da Polícia e Bombeiro Militar, estando em seu sexto mandato. É também vice-presidente da Federação dos Clubes do Estado de Minas Gerais (Fecemg) e consultor de Segurança Patrimonial e Pessoal da V&M do Brasil.

Em sua posse, Coronel Piccinini pediu “a Deus sabedoria e discernimento para cumprir essa missão de representar o povo de Belo Horizonte, honrando a confiaça dos moradores desta cidade que acompanham, contribuem e participam do nosso mandato”, enfatizou.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Cidade

Data: 01/02/2019

Link: https://tribunademinas.com.br/noticias/cidade/01-02-2019/onda-de-calor-permanece-no-fim-de-semana.html

Título: Janeiro é o mais seco em 48 anos

Janeiro terminou como o mais seco em Juiz de Fora desde 1971; frente fria se aproxima da cidade a partir de segunda-feira

Por Eduardo Valente

01/02/2019 às 09h36- Atualizada 01/02/2019 às 20h05

Janeiro de 2019 terminou como o mais seco em Juiz de Fora desde 1971. Dados históricos do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) mostram que o acumulado de precipitações no mês foi de 84,3 milímetros, índice maior apenas que o observado há 48 anos, com 45,8 milímetros. Além disso, os últimos dias foram marcados por uma forte onda de calor, que chegou ao ápice no último dia do mês, na quinta-feira (31), quando os termômetros registraram 33,8 graus. A temperatura mais alta do mês de janeiro, no entanto, já foi batida no primeiro dia de fevereiro. Nesta sexta-feira, o Inmet registrou a marca de 34 graus, temperatura exatamente igual ao dia 10 de fevereiro de 2016, dia mais quente na cidade nos últimos quase três anos. Uma frente fria se aproxima da região Sudeste e pode trazer instabilidade a partir de segunda-feira (4).

A onda de calor que tira o sono dos juiz-foranos é causada por uma forte massa de ar seco e quente que chegou a atuar em praticamente todo o país no início deste ano. Por causa dela, os termômetros do Inmet, instalados no Campus da UFJF, marcaram temperaturas superiores a 30 graus durante 20 dias do mês, sendo 12 consecutivos. Em outras áreas da cidade, porém, os valores podem ter sido superiores. Estudo já feito pela própria universidade aponta que em alguns pontos do município as temperaturas chegam a ficar até 7 graus acima do marcado pelo Inmet. Este é o caso, por exemplo, da Avenida Getúlio Vargas, onde um termômetro não oficial, instalado na interseção com a Rua Batista de Oliveira, ultrapassou mais de uma vez a marca dos 40 graus.

De acordo com o meteorologista Cleber Souza, do 5º Distrito do Inmet, a massa de ar seco e quente funciona como um bloqueio atmosférico, que impede a entrada das frentes frias, responsáveis pela instabilidade no tempo. “As altas temperaturas e o baixo volume de precipitações foram observados em Minas Gerais inteira. Belo Horizonte terminou também com 26% das chuvas previstas. Não é um fato atípico, mas a onda de calor foi maior que a observada nos últimos anos.”

Fim de semana quente

O fim de semana ainda será de altas temperaturas em Juiz de Fora e toda a região da Zona da Mata. De acordo com informações do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a massa de ar seco e quente permanece em atuação, deixando os termômetros com índices elevados e afastando a possibilidade de chuvas. As precipitações, caso ocorram, estarão limitadas a eventos de curta duração em áreas isoladas.

Para sábado (2) e domingo (3), o Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (Cptec) prevê calor acentuado em Juiz de Fora, com máxima oscilando entre 32 e 34 graus. A mínima também continua elevada, e as madrugadas poderão registrar até 24 graus.

Frente fria se aproxima da região

A condição no tempo deve mudar a partir de segunda-feira (4), em toda Minas Gerais, por causa da aproximação de uma frente fria. De acordo com o Inmet, o sistema meteorológico ganha força no Sul do país e será o responsável por desarmar a massa de ar seco e quente na região. Com isso, os juiz-foranos deverão observar declínio acentuado na temperatura, principalmente na máxima, que não deverá passar dos 24 graus a partir de terça-feira (5). A mínima também cai e deverá ficar entre 16 e 18 graus. Chuvas são esperadas a qualquer momento ao longo da próxima semana.

Notícias falsas

Boatos que circulam através das redes sociais apontam que uma onda de calor histórica deverá atingir o Sudeste brasileiro no mês de fevereiro. Nesta sexta-feira, o Inmet desmentiu a informação, caracterizando-a como notícia falsa. Conforme o instituto, tal notícia “não procede, não possui qualquer fundamento técnico/científico e nenhuma base de estudo ou pesquisa climatológica ou de previsão climática”. O Cptec também emitiu nota oficial sobre a propagação da notícia falsa. De acordo com o centro, “não há previsão que concorde com essa notícia, nem base de dados que corrobore com a previsão citada para o mês de fevereiro”.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Política

Data: 01/02/2019

Link: https://tribunademinas.com.br/noticias/politica/01-02-2019/quatro-deputados-de-juiz-de-fora-sao-empossados-em-brasilia.html

Título: Quatro deputados de Juiz de Fora são empossados em Brasília

Câmara dos Deputados dá o pontapé inicial na legislatura 2019/2021, com a efetivação no cargo de reeleitos e novos parlamentares

Por Renato Salles

01/02/2019 às 17h56- Atualizada 01/02/2019 às 18h43

A Câmara dos Deputados empossou na manhã desta sexta-feira (1º), os deputados federais eleitos para integrar a 56ª legislatura (2019-2023) da Casa. Entre eles, quatro políticos que têm seus domicílios eleitorais. Entre os veteranos, Júlio Delgado (PSB) e Margarida Salomão (PT) se reelegeram e iniciam um novo mandato. Os outros dois são estreantes. Assim Charlles Evangelista (PSL) chega ao Congresso Nacional após abrir mão do cargo de vereador na Câmara Municipal de Juiz de Fora. Já Lafayette Andrada, ex-deputado estadual por Minas Gerais, sobe um degrau na escala legislativa e dá sequência ao legado de seu pai, os ex-deputado Bonifácio Andrada.

Dos 513 deputados eleitos em outubro, 512 compareceram à sessão de posse e fizeram o juramento: “Prometo manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil”. Respondendo à chamada nominal, por estado, cada deputado disse: “Assim o prometo”. O deputado Marcelo Álvaro Antônio (PSL-MG), indicado para ministro do Turismo, foi o único que não compareceu. Os demais deputados indicados para compor o ministério do presidente Jair Bolsonaro (PSL) tomaram posse. São eles: Onyx Lorenzoni (DEM-RS), da Casa Civil; Tereza Cristina (DEM-MS), da Agricultura; Osmar Terra (MDB-RS), da Cidadania. Após a posse, eles solicitarão licença do mandato parlamentar para assumir o cargo de ministros.

Também durante a sessão, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, informou a renúncia do deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), que havia sido reeleito para mais um mandato nas eleições de outubro. O suplente David Miranda (PSOL-RJ) assumiu a vaga. Além disso, Maia comunicou o falecimento do deputado eleito Wagner Montes (PRB-RJ) após as eleições. A vaga ficou com o suplente Jorge Braz de Oliveira (PRB- RJ). Com todas as mudanças, o índice de renovação na Câmara na legislatura que se inicia é de 47,37%, segundo a Secretaria Geral da Mesa. Das 513 cadeiras disponíveis na Casa, 243 serão ocupadas por deputados “novos” (de primeiro mandato). Outros 251 parlamentares (49%) foram reeleitos e 19 (4%) já foram deputados em legislaturas anteriores. Confira o perfil dos parlamentares:

Júlio Delgado (PSB), 52 anos

Com 58.413 votos, o veterano Júlio Delgado vai para o sexto mandato na Câmara Federal. O parlamentar assumiu pela primeira vez o mandato de deputado federal em setembro de 1999, como suplente. Em 2002, conquistou a cadeira como titular. Desde então, reelegeu-se para todas as demais legislaturas. Ao longo de seus mandatos, tem participado de importantes Comissões Legislativas: Constituição e Justiça, Trabalho, Relações Exteriores, Defesa Nacional, e Defesa do Consumidor. É formado em Direito pela UFJF e filho do ex-prefeito de Juiz de Fora, Tarcísio Delgado.

Margarida Salomão (PT), 68 anos

Reeleita para o terceiro mandato para a Câmara dos Deputados, com 89.378 votos, Margarida Salomão é professora universitária, graduada em Letras pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), mestre em Linguística pela UFRJ e pós-doutora na mesma área pela University of California (EUA). Foi secretária municipal de Administração e de Governo da Prefeitura de Juiz de Fora entre os anos de 1983 e 1988 e reitora da UFJF por dois mandatos, de 1998 a 2006. Também foi dirigente nacional da Associação Nacional de Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior.

Charlles Evangelista (PSL), 34 anos

Charlles Evangelista foi eleito para o primeiro mandato como deputado federal com 51.625 votos. Para assumir a cadeira no Legislativo nacional, ele deixou seu mandato na Câmara Municipal de Juiz de Fora após eleger-se para o seu primeiro mandato eletivo em 2016. É filho de Chico Evangelista, ex-vereador de Juiz de Fora entre 2009 e 2016, e é formado em Administração pela Universidade Estácio de Sá, tendo também atuado como oficial de Justiça.

Lafayette Andrada (PRB), 52 anos

Com atuação política em cidades da Zona da Mata e da região de Barbacena, o belo-horizontino Lafayette Andrada foi eleito pela primeira vez para o cargo na Câmara Federal, com 103.090 votos. Agora ex-deputado estadual, ele deixa a ALMG após três mandatos consecutivos, onde ingressou em 2007. Lafayette já ocupou uma cadeira na Câmara Municipal de Juiz de Fora entre 2001 e 2004. Também foi vereador em Lavras, entre 1992 e 1996, e secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico de Barbacena, entre 1997 e 1998. É formado em Direito e, em 2016, tentou se eleger prefeito em JF, sem sucesso.

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Veículo: PCI Concursos

Editoria: Notícias

Data: 01/02/2019

Link: https://www.pciconcursos.com.br/noticias/ufjf-anuncia-edital-de-processo-seletivo-para-professor

Título: UFJF anuncia edital de Processo Seletivo para Professor

Docente irá ministrar disciplinas no Departamento de Fisioterapia do Idoso, Adulto e Materno-Infantil.

Concursos › Notícias › Sudeste

Sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019 às 13h15

UFJF anuncia edital de Processo Seletivo para Professor

A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) anuncia o Processo Seletivo que tem uma vaga para Professor Substituto.

Esse docente irá atuar em jornada de 40h semanais, no Departamento de Fisioterapia do Idoso, Adulto e Materno-Infantil.

As áreas das disciplinas a serem ministradas são: Fisioterapia Neurofuncional da Criança I; Disciplina de Fisioterapia Neurofuncional da Criança I prática; Disciplina de Estágio Supervisionado em Fisioterapia na Atenção Secundária à Saúde II; e Disciplina de Métodos e Técnicas de Avaliação em Fisioterapia – Módulo Saúde da Criança.

Os interessados devem realizar as inscrições de forma presencial na Secretaria da Faculdade de Fisioterapia, no Campus de Juiz de Fora, entre 7 a 15 de fevereiro de 2019.

Para mais informações acesse o extrato do edital disponível em nosso site para consulta.

Jornalista: André Fortunato

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Veículo: O Globo

Editoria: Sociedade

Data: 01/02/2019

Link: https://oglobo.globo.com/sociedade/com-deficiencia-visual-mulher-de-63-anos-conquista-vaga-na-universidade-federal-de-juiz-de-fora-23420389

Título: Com deficiência visual, mulher de 63 anos conquista vaga na Universidade Federal de Juiz de Fora

Longe das salas de aula há 40 anos, costureira que fez curso pré-vestibular popular vai cursar Letras

Leticia Lopes*

01/02/2019 – 16:27 / Atualizado em 01/02/2019 – 16:32

RIO — Depois de 40 anos fora das salas de aula, o sonho de uma costureira mineira vai, finalmente, se concretizar: Jandira Lopes de Andrade, de 63 anos, foi aprovada na primeira chamada do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e começa no dia 6 de março a cursar Letras na Universidade Federal de Juiz de Fora, na Zona da Mata de Minas Gerais.

— Fiz o Enem sem perspectiva de passar, e deu essa surpresa maravilhosa. Acho que nem caiu a ficha ainda! — conta ela.

Deficiente visual há seis anos, Jandira não percorreu um caminho fácil até a aprovação. De agosto até os dias 4 e 11 de novembro, quando o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi aplicado, ela participou de aulas do Curso Preparatório para Concursos, oferecido pela Prefeitura de Juiz de Fora.

— Quando eu cheguei lá, as aulas já tinham começado, mas os professores me ajudaram, as pessoas me deram muito apoio —  conta ela.

A perda da visão aconteceu em 2013, quando Jandira ainda trabalhava como costureira em seu atelier de fantasias. Vítima de um Acidente Vascular Ocular, ela deixou de enxergar em apenas três dias, e ficou completamente cega por dois longos anos. Depois de uma leve melhora, hoje ela tem baixa visão, enxerga muito pouco, quando coloca textos e objetos bem próximos aos olhos.

No curso preparatório para a “maratona”, como ela chama o Enem, Jandira contou com o empenho e ajuda dos professores, que, além das aulas, enviavam um grande volume de material e exercícios para que ela pudesse estudar em casa.

Outro aliado foi a tecnologia: com aulas no período da manhã, ela passava as tardes estudando em frente a televisão. Usando uma lupa digital conectada ao aparelho, conseguia enxergar os textos e exemplos das apostilas do curso, ainda que com bastante dificuldade. Já pelo celular, com um aplicativo, ela conseguia converter os textos em áudios e passava o dia ouvindo os materiais indicados pelos professores.

Na hora da prova, a agora caloura de Letras contou com o auxílio de duas ledoras, uma para ler a prova e a outra para marcar o cartão de respostas.

Pensei: ‘Vou meter a cara, vai dar certo!’

A primeira opção de curso de Jandira seria biologia, mas as aulas em laboratório a afastaram da escolha. Leitora voraz, o curso de Letras foi uma saída para conciliar a vontade de voltar a estudar e o prazer da leitura.

— Eu via meus filhos, todos já estudaram. Ficava me perguntando: ‘O que eu vou fazer da minha vida agora?’. Aí decidi estudar. Pensei: ‘Vou meter a cara, vai dar certo!’ — lembra, dizendo ainda que a leitura que antes era por “prazer” será agora por “dever” e “responsabilidade”.

Faltando cerca de um mês para o início do semestre, Jandira está animada, ansiosa e muito confiante com a volta para as salas de aula.

— Acho que vai dar tudo certo. Estou muito confiante. Tenho certeza que vou concluir o curso com louvor! —  fala.

Sem conseguir enxergar, Jandira já não trabalha mais como costureira, ofício que desempenhou por 15 anos. Hoje ela conta com a ajuda dos três filhos e também faz diferentes tipos de pão para vender.

*Estagiária sob supervisão de Ana Paula Blower

Foi reproduzido em: Extra e FolhaMax

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Esportes

Data: 01/02/2019

Link: https://tribunademinas.com.br/noticias/esportes/01-02-2019/jf-volei-vai-a-blumenau-e-busca-primeira-vitoria-pela-superliga-b.html

Título: JF Vôlei vai a Blumenau e busca primeira vitória pela Superliga B

Neste sábado, às 20h, em Santa Catarina, juiz-foranos visitam o Apan após pedreira e tie break na estreia

Por Bruno Kaehler

01/02/2019 às 17h06- Atualizada 01/02/2019 às 17h11

JF Vôlei treina para corrigir falhas e encarar as próximas rodadas (Foto: Fernando Priamo)

O JF Vôlei possui novo desafio árduo no início da disputa da Superliga B. Após estrear diante de um dos favoritos da competição, o Anápolis Vôlei, fora de casa com a derrota de 3 a 2, o time comandado pelo técnico Marcão tem pela frente outra equipe experiente longe de Juiz de Fora. Os locais estão no Sul do país, em Santa Catarina, onde enfrentam o Apan Blumenau às 20h deste sábado (2), time que, segundo o ponteiro Pedro, tem como uma das principais virtudes um saque efetivo.

“É um time que tem o saque como ponto forte, muito volume de jogo, erra pouco e deixa o adversário se equivocar. Tudo vai começar na recepção, não deixando que os melhores sacadores deles façam sequências extensas no serviço. A partir daí é jogar bem com as bolas altas sendo inteligentes na hora de definir as jogadas. Vamos buscar regularidade no nosso saque para testar a linha de recepção deles. Estamos preparados e confiantes em uma vitória”, indica Pedro.

O time, naturalmente em crescimento após a chegada de reforços, como o próprio Pedro, já começa a se ver mais calejado para encarar ginásios lotados e equipes mais experientes após uma estreia neste cenário. “Fomos desafiados ao máximo logo na primeira partida e nos portamos muito bem. Voltamos com 1 ponto de um ginásio com quase 5 mil pessoas contra o time de maior investimento da Superliga, sabendo que se não fossem nossos próprios erros e alguns da arbitragem provavelmente teríamos saído com a vitória. E nessa semana corrigimos as falhas que tivemos para seguir nosso processo de evolução como time”, conta Pedro, capitão da equipe.

Enquanto o JF Vôlei soma 1 ponto na tabela de classificação, conquistado por ter levado o primeiro duelo ao quinto set, o adversário juiz-forano deste sábado passou pelo São José Vôlei em casa com triunfo sem perder um parcial sequer (25/20, 25/16 e 25/21), resultado que gerou os primeiros 3 pontos ao time catarinense.

Com as duas partidas longe do torcedor neste início de Superliga B, o JF Vôlei só joga diante de sua torcida no outro sábado (9), quando recebe o Lavras Vôlei no ginásio da UFJF.

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Veículo: Diário Comércio Indústria e Serviços

Editoria: Ensino

Data: 01/02/2019

Link: https://www.dci.com.br/impresso/avanco-da-evas-o-escolar-p-e-em-xeque-o-modelo-de-educac-o-atual-1.776855

Título: Avanço da evasão escolar põe em xeque o modelo de educação atual

Nos últimos cinco anos, o número de matrículas no Ensino Médio – em colégios públicos e particulares – caiu 7,1%, revelando que a falta de foco e investimentos vem da primeira infância

JOÃO VICENTE RIBEIRO • SÃO PAULO

Publicado em 01/02/19 às 05:00

Diante de uma queda acumulada de 7,1% do número de alunos matriculados no Ensino Médio nos últimos cinco anos, o modelo atual de educação dos sistemas público e privado no Brasil é colocado em xeque. Especialistas apontam investimentos na qualidade na educação básica como principal iniciativa de combate à futura evasão escolar.

“Hoje, o acesso à escola envolve vários problemas. Os principais fatores estão relacionados à localização dessas instituições, os turnos de ensino inadequados e a forma como o conteúdo é ofertado aos alunos”, argumenta o professor especialista em fluxo escolar da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Fernando Tavares.

De acordo com ele, as altas taxas de evasão escolar registradas no Brasil começam a partir da baixa qualidade do Ensino Básico e Fundamental, os quais muitas vezes oferecem uma base curricular pouco dinâmica e inadequada ao perfil do aluno.

“A oferta de conteúdo não é compatível ao ciclo de aprendizagem em que, muitas vezes, o aluno se encontra”, diz, ressaltando que a reprovação é a principal causa de abandono escolar.

Segundo um levantamento realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), as matrículas do 9º ano apresentaram queda de 8,3% entre os anos de 2014 e 2018. Além disso, segundo o estudo, o índice de distorção entre idade e série está em 28,2% no Ensino Médio.

Na avaliação de Tavares, dessa forma, a Educação de Jovens e Adultos (EJA) tem se tornado, de forma equivocada, um paliativo para alunos repetentes concluírem os estudos. Ele afirma que o formato educacional da EJA não foi feito para absorver essa parcela que migrou do ensino regular.

“Podemos discutir eventualmente alguma pequena flexibilização na grade curricular, mas é necessário que a base nacional comum seja mantida. Por exemplo, pode ser discutida a implementação de um calendário mais dinâmico, com a possibilidade do aluno realizar uma recuperação paralela para não perder o ano por conta de uma matéria”, disse Tavares.

O professor também ressalta que escolas municipais – até então competentes apenas pela educação básica e fundamental – começaram a oferecer o ciclo do ensino médio, promovendo uma distribuição de ensino inadequada.

Na mesma linha de raciocínio, a pedagoga e fundadora da rede de franquia de educação Ginástica do Cérebro, Nádia Cristina Benitez, avalia que existe a necessidade de modernização na forma como o conteúdo é apresentado aos alunos no País.

“Percebemos que as escolas brasileiras precisam revisar seus processos metodológicos. Se pegarmos a imagem de uma sala de aula há 100 anos, é exatamente o mesmo ambiente em temos atualmente”, argumentou Nádia.

Ainda de acordo com a pedagoga, o desinteresse dos estudantes em relação ao ambiente escolar pode ser observado através da alta procura pelos cursos técnicos.

Segundo balanço do Inep, o número total de matrículas em educação profissional aumentou 3,9% desde 2017. Dentro desse movimento, as modalidades que mais cresceram foram a concomitante (8%) e a integrada (5,5%) ao Ensino Médio. Atualmente, a meta do Plano Nacional de Educação prevê triplicar a oferta de ensino técnico profissional de nível médio até 2024.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Cidade

Data: 01/02/2019

Link: https://tribunademinas.com.br/noticias/cultura/01-02-2019/concerto-e-exposicao-marcam-o-centenario-da-construcao-da-villa-cecy.html

Título: Concerto e exposição marcam o centenário da construção da Villa Cecy

Construção localizada na Rua Santo Antônio é a sede do Forum da Cultura desde os anos 70, mas também abrigou a Faculdade de Direito da UFJF e foi casa de algumas das mais ricas famílias de JF

Por Júlio Black

01/02/2019 às 07h00- Atualizada 02/02/2019 às 19h09

Presente de casamento, lar de famílias numerosas, faculdade e espaço para a disseminação da arte e cultura. Talvez muitos dos que passem pelo número 1.112 da Rua Santo Antônio não saibam, mas a casa que abriga o Forum da Cultura da UFJF abriga uma história centenária e que começa a ser relembrada a partir desta sexta-feira (1º), quando o espaço recebe duas das atrações que vão marcar as comemorações da Villa Cecy (seu nome original) durante 2019, junto a outras atividades regulares do Forum da Cultura.

