Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Esportes
Data: 25/01/2019
Título: JF Vôlei faz último treino antes da estreia na Superliga B
Confiante, Marcão afirma que equipe está bem preparada para a competição
Por Fabiane Almeida, estagiária sob supervisão da editora Carla da Hora
25/01/2019 às 07h01- Atualizada 25/01/2019 às 07h34
Às vésperas da estreia contra o Anápolis Vôlei (GO), na temporada 2018/2019 da Superliga B, neste sábado (26), o JF Vôlei fez seu último treino na tarde desta quinta-feira (24) no ginásio da Faefid (UFJF). Confiante, o técnico Marcos Henrique do Nascimento, o Marcão, conduziu o treinamento focado no sistema defensivo após estudar o time adversário por meio de vídeo. Além do bloqueio e defesa programados, os saques e o contra-ataque exigiram bastante dos atletas em quadra. Recém-operado no ombro direito, o central Diego Almeida colaborou com o treino acompanhando de fora. Ocupando a posição do atleta lesionado está o recém-contratado João Stahl, 19, vindo de empréstimo da base do Vôlei Renata, de Campinas (SP).
Com treinos desde agosto de 2018 com uma equipe completamente renovada e bastante jovem, Marcão afirma estar quase atingindo a meta que havia estipulado na preparação para a Superliga. “Está muito próximo do ideal. Acho que não tenho a perfeição, mas estamos dentro do planejamento, conquistando dia a dia as metas pensadas. Tanto fisicamente, quanto psicologicamente, tecnicamente e taticamente. Estamos bem preparados.”
Para o líbero Tatinho, 26, um dos mais experientes da equipe, o JF Vôlei caminha para um bom desempenho na estreia contra o time comandado pelo medalhista Dante. “Apesar de jovem, estou vendo muita motivação no time. Acredito que temos um elenco muito forte, que se completa, e temos um técnico muito estudioso que passa confiança para a equipe. A estreia é sempre complicada, e o time de Anápolis é muito experiente, vários jogadores já jogaram a Superliga. Mas na liga B, apesar da experiência contar também, ganha quem tem vontade e erra menos. E o nosso time está trabalhando muito nesse sentido e acredito que vamos buscar a vitória fora de casa”, comenta.
A equipe viaja nessa sexta (25) e terá treino de reconhecimento de quadra na mesma noite. Sábado, os times se enfrentam na casa do adversário, no Newton de Faria, em Anápolis (GO), às 17h.
— —
Veículo: Vestibular – Brasil Escola
Editoria: Notícias
Data: 25/01/2019
Título: Enem 2018: conheça 8 estudantes nota 1000 e suas dicas de redação
Apenas 55 estudantes conseguiram a pontuação máxima na redação do Enem 2018, cujo tema foi “Manipulação do comportamento de usuário pelo controle de dados na internet”.
Por Giullya Franco e Silvia Tancredi
A nota máxima na redação do Enem é um objetivo alcançado por poucos. No Enem 2018, apenas 55 participantes do total de 4 milhões alcançaram a nota 1000. Entre os que conseguiram esse feito, 42 são mulheres.
O Brasil Escola foi atrás desses estudantes, que contaram como foi a preparação até o Enem, revelaram suas propostas de intervenção e deram dicas para redigir uma boa redação. Eles vão tentar uma vaga em universidade pública por meio do Sistema de Seleção Unificada (SiSU), cujas inscrições foram prorrogadas até domingo (27).
Isabel Dória
Isabel Dória quer passar para Odontologia ou Publicidade no SiSU
Isabel quer passar para Odontologia ou Publicidade no SiSU
Mesmo já sendo estudante de Direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), a carioca Isabel Dória, de 18 anos, decidiu fazer o Enem 2018 para manter as possibilidades abertas. Conciliou a faculdade com os estudos para o Enem e, para ter mais argumentos na prova de redação, ela procurou ler artigos e livros e assistir documentários e filmes.
