Da esquerda para a direita: professor Reginaldo Carneiro, professora Janete Bolite, Letícia Klôh e professora Sandrelena Monteiro (foto: arquivo pessoal)

Desde que aprendeu, aos 13 anos de idade, a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), Leticia Klôh, hoje graduada em Licenciatura Matemática, demonstrou interesse pela educação de surdos. Como aluna do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE), da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Leticia desenvolveu sua dissertação de mestrado com o título “Formação continuada de professores que ensinam matemática para o trabalho com alunos surdos”.

A pesquisadora explica que o trabalho prático da dissertação começou quando um curso de extensão foi oferecido pela UFJF para professores que lecionam matemática a alunos surdos na rede municipal de ensino de Petrópolis, cidade onde mora e atua como professora de Libras.  “Levei até as professoras que participaram dos nossos encontros formativos temas relacionados à educação de surdos para discussão a partir de textos que selecionei. Em um segundo momento, a cada encontro, havia uma oficina de matemática com atividades que pudessem beneficiar surdos e ouvintes.” A acadêmica conta, ainda, que foram ensinados alguns sinais em Libras: “os encontros foram gravados em áudio e depois transcritos. As professoras também escreveram narrativas falando sobre suas experiências com a educação de surdos e responderam a um questionário online que forneceu mais informações sobre o perfil dessas profissionais. Esses dados foram analisados através de análise do conteúdo”.

De acordo com Leticia, a avaliação dos dados evidenciou a preocupação das participantes com a falta de interação entre os alunos surdos e os ouvintes, assim como com o tempo que é diferente para eles. “É fundamental que o surdo seja colocado na escola na idade certa, já nos anos iniciais do Ensino Fundamental, preferencialmente já usuário da Libras, para que ele seja alfabetizado, o que permitirá sua comunicação.” A professora ressalta também como as discussões salientaram a importância da formação continuada e como a direção da escola tem um papel essencial para fomentar a participação dos docentes nos diferentes espaços formativos. “Foi destacado ainda o papel do intérprete que não pode assumir as funções do professor e os desafios enfrentados por esse ator. Além disso, que o professor precisa utilizar em sala de aula diferentes estratégias e materiais manipuláveis, jogos e tecnologias para alcançar os surdos e também os ouvintes”, conclui a acadêmica.

O professor orientador, Reginaldo Fernando Carneiro, avalia que a investigação apresenta uma grande contribuição para a formação continuada de professores que ensinam matemática. “Na dissertação há o destaque para o trabalho com os conceitos e conteúdos matemáticos com os alunos surdos. Foram apresentadas diferentes reflexões sobre vários aspectos da surdez e do ensino e aprendizagem da matemática, além de atividades que os professores podem utilizar em suas práticas docentes. Essa formação irá refletir na sociedade, pois pode influenciar nas discussões, nas reflexões e nas práticas dos professores que ensinam matemática a alunos surdos.”

Contato:
Leticia de Medeiros Klôh (mestranda)
leticiakloh@hotmail.com

Banca Examinadora:
Prof. Dr. Reginaldo Fernando Carneiro (orientador – UFJF)
Profa. Dra. Sandrelena da Silva Monteiro (UFJF)
Profa. Dra. Janete Bolite Frant (UFRJ)

Outras Informações: (32) 2102-3665 – Programa de Pós-Graduação em Educação