A programação tem início às 19h30, com a abertura da exposição “Homenagem para Cecy” – em lembrança a uma das primeiras moradoras da casa, Maria Cecília Schlobach Valle, a Cecy -, que mostra reproduções (algumas com até dois metros de altura) de fotografias com as famílias que ocuparam a casa de 1919 até a década de 1950, além de objetos de época que fazem parte do acervo da instituição e outros obtidos por empréstimo. Na ocasião, também será exibido um minidocumentário sobre a história da casa e alguns de seus moradores. Na sequência, uma homenagem póstuma com a presença de descendentes de Cecy e Roque Domingos de Araújo (segundo proprietário da casa), e também dos ex-reitores da UFJF Gilson Salomão e Michel Bechara, e do ex-diretor da Faculdade de Direito quando localizada na Santo Antônio, Benjamin Colucci.

Além da abertura da exposição e das homenagens, a noite terá o pianista Bernard Rodrigues executando “Pas de écharpes”, de autoria de Chaminade, que Maria Cecília interpretou em 1915 no Theatro Juiz de Fora em benefício das vítimas da seca. Por fim, a Orquestra Juiz de Fora executará um concerto em homenagem a Cecy, com clássicos de Vivaldi e Mozart, e “Stand by me”, de Ben E. King.

Festas e jantares

Flávio Lins, diretor do Forum da Cultura

Diretor do Forum da Cultura desde abril de 2018, Flávio Lins conta que a ideia de se celebrar o centenário da Villa Cecy e seus moradores veio da curiosidade. Ao assumir o posto na instituição, ele diz que havia muitas histórias a respeito do passado do imóvel, das pessoas que nele viveram, mas nada muito concreto. A partir daí, iniciou um pesquisa com a ajuda da irmã, Fernanda, que culminou em descobertas a respeito da casa, as mudanças pelas quais passou e a história de seus moradores, e no contato com seus descendentes, que cederam as fotos para que elas fossem reproduzidas e utilizadas na exposição, que deve ocupar o espaço pelo menos até março.

“Essa é uma mostra afetiva, que busca homenagear os primeiros moradores, mostrar como eram suas vidas, o cotidiano, que incluía muitas festas, jantares, afinal o Clóvis Guimarães Mascarenhas (marido de Cecy e filho do empresário Bernardo Mascarenhas) chegou a ser presidente da Associação Comercial de Juiz de Fora, e por isso era normal algumas das figuras mais importantes da cidade à época marcarem presença”, diz Flávio.

Vários itens estarão em exposição ao longo do mês

Para a inauguração da mostra, Flávio espera que uma das três filhas de Cecy ainda vivas, Maria Zélia Mascarenhas (Zelinha), de 95 anos, venha do Rio para participar do evento. Além dela, ainda estão vivas Evangelina e Maria Ângela. Dentre as atividades que darão prosseguimento às comemorações, devem ser lançados em fevereiro dois editais: um para concertos em homenagem a Cecy, num total de cinco, que seriam realizados nas manhãs de domingo; e uma série de microdocumentários, de no máximo um minuto, sobre a história do imóvel, de seus moradores e das instituições que o ocuparam ou ainda ocupam.

História (parcialmente) recuperada

A inconfundível escada que dá acesso ao segundo pavimento

Sob muitos aspectos, pode-se dizer que a Villa Cecy só existe por conta de sua mais ilustre moradora. Nascida em 31 de janeiro de 1898, Maria Cecília Schlobach Valle era filha do fazendeiro Pedro Procópio Rodrigues Valle Filho e Etelvina de Carvalho Schlobach, que construíram o palacete localizado na esquina da Santo Antônio com a Fernando Lobo, que atualmente abriga a Escola Estadual Delfim Moreira e tem projeto do italiano Luiz Perry. Com o anúncio do casamento de Cecy com Clóvis Guimarães Mascarenhas, Pedro, que era dono de um vasto terreno no quarteirão, presenteou o casal com a construção do casarão que viria a ser batizado com o nome de Villa Cecy.

A princípio, o Cecy e Clóvis deveriam ocupar a casa logo após o casamento, cuja cerimônia completou 100 anos em 29 de janeiro, mas eles tiveram que ficar na casa dos pais de Cecy por alguns meses, não se sabe exatamente o motivo – talvez a morte de uma das irmãs da noiva, Eugênia (Geni), em algum momento do Natal de 1918 – pouco mais de um mês antes do casamento.

“Não se sabe exatamente o dia exato que ela morreu, mas é certo que foi no período do Natal e que isso deve ter abalado a família, em especial a Cecy. Por causa disso, apesar de ser uma das famílias mais abastadas, não existe registro fotográfico do casamento, que foi realizado de forma discreta. É possível que as obras tenham sido paralisadas por conta do luto”, especula Flávio Lins, salientando que o mais antigo registro do imóvel data de 1928, oficializando a venda para Roque Domingos de Araújo. “Pesquisamos a respeito em vários locais, procuramos todas as plantas de construções na Santo Antônio do final do século XIX até 1928, mas não existe registro algum da Villa Cecy. Talvez esteja com outro nome, mas não temos como saber”, explica Flávio. “É difícil, por isso, descobrir quem projetou a casa, apesar das especulações de que teria sido Luiz Perry.”

Passado em raros registros fotográficos

Através das fotos – doadas por descendentes de Roque e Evangelina e Geni, respectivamente filha e sobrinha de Cecy, sendo que no caso de Evangelina o álbum era o que pertenceu a sua mãe -, a exposição busca resgatar a história de uma casa que por cerca de três décadas recebeu muitos eventos sociais e era cheia de vida pela profusão de crianças que brincavam em seus quintais e cômodos – muito alterados com o passar das décadas. Flávio lembra que a Villa Cecy e a mansão de Pedro Procópio eram interligadas por uma escada.

Dessa forma, é possível conhecer um pouco do interior da casa e de seus primeiros ocupantes, numa época em que era possível admirar o Rio Paraibuna de sua varanda mais alta. A família Mascarenhas partiu para Petrópolis – e depois Rio de Janeiro – em 1927, por conta dos negócios de Clóvis. Na sequência, Pedro Procópio vendeu a Villa para o comerciante Roque Domingues de Araújo, de Cataguases, que para lá se mudou com sua numerosa família. Foi o sócio e primo de Roque, Homero Côrtes de Araújo, um dos financiadores do primeiro filme do cineasta Humberto Mauro, e sua morte foi muito lamentada na cidade, segundo Flávio. Nos anos 1950, a viúva de Roque fez uma permuta com a Faculdade de Direito, e o edifício abrigou o curso e o gabinete do reitor da UFJF. Com a mudança da faculdade para o campus, em 1971, a Villa Cecy passou a ter uma nova destinação com a instalação, no ano seguinte, do Forum da Cultura da UFJF, que permanece no local – tombado pelo município em 14 de setembro de 1995 – até hoje.

Mais eventos e melhorias

Vitrais serão revitalizados em breve

Atualmente, o Forum da Cultura tem como principais atividades as artes plásticas e o teatro. Por meio de editais, a Galeria de Arte e o Museu de Cultura Popular recebem exposições que permanecem em cartaz por 15 dias e um mês, respectivamente. Já o Grupo Divulgação, dirigido por José Luiz Ribeiro, utiliza o espaço para ensaiar e apresentar suas peças. Quem também utiliza o Forum da Cultura é o Coral da UFJF, com quatro ensaios semanais.

Mesmo com as dificuldades próprias de um espaço tombado, Flávio destaca dentre as melhorias recentes a mudança nos equipamentos de som e a instalação do sistema de ar-condicionado para o teatro, que devem ser concluídos em breve. Mais para frente, os vitrais devem ser restaurados. Além de manter a programação tradicional e as ações em comemoração ao centenário da Villa Cecy, o diretor do Forum adianta o desejo de ampliar as atividades do centro cultural, e a ideia é lançar o mais breve possível um terceiro edital para a realização de mais concertos. “Este é apenas um dos projetos que temos em mente”, adianta.

O ‘morador mais antigo’

Ainda que não seja residente de fato do imóvel em que se localiza o Forum da Cultura, provavelmente nenhuma pessoa “morou” por mais tempo no espaço que o diretor, dramaturgo e ator José Luiz Ribeiro. Afinal, o seu Grupo Divulgação é residente do Forum desde sua instalação e ali já encenou quase 250 textos, sendo 177 de sua autoria, seja com o grupo principal ou com o trabalho feito com os adolescentes e a terceira idade, cujo núcleo comemora 25 anos de atividades em 2019.

“É muito importante ter estado lá todo esse tempo, ter acompanhado as histórias, conhecer as lendas. Acredito que a atividade cultural deu alma à casa, que deixou de ser uma morada de família e realizou atividades muito relevantes com a Faculdade de Direito e depois com o Gilson Salomão transformando-a numa casa de cultura, que realizou tantas atividades. A pesquisa do Flávio coroa esse centenário por promover o encontro, no Forum, dessa memória da cultura”, diz José Luiz, animado em incorporar algumas das atividades do Divulgação em 2019 aos 100 anos da Villa Cecy.

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Veículo: G1 Zona da Mata

Editoria: Notícias

Data: 01/02/2019

Link: https://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/2019/02/01/ufjf-divulga-nota-publica-sobre-o-desastre-em-brumadinho.ghtml

Título: UFJF divulga nota pública sobre o desastre em Brumadinho

A instituição divulgou a criação de uma rede interdisciplinar para articular ações que possam contribuir para o enfrentamento do tema.

Por G1 Zona da Mata

01/02/2019 19h42  Atualizado há um mês

A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) divulgou nesta sexta-feira (1º) uma nota pública se solidarizando com as vítimas atingidas pelo rompimento da barragem em Brumadinho. A instituição divulgou a criação de uma rede interdisciplinar para articular ações que possam contribuir para o enfrentamento do tema.

Na nota, a UFJF destacou ainda “a necessidade de se combater retrocessos em marcos regulatórios e mecanismos fiscalizadores ambientais e de direitos sociais”.

Segundo a universidade, a rede interdisciplinar tem o objetivo de colaborar com outras universidades e realizar também ações se dirigem para as regiões de Juiz de Fora e Governador Valadares, onde a UFJF se insere.

Tragédia em Brumadinho

No dia 25 de janeiro uma barragem de rejeito de minério da Vale se rompeu na cidade de Brumadinho. A lama atingiu centenas de pessoas e animais causando uma grande tragédia humana e ambiental.

Equipes do Corpo de Bombeiros seguem trabalhando de forma incansável na busca por sobreviventes e resgatando os corpos das vítimas do desastre. Até esta sexta-feira, foram confirmadas 115 mortes e 248 seguem desaparecidas.

Confira as informações atualizadas em tempo real das buscas em Brumadinho.

As imagens que foram exibidas nesta sexta pela TV Globo e pelo G1 mostram o rompimento da barragem. Os vídeos já estavam sob poder do corpo técnico que coordena as operações de resgate em Brumadinho. Elas ajudaram a traçar estratégias de buscas, de acordo com o porta-voz do Corpo de Bombeiros, tenente Pedro Aihara.

Vídeos registram momento em que barragem da Vale se rompe em Brumadinho

A velocidade da lama teria chegado a quase 80 Km/h. Segundo Aihara, nenhum metro de lama deixará de ser vistoriado. Mas de acordo com ele, a expectativa é que o número de corpos a serem encontrado diminua, já que o acesso vem se tornando cada vez mais difícil. A lama está cada vez mais sólida, o que dificulta o trabalho dos bombeiros.

As buscas não tem prazo para serem encerradas. O trabalho feito em Mariana, onde 19 pessoas morreram, durou três meses, segundo os bombeiros.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Concurso e Empregos

Data: 01/02/2019

Link: https://tribunademinas.com.br/empregos/01-02-2019/ufjf-contrata-professor-substituto-para-o-departamento-de-psicologia.html

Título: UFJF contrata professor substituto para o Departamento de Psicologia

Inscrições devem ser realizadas presencialmente, na Secretaria do Instituto de Ciências Humanas

Por Tribuna

01/02/2019 às 15h41

A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) realiza processo seletivo para o cargo de substituto do Magistério Superior, visando ao preenchimento de uma vaga. O professor contratado irá atuar nas áreas de Psicologia do Desenvolvimento e Educação, Práticas e Saberes em Psicologia, Adolescência e Contextos Educacionais Psicologia e Necessidades Educacionais Especiais, Estágio em Psicologia Escolar e Educacional, Treino de Pesquisa, orientação de monografia de conclusão de curso. O contratado deve cumprir o regime de 40 horas semanais, no Departamento de Psicologia. As inscrições devem ser realizadas, presencialmente, na Secretaria do Instituto de Ciências Humanas da UFJF – Campus Juiz de Fora, no período de 4 a 8 de fevereiro, de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 18h.

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Veículo: G1 Zona da Mata

Editoria: Notícias

Data: 01/02/2019

Link: https://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/2019/02/01/concertos-marcam-comemoracao-do-centenario-do-forum-da-cultura-em-juiz-de-fora.ghtml

Título: Concertos marcam comemoração do centenário do Fórum da Cultura em Juiz de Fora

Por G1 Zona da Mata

01/02/2019 17h20  Atualizado há um mês

O centenário do casarão do Fórum da Cultura da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) será celebrado com o “Concerto para Cecy”, com participação do pianista Bernard Rodrigues e da Orquestra Juiz de Fora nesta sexta-feira (1º).

O evento será realizado na sede do Fórum que fica na Rua Santo Antônio, 1.112, no Centro. A entrada é franca.

Além do concerto, o espaço recebe uma mostra sobre os primeiros anos do casarão e seus moradores, da construção até a época em que o mesmo foi adquirido pela Faculdade de Direito da UFJF, em meados dos anos 1950.

Retratos das famílias que habitaram o casarão estão reunidos na mostra, além de objetos de meados de 1900 até 1920, período em que os primeiros moradores, o casal Maria Cecília Schlobach Valle e Clóvis Guimarães Mascarenha, ficaram no local.

Durante o evento serão entregues homenagens a personalidades importantes para a história do casarão, representantes dos moradores da residência e da UFJF.

História

A construção do casarão foi realizada em 1919 em um terreno adquirido pelo fazendeiro Pedro Procópio Rodrigues Valle Filho como presente para sua filha, Maria Cecília Schlobach Valle, por conta de seu casamento com Clóvis Guimarães Mascarenhas, filho do empresário Bernardo Mascarenhas.

A casa, construída com linhas elegantes e vitrais que reproduzem rosas vermelhas, foi vendida por Pedro Procópio em 1928, em virtude da transferência da família para o Rio de Janeiro, em função de negócios do clã Mascarenhas.

Começam comemorações pelo 100 anos do casarão do Fórum da Cultura em Juiz de Fora

Roque Domingues de Araújo, um comerciante de Cataguases, adquiriu a residência e morou no local com a família até 1950, quando a viúva de Roque, Hercília, faz uma permuta com a Faculdade de Direito e a casa, ampliada e reformada, passou a ser a sede do curso e do gabinete do reitor da UFJF, recebendo o nome de Edifício Benjamin Colucci.

Em 1971, a Faculdade de Direito foi transferida para o campus da UFJF. O casarão então foi convertido em espaço cultural sendo nomeado “Fórum da Cultura”. No ano seguinte, passou a abrigar um teatro, museu e uma galeria de arte, além do Centro de Estudos Teatrais com o Grupo Divulgação e o Coral Universitário que ainda estão em atividade.

Homenagem a Cecy

Maria Cecília Schlobach Valle se casou em 1919 com Clóvis Guimarães Mascarenhas e passou a habitar o espaço conhecido como Fórum da Cultura. O casal teve nove filhos. A casa, que seguiu estilo das vilas italianas com forte influência neoclássica, recebeu o nome de Villa Cecy.

Cecy recebeu uma educação alinhada à cultura francesa, se tornando aluna da professora Haydée França. Ela se apresentou como pianista em concertos públicos, principalmente em eventos beneficentes.

É baseado na vida artística de Cecy que ocorrerão as atrações da noite de abertura das comemorações do centenário. O pianista do Coral da UFJF, Bernard Rodrigues, tocará “Pas des écharpes”, de Chaminade, composição interpretada por Cecy no dia 20 de agosto de 1915, em benefício das vítimas da seca.

A Orquestra Juiz de Fora executará clássicos como “Primavera”, de Vivaldi; “Serenata”, de Mozart; e “Stand By Me”, de autoria de Ben King, Jerry Leiber e Mike Stoller.

Foi reproduzido em:

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Veículo: BBC

Editoria: Mundo – América Latina

Data: 01/02/2019

Link: https://www.bbc.com/news/world-latin-america-47061559

Título: Brazil dam disaster: How do you clear tonnes of toxic sludge?

By Luiza Franco & Marina Wentzel – BBC Brasil & BBC Reality Check

Dozens of people died and hundreds are still missing after a dam collapsed at an iron ore mine in Brazil.

The rupture released a sea of contaminated muddy sludge sliding towards the town of Brumadinho, eventually covering an area the size of 300 football pitches.

The mud buried the dam site’s cafeteria, where workers were eating lunch, before engulfing nearby houses, vehicles and roads.

As hopes of finding anyone alive dwindle, thoughts are now turning to how to deal with the 12 million cubic metres of mud that was released.

Built in 1976, the dam was used to hold residue from the mine, which it is feared may contain harmful chemical substances.

So, how will it be cleared up and how could the operation be guided by lessons from past disasters?

Before and after photos show the vast scale of the destruction caused by the sliding mud.

Vale, the mining company responsible for the dam, has announced plans to deal with the debris.

These include building barriers to contain the mud in the area around the dam, dredging a section of the nearby river and constructing barriers to sift out the fine residue.

This case is especially sensitive because of the number of bodies thought to be buried by the mudslide.

“It isn’t just mud there, it’s people’s families. Everything will depend on how rescue efforts go. And it will take a long time,” says Anderson Amparo, from Brazil’s Environmental Protection Agency (Ibama), which, along with other agencies, is responsible for determining what to do with the waste.

And he says even if the authorities were certain that there were no more bodies in the mud, it would not necessarily be cleared in its entirety.

“In some areas it is best to plant over the land to restore it to its original use, whether it be agriculture or forest,” Mr Amparo says.

Miguel Felippe, a professor of geoscience at the Federal University of Juiz de Fora, disagrees. Although it is not yet clear if the mud in Brumadinho is toxic, he says some environmental damage is to be expected.

“This debris is very likely to contain harmful chemical substances,” he says.

“Even if there are no traces of heavy metals, which are the most worrisome, like arsenic, there are others which are sure to be there and will float downstream, as the mud has already reached a river, so, environmentally speaking, it would be best to remove the material.”

Vale says an analysis is under way and the results are expected within the next two weeks but it is too soon to say for sure that the mud is toxic.

The mine waste, known as tailings, may contain traces of nickel, magnesium, cadmium, iron oxide, ammonia, silica, silt, clay, mercury and arsenic, says Bráulio Magalhães Fonseca, a geologist at the Federal University of Minas Gerais.

And experts say the level of toxicity will depend on the concentration of each substance.

Roger Doome, director general of the Industrial Minerals Association Europe, in Brussels, says that implementing an appropriate clean-up response depends on assessing the specific type of contamination.

If that can’t be removed, it needs to be neutralised, he says.

“And if the elements are flowing down the river, it is almost impossible [to avoid contamination].”

Different cleaning techniques will need to be applied to different types of mud.

Prof Felippe says the top layer of mud could be removed through dredging or using excavators.

“As you get closer to the soil, more sophisticated technology is required because heavy machinery may damage the soil, exposing it to erosive processes,” he says.

Brazil went through a similar tragedy in 2015, in what was considered to be the country’s worst environmental disaster.

A dam burst in the nearby town of Mariana, also owned by Vale, in partnership with BHP Billiton, releasing 43.7 million cubic meters of mining waste and killing 19 people.

Most of that waste – about 90%, according to the environment agency – was never removed.

That disaster led to a public campaign to introduce tough legislation on the mining industry.

But campaigners were disappointed by the regulations eventually passed, saying they failed to address their demands for stricter safety measures.

They had also called for a ban on the type of dam involved in the Brumadinho disaster.

Lessons from Europe?

Mr Doome recalls two accidents he says set a precedent for how the mining industry in Europe responds to accidents where dangerous substances are involved.

In April 1998, a dam burst in Aznalcóllar, Spain, releasing almost seven million cubic meters of mine tailings.

The acidic mud and water were tainted with heavy metals and travelled for over 40km (25 miles) down the Guadiamar river, contaminating 4,500 hectares (17 sq miles) of land on the Doñana National Park, a Unesco world heritage site.

The clean-up operation took over three years and cost 240m euros (£210m), according to Spanish newspaper El Pais.

In 2000, tragedy hit the Romanian town of Baia Mare. A dam partially collapsed, releasing about 100,000 cubic metres of water contaminated with cyanide. The water ran down streams towards the Tisza river, reaching the Danube and the Black Sea.

“Since those tragedies, we have adapted European legislation so that now we have a strict action plan and legal requirements,” Mr Doome says.

“For instance, if we assess that there is a minor risk [of spilling], by law we have the obligation to provide an emergency plan, internal and external.

“The plan must be ready and in place even before the mine starts operating.”

The Brumadinho dam had passed safety inspections. Five people involved in the inspections have been arrested as part of an investigation to find out whether the process was fraudulent.

Foi reproduzido em: NewsBeezer, Newspaper Fashion

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Veículo: Jornal do Comércio

Editoria: Meio Ambiente

Data: 01/02/2019

Link: https://www.jornaldocomercio.com/_conteudo/cadernos/jc_logistica/2019/01/668032-pais-tem-apenas-35-fiscais-de-barragens-de-mineracao.html

Título:  País tem apenas 35 fiscais de barragens de mineração

O Brasil não tem estrutura para garantir a segurança de todas as barragens em operação em seu território. A Agência Nacional de Mineração (ANM), responsável pela fiscalização, tem apenas 35 fiscais capacitados para atuar nas 790 barragens de rejeitos de minérios – semelhantes às do Córrego do Feijão, em Brumadinho, e à do Fundão, em Mariana – em todo o País.