Na redação do Enem 2018, que teve como tema a “Manipulação do comportamento de usuário pelo controle de dados na internet”, Isabel sugeriu a inserção de novas disciplinas na grade curricular para que os professores pudessem orientar melhor os alunos em relação à internet e aos dados pessoas que são divulgados.
Ainda indecisa em relação ao curso, Isabel pensa em mudar para Publicidade ou Odontologia, ambos os cursos na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Rylla Varela
Rylla vai usar notas do Enem para tentar Medicina em um universidade federal do Nordeste
A potiguar Rylla Varela, de 19 anos, fazia pelo menos uma redação por semana para o Enem e enviava para a correção do professor. Em uma das redações, ela abordou a influência da tecnologia na vida das pessoas. “O tema do Enem 2018 foi parecido com o da redação que fiz no cursinho e isso me ajudou”, revela a estudante de Natal. Apesar de ter familiaridade com o tema, Rylla lembrou que muitos estudantes não tiveram a mesma facilidade por falta acesso à internet e desconhecimento sobre controle de dados.
Destacando a importância de saber organizar as ideias que vêm na cabeça na hora de produzir o texto, Rylla comenta que em sua proposta sugeriu que os ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia desenvolvessem políticas que proporcionassem à população mais conhecimento digital. Ela está decidida a tentar uma vaga em Medicina em alguma universidade federal do Nordeste.
Carolina Mendes
Carolina é uma das alunas notal mil na redação do Enem 2018
Também de Natal, Carolina Mendes, de 18 anos, destaca o repertório de Filosofia, Sociologia, Artes e Música trabalhado no cursinho Ciências Aplicadas como um diferencial para sair bem na redação do Enem 2018. Ela também pretende cursar Medicina e a primeira opção é a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Ao ser surpreendida pelo tema, Carolina relembra que os textos de apoio foram importantes para que ela pudesse discursar melhor sobre o que estava sendo exigido. “O tema demandou uma reflexão um pouco além do que a gente tava acostumado e foi um susto, mas quando eu comecei a ler os textos ficou algo mais tranquilo, já que pensar sobre ele remeteu a reflexões anteriores”, relembra.
Em sua abordagem, a Carolina destacou que é de responsabilidade das escolas trabalhar o uso crítico consciente das tecnologias, levando em consideração que, atualmente, as novas gerações já nascem inseridas nesse meio e precisam entender o impacto disso.
Lívia Taumaturgo
Lívia quer fazer Medicina e continuar morando na sua cidade
Disciplina e persistência foram as palavras que descreveram a preparação da fortalezense Lívia Taumartgo, de 18 anos, para a prova do Enem. Desde 2015 se preparando para o exame, a estudante relembra da sua primeira nota na redação: 680. Desempenho esse que foi melhorando até chegar a nota 1000 em 2018.
O resultado foi consequência da dedicação de quem produzia duas redações por semana no laboratório do cursinho e que buscava sempre na correção dos professores, leitura de noticiários e pesquisas diversas, informações para ajudar no desenvolvimento e melhora dos textos.
Entre suas propostas na redação, Lívia destacou que os Estados estabelecessem políticas públicas que auxiliem a população para realizar uma navegação correta na internet e, como consequência, “diminuir o consumismo exacerbado intensificado pela manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados”.
Lívia quer fazer Medicina e continuar morando na sua cidade. Por isso, vai tentar uma vaga na Universidade Federal do Ceará (UFC).
Luiza Valmon
Natural de Juiz de Fora, Luíza vai tentar vaga na UFJF
Natural de Juiz de Fora (MG), Luiza, 21 anos, tem consciência da importância da nota da redação do Enem 2018, por isso, além de fazer um cursinho pré-Enem em Minas Gerais, também investiu em um curso específico de redação. Ela produzia um texto por semana e mais outro a cada 15 dias.