O governo federal usa só laudos produzidos pelas próprias mineradoras ou por auditorias contratadas. São elas que atestam a segurança das suas estruturas. A autorregulamentação é definida na Lei Federal 12.334, de 2010, e é adotado também em outros países. São previstos dois tipos de inspeção: a regular, feita pela própria empresa, e a especial, realizada por equipe multidisciplinar contratada pela empresa, de acordo com orientações da ANM.

O risco é potencialmente mais alto se não houver fiscalização, dizem especialistas. “É claro que não dá para fazer (com esse número de fiscais) nem uma fiscalização por ano em cada uma”, diz o geólogo Paulo Ribeiro de Santana, da ANM. Segundo ele, os 35 fiscais não trabalham exclusivamente com barragens de rejeitos. “Há outras atividades relacionadas à mineração também, como fiscalização de minas, pesquisa mineral, muitas coisas.”

As raras fiscalizações in loco são feitas quando há discrepância grave nos documentos apresentados pelas empresas à agência ou seguindo rodízio esporádico dos técnicos. “O corpo de funcionários é tão pequeno que eu, geólogo, respondo pela assessoria de comunicação.”

O problema já começa no licenciamento ambiental. O documento necessário é elaborado por empresa contratada pela mineradora a – e feito com dados e informações repassados por ela. “Obviamente há conflito de interesses claro aí, porque essa empresa não vai querer que o licenciamento não seja aprovado”, avalia o especialista em geomorfologia Miguel Felippe, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). “Esses documentos são extremamente complexos, com uma infinidade de dados, milhares de páginas. Não há corpo técnico no governo para avaliar isso tudo. Não há contraprova. O jeito é confiar nas informações fornecidas pelas empresas.”

Quando a barragem entra em operação, a dona da estrutura é responsável pelo monitoramento da estabilidade do depósito. Eventualmente, como no caso de Brumadinho, outra empresa pode ser contratada para atestar estabilidade. Mas esse laudo é feito com base em dados fornecidos pela mineradora.

O geólogo Álvaro Rodrigues dos Santos, ex-diretor de Planejamento do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), diz que, “sob quaisquer circunstâncias, a responsabilidade é do dono da obra”. “Pode ocorrer de ali haver um início de processo de instabilidade não ter sido captado.” Mas, pondera ele, um acidente desse porte não acontece de repente. “Dá avisos, que podem ser detectados visualmente ou por instrumentação.”

O rompimento da barragem em Brumadinho (MG) devastou 133,27 hectares de vegetação nativa de Mata Atlântica e 70,65 hectares de áreas de proteção permanente ao longo de cursos d’água. Os dados são preliminares e foram divulgados na quarta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

De acordo com o órgão, o cálculo foi feito pelo seu Centro Nacional de Monitoramento e Informações Ambientais (Cenima) a partir de imagens de satélite. O cenário de dois dias após o rompimento foi comparado com os de três e sete dias antes da ocorrência.

A tragédia de Brumadinho aconteceu no dia 25 a partir do rompimento de uma barragem da Vale, na Mina Feijão. A análise foi realizada no trecho que vai da barragem até o encontro do rejeito com o tio Paraopeba. A destruição total é de pelo menos 269,84 hectares.

Nas margens do rio Paraopeba, ainda não houve análise em razão de nuvens nas imagens de satélite. “Nos próximos dias o Ibama concluirá laudo técnico com a avaliação preliminar sobre os impactos ambientais causados pelo rompimento da barragem”, diz o órgão em nota oficial.

Foi reproduzido em:

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Veículo: Brasil de Fato

Editoria: Geral

Data: 01/02/2019

Link: https://www.brasildefato.com.br/2019/02/01/decreto-de-mg-sobre-barragens-e-vago-e-mantem-riscos-em-projetos-diz-especialista/

Título: Decreto de MG sobre barragens é vago e mantém riscos em projetos, diz engenheiro

De acordo com Bruno Milanez, texto ambíguo do governo abre margem para mineradoras não buscarem destino para os rejeitos

Rute Pina

Brasil de Fato | São Paulo (SP)

1 de Fevereiro de 2019 às 10:19

Para dar uma resposta a possíveis novas tragédias, o governo de Minas Gerais determinou, na quarta-feira (30), a “descaracterização” das barragens de rejeitos construídas com o método de alteamento a montante — o mesmo usado na barragem da mineradora Vale, em Brumadinho (MG), que rompeu no dia 25 de janeiro e deixou ao menos 110 mortos e 238 desaparecidos.

A medida foi estabelecida por meio de um decreto publicado no Diário Oficial do estado. A iniciativa abrange todas as barragens, inclusive as inativas, que utilizam esse método.

O engenheiro Bruno Milanez, doutor em política ambiental e professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), nota que o texto não usa em nenhum momento o termo “descomissionamento”. O termo técnico é empregado, na indústria, para se referir à desmontagem de locais como plantas nucleares ou campos de petróleo, por exemplo. Outra palavra que não é citada é “esvaziamento”.

“[Descaracterização] é um termo muito vago. E a definição que o decreto dá é ambígua”, diz o engenheiro.

O decreto considera como descaracterização o “processo no qual a barragem deixa de possuir as características de barragem, ou seja, passa a não operar como estrutura de contenção de rejeito, sendo destinada à outra finalidade”.

“É um texto que vai, obviamente, gerar algum impacto nas empresas. Mas é o menor impacto possível. Elas vão ter que, na minha interpretação, fechar as barragens, deixar de operar e fazer uma recuperação ambiental dela. Mas deixando o rejeito lá. Então, ainda vai ter que continuar fazendo monitoramento, ainda vai ter risco de cair; tudo isso vai continuar existindo”, avalia o engenheiro.

Mesmo com a permanência de riscos, a expectativa é que o monitoramento seja ainda mais fraco e afrouxado após a medida, pontua Milanez. “O problema é que as barragens que já estão operando eles [governo] não monitoram, o que vai ser dessas barragens descaracterizadas?”, questiona.

O decreto impõe que os novos projetos para as áreas das barragens à montante sejam executados em até dois anos.

“Eles [governo] não usaram o termo [descomissionamento] aqui porque não querem obrigar as empresas a desmontar as barragens. Se alguém quiser, está ótimo, mas se não quiser, vai estar cumprindo a lei também”, afirma. “Para mim, está parecendo que eles [mineradoras] vão de alguma forma plantar graminha e arvorezinha do lado de fora da barragem, deixar drenar um pouco, jogar terra em cima e está descaracterizado. Poderia ter um campo de futebol em cima, mas deixando o rejeito lá.”

O alteamento a montante é o método de construção mais simples, barato e inseguro. Nele, os diques de alteamentos são feitos apoiados nos rejeitos previamente depositados na barragem. O governo mineiro afirma que existem 50 barragens com essas características no estado, em 16 cidades. Cerca de 667 mil pessoas estão vulneráveis nessas regiões.  

Promessa antiga

O decreto do governo estadual foi publicado um dia depois do presidente da Vale, Fabio Schvartsman, ter anunciado que vai fechar e descomissionar as dez barragens da empresa feitas pelo método de alteamento a montante, em Minas.

Há 10 anos, a mineradora já havia demonstrado preocupações sobre suas barragens usadas com o mesmo método, mas ainda assim, não implementou medidas por causa da diminuição do lucro da empresa, aponta a militante Carolina de Moura, que acompanha a Assembleia Geral Extraordinária dos Acionistas (AGE) da mineradora há sete anos, pela Articulação Internacional dos Atingidos pela Vale.

Em 2009, um relatório da Vale recomendou que a companhia realizasse o projeto Barragens Zero para aproveitar os rejeitos por meio da filtragem adicional de minérios.

“Na época, a empresa iria tratar seus rejeitos fazendo um aproveitamento econômico. Só que em 2009, o preço do minério era U$ 180. Depois que o preço despencou, não valia mais a pena recuperar rejeitos. E aí largaram a barragem de rejeitos para lá e fizeram a política de elevar a produção e baixar os custos”, denuncia.

Segundo ela, das 109 barragens da Vale em operação, em Minas Gerais, oito foram selecionadas para esse programa. E dessas oito, duas já romperam — a barragem de Fundão, em Mariana, e a da Mina do Feijão, em Brumadinho.

A Vale afirma que serão necessários três anos e R$ 5 bilhões para “descaracterizar as estruturas como barragens de rejeitos para reintegrá-las ao meio ambiente”.

Segundo o presidente da mineradora, a medida vai reduzir a produção em 40 milhões de toneladas de minério de ferro, o que representa 10% da produção anual da empresa.

Edição: Tayguara Ribeiro

Também publicado em: Diário do Centro do Mundo

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Veículo: Estado de Minas Gerais

Editoria: Gerais

Data: 01/02/2019

Link: https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2019/02/01/interna_gerais,1026767/estudo-sugeria-medidas-corretivas-para-barragem-da-vale-em-brumadinho.shtml

Título: Estudo de 2010 sugeria medidas corretivas para barragem da Vale em Brumadinho

Dissertação de mestrado de funcionário da Vale já alertava para problemas na alteração de sistema de aterro e que barragem exigiria atenção

Elian Guimarães

postado em 01/02/2019 06:00 / atualizado em 01/02/2019 08:56

Uma dissertação, concluída em 2010, no mestrado do engenheiro Washington Pirete da Silva, funcionário da Vale há 22 anos, sobre a Barragem 1 do Córrego do Feijão, conclui que a estação, a partir do quarto alteamento (são oito as barreiras de contenção), quando a empresa alterou o sistema de aterro compactado para uso dos próprios rejeitos, transformou-se em um empreendimento que exigiria cuidados e monitoramento de segurança. Também houve, segundo o estudo, um deslocamento do eixo para dentro da barragem, o que comprometeu o nível de liquefação (aumento e movimento da água dentro da massa de rejeitos) e, portanto, a pressão interna nas paredes da barragem. Por fim, ele deixa sugestões de medidas corretivas e de classificação de segurança da liquefação, aparentemente, a causa do rompimento.

A dissertação intitulada “Estudo do potencial de liquefação estática de uma barragem de rejeito alteada para montante aplicando a metodologia de Olson (2001)” apresentado no mestrado profissional em engenharia geotécnica da Universidade Federal de Ouro Preto, em julho de 2010, teve como propósito estudar propostas de medidas corretivas que visem reduzir o potencial de liquefação estática em barragens de rejeitos construída pela técnica do aterro hidráulico.

De acordo com o estudo, na implantação do quarto alteamento, o eixo foi deslocado de 60 metros para montante em relação ao eixo anterior (correspondente ao terceiro alteamento). Essa decisão foi tomada no sentido de se garantir uma maior condição de segurança para a estrutura. “Embora satisfatória do ponto de vista geométrico por parte do projetista, o sistema de fluxo interno à barragem não se mostrou adequado, induzindo o aparecimento de diversas surgências ao longo do pé do dique do quarto alteamento e rápida elevação das leituras piezométricas (piezômetros são equipamentos usados para medir a pressão das barragens). Assim, em 2000, foi instalada uma trincheira ao longo da base do quarto alteamento, interligada a trincheiras transversais ao eixo da estrutura com a finalidade primária de se garantir o rebatimento da linha freática (Geoconsultoria 2006).”

O documento indicava que a Barragem I do Córrego do Feijão apresentava boas condições de segurança em relação à susceptibilidade a eventos de fluxo por liquefação e traçava diretrizes “essenciais para uma operação segura de uma barragem de rejeitos alteada para montante e garantem baixa susceptibilidade à liquefação para esses depósitos”.

Acionada a Assessoria de Comunicação da Vale, a empresa não se manifestou sobre a pesquisa de seu funcionário até o fechamento da edição e informou que Washington ainda trabalha na empresa, mas não falaria sobre sua tese de mestrado.

EXEMPLO A SEGUIR Em 1938, a ruptura de um talude de 500 metros e 6,5 milhões de metros cúbicos de rejeitos de uma barragem em Fort Peck, no estado de Montana, nos Estados Unidos, norteou minuciosos estudos para estabelecer exigências mínimas de compactação de areias fofas e praticamente acabou com o emprego de barragens hidráulicas naquele país, segundo o relatório “Acidentes de Barragens”, apresentado por Victor V. B. De Mello, durante o III Congresso Brasileiro de Mecânica de Solos, em 1966, em Belo Horizonte.

Na madrugada de 25 de março de 1989, o superpetroleiro Exxon Valdez, derramou sobre os mares do Alasca 36 mil toneladas de petróleo bruto, causando o maior desastre ecológico dos Estados Unidos. Uma supermancha se deslocou por 750 quilômetros e cobriu de piche 1.800 quilômetros de praias, em alguns pontos com uma camada de 90 centímetros. O desastre provocou uma mudança na indústria naval e os superpetroleiros passaram a ser construídos com cascos duplos.

A tragédia da Samarco em Mariana, na Região Central de Minas, em 5 de dezembro de 2015, deveria acender o sinal de alerta para se rever a indústria mineradora no país, entretanto, nem punições e nem mudanças de posturas ocorreram. Agora, uma nova catástrofe atingiu as terras e águas mineiras, com a ruptura da Barragem Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Grande BH.

A gestão de riscos deve fazer parte do cotidiano de todas as empresas, pois é, por meio dessa prática, que uma organização pode se antecipar a possíveis falhas e planejar ações que evitem colapsos em sua produção e provoquem verdadeiras tragédias humanas e ambientais.

“Poderíamos nos inspirar em um programa criado nos anos de 1970 nos Estados Unidos, quando veio a público a contaminação do solo em inúmeras cidades, cujas áreas industriais foram desativadas. Criou-se um fundo federal com um cronograma para verificar e intervir nas áreas de contaminação mais problemáticas e um plano ambiental com projeções para 30 anos. É o mínimo que poderíamos esperar por aqui”, sugere Bruno Milanez professor do departamento de Engenharia de Produção e Mecânica da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Diretrizes essenciais

» Redução dos espaçamentos entre os pontos de disposição, visando não formar camadas de finos com características de elevada compressibilidade e baixa resistência e drenabilidade;

» Utilização de barragem alteada para montante prioritariamente para contenção de rejeitos e não para contenção de rejeitos de água (reservatório de água mínimo necessário para recirculação)

» Manutenção de uma praia extensa de rejeitos, afastando o reservatório do maciço e, promovendo do deplecionamento da linha freática da estrutura e aumentando as tensões efetivas nas camadas suscetíveis

» Implantação da estrutura hidráulica que permita controlar o nível de água do reservatório em função da formação e extensão da praia de rejeitos

» Operação alternada dos pontos de disposição dos rejeitos ao longo da crista, devendo operar por trechos ao longo do maciço, sempre buscando uma formação de praia homogênea. A operação alternada em trechos oferece o adensamento e ressecamento dos rejeitos, com ganhos de resistência e melhoria da capacidade de suporte dos futuros diques.

Transição a discutir

Para Bruno Milanez, professor do departamento de Engenharia de Produção e Mecânica da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), o país criou um problema de difícil solução, mas vive um momento de transição que precisa ser discutido e que não pode se exaurir apenas na recuperação das áreas degradadas, no armazenamento de rejeitos, ou de contaminação do solo e do lençol freático. As barragens impõem risco agudo, que é o rompimento, e crônico, que é a contaminação da água. O professor aponta como exemplo a mina da Anglo Gold, em Conceição do Mato Dentro, na Região Central de Minas, onde as comunidades a jusante começaram a registrar problemas de morte de animais que consumiam água vinda da barragem, ou na exploração de nióbio, pela Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) em Araxá, no Alto Paranaíba, que compromete as águas subterrâneas.

Milanez defende que as empresas planejem as etapas de exploração e destinação de rejeitos, desde a planta inicial de uma mina. Em um terreno em que serão exploradas duas cavas, a empresa pode planejar abrir uma de cada vez. Quando a primeira se esgotar, os rejeitos poderão ser utilizados na recuperação da cava, incluindo os da nova frente de extração, exemplifica. As mudanças “podem ser em etapas, atacando primeiro os pontos de maior vulnerabilidade”.

“O problema não é só da Vale, mas das tecnologias empregadas por diversas mineradoras, que são menos seguras. Depois desses dois desastres, ninguém se sente seguro.” Para Bruno Milanez, qualquer cenário que se trace de imediato subestima impactos e defende que as auditorias devam ser contratadas pelo poder público e não pelas mineradoras.

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Veículo: AESBE

Editoria: Notícias

Data: 01/02/2019

Link: http://www.aesbe.org.br/brasil-tem-88-barragens-do-tipo-a-montante-ou-desconhecido-metade-com-alto-potencial-de-dano-diz-agencia/

Título: Brasil tem 88 barragens do tipo ‘a montante ou desconhecido’, metade com alto potencial de dano, diz agência

Imprensa AESBE, 01/02, Clipping,

ANM divulgou lista de barragens com dados de método de construção nesta quinta-feira; método ‘a montante’ era o usado na construção de barragens iguais às de Mariana e Brumadinho, e é considerado obsoleto e o menos seguro.

Por Darlan Alvarenga e Karina Trevizan, G1

31/01/2019 21h36

Em uma lista com 717 barragens de rejeitos de mineração no Brasil, pelo menos 88 têm método de construção de “alteamento a montante ou desconhecido”, segundo uma lista divulgada nesta quinta-feira (31) pela Agência Nacional de Mineração (ANM). Entre elas, 43 são classificadas como barragens de alto dano potencial associado.

O método a montante é o mesmo das barragens da Vale que se romperam em Mariana, em 2015, e Brumadinho, em 2019, e é considerado menos seguro por especialistas. Os outros tipos de construção, considerados mais seguros, são alteamento a jusante, linha de centro e etapa única.

Barragens classificadas como barragens de alto dano potencial associado são estruturas consideradas arriscadas no que se refere ao que pode acontecer em caso de rompimento ou mau funcionamento de uma barragem. Essa classificação leva em conta as perdas de vidas humanas e impactos sociais, econômicos e ambientais. Ao todo, o Brasil tem cerca de 200 barragens nessas condições.

Além de classificar o dano potencial, a ANM também categoriza as barragens de acordo com o risco de de ocorrência de acidente. Entre as 88 barragens que têm método de construção de “alteamento a montante ou desconhecido”, 12 são consideradas de médio risco.

A maioria (72) é categorizada como estrutura de baixo risco – a mesma classificação da barragem 1 do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), que se rompeu na última sexta-feira (25) deixando centenas de mortos e desaparecidos.

Método mais arriscado

Embora seja bastante comum e mais barato, o método de alteamento a montante – o mesmo usado nas barragens responsáveis pelas tragédias de Brumadinho e Mariana – é considerado obsoleto e o menos seguro por especialistas, em razão dos riscos de acidentes.

No alteamento a montante, a barragem vai crescendo em forma de degraus para dentro do reservatório, utilizando o próprio rejeito do processo de beneficiamento do minério sobre o dique inicial. Este tipo de barragem já é proibido no Chile, por exemplo, e tem sido menos usado nos Estados Unidos e na Europa.

Divergências nos números

O número de barragens a montante do país, no entanto, pode ser ainda maior. A lista publicada pela ANM traz informações sobre 717 barragens de rejeitos. Mas, segundo os dados disponíveis no próprio site da agência, existem hoje no país 839 barragens de mineração.

Levantamento do governo estadual em Minas Gerais identificou a existência de 50 barragens por alteamento a montante no estado. Do total, 27 estão em operação, 22 paralisadas, além da B1 da Mina do Feijão, da Vale, que rompeu em Brumadinho. Na lista da ANM divulgada nesta quinta, porém, o número de barragens com método “a montante ou desconhecido” é de 41.

Outra divergência é em relação ao número de barragens da Vale. A lista da agência identifica 9 no modelo a montante, incluindo a que rompeu em Brumadinho, mas a mineradora afirma que ainda mantém 10 estruturas deste tipo.

Minas Gerais exige eliminação das 50 barragens

Em resolução publicada na quarta-feira (30), a Secretaria de Meio Ambiente de Minas Gerais determinou que todas as barragens deste tipo sejam eliminadas em 3 anos e deu o prazo de 360 dias para as empresas apresentarem a tecnologia a ser adotada e o plano de trabalho com cronograma. Segundo o governo mineiro, seriam 50.

Um decreto de 2016, publicado após o desastre de Mariana, já proibia no estado o licenciamento de novas barragens e ampliações de estruturas que utilizem ou que tenham utilizado o método de alteamento para montante. Mas ainda não havia nenhuma política definida para tratar das barragens em operação ou já desativadas.

A Vale anunciou na terça-feira que irá eliminar as 10 barragens a montante que ainda são mantidas pela empresa. Segundo a empresa, elas estão nas cidades de Ouro Preto, Belo Vale, Congonhas, Brumadinho e Nova Lima, todas em Minas Gerais, nas unidades de Abóboras, Vargem Grande, Capitão do Mato e Tamanduá, no complexo Vargem Grande, e de Jangada, Fábrica, Segredo, João Pereira e Alto Bandeira, no complexo Paraopeba.

Vale disse que serão necessários três anos e R$ 5 bilhões para “descaracterizar as estruturas como barragens de rejeitos para reintegrá-las ao meio ambiente”, o chamado descomissionamento. Para acelerar o processo, a empresa informou que irá parar a produção de minério de ferro nas áreas próximas, com impacto de 40 milhões de toneladas de minério de ferro e 11 milhões de toneladas de pelotas, ao ano.

Descaracterizar barragens não é simples e também têm risco

Para fazer o chamado descomissionamento e reintegrar as barragens ao meio ambiente há dois caminhos básicos: esvaziar ou aterrar a área, ou então reprocessar o material depositado nas barragens, separando o mineral residual e encaminhando os resíduos sólidos secos para outro local.

Especialistas ouvidos pelo G1 explicam que o processo de descaracterizar uma barragem não é simples, costuma ter um custo elevado e tampouco a deixa imune a novos acidentes.

A barragem que se rompeu em Brumadinho, por exemplo, apesar de ter conseguido autorização para expandir a operação em dezembro do ano passado, não recebia rejeitos desde 2016 e, ainda assim, virou o mar de lama que deixou centenas de desaparecidos. Segundo informou a Vale, a estrutura estava inativa, não tinha a presença de lago e “encontrava-se em desenvolvimento o projeto de descomissionamento da mesma”.

“Descomissionar barragens deste tipo é necessário, diminui o risco para a população, mas não soluciona o problema”, alerta o especialista em política ambiental e pesquisador da Universidade Federal de Juiz de Fora, Bruno Milanez.

“Assim como a elevação de uma barragem tem risco, o descomissionamento também embute um risco. É um processo muito delicado pois pressupõe esvaziar a barragem ou transferir o material para outro local. Se uma barragem parada já rompe, começar a mexer nestes locais vai exigir um monitoramento ainda mais rigoroso”, acrescenta.

Assim como o projeto de abertura de uma mina ou barragem, o de desativação, reabilitação da área e recuperação da vegetação também depende de licenciamento ambiental.

Se por um lado, o processo de paralisação da produção e do uso das barragens representa um impacto econômico para as mineradoras, parte das etapas do processo de descomissionamento também pode gerar receita.

O projeto de descomissionamento da barragem da Vale que desmoronou em Brumadinho previa um novo processamento, para retirada de minério dos rejeitos acumulados na barragem. A Vale obteve a licença ambiental para essas atividades no final de 2018, mas a empresa negou que tenham sido iniciadas obras no local.

“Em julho de 2016 as operações de beneficiamento do minério da Mina Córrego de Feijão passaram a ser realizadas de forma a seco e, portanto, a Barragem I deixou de receber rejeitos provenientes da referida mina, tornando-se desativada desde então”, afirmou a Vale, em comunicado divulgado na noite de quarta-feira (30).

A Vale ainda não detalhou como será feito o descomissionamento nestas 10 barragens que serão desativadas. Segundo a empresa, os processos de interrupção e desativação deverão enviados para licenciamento do órgão ambiental nos próximos 45 dias.

“Até então se acreditava que com o monitoramento adequado essas barragens eram seguras, esses conceitos possivelmente terão que ser reavaliados”, afirmou na segunda (28), o diretor-executivo de Finanças e Relações com Investidores da empresa, Luciano Siani, segundo a agência Reuters. “Mesmo essas barragens antigas e desativadas, como foi o caso dessa, vão passar por investimentos significativos para zerar o risco”, acrescentou.

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Veículo: Istoé

Editoria: Revista – Capa

Data: 01/02/2019

Link: https://istoe.com.br/a-vergonha-de-mariana/

Título: A vergonha de Mariana

Apesar do rompimento de barragem da Samarco há três anos, o poder público não melhorou a fiscalização e as mineradoras não mudaram os métodos de represar rejeitos. Há outras barreiras perigosas

André Vargas

01/02/19 – 09h30

O rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana, em 5 de novembro de 2015, provocou 19 mortes, prejuízos imensos, o maior desastre ambiental do Brasil e nenhuma solução. O episódio não serviu de lição para as autoridades e para a mineradora Vale, uma das sócias da Samarco e corresponsável por aquela tragédia. Nada foi feito nos últimos três anos e quase três meses para atenuar o risco de novos rompimentos. Em Mariana, a inoperância do poder público e a força da Vale protelam o pagamento das multas aplicadas e das indenizações. Ninguém foi preso.

Abalada economicamente, a cidade perdeu 30% da arrecadação e conta com uma taxa de desemprego de 18%. Afora o bairro Novo Bento, que deve começar a ser entregue aos residentes de Bento Rodrigues que perderam suas casas, os gastos de R$ 4,4 bilhões da Fundação Renova, criada para atender às vítimas, pouco chegaram à cidade. A reclamação é do prefeito Duarte Júnior (PPS). “O alerta para o pessoal de Brumadinho é que não se fiem em promessas. Com a Vale tem que ser tudo no papel, documentado”, diz Duarte. Se nada de eficaz for feito, o Rio Doce, poluído até a foz, deve começar a se recuperar só daqui a 100 anos, estimam biólogos.

Como se não bastasse, ficou comprovado que os métodos de monitoramento de barragens usados pelas mineradoras e órgãos ambientais são, definitivamente, ineficientes. “Um acidente pode ser possível. Três em menos de 5 anos, não”, diz Bruno Milanez, especialista em política ambiental da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Ele se refere ao colapso de uma barragem da Mineração Herculano, em Itabirito (MG), em setembro de 2014. Com três mortos, o acidente foi quase esquecido, mas guarda as mesmas características de Mariana e Brumadinho, só que em proporções menores.

O método de alteamento à montante, usado nas barragens de Brumadinho e Mariana, é mais barato e veloz, porém gera instabilidade

Estudos apontam que 37 estruturas estão comprometidas em Minas Gerais, mas esse número deve ser maior, já que a Barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho, não estava na lista. Especialistas alertam há anos, em vão, que o método para erguer essas estruturas deve ser revisto. Em Mariana, Brumadinho e Itabirito, as paredes de terra compactadas foram erguidas e ampliadas por alteamento à montante, ou seja, em que terra é jogada, a partir do topo da barreira, sobre a lama e a areia retidas em seu interior. O método é mais barato e veloz, porém pode gerar instabilidade.

Um documento da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Semad), de 2016, indicou que essa tecnologia foi empregada em 53 barragens em Minas Gerais, sendo 27 delas da Vale. O que torna tudo mais vergonhoso é que a empresa declarou, na segunda-feira 28, não saber quantos de seus diques foram erguidos desta forma. O documento da Semad afirma que estruturas à montante possuem “maior risco de ruptura”. No Chile, essa técnica foi banida, enquanto na Europa e EUA é empregada com restrições há décadas.

A Barragem do Córrego do Feijão foi erguida em 1976 e passou por uma dezena de elevações, indo de 18 para 87 metros, até colapsar. Esse temor agora reforçado faz com que a prefeitura de Congonhas (MG) tente impedir na Justiça a elevação de Barragem Casa de Pedra, da CSN, que fica a 300 metros da cidade e é quatro vezes maior que a do Córrego do Feijão. Em maio, Carlos Barreira Martinez, o professor de Engenharia Hidráulica da Unifei, alertou: “Não se pode altear mais do que três metros por ano, mas no Brasil tudo pode”.

Para piorar, a geografia contribuiu para os desastres. O mar de morros nos planaltos do Sudeste facilita o armazenamento de rejeitos em barragens erguidas entre encostas. A solução é mais barata que os reservatórios erguidos em locais mais planos. O problema é que, após um rompimento, a inclinação dá velocidade à lama, criando uma inundação que arrasta tudo pela frente.

Foi o que ocorreu em Mariana, Brumadinho e perturba o sono de quem vive em Congonhas. “Perdi casa, carros e meu comércio, mas eu e minha mulher escapamos. Não dormi mais direito e tive que botar marca-passo,” diz José do Nascimento de Jesus, 73 anos, sobrevivente de Bento Rodrigues. Zezinho do Bento, como é conhecido, lamenta por Brumadinho. Ele acredita que os sobreviventes vão passar pelo mesmo que ele tem passado. Sua nova casa foi prometida para este ano ­— ou para o ano que vem. Nunca se sabe.

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Veículo: Diário de Pernambuco

Editoria: Brasil

Data: 01/02/2019

Link: http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/brasil/2019/02/01/interna_brasil,776026/estudo-de-2010-sugeria-medidas-corretivas-na-barragem-da-vale-em-bruma.shtml

Título: Estudo de 2010 sugeria medidas corretivas na barragem da Vale em Brumadinho

Por: Elian Guimarães – Estado de Minas

Publicado em: 01/02/2019 09:35 Atualizado em:

Uma dissertação, concluída em 2010, no mestrado do engenheiro Washington Pirete da Silva, funcionário da Vale há 22 anos, sobre a Barragem 1 do Córrego do Feijão, conclui que a estação, a partir do quarto alteamento (são oito as barreiras de contenção), quando a empresa alterou o sistema de aterro compactado para uso dos próprios rejeitos, transformou-se em um empreendimento que exigiria cuidados e monitoramento de segurança. Também houve, segundo o estudo, um deslocamento do eixo para dentro da barragem, o que comprometeu o nível de liquefação (aumento e movimento da água dentro da massa de rejeitos) e, portanto, a pressão interna nas paredes da barragem. Por fim, ele deixa sugestões de medidas corretivas e de classificação de segurança da liquefação, aparentemente, a causa do rompimento.

A dissertação intitulada “Estudo do potencial de liquefação estática de uma barragem de rejeito alteada para montante aplicando a metodologia de Olson (2001)” apresentado no mestrado profissional em engenharia geotécnica da Universidade Federal de Ouro Preto, em julho de 2010, teve como propósito estudar propostas de medidas corretivas que visem reduzir o potencial de liquefação estática em barragens de rejeitos construída pela técnica do aterro hidráulico.

De acordo com o estudo, na implantação do quarto alteamento, o eixo foi deslocado de 60 metros para montante em relação ao eixo anterior (correspondente ao terceiro alteamento). Essa decisão foi tomada no sentido de se garantir uma maior condição de segurança para a estrutura. “Embora satisfatória do ponto de vista geométrico por parte do projetista, o sistema de fluxo interno à barragem não se mostrou adequado, induzindo o aparecimento de diversas surgências ao longo do pé do dique do quarto alteamento e rápida elevação das leituras piezométricas (piezômetros são equipamentos usados para medir a pressão das barragens). Assim, em 2000, foi instalada uma trincheira ao longo da base do quarto alteamento, interligada a trincheiras transversais ao eixo da estrutura com a finalidade primária de se garantir o rebatimento da linha freática (Geoconsultoria 2006).”

O documento indicava que a Barragem I do Córrego do Feijão apresentava boas condições de segurança em relação à susceptibilidade a eventos de fluxo por liquefação e traçava diretrizes “essenciais para uma operação segura de uma barragem de rejeitos alteada para montante e garantem baixa susceptibilidade à liquefação para esses depósitos”.

Acionada a Assessoria de Comunicação da Vale, a empresa não se manifestou sobre a pesquisa de seu funcionário até o fechamento da edição e informou que Washington ainda trabalha na empresa, mas não falaria sobre sua tese de mestrado.

Exemplo a Seguir

Em 1938, a ruptura de um talude de 500 metros e 6,5 milhões de metros cúbicos de rejeitos de uma barragem em Fort Peck, no estado de Montana, nos Estados Unidos, norteou minuciosos estudos para estabelecer exigências mínimas de compactação de areias fofas e praticamente acabou com o emprego de barragens hidráulicas naquele país, segundo o relatório “Acidentes de Barragens”, apresentado por Victor V. B. De Mello, durante o III Congresso Brasileiro de Mecânica de Solos, em 1966, em Belo Horizonte.

Na madrugada de 25 de março de 1989, o superpetroleiro Exxon Valdez, derramou sobre os mares do Alasca 36 mil toneladas de petróleo bruto, causando o maior desastre ecológico dos Estados Unidos. Uma supermancha se deslocou por 750 quilômetros e cobriu de piche 1.800 quilômetros de praias, em alguns pontos com uma camada de 90 centímetros. O desastre provocou uma mudança na indústria naval e os superpetroleiros passaram a ser construídos com cascos duplos.

A tragédia da Samarco em Mariana, na Região Central de Minas, em 5 de dezembro de 2015, deveria acender o sinal de alerta para se rever a indústria mineradora no país, entretanto, nem punições e nem mudanças de posturas ocorreram. Agora, uma nova catástrofe atingiu as terras e águas mineiras, com a ruptura da Barragem Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Grande BH.

A gestão de riscos deve fazer parte do cotidiano de todas as empresas, pois é, por meio dessa prática, que uma organização pode se antecipar a possíveis falhas e planejar ações que evitem colapsos em sua produção e provoquem verdadeiras tragédias humanas e ambientais.

“Poderíamos nos inspirar em um programa criado nos anos de 1970 nos Estados Unidos, quando veio a público a contaminação do solo em inúmeras cidades, cujas áreas industriais foram desativadas. Criou-se um fundo federal com um cronograma para verificar e intervir nas áreas de contaminação mais problemáticas e um plano ambiental com projeções para 30 anos. É o mínimo que poderíamos esperar por aqui”, sugere Bruno Milanez professor do departamento de Engenharia de Produção e Mecânica da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Diretrizes essenciais

» Redução dos espaçamentos entre os pontos de disposição, visando não formar camadas de finos com características de elevada compressibilidade e baixa resistência e drenabilidade;

» Utilização de barragem alteada para montante prioritariamente para contenção de rejeitos e não para contenção de rejeitos de água (reservatório de água mínimo necessário para recirculação)

» Manutenção de uma praia extensa de rejeitos, afastando o reservatório do maciço e, promovendo do deplecionamento da linha freática da estrutura e aumentando as tensões efetivas nas camadas suscetíveis

» Implantação da estrutura hidráulica que permita controlar o nível de água do reservatório em função da formação e extensão da praia de rejeitos

» Operação alternada dos pontos de disposição dos rejeitos ao longo da crista, devendo operar por trechos ao longo do maciço, sempre buscando uma formação de praia homogênea. A operação alternada em trechos oferece o adensamento e ressecamento dos rejeitos, com ganhos de resistência e melhoria da capacidade de suporte dos futuros diques.

Transição a discutir

Para Bruno Milanez, professor do departamento de Engenharia de Produção e Mecânica da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), o país criou um problema de difícil solução, mas vive um momento de transição que precisa ser discutido e que não pode se exaurir apenas na recuperação das áreas degradadas, no armazenamento de rejeitos, ou de contaminação do solo e do lençol freático. As barragens impõem risco agudo, que é o rompimento, e crônico, que é a contaminação da água. O professor aponta como exemplo a mina da Anglo Gold, em Conceição do Mato Dentro, na Região Central de Minas, onde as comunidades a jusante começaram a registrar problemas de morte de animais que consumiam água vinda da barragem, ou na exploração de nióbio, pela Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) em Araxá, no Alto Paranaíba, que compromete as águas subterrâneas.

Milanez defende que as empresas planejem as etapas de exploração e destinação de rejeitos, desde a planta inicial de uma mina. Em um terreno em que serão exploradas duas cavas, a empresa pode planejar abrir uma de cada vez. Quando a primeira se esgotar, os rejeitos poderão ser utilizados na recuperação da cava, incluindo os da nova frente de extração, exemplifica. As mudanças “podem ser em etapas, atacando primeiro os pontos de maior vulnerabilidade”.

O problema não é só da Vale, mas das tecnologias empregadas por diversas mineradoras, que são menos seguras. Depois desses dois desastres, ninguém se sente seguro.” Para Bruno Milanez, qualquer cenário que se trace de imediato subestima impactos e defende que as auditorias devam ser contratadas pelo poder público e não pelas mineradoras.

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Veículo: IEA USP

Editoria: Eventos

Data: 01/02/2019

Link: http://www.iea.usp.br/eventos/brumadinho-licoes-nao-aprendidas

Título: Brumadinho Pós-Mariana: Lições Não Aprendidas

por Thaisa Carvalho – publicado 01/02/2019 14:20 – última modificação 04/02/2019 12:13

Detalhes do Evento

Quando

de 14/02/2019 – 14:00

a 14/02/2019 – 17:00

Onde

Sala Alfredo Bosi, Rua da Praça do Relógio, 109, térreo, Cidade Universitária, São Paulo

Nome do Contato

Sandra Sedini

Telefone do Contato

11 3091-1678

Diante da perplexidade com que a sociedade encara mais um desastre ambiental de proporções avassaladoras e inaceitável desfecho de mortes e destruição, cabe refletir sobre os inúmeros fatores causais, a situação reincidente de incapacidade de aprendizado preventivo e os aspectos inerentes às consequências ampliadas de tragédias evitáveis.

O seminário contará com exposição de diversos pesquisadores e abordará olhares interdisciplinares sobre os desastres. São alguns dos tópicos a serem debatidos: a complexidade de fatores que corroboram e culminam em eventos dessa magnitude, a sucessão e reincidência de falhas, as controvérsias nos fatos, as disparidades entre forças e interesses e a perspectiva de múltiplas formas de exclusão social e vulnerabilidade.

Expositores

Pedro Roberto Jacobi ( IEE e IEA/USP)

Pedro Luiz Côrtes (ECA/USP e IEA/USP)

Evangelina Vormittag (Instituto Saúde e Sustentabilidade)

Bruno Milanez (UFJF)

Luis Enrique Sánchez (POLI/USP e IEA/USP)

Ricardo Tichauer (NAP.Mineração e POLI/USP)

Leandro Luiz Giatti (FSP e IEA/USP)

Inscrições

Evento público e gratuito | Sem inscrição prévia.

Não há necessidade de inscrição para assistir à transmissão on-line.

Organização

Grupo de Pesquisa Meio Ambiente e Sociedade (IEA/USP)

Instituto Energia e Ambiente – IEE/USP

Faculdade de Saúde Pública – FSP/USP

Projeto MacroAmb – Governança Ambiental da Macrometrópole Paulista

INCLINE – Interdisciplinary Climate Investigation Center

Programas de Pós-Graduação: Ciência Ambiental (PROCAM); Saúde Pública e Ambiente, Saúde e Sustentabilidade, da Universidade de São Paulo.

Evento com transmissão em: http://www.iea.usp.br/aovivo

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Veículo: IEA USP

Editoria: Notícias

Data: 01/02/2019

Link: http://www.iea.usp.br/noticias/pesquisadores-analisam-a-tragedia-de-brumadinho-e-as-licoes-nao-aprendidas-de-mariana

Título: Pesquisadores analisam a tragédia de Brumadinho e as lições não aprendidas de Mariana

por Victor Matioli – publicado 01/02/2019 17:15 – última modificação 01/02/2019 17:15

Pouco mais de três anos após o desastre de Mariana, que deixou 19 mortos na cidade mineira, o rompimento da barragem de rejeitos de Brumadinho (MG) reativou as discussões sobre a necessidade de medidas preventivas que protejam tanto o meio ambiente quanto as populações que habitam as áreas de extração. Com o intuito de refletir sobre as causas do desastre e a incapacidade de aprendizado frente à reincidência de tragédias evitáveis, o Grupo de Pesquisa Meio Ambiente e Sociedade do IEA realizará o evento Brumadinho Pós-Mariana: Lições Não Aprendidas, no dia 14 de fevereiro, a partir das 14h.

O evento é público e gratuito, sem necessidade de inscrição prévia para participar. Haverá também uma transmissão ao vivo pelo site do IEA. Além do coordenador do Grupo de Pesquisa, Pedro Jacobi, participarão do encontro Pedro Luiz Côrtes, professor da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, Bruno Milanez, professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Luis Enrique Sánchez, professor da Escola Politécnica (EP) da USP, Ricardo Tichauer, consultor do Ministério de Minas e Energia (MME), e Leandro Luiz Giatti, professor da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP.

Os principais assuntos abordados pelos pesquisadores serão:

  • A complexidade de fatores que corroboram e culminam em eventos dessa magnitude;
  • A sucessão e reincidência de falhas;
  • As controvérsias nos fatos;
  • As disparidades entre forças e interesses;
  • A perspectiva de múltiplas formas de exclusão social e vulnerabilidade.

O seminário terá exposições de cada um dos pesquisadores e debates com o público presente. A proposta é criar um diálogo interdisciplinar que perpasse os principais temas relacionados ao desastre de Brumadinho.

Brumadinho Pós-Mariana: Lições Não Aprendidas

14 de fevereiro, a partir das 14h

Sala Alfredo Bosi, Rua da Praça do Relógio, 109, térreo, Cidade Universitária, São Paulo

Evento gratuito, com transmissão ao vivo pela internet

Não é preciso se inscrever para participar ou acompanhar a transmissão ao vivo

Mais informações: Sandra Sedini (sedini@usp.br); telefone (11) 3091-1678

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Veículo: Correio Braziliense

Editoria: Brasil

Data: 01/02/2019

Link: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2019/02/01/interna-brasil,734655/estudo-de-2010-sugeria-medidas-corretivas-na-barragem-da-vale-em-bruma.shtml

Título: Estudo de 2010 sugeria medidas corretivas na barragem da Vale em Brumadinho

Dissertação de mestrado de funcionário da Vale já alertava para problemas na alteração de sistema de aterro e que barragem exigiria atenção

EG Elian Guimarães/Estado de Minas

postado em 01/02/2019 09:33

Uma dissertação, concluída em 2010, no mestrado do engenheiro Washington Pirete da Silva, funcionário da Vale há 22 anos, sobre a Barragem 1 do Córrego do Feijão, conclui que a estação, a partir do quarto alteamento (são oito as barreiras de contenção), quando a empresa alterou o sistema de aterro compactado para uso dos próprios rejeitos, transformou-se em um empreendimento que exigiria cuidados e monitoramento de segurança. Também houve, segundo o estudo, um deslocamento do eixo para dentro da barragem, o que comprometeu o nível de liquefação (aumento e movimento da água dentro da massa de rejeitos) e, portanto, a pressão interna nas paredes da barragem. Por fim, ele deixa sugestões de medidas corretivas e de classificação de segurança da liquefação, aparentemente, a causa do rompimento.

A dissertação intitulada “Estudo do potencial de liquefação estática de uma barragem de rejeito alteada para montante aplicando a metodologia de Olson (2001)” apresentado no mestrado profissional em engenharia geotécnica da Universidade Federal de Ouro Preto, em julho de 2010, teve como propósito estudar propostas de medidas corretivas que visem reduzir o potencial de liquefação estática em barragens de rejeitos construída pela técnica do aterro hidráulico.

De acordo com o estudo, na implantação do quarto alteamento, o eixo foi deslocado de 60 metros para montante em relação ao eixo anterior (correspondente ao terceiro alteamento). Essa decisão foi tomada no sentido de se garantir uma maior condição de segurança para a estrutura. “Embora satisfatória do ponto de vista geométrico por parte do projetista, o sistema de fluxo interno à barragem não se mostrou adequado, induzindo o aparecimento de diversas surgências ao longo do pé do dique do quarto alteamento e rápida elevação das leituras piezométricas (piezômetros são equipamentos usados para medir a pressão das barragens). Assim, em 2000, foi instalada uma trincheira ao longo da base do quarto alteamento, interligada a trincheiras transversais ao eixo da estrutura com a finalidade primária de se garantir o rebatimento da linha freática (Geoconsultoria 2006).”

O documento indicava que a Barragem I do Córrego do Feijão apresentava boas condições de segurança em relação à susceptibilidade a eventos de fluxo por liquefação e traçava diretrizes “essenciais para uma operação segura de uma barragem de rejeitos alteada para montante e garantem baixa susceptibilidade à liquefação para esses depósitos”.

Acionada a Assessoria de Comunicação da Vale, a empresa não se manifestou sobre a pesquisa de seu funcionário até o fechamento da edição e informou que Washington ainda trabalha na empresa, mas não falaria sobre sua tese de mestrado.

Exemplo a Seguir

Em 1938, a ruptura de um talude de 500 metros e 6,5 milhões de metros cúbicos de rejeitos de uma barragem em Fort Peck, no estado de Montana, nos Estados Unidos, norteou minuciosos estudos para estabelecer exigências mínimas de compactação de areias fofas e praticamente acabou com o emprego de barragens hidráulicas naquele país, segundo o relatório “Acidentes de Barragens”, apresentado por Victor V. B. De Mello, durante o III Congresso Brasileiro de Mecânica de Solos, em 1966, em Belo Horizonte.

Na madrugada de 25 de março de 1989, o superpetroleiro Exxon Valdez, derramou sobre os mares do Alasca 36 mil toneladas de petróleo bruto, causando o maior desastre ecológico dos Estados Unidos. Uma supermancha se deslocou por 750 quilômetros e cobriu de piche 1.800 quilômetros de praias, em alguns pontos com uma camada de 90 centímetros. O desastre provocou uma mudança na indústria naval e os superpetroleiros passaram a ser construídos com cascos duplos.

A tragédia da Samarco em Mariana, na Região Central de Minas, em 5 de dezembro de 2015, deveria acender o sinal de alerta para se rever a indústria mineradora no país, entretanto, nem punições e nem mudanças de posturas ocorreram. Agora, uma nova catástrofe atingiu as terras e águas mineiras, com a ruptura da Barragem Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Grande BH.

A gestão de riscos deve fazer parte do cotidiano de todas as empresas, pois é, por meio dessa prática, que uma organização pode se antecipar a possíveis falhas e planejar ações que evitem colapsos em sua produção e provoquem verdadeiras tragédias humanas e ambientais.

“Poderíamos nos inspirar em um programa criado nos anos de 1970 nos Estados Unidos, quando veio a público a contaminação do solo em inúmeras cidades, cujas áreas industriais foram desativadas. Criou-se um fundo federal com um cronograma para verificar e intervir nas áreas de contaminação mais problemáticas e um plano ambiental com projeções para 30 anos. É o mínimo que poderíamos esperar por aqui”, sugere Bruno Milanez professor do departamento de Engenharia de Produção e Mecânica da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Diretrizes essenciais

» Redução dos espaçamentos entre os pontos de disposição, visando não formar camadas de finos com características de elevada compressibilidade e baixa resistência e drenabilidade;

» Utilização de barragem alteada para montante prioritariamente para contenção de rejeitos e não para contenção de rejeitos de água (reservatório de água mínimo necessário para recirculação)

» Manutenção de uma praia extensa de rejeitos, afastando o reservatório do maciço e, promovendo do deplecionamento da linha freática da estrutura e aumentando as tensões efetivas nas camadas suscetíveis

» Implantação da estrutura hidráulica que permita controlar o nível de água do reservatório em função da formação e extensão da praia de rejeitos

» Operação alternada dos pontos de disposição dos rejeitos ao longo da crista, devendo operar por trechos ao longo do maciço, sempre buscando uma formação de praia homogênea. A operação alternada em trechos oferece o adensamento e ressecamento dos rejeitos, com ganhos de resistência e melhoria da capacidade de suporte dos futuros diques.

Transição a discutir

Para Bruno Milanez, professor do departamento de Engenharia de Produção e Mecânica da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), o país criou um problema de difícil solução, mas vive um momento de transição que precisa ser discutido e que não pode se exaurir apenas na recuperação das áreas degradadas, no armazenamento de rejeitos, ou de contaminação do solo e do lençol freático. As barragens impõem risco agudo, que é o rompimento, e crônico, que é a contaminação da água. O professor aponta como exemplo a mina da Anglo Gold, em Conceição do Mato Dentro, na Região Central de Minas, onde as comunidades a jusante começaram a registrar problemas de morte de animais que consumiam água vinda da barragem, ou na exploração de nióbio, pela Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) em Araxá, no Alto Paranaíba, que compromete as águas subterrâneas.

Milanez defende que as empresas planejem as etapas de exploração e destinação de rejeitos, desde a planta inicial de uma mina. Em um terreno em que serão exploradas duas cavas, a empresa pode planejar abrir uma de cada vez. Quando a primeira se esgotar, os rejeitos poderão ser utilizados na recuperação da cava, incluindo os da nova frente de extração, exemplifica. As mudanças “podem ser em etapas, atacando primeiro os pontos de maior vulnerabilidade”.

“O problema não é só da Vale, mas das tecnologias empregadas por diversas mineradoras, que são menos seguras. Depois desses dois desastres, ninguém se sente seguro.” Para Bruno Milanez, qualquer cenário que se trace de imediato subestima impactos e defende que as auditorias devam ser contratadas pelo poder público e não pelas mineradoras.

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Veículo: SINDSEMA

Editoria: Clipping

Data: 01/02/2019

Link: http://sindsemamg.com.br/estudo-de-2010-sugeria-medidas-corretivas-para-barragem-da-vale-em-brumadinho/

Título: Estudo de 2010 sugeria medidas corretivas para barragem da Vale em Brumadinho

Sindsema 1 de fevereiro de 2019

Dissertação de mestrado de funcionário da Vale já alertava para problemas na alteração de sistema de aterro e que barragem exigiria atenção

Uma dissertação, concluída em 2010, no mestrado do engenheiro Washington Pirete da Silva, funcionário da Vale há 22 anos, sobre a Barragem 1 do Córrego do Feijão, conclui que a estação, a partir do quarto alteamento (são oito as barreiras de contenção), quando a empresa alterou o sistema de aterro compactado para uso dos próprios rejeitos, transformou-se em um empreendimento que exigiria cuidados e monitoramento de segurança. Também houve, segundo o estudo, um deslocamento do eixo para dentro da barragem, o que comprometeu o nível de liquefação (aumento e movimento da água dentro da massa de rejeitos) e, portanto, a pressão interna nas paredes da barragem. Por fim, ele deixa sugestões de medidas corretivas e de classificação de segurança da liquefação, aparentemente, a causa do rompimento.

A dissertação intitulada “Estudo do potencial de liquefação estática de uma barragem de rejeito alteada para montante aplicando a metodologia de Olson (2001)” apresentado no mestrado profissional em engenharia geotécnica da Universidade Federal de Ouro Preto, em julho de 2010, teve como propósito estudar propostas de medidas corretivas que visem reduzir o potencial de liquefação estática em barragens de rejeitos construída pela técnica do aterro hidráulico.

De acordo com o estudo, na implantação do quarto alteamento, o eixo foi deslocado de 60 metros para montante em relação ao eixo anterior (correspondente ao terceiro alteamento). Essa decisão foi tomada no sentido de se garantir uma maior condição de segurança para a estrutura. “Embora satisfatória do ponto de vista geométrico por parte do projetista, o sistema de fluxo interno à barragem não se mostrou adequado, induzindo o aparecimento de diversas surgências ao longo do pé do dique do quarto alteamento e rápida elevação das leituras piezométricas (piezômetros são equipamentos usados para medir a pressão das barragens). Assim, em 2000, foi instalada uma trincheira ao longo da base do quarto alteamento, interligada a trincheiras transversais ao eixo da estrutura com a finalidade primária de se garantir o rebatimento da linha freática (Geoconsultoria 2006).”

O documento indicava que a Barragem I do Córrego do Feijão apresentava boas condições de segurança em relação à susceptibilidade a eventos de fluxo por liquefação e traçava diretrizes “essenciais para uma operação segura de uma barragem de rejeitos alteada para montante e garantem baixa susceptibilidade à liquefação para esses depósitos”.

Acionada a Assessoria de Comunicação da Vale, a empresa não se manifestou sobre a pesquisa de seu funcionário até o fechamento da edição e informou que Washington ainda trabalha na empresa, mas não falaria sobre sua tese de mestrado.

EXEMPLO A SEGUIR

Em 1938, a ruptura de um talude de 500 metros e 6,5 milhões de metros cúbicos de rejeitos de uma barragem em Fort Peck, no estado de Montana, nos Estados Unidos, norteou minuciosos estudos para estabelecer exigências mínimas de compactação de areias fofas e praticamente acabou com o emprego de barragens hidráulicas naquele país, segundo o relatório “Acidentes de Barragens”, apresentado por Victor V. B. De Mello, durante o III Congresso Brasileiro de Mecânica de Solos, em 1966, em Belo Horizonte.

Na madrugada de 25 de março de 1989, o superpetroleiro Exxon Valdez, derramou sobre os mares do Alasca 36 mil toneladas de petróleo bruto, causando o maior desastre ecológico dos Estados Unidos. Uma supermancha se deslocou por 750 quilômetros e cobriu de piche 1.800 quilômetros de praias, em alguns pontos com uma camada de 90 centímetros. O desastre provocou uma mudança na indústria naval e os superpetroleiros passaram a ser construídos com cascos duplos.

A tragédia da Samarco em Mariana, na Região Central de Minas, em 5 de dezembro de 2015, deveria acender o sinal de alerta para se rever a indústria mineradora no país, entretanto, nem punições e nem mudanças de posturas ocorreram. Agora, uma nova catástrofe atingiu as terras e águas mineiras, com a ruptura da Barragem Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Grande BH.

A gestão de riscos deve fazer parte do cotidiano de todas as empresas, pois é, por meio dessa prática, que uma organização pode se antecipar a possíveis falhas e planejar ações que evitem colapsos em sua produção e provoquem verdadeiras tragédias humanas e ambientais.

“Poderíamos nos inspirar em um programa criado nos anos de 1970 nos Estados Unidos, quando veio a público a contaminação do solo em inúmeras cidades, cujas áreas industriais foram desativadas. Criou-se um fundo federal com um cronograma para verificar e intervir nas áreas de contaminação mais problemáticas e um plano ambiental com projeções para 30 anos. É o mínimo que poderíamos esperar por aqui”, sugere Bruno Milanez professor do departamento de Engenharia de Produção e Mecânica da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Diretrizes essenciais

» Redução dos espaçamentos entre os pontos de disposição, visando não formar camadas de finos com características de elevada compressibilidade e baixa resistência e drenabilidade;

» Utilização de barragem alteada para montante prioritariamente para contenção de rejeitos e não para contenção de rejeitos de água (reservatório de água mínimo necessário para recirculação)

» Manutenção de uma praia extensa de rejeitos, afastando o reservatório do maciço e, promovendo do deplecionamento da linha freática da estrutura e aumentando as tensões efetivas nas camadas suscetíveis

» Implantação da estrutura hidráulica que permita controlar o nível de água do reservatório em função da formação e extensão da praia de rejeitos

» Operação alternada dos pontos de disposição dos rejeitos ao longo da crista, devendo operar por trechos ao longo do maciço, sempre buscando uma formação de praia homogênea. A operação alternada em trechos oferece o adensamento e ressecamento dos rejeitos, com ganhos de resistência e melhoria da capacidade de suporte dos futuros diques.

Transição a discutir

Para Bruno Milanez, professor do departamento de Engenharia de Produção e Mecânica da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), o país criou um problema de difícil solução, mas vive um momento de transição que precisa ser discutido e que não pode se exaurir apenas na recuperação das áreas degradadas, no armazenamento de rejeitos, ou de contaminação do solo e do lençol freático. As barragens impõem risco agudo, que é o rompimento, e crônico, que é a contaminação da água. O professor aponta como exemplo a mina da Anglo Gold, em Conceição do Mato Dentro, na Região Central de Minas, onde as comunidades a jusante começaram a registrar problemas de morte de animais que consumiam água vinda da barragem, ou na exploração de nióbio, pela Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) em Araxá, no Alto Paranaíba, que compromete as águas subterrâneas.

Milanez defende que as empresas planejem as etapas de exploração e destinação de rejeitos, desde a planta inicial de uma mina. Em um terreno em que serão exploradas duas cavas, a empresa pode planejar abrir uma de cada vez. Quando a primeira se esgotar, os rejeitos poderão ser utilizados na recuperação da cava, incluindo os da nova frente de extração, exemplifica. As mudanças “podem ser em etapas, atacando primeiro os pontos de maior vulnerabilidade”.

“O problema não é só da Vale, mas das tecnologias empregadas por diversas mineradoras, que são menos seguras. Depois desses dois desastres, ninguém se sente seguro.” Para Bruno Milanez, qualquer cenário que se trace de imediato subestima impactos e defende que as auditorias devam ser contratadas pelo poder público e não pelas mineradoras.

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Veículo: Revista Proteção

Editoria: Notícias – Geral

Data: 01/02/2019

Link: http://www.protecao.com.br/noticias/geral/anm_divulga_lista_sobre_barragens_de_rejeitos_de_mineracao_do_pais/Jyy5AnyJAJ/12915

Título:

Em uma lista com 717 barragens de rejeitos de mineração no Brasil, pelo menos 88 têm método de construção de “alteamento a montante ou desconhecido”, segundo uma lista divulgada nesta quinta-feira (31) pela Agência Nacional de Mineração (ANM). Entre elas, 43 são classificadas como barragens de alto dano potencial associado.

O método a montante é o mesmo das barragens da Vale que se romperam em Mariana, em 2015, e Brumadinho, em 2019, e é considerado menos seguro por especialistas. Os outros tipos de construção, considerados mais seguros, são alteamento a jusante, linha de centro e etapa única.

Barragens classificadas como barragens de alto dano potencial associado são estruturas consideradas arriscadas no que se refere ao que pode acontecer em caso de rompimento ou mau funcionamento de uma barragem. Essa classificação leva em conta as perdas de vidas humanas e impactos sociais, econômicos e ambientais. Ao todo, o Brasil tem cerca de 200 barragens nessas condições.

Além de classificar o dano potencial, a ANM também categoriza as barragens de acordo com o risco de de ocorrência de acidente. Entre as 88 barragens que têm método de construção de “alteamento a montante ou desconhecido”, 12 são consideradas de médio risco.

A maioria (72) é categorizada como estrutura de baixo risco – a mesma classificação da barragem 1 do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), que se rompeu na última sexta-feira (25) deixando centenas de mortos e desaparecidos.

Método mais arriscado

Embora seja bastante comum e mais barato, o método de alteamento a montante – o mesmo usado nas barragens responsáveis pelas tragédias de Brumadinho e Mariana – é considerado obsoleto e o menos seguro por especialistas, em razão dos riscos de acidentes.

No alteamento a montante, a barragem vai crescendo em forma de degraus para dentro do reservatório, utilizando o próprio rejeito do processo de beneficiamento do minério sobre o dique inicial. Este tipo de barragem já é proibido no Chile, por exemplo, e tem sido menos usado nos Estados Unidos e na Europa.

Divergências nos números

O número de barragens a montante do país, no entanto, pode ser ainda maior. A lista publicada pela ANM traz informações sobre 717 barragens de rejeitos. Mas, segundo os dados disponíveis no próprio site da agência, existem hoje no país 839 barragens de mineração.

Levantamento do governo estadual em Minas Gerais identificou a existência de 50 barragens por alteamento a montante no estado. Do total, 27 estão em operação, 22 paralisadas, além da B1 da Mina do Feijão, da Vale, que rompeu em Brumadinho. Na lista da ANM divulgada nesta quinta, porém, o número de barragens com método “a montante ou desconhecido” é de 41.

Outra divergência é em relação ao número de barragens da Vale. A lista da agência identifica 9 no modelo a montante, incluindo a que rompeu em Brumadinho, mas a mineradora afirma que ainda mantém 10 estruturas deste tipo.

Minas Gerais exige eliminação das 50 barragens

Em resolução publicada na quarta-feira (30), a Secretaria de Meio Ambiente de Minas Gerais determinou que todas as barragens deste tipo sejam eliminadas em 3 anos e deu o prazo de 360 dias para as empresas apresentarem a tecnologia a ser adotada e o plano de trabalho com cronograma. Segundo o governo mineiro, seriam 50.

Um decreto de 2016, publicado após o desastre de Mariana, já proibia no estado o licenciamento de novas barragens e ampliações de estruturas que utilizem ou que tenham utilizado o método de alteamento para montante. Mas ainda não havia nenhuma política definida para tratar das barragens em operação ou já desativadas.

A Vale anunciou na terça-feira que irá eliminar as 10 barragens a montante que ainda são mantidas pela empresa. Segundo a empresa, elas estão nas cidades de Ouro Preto, Belo Vale, Congonhas, Brumadinho e Nova Lima, todas em Minas Gerais, nas unidades de Abóboras, Vargem Grande, Capitão do Mato e Tamanduá, no complexo Vargem Grande, e de Jangada, Fábrica, Segredo, João Pereira e Alto Bandeira, no complexo Paraopeba.

Vale disse que serão necessários três anos e R$ 5 bilhões para “descaracterizar as estruturas como barragens de rejeitos para reintegrá-las ao meio ambiente”, o chamado descomissionamento. Para acelerar o processo, a empresa informou que irá parar a produção de minério de ferro nas áreas próximas, com impacto de 40 milhões de toneladas de minério de ferro e 11 milhões de toneladas de pelotas, ao ano.

Descaracterizar barragens não é simples e também têm risco

Para fazer o chamado descomissionamento e reintegrar as barragens ao meio ambiente há dois caminhos básicos: esvaziar ou aterrar a área, ou então reprocessar o material depositado nas barragens, separando o mineral residual e encaminhando os resíduos sólidos secos para outro local.

Especialistas ouvidos pelo G1 explicam que o processo de descaracterizar uma barragem não é simples, costuma ter um custo elevado e tampouco a deixa imune a novos acidentes.

A barragem que se rompeu em Brumadinho, por exemplo, apesar de ter conseguido autorização para expandir a operação em dezembro do ano passado, não recebia rejeitos desde 2016 e, ainda assim, virou o mar de lama que deixou centenas de desaparecidos. Segundo informou a Vale, a estrutura estava inativa, não tinha a presença de lago e “encontrava-se em desenvolvimento o projeto de descomissionamento da mesma”.

“Descomissionar barragens deste tipo é necessário, diminui o risco para a população, mas não soluciona o problema”, alerta o especialista em política ambiental e pesquisador da Universidade Federal de Juiz de Fora, Bruno Milanez.

“Assim como a elevação de uma barragem tem risco, o descomissionamento também embute um risco. É um processo muito delicado pois pressupõe esvaziar a barragem ou transferir o material para outro local. Se uma barragem parada já rompe, começar a mexer nestes locais vai exigir um monitoramento ainda mais rigoroso”, acrescenta.

Assim como o projeto de abertura de uma mina ou barragem, o de desativação, reabilitação da área e recuperação da vegetação também depende de licenciamento ambiental.

Se por um lado, o processo de paralisação da produção e do uso das barragens representa um impacto econômico para as mineradoras, parte das etapas do processo de descomissionamento também pode gerar receita.

O projeto de descomissionamento da barragem da Vale que desmoronou em Brumadinho previa um novo processamento, para retirada de minério dos rejeitos acumulados na barragem. A Vale obteve a licença ambiental para essas atividades no final de 2018, mas a empresa negou que tenham sido iniciadas obras no local.

“Em julho de 2016 as operações de beneficiamento do minério da Mina Córrego de Feijão passaram a ser realizadas de forma a seco e, portanto, a Barragem I deixou de receber rejeitos provenientes da referida mina, tornando-se desativada desde então”, afirmou a Vale, em comunicado divulgado na noite de quarta-feira (30).

A Vale ainda não detalhou como será feito o descomissionamento nestas 10 barragens que serão desativadas. Segundo a empresa, os processos de interrupção e desativação deverão enviados para licenciamento do órgão ambiental nos próximos 45 dias.

“Até então se acreditava que com o monitoramento adequado essas barragens eram seguras, esses conceitos possivelmente terão que ser reavaliados”, afirmou na segunda (28), o diretor-executivo de Finanças e Relações com Investidores da empresa, Luciano Siani, segundo a agência Reuters. “Mesmo essas barragens antigas e desativadas, como foi o caso dessa, vão passar por investimentos significativos para zerar o risco”, acrescentou.

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Veículo: The World News

Editoria: Brasil

Data: 02/02/2019

Link: https://theworldnews.net/br-news/depois-de-mariana-licenciamento-ambiental-em-minas-ficou-mais-flexivel

Título: Depois de Mariana, licenciamento ambiental em Minas ficou mais flexível

Após o desastre na barragem de Mariana que deixou 19 mortos em 2015, o governo de Minas flexibilizou regras de licenciamento ambiental. Entre as mudanças, estão a possibilidade de reduzir de três fases para até uma o trâmite de concessão da licença para parte dos empreendimentos e reduzir a competência do Conselho de Política Ambiental (Copam) – que tem participação da sociedade e do setor produtivo – na análise dos processos. O licenciamento acelerado, por exemplo, foi usado pela Vale para aprovar o aumento de produção no complexo de minas de Brumadinho onde ruiu a barragem.

O governo Fernando Pimentel (PT) enviou o projeto que reforma a lei em outubro de 2015, com pedido de urgência. Em 25 de novembro, 20 dias após Mariana, a Assembleia aprovou o texto, sob críticas de ambientalistas. Pimentel sancionou a lei em 2016 e, nos anos seguintes, regulamentou o modelo. Último titular da pasta de Ambiente (Semad) da gestão passada, Germano Vieira foi o único secretário mantido pelo novo governador, Romeu Zema (Novo). Servidor de carreira, Vieira é considerado de bom trânsito no setor produtivo.

Pimentel disse à época que o objetivo da reformulação era reduzir a burocracia. Nos oito primeiros meses de 2018, foram concluídos 3.676 processos de licenciamento no Estado. Nos dois anos anteriores, 2.915 análises foram concluídas. Por outro lado, especialistas e ambientalistas dizem que é possível reduzir etapas só para aprovar projetos mais simples, mas o risco da licença acelerada é não haver tempo e debate suficientes para avaliar os impactos de atividades com potencial significativo de danos, como a mineração.

Em geral, a licença ambiental tem três etapas – a prévia, em que se analisa a viabilidade do projeto; a de instalação, em que se autoriza a construção; e a de operação, que permite a atividade do empreendimento. A lei de 2016 abriu a possibilidade de duas ou até três fases de uma vez só. Norma assinada por Vieira, em dezembro de 2017, prevê classificar os projetos em escala de 1 a 6, segundo o tamanho, o potencial poluidor e localização.

No caso do pedido aprovado em dezembro de 2018 pelo Copam, por exemplo, a Vale usou o rito abreviado para ter aval de aumento de 70% na exploração do minério de ferro no complexo Jangada/Feijão, em Brumadinho. Isso foi possível porque o pedido se enquadrou na classe 4, pois envolvia reaproveitamento dos rejeitos de barragens – diferente da própria barragem, que tem classificação 6.

Segundo o professor de Engenharia de Produção e Mecânica da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Bruno Milanez, antes já havia licenciamentos que juntam fases, mas eram mais caso a caso. “Corre-se o risco de não haver tempo hábil de avaliar profundamente os reais impactos.” Na análise de cada etapa, diz ele, era comum a necessidade de adaptações. “Pode-se descobrir que o solo não é bom, que há nascente ali.”

Outra crítica foi sobre reduzir a participação do Copam na análise de empreendimentos. A decisão sobre liberar os projetos de classes 3 e 4 passou a ficar a cargo de técnicos do governo. “A sociedade e os conselheiros têm menos informações qualificadas e menos chance de contribuir”, afirma Klemens Laschefski, professor de Geologia da Universidade Federal de Minas(UFMG). Para Maria Dalce Ricas, da Associação Mineira de Defesa do Ambiente, a mudança foi um “retrocesso”.

Governo

Em nota, a Semad destacou que a lei de 2016 teve aval do Legislativo e garante participação social. Sobre a licença concomitante, disse que não há prejuízo de análise nos processos, que são para casos específicos. Segundo a pasta, as ações de controle para cada fase do licenciamento são iguais às do processo de três etapas e não há redução de exigências. Conforme a Semad, a construção da norma de 2017 envolveu técnicos da pasta, setor produtivo, Ministério Público e ONGs.

Pimentel disse que não conseguiria responder até a noite desta sexta-feira, 1, e a reportagem não localizou o ex-titular de Ambiente Jairo Isaac (de maio de 2016 a novembro de 2017). O secretário anterior na gestão Pimentel, Sávio Souza Cruz, não respondeu até as 22 horas desta sexta.

Também publicado em: Hoje em Dia, IstoÉ, Correio Braziliense, EM.com.br, A Semana News, A Redação, Bol, Tarobá News, SBT Interior, O Liberal, Portal Terra, Época Negócios, A Crítica

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Veículo: CBN – Globo no Rádio

Editoria: Economia

Data: 02/02/2019

Link: https://cbn.globoradio.globo.com/media/audio/243171/rompimento-de-brumadinho-pode-aumentar-receita-da-.htm

Título: Rompimento de Brumadinho pode aumentar receita da Vale em US$1 bi

Com um histórico de rompimentos que provocaram desastres sem precentes no Brasil, a Vale acumula aumento no seu valor de mercado. Mesmo depois da tragédia de Mariana, a maior mineradora do país passou a valer R$220 bilhões a mais entre 2015 e o início desse ano. Especialistas apontam que o rompimento de Brumadinho pode gerar receita extra de um bilhão de dólares para a companhia.

POR CAMILA OLIVO

camila.olivo@cbn.com.br

Com o desastre de Brumadinho, a Vale deve ter este ano uma receita US$1 bilhão mais alta do que teria se não tivesse acontecido a tragédia. A conta, de especialistas ouvidos pela CBN, leva em consideração a redução da produção com o fechamento de dez barragens, como foi anunciado pela companhia. Com a oferta menor, o preço aumenta. Além disso, há a expansão da mina de Carajás, no Pará, cujo minério de ferro tem valor agregado mais alto.

Em 2015, quando houve o desastre de Mariana, o minério era negociado a cerca de US$50 por tonelada. Hoje, está 60% mais caro, acima de US$80.

Na Bolsa de Valores de São Paulo, depois de uma queda recorde de mais de 24% na última segunda-feira, na quarta, as ações da Vale chegaram a subir mais de 9%. Alexandre Mastrocinque, especialista em mineração na editora Empirucus, avalia que a expectativa de aumento na receita contribuiu para a recuperação do valor de mercado.

“De receita, a Vale vai ter US$1 bilhão a mais do que ela teria se não tivesse acontecido o incidente. E esse valor é suficiente para cobrir os custos que a Vale afirmou que vai ter com segurança. Por isso que as ações responderam muito positivamente depois dessa correção inicial da segunda-feira,” explicou Mastrocinque.

A Vale é a principal mineradora do país e representa 10% do índice da Bolsa de Valores de São Paulo. Apesar do histórico de desastres sem precedentes no Brasil, a mineradora está cada vez mais valiosa. Do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, até o início deste ano, a Vale passou de R$77 bilhões para R$297 bilhões em valor de mercado. Depois de Brumadinho, essa cifra bilionária teve 18% de queda, por enquanto.

O diretor executivo da Agência para o Desenvolvimento Tecnológico da Indústria Mineral Brasileira (ADIMB), Roberto Xavier, explicou que os investimentos na exploração de minérios não costumam ser afetados por catástrofes.

“Os investimentos sempre são controlados por preços de commodities no mercado, eles não são controlados por acidentes que ocorrem na mineração,” disse ele.

Mas o doutor em política ambiental, professor da Universidade Federal de Juiz de Fora, Bruno Milanez, explicou que estudos acadêmicos apontam uma relação entre a alta dos preços com a redução da segurança na atividade de mineração.

“Quando começa o período de boom, existe uma corrida pela expansão porque todas as mineradoras vão querer aproveitar o período da bonança. A gente vai ter um aumento significativo nos investimentos. E além disso, existe uma pressão muito forte sobre os órgãos públicos, que não têm aumento de pessoal durante esse período, para aprovar esses projetos muito rapidamente. Quando o preço começa a cair, a gente tem empresas altamente endividadas. A medida em que o preço cai, eles têm que reduzir os custos operacionais em geral. E uma das primeiras questões que é deixada de lado quando se pensa em redução de custos, é a questão de segurança e de monitoramento,” explicou o professor.

Milanez, que pesquisa o papel social, econômico e ambiental da extração mineral afirma que o setor tem que repensar a relação com a sociedade, as empresas precisam ser mais transparentes na comunicação com as pessoas que moram no entorno. Ele reforça que a atividade sempre implica em riscos.

“Tem que pensar o setor como um todo e pensar não apenas se tem sirene ou não, mas o tamanho, a localização, a necessidade de barragens. A gente tem soluções tecnológicas que são menos arriscadas do que as barragens de rejeitos. Há outras tecnologias que reduzem significativamente esse risco. Mas não existe risco zero na mineração. É uma atividade de risco por sua própria natureza,” complementou Milanez.

O Brasil é o maior exportador de minérios do mundo depois da Austrália. Somente o minério de ferro foi o terceiro produto mais vendido para o exterior na pauta brasileira, perdendo para soja e petróleo bruto. Dados do IBGE apontam que a mineração correspondia a 2% do PIB brasileiro em 2016.

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Veículo: Exame

Editoria: Brasil

Data: 02/02/2019

Link: https://exame.abril.com.br/brasil/brasil-registra-mais-de-tres-acidentes-em-barragens-por-ano/

Título: Brasil registra mais de três acidentes em barragens por ano

Faltam dados básicos no sistema nacional que orienta as políticas de segurança contra acidentes como o de Brumadinho

Por Bruno Fonseca, da Agência Pública

No Brasil, há em média mais de três acidentes com barragens a cada ano. Os dados são compilados pela Agência Nacional de Águas (ANA), responsável pelo Relatório de Segurança de Barragens (RSB), divulgado anualmente e encaminhado ao Congresso.

Os acidentes incluem o rompimento de grandes barragens com vítimas fatais, como o da Mina do Feijão, da Vale, em Brumadinho (que deverá entrar no relatório de 2019), mas também outros eventos menores que levaram a alagamentos ou suspensão do abastecimento de água.

Desde 2011, quando o primeiro relatório foi produzido, até 2017, a ANA registrou 24 acidentes. Contudo, o número real é maior: a própria agência reconhece que há acidentes não relatados e mesmo barragens que não foram informadas ao governo federal.

Além dos acidentes, os relatórios contabilizaram mais de sete incidentes com barragens por ano. Esse tipo de notificação ocorre quando há alguma ocorrência na barragem que, se não for controlada, pode levar a um acidente. Em sete anos, foram 52 incidentes.

Em cada quatro barragens do sistema nacional, faltam dados básicos em três

Os dados que alimentam a Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB), criada em 2010, são incompletos. No último relatório, sete anos após a publicação da lei, três quartos de todas as barragens informadas à ANA não possuíam informações suficientes para determinar se deveriam entrar na política de segurança. Faltavam dados básicos como altura da barragem, capacidade do reservatório e classificação do dano potencial.

Com isso, mais de 18 mil estruturas – de um total de cerca de 24 mil – aparecem de forma incompleta no radar federal. O problema da falta desses dados é que mesmo uma barragem pequena pode estar sujeita à fiscalização, segundo os parâmetros da PNSB, caso o Dano Potencial Associado (DPA) seja considerado médio ou alto. E é justamente essa classificação de dano que é utilizada para embasar os planos de segurança em caso de acidentes.

Os dados dos relatórios da ANA são falhos, entre outros motivos porque são coletados junto a outras agências fiscalizadoras: a Agência Nacional de Mineração (ANM), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e órgãos estaduais – que podem fazer seus próprios balanços com base em outros critérios.

Esses órgãos também dividem a fiscalização das barragens: a maior parte fica sob encargo da Agência Nacional de Mineração (ANM), responsável por 790 reservatórios.

Em 2017, apenas 211 foram verificadas pela agência. A equipe de vistoria era de apenas 20 pessoas. A ANA, responsável pelo relatório de segurança, vistoriou 24 barragens. Em Minas, a secretaria estadual informou a vistoria de 125 estruturas.

Há outro dado preocupante no sistema nacional: duas em cada cinco barragens registradas não possuem atos de autorização, isto é, se foram outorgadas, concedidas, licenciadas, entre outros. Em tese, o proprietário da barragem ou do terreno onde ela está pode ser multado pelo governo federal caso não haja autorização.

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Veículo: Jornal Contábil

Editoria: Destaques

Data: 02/02/2019

Link: https://www.jornalcontabil.com.br/brumadinho-pode-aumentar-receita-da-vale-em-us1-bi/

Título: Brumadinho pode aumentar receita da Vale em US$1 bi

Com um histórico de rompimentos que provocaram desastres sem precentes no Brasil, a Vale acumula aumento no seu valor de mercado. Mesmo depois da tragédia de Mariana, a maior mineradora do país passou a valer R$220 bilhões a mais entre 2015 e o início desse ano. Especialistas apontam que o rompimento de Brumadinho pode gerar receita extra de um bilhão de dólares para a companhia.

By redator

2 de fevereiro de 2019

Com o desastre de Brumadinho, a Vale deve ter este ano uma receita US$1 bilhão mais alta do que teria se não tivesse acontecido a tragédia. A conta, de especialistas ouvidos pela CBN, leva em consideração a redução da produção com o fechamento de dez barragens, como foi anunciado pela companhia. Com a oferta menor, o preço aumenta. Além disso, há a expansão da mina de Carajás, no Pará, cujo minério de ferro tem valor agregado mais alto.

Em 2015, quando houve o desastre de Mariana, o minério era negociado a cerca de US$50 por tonelada. Hoje, está 60% mais caro, acima de US$80.

Na Bolsa de Valores de São Paulo, depois de uma queda recorde de mais de 24% na última segunda-feira, na quarta, as ações da Vale chegaram a subir mais de 9%. Alexandre Mastrocinque, especialista em mineração na editora Empirucus, avalia que a expectativa de aumento na receita contribuiu para a recuperação do valor de mercado.

“De receita, a Vale vai ter US$1 bilhão a mais do que ela teria se não tivesse acontecido o incidente. E esse valor é suficiente para cobrir os custos que a Vale afirmou que vai ter com segurança. Por isso que as ações responderam muito positivamente depois dessa correção inicial da segunda-feira,” explicou Mastrocinque.

A Vale é a principal mineradora do país e representa 10% do índice da Bolsa de Valores de São Paulo. Apesar do histórico de desastres sem precedentes no Brasil, a mineradora está cada vez mais valiosa. Do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, até o início deste ano, a Vale passou de R$77 bilhões para R$297 bilhões em valor de mercado. Depois de Brumadinho, essa cifra bilionária teve 18% de queda, por enquanto.

O diretor executivo da Agência para o Desenvolvimento Tecnológico da Indústria Mineral Brasileira (ADIMB), Roberto Xavier, explicou que os investimentos na exploração de minérios não costumam ser afetados por catástrofes.

“Os investimentos sempre são controlados por preços de commodities no mercado, eles não são controlados por acidentes que ocorrem na mineração,” disse ele.

Mas o doutor em política ambiental, professor da Universidade Federal de Juiz de Fora, Bruno Milanez, explicou que estudos acadêmicos apontam uma relação entre a alta dos preços com a redução da segurança na atividade de mineração.

“Quando começa o período de boom, existe uma corrida pela expansão porque todas as mineradoras vão querer aproveitar o período da bonança. A gente vai ter um aumento significativo nos investimentos. E além disso, existe uma pressão muito forte sobre os órgãos públicos, que não têm aumento de pessoal durante esse período, para aprovar esses projetos muito rapidamente. Quando o preço começa a cair, a gente tem empresas altamente endividadas. A medida em que o preço cai, eles têm que reduzir os custos operacionais em geral. E uma das primeiras questões que é deixada de lado quando se pensa em redução de custos, é a questão de segurança e de monitoramento,” explicou o professor.

Milanez, que pesquisa o papel social, econômico e ambiental da extração mineral afirma que o setor tem que repensar a relação com a sociedade, as empresas precisam ser mais transparentes na comunicação com as pessoas que moram no entorno. Ele reforça que a atividade sempre implica em riscos.

“Tem que pensar o setor como um todo e pensar não apenas se tem sirene ou não, mas o tamanho, a localização, a necessidade de barragens. A gente tem soluções tecnológicas que são menos arriscadas do que as barragens de rejeitos. Há outras tecnologias que reduzem significativamente esse risco. Mas não existe risco zero na mineração. É uma atividade de risco por sua própria natureza,” complementou Milanez.

O Brasil é o maior exportador de minérios do mundo depois da Austrália. Somente o minério de ferro foi o terceiro produto mais vendido para o exterior na pauta brasileira, perdendo para soja e petróleo bruto. Dados do IBGE apontam que a mineração correspondia a 2% do PIB brasileiro em 2016. Com Informações da CBN

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Política

Data: 02/02/2019

Link: https://tribunademinas.com.br/noticias/politica/02-02-2019/transparencia-e-controle-social-ajudam-a-reduzir-custos-de-gabinete.html

Título: Transparência e controle social ajudam a reduzir custos de gabinete

Despesas com manutenção de mandato na Câmara Municipal atingem menor patamar desde 2015

Por Renato Salles

02/02/2019 às 17h30

O ano era 2012. Final da legislatura 2009-2012 na Câmara Municipal de Juiz de Fora. Pela primeira vez desde que o Poder Legislativo municipal tornou público os gastos com a manutenção dos mandatos dos vereadores, a partir de 2009, as despesas com as chamadas verbas indenizatórias ultrapassaram a barreira de R$ 1 milhão. Ao fim daquele ano, a decisão dos parlamentares de reajustar em 48% o teto dos recursos à disposição – que saltou de R$ 5.382,37 mensais para R$ 8 mil, criou expectativas de que os dispêndios iriam disparar. Em um primeiro momento, foi exatamente isto que ocorreu. Em 2013, os gastos dispararam cerca de 40% e chegaram a R$ 1.407.152,08. O ápice da gastança foi em 2015 – R$ 1.485.159,93 -, porém, a partir daí, os valores começaram a diminuir ano a ano e, em 2018, atingiram seu menor valor nos últimos seis anos, com um total de gastos de R$ 1.194.891,22. Mas o que teria levado à diminuição do esbanjamento na cota à disposição dos vereadores juiz-foranos para bancar suas atividades parlamentares nos últimos quatro anos?

Não há, no entanto, uma resposta simples, uma vez que os gastos e a gestão da aplicação dos recursos competem exclusivamente aos gabinetes e cada vereador apresenta um perfil de atuação distinto. No entanto, a própria divulgação dos dados relacionados às despesas parlamentares mensalmente possibilita maior controle social por parte da população e da imprensa, o que acaba contribuindo para um uso mais racional e eficiente dos recursos públicos. “Em momentos nos quais há mais cobrança e mais controle social sobre as Câmaras, faz sentido que muitos agentes públicos de vereança acabem percebendo que, talvez, gastar demais com verba indenizatória pode produzir algum dano à imagem. E, futuramente, até danos eleitorais. Esta é uma possível explicação. É uma hipótese explicativa razoável”, avalia o cientista político da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Paulo Roberto Leal.

Para reforçar o entendimento de que o maior controle social por parte da sociedade pode levar a um uso mais racional dos recursos disponíveis nas casas legislativas, Paulo Roberto lembra o fato de que, cada vez mais, tais espaços deram ainda mais ênfase às devoluções de verbas economizadas aos poderes legislativos. Como é o caso da própria Câmara Municipal de Juiz de Fora que, nos últimos exercícios financeiros, deu bastante publicidade à restituição de verbas aos cofres da Prefeitura. “Por parte dos vereadores, isto pode levar a uma percepção de que o uso excessivo de verbas indenizatórias pode produzir um dano de imagem”, reforça o especialista.

A ideia de que a transparência na gestão de recursos público e de que o controle social pode resultar em economia nos espaços de poderes é reforçada por Juliana Sakai, diretora de operações da ONG Transparência Brasil. “Trabalhamos exatamente com este pressuposto. A ideia não é da transparência pela transparência em si, mas é uma forma de controlar os poderes”, explica. Para ela, a partir do momento em que o poder público presta contas à população, ele passa a ser sujeito a críticas. “Com um acompanhamento intensivo da população e da mídia, por exemplo, o aumento de determinados gastos geram reveses políticos. Quanto mais transparência, maior controle. Isto porque aquilo que apenas alguns burocratas tinham acesso se torna público, o que gera questionamentos”, reforça.

Congelamento

Cabe lembrar que, após o aumento de 48% no teto para os gastos indenizados para atividades parlamentares aprovado há seis anos, o limite para despesas de indenização está congelado. No que depender do perfil de gastos demonstrados nos últimos anos, possíveis readequações do limite não se justificariam no momento. Isto porque, no último ano, antes da atualização dos valores, em 2012, os 19 vereadores declaram um total de gastos correspondente a cerca de 80% dos R$ 1.227.180,36. Em 2018, os recursos corresponderam a “apenas” 62% do limite máximo a ser indenizado anualmente pela Câmara, estipulado em R$ 1,82 milhão.

Veículos, combustíveis e consultorias técnicas são os maiores gastos

A despeito da tendência de queda nos gastos com a manutenção dos mandatos na atual legislatura, observada de 2015 para cá, o perfil das despesas permanece o mesmo. Assim como aconteceu em 2016, último ano da legislatura passada, a principal fonte de gastos em 2017 e 2018 foram os dispêndios com veículos e deslocamentos dos vereadores em suas atividades parlamentares. Nos dois primeiros anos da legislatura 2017-2018, a declaração de despesas com combustíveis, aluguéis de veículos e despesas de manutenção com automóveis ultrapassou os seis dígitos e chegou a R$ 1.051,670.40 em 24 meses.

Nesta rubrica, o maior vilão são os aluguéis de veículos utilizados no exercício do mandato legislativo. Entre 2017 e 2018, os vereadores gastaram R$ 518.666,05 com a locação de automóveis. O segundo item mais dispendioso é o que move tais automotores. Assim, nos últimos dois anos, os parlamentares consumiram R$ 410.625,29 em combustíveis. Em números atuais, tal montante seria suficiente para a aquisição de quase 87 mil litros de gasolina, considerando a média de preço registrada em Juiz de Fora 20 e 26 de janeiro, de R$ 4,737, segundo a Agência Nacional do Petróleo.

Considerando um veículo que faça em média dez km/litro – consumo considerado bom para áreas urbanas e baixo para estradas -, seria possível rodar com o valor gasto pelos gabinetes parlamentares entre aproximadamente 870 mil quilômetros, o que corresponde a quase 880 viagens entre Juiz de Fora e Brasília – de cerca de 988 quilômetros ou para cumprir 3.333 vezes o trecho entre Juiz de Fora e Belo Horizonte – de 261 quilômetros.

Outro item que manteve o perfil de dispêndios na atual legislatura foram os gastos com a contratação de consultoria técnica terceirizada. De 2016, último ano da legislatura passada, para 2017, as despesas com serviços especializados externos passou de R$ 363 mil para R$ 405 mil, alta de 11%. Em 2018, os gastos com consultoria recuaram a R$ 351 mil, muito próximo do observado no fim da legislatura 2013-2016.

Os maiores gastos com a prestação de serviços terceirizados foram declarados por Wanderson Castelar (PT) – R$ 97.500 -; Ana Rossignoli (MDB) – R$ 88.800 -; e José Márcio (PV) – R$ 80.000. André Mariano (PSC), Adriano Miranda (PHS), Roberto Cupolillo (Betão, PT), José Fiorilo (PTC) e Jucelio Maria (PSB) – suplente que desempenhou mandato entre agosto e setembro de 2018, durante afastamento de Cido Reis (PSB) para disputar vaga de deputado estadual – não tiveram gastos com consultores terceirizados. Cido não conseguiu se eleger e retornou para o Legislativo juiz-forano em outubro.

Em 2 anos, despesas somam R$ 2,46 milhões

Apesar da tendência de queda nos gastos com atividades parlamentares dos 19 vereadores da Câmara Municipal observada na atual legislatura, os números ainda são chamativos. Assim, as ações dos gabinetes e a manutenção dos mandatos na Casa já custaram aos cofres do Poder Legislativo juiz-forano dispêndios da ordem de R$ 2.461.104.63 entre 2017 e 2018.

Neste cenário, os maiores gastos foram declarados por Wanderson Castelar (PT), cujas despesas relacionadas a sua atuação legislativa e indenizadas somaram R$ 178.329,45 em dois anos. Na sequência, aparecem Ana Rossignoli (MDB) – R$ 157.362,06 – e Vagner de Oliveira (PSC) – R$ 151.445,41.

Na outra ponta, os gabinetes menos dispendiosos foram os de José Fiorilo (PTC), que comunicou despesas indenizadas de R$ 36.488,43; Marlon Siqueira (MDB), de R$ 96,125.01; e Adriano Miranda (PHS), de R$ 103,594.35. Já o suplente Jucelio Maria (PSB) declarou dispêndios da ordem de R$ 1.701,44 durante o período de pouco mais de um mês em que substituiu Cido Reis (PSB).

Verbas indenizatórias

O modelo de reembolso de gastos efetuados com atividades parlamentares, as chamadas verbas indenizatórias, segue um modelo bastante recorrente nas casas legislativas das três esferas de poder espalhadas pelo Brasil. Na Câmara de Juiz de Fora, o custeio de tais despesas de mandato segue termos da Resolução 1.122, de 15 de dezembro de 1999. O texto original foi alterado em quatro oportunidades, sendo a última delas de 2012, quando ocorreu a definição do atual limite mensal para restituição de custos de gabinete em R$ 8 mil.

De vieses indenizatórios, os recursos são liberados por requerimento feitos pelos vereadores e comprovação dos gastos por meio de notas fiscais. Podem ser indenizadas despesas relacionadas a locação de imóvel para escritório parlamentar, combustível, manutenção de veículos, locação e fretamento de veículos, serviços de consultoria, divulgação da atividade parlamentar, material de expediente e informática, passagens, hospedagem, alimentação, assinatura de periódicos, entre outros. Em situações específicas, o reembolso segue regras, como, por exemplo, limite de despesas com combustíveis e manutenção de veículos, limitadas a R$ 2 mil cada.

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Veículo: O Tempo

Editoria: Cidades

Data: 02/02/2019

Link: https://www.otempo.com.br/cidades/ap%C3%B3s-mariana-licenciamento-ambiental-em-minas-ficou-mais-flex%C3%ADvel-1.2130581

Título: Após Mariana, licenciamento ambiental em Minas ficou mais flexível

Entre as mudanças, estão a possibilidade de reduzir de três fases para até uma o trâmite de concessão da licença para parte dos empreendimentos

PUBLICADO EM 02/02/19 – 10h08

ESTADÃO CONTEÚDO

Após o desastre na barragem de Mariana que deixou 19 mortos em 2015, o governo de Minas flexibilizou regras de licenciamento ambiental. Entre as mudanças, estão a possibilidade de reduzir de três fases para até uma o trâmite de concessão da licença para parte dos empreendimentos e reduzir a competência do Conselho de Política Ambiental (Copam) – que tem participação da sociedade e do setor produtivo – na análise dos processos. O licenciamento acelerado, por exemplo, foi usado pela Vale para aprovar o aumento de produção no complexo de minas de Brumadinho onde ruiu a barragem.

O governo Fernando Pimentel (PT) enviou o projeto que reforma a lei em outubro de 2015, com pedido de urgência. Em 25 de novembro, 20 dias após Mariana, a Assembleia aprovou o texto, sob críticas de ambientalistas. Pimentel sancionou a lei em 2016 e, nos anos seguintes, regulamentou o modelo. Último titular da pasta de Ambiente (Semad) da gestão passada, Germano Vieira foi o único secretário mantido pelo novo governador, Romeu Zema (Novo). Servidor de carreira, Vieira é considerado de bom trânsito no setor produtivo.

Pimentel disse à época que o objetivo da reformulação era reduzir a burocracia. Nos oito primeiros meses de 2018, foram concluídos 3.676 processos de licenciamento no Estado. Nos dois anos anteriores, 2.915 análises foram concluídas. Por outro lado, especialistas e ambientalistas dizem que é possível reduzir etapas só para aprovar projetos mais simples, mas o risco da licença acelerada é não haver tempo e debate suficientes para avaliar os impactos de atividades com potencial significativo de danos, como a mineração.

Em geral, a licença ambiental tem três etapas – a prévia, em que se analisa a viabilidade do projeto; a de instalação, em que se autoriza a construção; e a de operação, que permite a atividade do empreendimento. A lei de 2016 abriu a possibilidade de duas ou até três fases de uma vez só. Norma assinada por Vieira, em dezembro de 2017, prevê classificar os projetos em escala de 1 a 6, segundo o tamanho, o potencial poluidor e localização.

No caso do pedido aprovado em dezembro de 2018 pelo Copam, por exemplo, a Vale usou o rito abreviado para ter aval de aumento de 70% na exploração do minério de ferro no complexo Jangada/Feijão, em Brumadinho. Isso foi possível porque o pedido se enquadrou na classe 4, pois envolvia reaproveitamento dos rejeitos de barragens – diferente da própria barragem, que tem classificação 6.

Segundo o professor de Engenharia de Produção e Mecânica da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Bruno Milanez, antes já havia licenciamentos que juntam fases, mas eram mais caso a caso. “Corre-se o risco de não haver tempo hábil de avaliar profundamente os reais impactos.” Na análise de cada etapa, diz ele, era comum a necessidade de adaptações. “Pode-se descobrir que o solo não é bom, que há nascente ali.”

Outra crítica foi sobre reduzir a participação do Copam na análise de empreendimentos. A decisão sobre liberar os projetos de classes 3 e 4 passou a ficar a cargo de técnicos do governo. “A sociedade e os conselheiros têm menos informações qualificadas e menos chance de contribuir”, afirma Klemens Laschefski, professor de Geologia da Universidade Federal de Minas(UFMG). Para Maria Dalce Ricas, da Associação Mineira de Defesa do Ambiente, a mudança foi um “retrocesso”.

Governo

Em nota, a Semad destacou que a lei de 2016 teve aval do Legislativo e garante participação social. Sobre a licença concomitante, disse que não há prejuízo de análise nos processos, que são para casos específicos. Segundo a pasta, as ações de controle para cada fase do licenciamento são iguais às do processo de três etapas e não há redução de exigências. Conforme a Semad, a construção da norma de 2017 envolveu técnicos da pasta, setor produtivo, Ministério Público e ONGs.

Pimentel disse que não conseguiria responder até a noite desta sexta-feira, 1, e a reportagem não localizou o ex-titular de Ambiente Jairo Isaac (de maio de 2016 a novembro de 2017). O secretário anterior na gestão Pimentel, Sávio Souza Cruz, não respondeu até as 22 horas desta sexta.

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Veículo: Itatiaia

Editoria: Notícias

Data: 02/02/2019

Link: http://www.itatiaia.com.br/noticia/depois-de-mariana-regras-de-licenciamento-amb

Título: Depois de Mariana, regras de licenciamento ambiental em Minas ficaram mais flexíveis

Por Agência Estado , 02/02/2019 às 10:36

atualizado em: 02/02/2019 às 21:44

Após o desastre na barragem de Mariana, na região Central de Minas, que deixou 19 mortos em 2015, o governo de Minas flexibilizou regras de licenciamento ambiental. Entre as mudanças, estão a possibilidade de reduzir de três fases para até uma o trâmite de concessão da licença para parte dos empreendimentos e reduzir a competência do Conselho de Política Ambiental (Copam) – que tem participação da sociedade e do setor produtivo – na análise dos processos. O licenciamento acelerado, por exemplo, foi usado pela Vale para aprovar o aumento de produção no complexo de minas de Brumadinho onde ruiu a barragem.

O governo Fernando Pimentel (PT) enviou o projeto que reforma a lei em outubro de 2015, com pedido de urgência. Em 25 de novembro, 20 dias após Mariana, a Assembleia aprovou o texto, sob críticas de ambientalistas. Pimentel sancionou a lei em 2016 e, nos anos seguintes, regulamentou o modelo. Último titular da pasta de Ambiente (Semad) da gestão passada, Germano Vieira foi o único secretário mantido pelo novo governador, Romeu Zema (Novo). Servidor de carreira, Vieira é considerado de bom trânsito no setor produtivo.

Pimentel disse à época que o objetivo da reformulação era reduzir a burocracia. Nos oito primeiros meses de 2018, foram concluídos 3.676 processos de licenciamento no estado. Nos dois anos anteriores, 2.915 análises foram concluídas. Por outro lado especialistas e ambientalistas dizem que é possível reduzir etapas só para aprovar projetos mais simples, mas o risco da licença acelerada é não haver tempo e debate suficientes para avaliar os impactos de atividades com potencial significativo de danos, como a mineração.

Em geral, a licença ambiental tem três etapas – a prévia, em que se analisa a viabilidade do projeto; a de instalação, em que se autoriza a construção; e a de operação, que permite a atividade do empreendimento. A lei de 2016 abriu a possibilidade de duas ou até três fases de uma vez só. Norma assinada por Vieira, em dezembro de 2017, prevê classificar os projetos em escala de 1 a 6, segundo o tamanho, o potencial poluidor e localização.

No caso do pedido aprovado em dezembro de 2018 pelo Copam, por exemplo, a Vale usou o rito abreviado para ter aval de aumento de 70% na exploração do minério de ferro no complexo Feijão, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Isso foi possível porque o pedido se enquadrou na classe 4, pois envolvia reaproveitamento dos rejeitos de barragens – diferente da própria barragem, que tem classificação 6.

Segundo o professor de Engenharia de Produção e Mecânica da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Bruno Milanez, antes já havia licenciamentos que juntam fases, mas eram mais caso a caso. “Corre-se o risco de não haver tempo hábil de avaliar profundamente os reais impactos.” Na análise de cada etapa, diz ele, era comum a necessidade de adaptações. “Pode-se descobrir que o solo não é bom, que há nascente ali.”

Outra crítica foi sobre reduzir a participação do Copam na análise de empreendimentos. A decisão sobre liberar os projetos de classes 3 e 4 passou a ficar a cargo de técnicos do governo. “A sociedade e os conselheiros têm menos informações qualificadas e menos chance de contribuir”, afirma Klemens Laschefski, professor de Geologia da Universidade Federal de Minas (UFMG). Para Maria Dalce Ricas, da Associação Mineira de Defesa do Ambiente, a mudança foi um “retrocesso”.

Governo

Em nota, a Semad destacou que a lei de 2016 teve aval do Legislativo e garante participação social. Sobre a licença concomitante, disse que não há prejuízo de análise nos processos que são para casos específicos.

Segundo a pasta, as ações de controle para cada fase do licenciamento são iguais às do processo de três etapas e não há redução de exigências. Conforme a Semad, a construção da norma de 2017 envolveu técnicos da pasta, setor produtivo, Ministério Público e ONGs.

Pimentel disse que não conseguiria responder até a noite desta sexta-feira, 1, e a reportagem não localizou o ex-titular de Ambiente Jairo Isaac (de maio de 2016 a novembro de 2017). O secretário anterior na gestão Pimentel, Sávio Souza Cruz, não respondeu até as 22 horas desta sexta.

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Veículo: CORECON – CE

Editoria: Notícias

Data: 02/02/2019

Link: http://www.corecon-ce.org.br/noticias/view/361

Título: Nota do CORECON-CE sobre o rompimento da barragem Mina do Feijão em Brumadinho-MG

O Conselho Regional de Economia do Ceará, CORECON-CE, vem a público externar o sentimento de tristeza e solidariedade às famílias dos envolvidos na tragédia ocorrida nesta última sexta-feira, 25/01/2019 em Brumadinho-MG, após o rompimento da barragem 1 da Mina do Feijão e até esta data registram-se mais de 100 mortes e centenas de desaparecidos

A mineração é uma atividade fundamental para a importância e manutenção da economia do Estado e do País, mas é lamentável que a segurança e respeito ao meio ambiente tenham sido tão negligenciados pela própria empresa e poder público.

Como foi analisado no artigo do Le Monde Diplomatique Brasil “O que não se aprendeu com a tragédia no Rio Doce”, por Bruno Milanez, Luiz Jardim Wanderley e Tatiana Ribeiro, que trata da tragédia ocorrida em Mariana no ano de 2015. O Brasil tem uma tecnologia de beneficiamento de minérios através de via úmida, processo que exige grande quantidade de água e gera rejeitos de lama, os quais requerem a construção de barragens.

Ainda segundo o artigo que fala do vazamento da barragem de Mariana, o licenciamento ambiental não é feito de forma rigorosa e dentre os problemas estão: “subdimensionamento das áreas de influência, a desconsideração dos potenciais danos a comunidades e a avaliação insuficiente de alternativas tecnológicas”.

O CORECON-CE lamenta que, mesmo após a queda da barragem de Mariana, um desastre como este tenha se repetido. As autoridades precisam agir rapidamente, pois o potencial de risco de novas ocorrências já é sinalizado por especialistas. A vida humana, fauna, flora e inúmeros seres vivos que coabitam nesses locais merecem RESPEITO.

“A existência não pode ser moldada por imposições econômicas”.

Fortaleza, 02 de fevereiro de 2019.

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Veículo: Diário Regional

Editoria: Cidade

Data: 02/02/2019

Link: https://diarioregionaldigital.com.br/2019/02/01/comissao-de-urbanismo-agenda-visitas-as-barragens-de-juiz-de-fora-2/

Título: Comissão de urbanismo agenda visitas às barragens de Juiz de Fora

Por DIARIO REGIONAL   1 De Fevereiro De 2019

A comissão de urbanismo, formada pelos vereadores Zé Márcio – Garotinho (PV), Wanderson Castelar (PT), Adriano Miranda (PHS) e Kenedy Ribeiro (MDB), reuniu-se nesta terça-feira, 29, para discutir ações a respeito da situação das barragens no município de Juiz de Fora.

Os vereadores ressaltam que esta é uma discussão recorrente dentro da Comissão de Urbanismo. “Não é a primeira vez que o assunto é debatido pela Comissão. A nossa preocupação é constante, mas diante da tragédia em Brumadinho torna-se urgente dar uma resposta à população em relação ao que fatalmente vem a cabeça de todos, nesse momento: como estão às barragens, sobretudo as de rejeitos, em Juiz de Fora?”, disse Castelar. Trata-se, da continuidade de um trabalho que já vem sendo realizado pela Comissão de Urbanismo desde 2016 e, também, de uma ação preventiva.

Com o intuito de aprofundar o conhecimento sobre a questão, foram agendadas duas visitas as barragens durante esta semana, para as quais, todos os vereadores serão convidados. A primeira acontece na próxima terça-feira, 5, a partir das 8h, nas duas barragens de rejeitos de Juiz de Fora: a Barragem da Pedra e a Barragem dos Peixes, que possuem, respectivamente,  1,5 milhão e 800 mil metros cúbicos. Ambas pertencem ao grupo Votorantim e estão sob responsabilidade da Nexa Resources, sendo que a Barragem dos Peixes atualmente encontra-se inativa. “A intenção é averiguar a segurança e o volume destas barragens, além da conversa sobre as duas estruturas de resíduos industriais. Iremos aproveitar a oportunidade para discutir a situação da Represa de Picada – que é de geração de Energia Elétrica, mas que também é da responsabilidade do Grupo Votorantim”, afirma Zé Márcio.

Na próxima quarta-feira, 6, a visita será na Represa Dr. João Penido, que pertence a Cesama, e possui 16 milhões de metros cúbicos, que abastece toda a cidade. A Comissão de Urbanismo destaca que estas são as primeiras duas visitas de uma série que pretendem realizar.

Para acompanhar a comissão, serão convidados entre outros órgãos, representantes do Ministério Público, da Secretaria de Meio-ambiente do município, das faculdades de Engenharia Ambiental e Engenharia Civil da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros.

Fonte: Câmara

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Veículo: JF Clipping

Editoria: Notícias

Data: 02/02/2019

Link: https://www.jfclipping.com.br/2019/02/comissao-de-urbanismo-agenda-visitas-as-barragens-de-juiz-de-fora-3/

Título: COMISSÃO DE URBANISMO AGENDA VISITAS ÀS BARRAGENS DE JUIZ DE FORA

Diário Regional em 02/02/2019 14:44

A comissão de urbanismo, formada pelos vereadores Zé Márcio – Garotinho (PV), Wanderson Castelar (PT), Adriano Miranda (PHS) e Kenedy Ribeiro (MDB), reuniu-se nesta terça-feira, 29, para discutir ações a respeito da situação das barragens no município de Juiz de Fora.

Os vereadores ressaltam que esta é uma discussão recorrente dentro da Comissão de Urbanismo. “Não é a primeira vez que o assunto é debatido pela Comissão. A nossa preocupação é constante, mas diante da tragédia em Brumadinho torna-se urgente dar uma resposta à população em relação ao que fatalmente vem a cabeça de todos, nesse momento: como estão às barragens, sobretudo as de rejeitos, em Juiz de Fora?”, disse Castelar.

Trata-se, da continuidade de um trabalho que já vem sendo realizado pela Comissão de Urbanismo desde 2016 e, também, de uma ação preventiva.

Com o intuito de aprofundar o conhecimento sobre a questão, foram agendadas duas visitas as barragens durante esta semana, para as quais, todos os vereadores serão convidados. A primeira acontece na próxima terça-feira, 5, a partir das 8h, nas duas barragens de rejeitos de Juiz de Fora: a Barragem da Pedra e a Barragem dos Peixes, que possuem, respectivamente, 1,5 milhão e 800 mil metros cúbicos. Ambas pertencem ao grupo Votorantim e estão sob responsabilidade da Nexa Resources, sendo que a Barragem dos Peixes atualmente encontra-se inativa. “A intenção é averiguar a segurança e o volume destas barragens, além da conversa sobre as duas estruturas de resíduos industriais. Iremos aproveitar a oportunidade para discutir a situação da Represa de Picada – que é de geração de Energia Elétrica, mas que também é da responsabilidade do Grupo Votorantim”, afirma Zé Márcio.

Na próxima quarta-feira, 6, a visita será na Represa Dr. João Penido, que pertence a Cesama, e possui 16 milhões de metros cúbicos, que abastece toda a cidade. A Comissão de Urbanismo destaca que estas são as primeiras duas visitas de uma série que pretendem realizar.

Para acompanhar a comissão, serão convidados entre outros órgãos, representantes do Ministério Público, da Secretaria de Meio-ambiente do município, das faculdades de Engenharia Ambiental e Engenharia Civil da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros.

Fonte: Câmara

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Veículo: Estadão

Editoria: Geral

Data: 02/02/2019

Link: https://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,depois-da-tragedia-de-mariana-licenciamento-ambiental-em-minas-ficou-mais-flexivel,70002704434

Título: Depois da tragédia de Mariana, licenciamento ambiental em Minas ficou mais flexível

Estado reduziu fases para licenciamento de parte dos empreendimentos

Gilberto Amendola, Júlia Marques e Victor Vieira, O Estado de S.Paulo

02 de fevereiro de 2019 | 03h00

SÃO PAULO – Após o desastre na barragem de Mariana que deixou 19 mortos em 2015, o governo de Minas flexibilizou regras de licenciamento ambiental. Entre as mudanças, estão a possibilidade de reduzir de três fases para até uma o trâmite de concessão da licença para parte dos empreendimentos e reduzir a competência do Conselho de Política Ambiental (Copam) – que tem participação da sociedade e do setor produtivo – na análise dos processos. O licenciamento acelerado, por exemplo, foi usado pela Vale para aprovar o aumento de produção no complexo de minas de Brumadinho onde ruiu a barragem.

Brumadinho

Imagem feita por drone durante enterro registra várias covas abertas à espera de mais vítimas do desastre. Foto: Antonio Lacerda/EFE

O governo Fernando Pimentel (PT) enviou o projeto que reforma a lei em outubro de 2015, com pedido de urgência. Em 25 de novembro, 20 dias após Mariana, a Assembleia aprovou o texto, sob críticas de ambientalistas. Pimentel sancionou a lei em 2016 e, nos anos seguintes, regulamentou o modelo. Último titular da pasta de Ambiente (Semad) da gestão passada, Germano Vieira foi o único secretário mantido pelo novo governador, Romeu Zema (Novo). Servidor de carreira, Vieira é considerado de bom trânsito no setor produtivo.

Veja imagens do rompimento de barragem de rejeitos da Vale em Brumadinho   

Pimentel disse à época que o objetivo da reformulação era reduzir a burocracia. Nos oito primeiros meses de 2018, foram concluídos 3.676 processos de licenciamento no Estado. Nos dois anos anteriores, 2.915 análises foram concluídas. Por outro lado, especialistas e ambientalistas dizem que é possível reduzir etapas só para aprovar projetos mais simples, mas o risco da licença acelerada é não haver tempo e debate suficientes para avaliar os impactos de atividades com potencial significativo de danos, como a mineração.

Em geral, a licença ambiental tem três etapas – a prévia, em que se analisa a viabilidade do projeto; a de instalação, em que se autoriza a construção; e a de operação, que permite a atividade do empreendimento. A lei de 2016 abriu a possibilidade de duas ou até três fases de uma vez só. Norma assinada por Vieira, em dezembro de 2017, prevê classificar os projetos em escala de 1 a 6, segundo o tamanho, o potencial poluidor e localização.

No caso do pedido aprovado em dezembro de 2018 pelo Copam, por exemplo, a Vale usou o rito abreviado para ter aval de aumento de 70% na exploração do minério de ferro no complexo Jangada/Feijão, em Brumadinho. Isso foi possível porque o pedido se enquadrou na classe 4, pois envolvia reaproveitamento dos rejeitos de barragens – diferente da própria barragem, que tem classificação 6.

Segundo o professor de Engenharia de Produção e Mecânica da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Bruno Milanez, antes já havia licenciamentos que juntam fases, mas eram mais caso a caso. “Corre-se o risco de não haver tempo hábil de avaliar profundamente os reais impactos.” Na análise de cada etapa, diz ele, era comum a necessidade de adaptações. “Pode-se descobrir que o solo não é bom, que há nascente ali.”

Outra crítica foi sobre reduzir a participação do Copam na análise de empreendimentos. A decisão sobre liberar os projetos de classes 3 e 4 passou a ficar a cargo de técnicos do governo. “A sociedade e os conselheiros têm menos informações qualificadas e menos chance de contribuir”, afirma Klemens Laschefski, professor de Geologia da Universidade Federal de Minas(UFMG). Para Maria Dalce Ricas, da Associação Mineira de Defesa do Ambiente, a mudança foi um “retrocesso”.

Governo

Em nota, a Semad destacou que a lei de 2016 teve aval do Legislativo e garante participação social. Sobre a licença concomitante, disse que não há prejuízo de análise nos processos, que são para casos específicos. Segundo a pasta, as ações de controle para cada fase do licenciamento são iguais às do processo de três etapas e não há redução de exigências. Conforme a Semad, a construção da norma de 2017 envolveu técnicos da pasta, setor produtivo, Ministério Público e ONGs.

Pimentel disse que não conseguiria responder até a noite desta sexta-feira, 1, e o Estado não localizou o ex-titular de Ambiente Jairo Isaac (de maio de 2016 a novembro de 2017). O secretário anterior na gestão Pimentel, Sávio Souza Cruz, não respondeu até as 22 horas desta sexta.

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Veículo: JF Clipping

Editoria: Notícias

Data: 02/02/2019

Link: https://www.jfclipping.com.br/2019/02/cem-anos-de-historia-forum-da-cultura-celebra-as-memorias-vividas-no-casarao-noticias-ufjf/

Título: CEM ANOS DE HISTÓRIA: FORUM DA CULTURA CELEBRA AS MEMÓRIAS VIVIDAS NO CASARÃO – NOTÍCIAS UFJF

UFJF em 02/02/2019 14:59

O centenário do casarão do Forum da Cultura da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), comemorado nesta sexta-feira, 1°, foi marcado pela celebração de uma história que perpassa muitas vidas. A abertura foi feita com a exibição do documentário “100 anos de Villa Cecy”, criado e dirigido pelo Professor de Comunicação Social da UFJF e atual Diretor do Forum da Cultura, Flávio Linz.

Nele, os cem anos de história do casarão foram recontados, retomando detalhes e curiosidades de quem por lá passou, reescrevendo memórias dos descendentes de Cecy, e, consequentemente, retomando um pouco da história da UFJF e da cidade de Juiz de Fora.

Em sua fala de abertura, Linz destacou os trabalhadores que ajudaram a preservar o casarão, atuando com reparos, limpezas e pinturas ao longo dos anos. Também teceu agradecimentos especiais às famílias, aos grupos e às instituições que marcaram a história da casa, como os familiares dos primeiros moradores, os ex-reitores Gilson Salomão e Michel Bechara, o ex-diretor da Faculdade de Direito, Benjamin Colucci, o ex-diretor do Forum da Cultura, José Luiz Ribeiro, e o atual reitor da instituição, Marcus Vinicius David. O diretor do Forum relata, no vídeo a seguir, como foi descoberta a data do centenário:

Em seguida, o ex-diretor do Forum, José Luiz Ribeiro, afirmou que, para ele, a casa significa afeto e generosidade. “É saber que, em uma boa parte desse centenário, nós viemos para dar alma a essa casa. Quando trouxemos o teatro, com uma preocupação social, fizemos com que as comunidades pudessem usufruir dessa casa, outrora pertencente à elite, fazendo com que a alma do povo entrasse por meio do trabalho do teatro”. Ele ainda fez uma homenagem à atriz do Grupo Divulgação e coordenadora de Projetos de Extensão desenvolvidos no Fórum, Márcia Falabella, que atua há 33 anos no Fórum.

Marcinha, como é conhecida, contou que seus pais dizem que o Forum da Cultura é mais sua casa do que a sua própria residência pessoal – e ela concorda. “Eu fico muito emocionada e muito feliz. É particularmente especial para nós, do Grupo Divulgação, que veio para cá em 1971. Esta virou nossa casa, nossa sede e, como nos apresentamos aqui, o nosso templo. Que continuemos a resistir.”

O reitor Marcus David, homenageado durante a noite, afirmou que a Universidade assume funções que vão além do ensino e da pesquisa, se inserindo na sociedade de outras formas, como através da cultura. “Podermos comemorar uma data tão importante como esta significa que a Universidade cumpriu uma função muito importante, que é a de disseminar cultura e arte para a nossa sociedade. E ela faz isso através de esforço e de uma capacidade de manter um patrimônio tão bonito como esse aberto ao público, organizando produções artísticas e culturais de muita sensibilidade e que permitem um desenvolvimento da nossa sociedade.”

Seguindo a programação, foi dado início ao Concerto para Cecy, em homenagem a Maria Cecília Schlobach Valle, que se apresentava como pianista em concertos públicos quando jovem e, após se casar, ensinou seus filhos a tocar piano. A apresentação contou com a abertura do Pianista do Coral da UFJF, Bernard Rodrigues e, em seguida, com a Orquestra de Juiz de Fora, regida por Yuri Reis. O recital conquistou o público que, com palmas, participou das músicas e ainda pediu bis. A noite foi finalizada com um coquetel para os convidados.

Um século de historia

Em sua primeira fase, o casarão abrigou a origem dos filhos, netos, bisnetos e outros familiares do casal Maria Cecília Schlobach Valle e Clóvis Guimarães Mascarenhas, que enlaçou matrimônio no dia 29 de janeiro de 1919. Nesta data, a casa, inicialmente nomeada como Villa Cecy, foi dada como presente de casamento. Anos mais tarde, a família do comerciante de Cataguases, Roque Domingues de Araújo, adquiriu a casa e nela viveu, fazendo com que o fio da história enlaçasse muitas outras vidas.

A segunda fase começou quando a casa foi vendida pela viúva de Araújo para a Faculdade de Direito. Após reformas e ampliações, passou a ser a sede do curso e do gabinete do reitor da UFJF, recebendo o nome de Edifício Benjamin Colucci.

Já a terceira fase foi iniciada em 1971, acarretada pela mudança da Faculdade de Direito para o campus da UFJF. Assim, o casarão foi convertido em espaço cultural, nomeado “Forum da Cultura”. Em 1972, passou a abrigar um teatro, um museu e uma galeria de arte, além de ser ocupado pelo Grupo Divulgação e o Coral Universitário, todos ainda em atividade.

A bisneta de Cecy, Joana Pires Mascarenhas de Oliveira, nascida em Belo Horizonte, afirmou que sua família sempre teve como tradição vir à Juiz de Fora para revisitar suas origens. Emocionada, ela lembra que sua avó, Zelinha, como é chamada, sempre falou muito de sua bisavó Maria Cecília e de Etelvina, mãe de Cecy. Ela contou que, enquanto caminhavam pela rua Santo Antônio a caminho do evento, a avó ia apontando para casas e enumerando quais familiares já moraram ali e, ao chegar à antiga Villa Cecy, ela, emocionada, apontava as fotos de seus pais mostrando: “olha o papai, olha a mamãe”. Segundo a bisneta de Cecy, a experiência de entrar na casa onde sua avó nasceu e que faz parte da história de tantas outras vidas foi única: “É procurar um pouco da gente em cada um desses lugares.”

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Veículo: Correio de Minas

Editoria: Educação

Data: 02/02/2019

Link: http://www.correiodeminas.com.br/site/jovem-laminense-e-primeiro-no-vestibular-de-medicina-da-ufmg-e-ufjf/

Título: Jovem laminense é primeiro no vestibular de medicina da UFMG e UFJF

2 de fevereiro de 2019, 20:30, Redacao  0 comentários #Lamim, André, jovem, medicina

O jovem laminense André Luiz de Jesus Mendes, de 18 anos, conquistou o primeiro lugar no concorridíssimo vestibular de medicina da Universidade Federal de Minas. Como se não bastasse para provar sua capacidade, ele conquistou também o primeiro lugar na Universidade Federal de Juiz de Fora.

Mas a opção foi pela UFMG onde em em fevereiro inicia seus estudos para realizar seu sonho pelo qual tanto lutou para conquistar a cobiçada cadeira na federal. André também foi também

André veio do ensino público e recebeu incentivo familiar para chegar ao seu objetivo. Ele iniciou seus estudos na Escola Estadual Napoleão Reis, nome em referência ao filho ilustre de Lamim que foi diplomata e poliglota.

Sem seguida foi aprovado no 9º ano para cursar o Ensino Médio no Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Viçosa,COLUNI,considerada a melhor escola pública do Brasil. “O meu ensino fundamental na escola Estadual Napoleão Reis foi importante para que eu criasse uma base sólida de conhecimentos,os quais foram aprofundados durante o Ensino Medio no Coluni”, reconheceu André.

Ele disse que sempre estudou sozinho, não fez cursinho focado em cursinhos para ENEN e outros vestibulares, mas foi através da disciplina e empenho que conquistou seu sonho. ”Sempre prezei pela minha própria organização e pelo meu modo de estudar,também sempre fui muito focado no que eu queria. Assim,desde o primeiro ano do Ensino Médio comecei a estudar para ingressar na UFJF e UFMG”, assinalou o futuro médico.

No terceiro ano, André mantinha uma disciplina rígida de estudos. “Tive aula no Coluni de 7:00 as 12:20. Após sair do colégio,almoçava e começava a estudar de 13:00 até as 22:00 horas. A rotina era pesada, muitas vezes, quando se é vestibulando torna-se necessário lidar com toda a pressão e, nesse momento meus amigos e minha família foram de fundamentais. Minha mãe me deu condições para que eu somente estudasse. Ela trabalhava em dois empregos como professora da rede estadual e municipal, sempre me apoiando em todas as minhas decisões. Todas essas condições foram favoráveis para que fosse aprovado na UFMG e UFSJ”, disse André, enaltecendo a gratidão a sua mãe, Joelma de Jesus Mendes. “Estou muito feliz com minha aprovação e me dedicarei para que eu me torne um excelente profissional”, finalizou André.

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Veículo: Carta Capital

Editoria: Opinião

Data: 03/02/2019

Link: https://www.cartacapital.com.br/opiniao/da-lama-ao-caos/

Título: Da lama ao caos

OPINIÃO

POR GUILHERME BOULOS

3 DE FEVEREIRO DE 2019

O caso de Brumadinho ensina: é urgente colocar na mesa o debate sobre o nosso modelo de desenvolvimento

Após pouco mais de três anos do rompimento da barragem em Mariana que deixou 19 mortos e matou o Rio Doce, o Brasil viveu mais uma semana de horror e luto em Brumadinho, com um número de mortos que pode chegar a 350.

Primeiramente, é preciso chamar as coisas pelo nome: o rompimento das barragens, tanto em Mariana quanto em Brumadinho, não foi um “acidente natural”, como um furacão ou um tsunami.

Trata-se de um crime ambiental, em que a Vale foi responsável direta, por dolo ou descaso.

A forma como se organiza o Estado brasileiro também tem sua parcela de responsabilidade. Há décadas, os órgãos de fiscalização estão sucateados e há leniência e uma escancarada porta giratória entre setor público e privado.

Os responsáveis pelo controle da mineração frequentemente são ou foram ligados ao setor e particularmente à Vale. Além do poderoso lobby da mineração no Congresso Nacional, que blinda empresas bilionárias da regulação e intervenção pública.

Para se ter uma ideia, até hoje nenhuma família atingida em 2015 foi reassentada em Mariana e a maioria das vítimas ainda espera por indenização.

Das 68 multas ambientais, apenas uma está sendo paga e em 59 parcelas. Por outro lado, mesmo após a tragédia, a Vale recuperou seu valor de mercado – a ponto de artigo do The Intercept apontar a funcionalidade econômica das tragédias – e pagou mais de 7 bilhões de reais em lucros e dividendos a acionistas em 2018, aumentando ainda a remuneração a seus diretores.

Em seu site, a mineradora diz que sua missão é “transformar recursos naturais em prosperidade e desenvolvimento sustentável”. Seus valores são “a vida em primeiro lugar” e “cuidar do nosso planeta”.

Fora do marketing institucional, o cinismo dá lugar à realidade. Centenas de mortos e parte significativa da bacia hidrográfica da região foram soterrados por sua lama. E o lucro dos acionistas veio antes da reparação a milhares de famílias das regiões afetadas.

Com dois episódios em um período tão curto, não dá sequer para falar em azar ou em surpresa.  Na última década, há pesquisas internacionais relacionando os rompimentos de barragens de rejeitos com os ciclos de preços dos minérios.

A urgência para iniciar operações em períodos de alta leva as empresas de mineração pelo mundo a escolher tecnologias e locais inapropriados para a instalação dos projetos, a intensificar a produção e reduzir seus custos quando os preços caem, sobretudo em manutenção e monitoramento.

A técnica de barragens à montante, aplicada em Mariana e Brumadinho, é a mais barata e a menos segura.

Em Mariana, a obra da barragem que se rompeu se iniciou de forma irregular em 2007. Em Brumadinho, foi em 2008. Justamente no período em que a tonelada do minério de ferro chegava ao maior valor do século.

Esse tipo de análise nos leva a pensar as tragédias não como excepcionalidades, mas como parte do “pacote” da mineração predatória feita por grandes multinacionais.

Daí a declaração do pesquisador Bruno Milanez de que um novo rompimento de barragem era “questão de tempo”, apontando que de 2002 para cá tivemos um a cada dois anos.

Não há como não relacioná-los com a privatização da empresa. Os grandes crimes da Vale foram pós-privatização, com o predomínio da lógica do lucro dos acionistas acima de tudo, inclusive da vida.

A responsabilidade da Vale não pode nos levar a ignorar a conivência do poder público, por meio da flexibilização das licenças ambientais.

No caso de Minas Gerais começou com Aécio Neves e seguiu com Antonio Anastasia e Fernando Pimentel. Este último aprovou a nova licença para Brumadinho no apagar das luzes de seu governo, em dezembro de 2018.

Aquilo que Bolsonaro estupidamente anunciava como intenção – a facilitação das licenças, o fim da “indústria da multa do Ibama” – já vinha sendo operado há tempos por agentes públicos de distintos partidos em nome do “desenvolvimento econômico”.

Aqui chegamos a um ponto fundamental. Nada aprenderemos com Mariana e Brumadinho se essas tragédias criminosas não nos levarem a questionar os efeitos do atual modelo de desenvolvimento sobre o planeta e sobre nossas vidas.

A economia brasileira é profundamente dependente da exportação de minérios, grãos, água e energia. Baseamos nosso desenvolvimento na exportação de commodities, o que nas últimas três décadas levou a uma reprimarização da economia, liderada pelo agronegócio e o setor da mineração.

Em termos da divisão internacional do trabalho, o Brasil foi convertido numa fazenda da China.

Para além da subordinação econômica, porque deixa de se agregar valor aqui ao vender produtos primários – revivendo o modelo colonial – o resultado é a predação irracional do meio ambiente e a violência contra populações inteiras.

Indígenas, quilombolas, populações ribeirinhas e outros povos tradicionais são os principais atingidos por esses projetos e os maiores afetados pela destruição da natureza e de seus territórios.

Assistimos isso com a mineração predatória da Vale. Esses megaprojetos econômicos têm o lucro em primeiro lugar e aprofundam as desigualdades sociais e a destruição ambiental. É esta lógica que precisa ser superada. A lição que precisamos tirar de Brumadinho é colocar na mesa o debate sobre o modelo de desenvolvimento no Brasil.

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Veículo: JF Clipping

Editoria: Notícias

Data: 03/02/2019

Link: https://www.jfclipping.com.br/2019/02/ufjf-promete-melhorias-em-2019-para-alunos-e-juiz-de-fora/

Título: UFJF PROMETE MELHORIAS EM 2019 PARA ALUNOS E JUIZ DE FORA

Diário Regional em 03/02/2019 19:44:

O ano de 2019 iniciou com muitas modificações no âmbito federativo. Um processo que já era esperado e que é considerado normal em momento de entrada de um novo governo. Porém, essas mudanças podem trazer alguns tipos de impactos para uma parte das instituições federativas, pelo menos neste primeiro ano de transição do governo.

Para o reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Marcos David, a transição de governos pode causar um grande impacto, justamente por ser o ente federativo, a qual a instituição está vinculada.

Visando minimizar qualquer tipo de impacto, a UFJF poderá sofrer durante este processo inicial de adaptação, o reitor, junto com o conselho superior, tomou algumas medidas ainda em 2018.

O reitor destaca que uma das medidas tomadas foi a “tentativa de equacionar o orçamento de 2019”, mas ressalva a necessidade de o governo cumprir a lei orçamentária já aprovada.

“O recurso que virá para a universidade é que vai nos ajudar a fazer essa travessia. Mesmo sendo um orçamento abaixo das necessidades da universidade, vamos conseguir equilibrar usando algumas receitas próprias e algumas recuperações de créditos que tivemos”, afirmou o reitor.

Nos últimos anos, as universidades federais do país vêm enfrentando dificuldades com os recursos repassados pelo governo federal, devido as perdas inflacionárias e com as ampliações que são realizadas. Desde 2014, os orçamentos não sofreram correções, o que gera um índice de perda de custeio para as instituições de 35%.

Até o momento, a universidade não conseguiu se reunir com o novo ministério, a expectativa é que as primeiras reuniões aconteçam a partir de fevereiro.

Neste ano de 2019, a Universidade Federal de Juiz de Fora abre as portas para 3.649 novos alunos, que serão distribuídos entre os 72 cursos de graduação da instituição. Mesmo diante da necessidade de ajustes no orçamento, a UFJF projetou para este ano algumas melhorias referentes à assistência estudantil, a entrega de obras, o início de novas obras/reformas necessárias para a instituição, ações culturais e projetos, aproximando ainda mais os alunos e a comunidade.

Assistência Estudantil

A atual gestão da Universidade Federal de Juiz de Fora deu início no ano de 2016. Assim que assumiu, uma série de novas políticas foram tomadas para as diversas áreas de assistência estudantil.

Durante essa nova gestão foi criado um Fórum de Assistência Estudantil composto pela equipe técnica da pró-reitoria de assistência estudantil, junto com os estudantes. Essa criação permitiu que todas as propostas de novas políticas fossem amplamente debatidas e criadas de uma forma mais segura.

A assistência estudantil ganhou novas dimensão, para que não ficassem reduzidas somente ao pagamento de bolsas. Alunos passaram a contar com os apoios psicológicos e pedagógicos.

Houve uma mudança no processo que permite que os alunos tenham acesso ao benefício da moradia estudantil. Anteriormente, para o aluno solicitar este benefício, era necessário aguardar o lançamento do edital, que ocorria uma vez a cada ano. Hoje o acesso à moradia estudantil, se dá através de um fluxo contínuo para ingresso. Não sendo mais necessário aguardar a abertura do edital. “Se algum aluno tivesse alguma mudança de renda familiar no meio no ano, seja por redução ou perda de renda, que lhe desse o direito de solicitar a moradia estudantil, ele tinha que aguardar até o final do ano, a abertura de um novo edital. Com essa mudança no processo, não é mais necessário”, explica o reitor.

Ainda no final de 2018 algumas bolsas tiveram seus valores revisados. Os valores estavam sem correção devido ao bom processo de gestão realizado pela pró-reitoria, sendo possível rever os valores.

Novos espaços

A partir do mês de março, Juiz de Fora ganha mais um espaço para visitações. Após a conclusão da obra de infraestrutura, a UFJF abrirá o Jardim Botânico ao público. Uma segunda obra, que também será entregue neste ano, é o Complexo do Ginásio Esportivo. A previsão é que a obra seja entregue até o mês de abril, podendo ser antecipada para março.

Além desses espaços, existem outras obras importantes que estão sendo finalizadas, “em destaque a um bloco administrativo, que estamos apenas terminando de realizar alguns testes, ele fica localizado ao lado do prédio das Artes. Teremos a entrega da reforma dos laboratórios do ICB (Instituto de Ciências Biológicas). São obras realizadas para começar o semestre com elas concluídas. Temos a obra no anatômico, que foi uma obra grande, que deverá ser entregue também em março”, complementa Marcos David.

Cultura

A UFJF promete um ano intenso para a cultura, neste ano são comemorados:

– 90 anos do Cine-Theatro Central

– 30 anos do Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga

– 25 anos que a UFJF adquiriu o acervo de artes plásticas do poeta Murilo Mendes

– Inauguração da Escola de Música da Universidade. É um novo projeto com cursos para a população e alunos da instituição.

Novos Projetos

O conselho superior da UFJF, ao aprovar o orçamento para este ano, trabalhou toda a perspectiva para 2019. Levando em consideração que a instituição irá utilizar todo o orçamento planejado, será possível retornar com algumas obras consideradas prioritárias pelo conselho.

Obras prioritárias

– “O complexo que atende a área de administração, ciências contábeis e serviço social”.

– “A reformar de um prédio para abrigar o curso de medicina veterinária”.

– “Retomada do hospital e outras pequenas obras do campus que foram paralisadas”.

Segundo o reitor, os projetos dos dois menores blocos do Hospital Universitário estão sendo finalizados e foram realizados pela própria UFJF, sendo desnecessário a contratação de empresas. Ele explica que para a retomada dessas obras é necessário aguardar uma liberação da justiça. “Acabamos de solicitar à justiça a liberação dessas obras, pois todas elas estão ajuizadas, com vários embates judiciais. Se a justiça efetuar a liberação, imediatamente colocaremos o processo licitatório na rua”, afirmou.

A retomada da obra do hospital, seria apenas para os dois blocos menores, sendo o bloco de ambulatório e o bloco do CAPS (Centro de Atenção Psicossocial). “Escolhemos esses blocos, pois ficando pronto nós conseguimos coloca-los em operação”.

Marcos explica que para dar continuidade na obra da maior torre será necessária uma negociação. “O problema do bloco principal, que é a maior torre que a gente vê, é custo daquela obra. Então essa obra vai entrar em uma negociação com a EBSEHR, que é a empresa gestora”.

Comunidade

O conselho superior da UFJF aprovou para este ano um incremento de ampliação do projeto boa vizinhança, que estimula a aproximação dos alunos e a comunidade, nas mais diferentes áreas. Foi necessário o incremento, pelo fato desses projetos envolverem alunos que necessitam receber suas bolsas.

“A vantagem para os alunos é o ganho profissional do conhecimento da realidade, pois temos que tomar muito cuidado para não formarmos grandes profissionais que não conhecem a realidade do país. Já a comunidade ganha com os serviços que são oferecidos pela universidade”, finaliza o reitor.

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