O tema da redação do Enem chegou a ser discutido no cursinho, nas aulas de Sociologia, Geografia e Redação. Com isso, a mineira ganhou embasamento para construir o texto, chegando a citar autores como Émile Durkheim e a Teoria social e filosófica da Escola de Frankfurt.
“Na minha proposta de intervenção da redação do Enem propus que as escolas deveriam discutir mais sobre o tempo que os alunos passam na internet para eles terem mais consciência da liberdade e do papel deles na web. Relacionei tudo isso com a pedagogia de Paulo Freire”, relembra. Luíza vai tentar o curso de Medicina na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
André Bahia
André estava fazendo autoescola quando soube da sua nota no Enem
“Estava na autoescola fazendo a última aula do simulador e recebi mensagem no celular de que a nota do Enem tinha saído. Na hora, dei a notícia para minha namorada gritando. Foi engraçado!”. Dessa forma André, 18 anos, de Janúba (MG), descobriu que estava entre os estudantes nota mil na redação do Enem 2018.
O jovem conta que, desde o 9º ano do Ensino Fundamental, participava de uma oficina de escrita no colégio. Com isso, ele desenvolveu seu próprio modelo de escrita, criando um padrão para sua redação. O mineiro fazia de dois a quatro textos por mês.
André considera que o tema da redação foi desafiador. Ele defendeu que as empresas de tecnologia avisassem os usuários sobre o uso dos dados de forma mais clara e objetiva, evitando linguagem muito técnica. O jovem vai disputar uma vaga no curso de Medicina na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
João Victor
João Victor, de apenas 16 anos, tirou nota mil na redação do Enem 2018
Com apenas 16 anos, João Victor Mapurunga alcançou a nota máxima na redação do Enem 2018. Apesar de mais jovem em relação a muitos candidatos, o estudante de Teresina realiza a prova do Enem como treineiro desde que estava no 9º ano do Ensino Fundamental. “No primeiro ano do ensino médio minha nota foi 620, no segundo ano, 880, até chegar a nota 1000 no terceiro ano”, conta João, que fez o ensino médio no colégio Equação Certa.
Mesmo se deparando com um tema diferente em relação às expectativas de quem se preparava para realizar o exame, o jovem destacou o quanto a dedicação antes da prova pode ser o diferencial na hora de produzir o texto. “A preparação do aluno influencia muito em como ele vai reagir diante do tema e como ele se vira diante das adversidades”, comentou o estudante. João Victor também almeja uma vaga no curso de Medicina, em alguma universidade pública do país.
Bárbara Vicentini
Bárbara quer conquistar vaga na UFMG
Produção de, no mínimo, uma redação por semana. Assim como os demais estudantes, Bárbara, 17 anos, de Betim (MG), sabia que era necessário treinar bastante. No Colégio Rede Batista Mineiro, ela chegou a fazer várias redações que argumentavam sobre temas ligados à internet e redes de compartilhamento de informações.
Para ela, o tema da redação do Enem 2018 foi com extremamente bem construído, com muita relevância na sociedade atual, fazendo, inclusive, com que ela refletisse sua própria postura na internet.
“Como proposta de intervenção, propus o auxílio do governo à população para que essa diminuísse a exposição de dados e preferências na rede sem conhecimentos prévios, além de estímulo à leitura de termos de uso de sites e redes sociais e alertas sobre a manipulação por meio do controle de dados, a fim de evitar a alienação do indivíduo”, explica Bárbara, que também quer Medicina na UFMG.
— —
Veículo: Net Diário
Editoria: Notícias
Data: 25/01/2019
Link: https://www.netdiario.com.br/noticias/unifeso-promove-oficinas-gratuitas-de-ferias
Título: UNIFESO PROMOVE OFICINAS GRATUITAS DE FÉRIAS
Data: 25/01/2019
m o objetivo de difundir o conhecimento e de abrir as portas para que a população conheça a Instituição de Ensino, o Centro Universitário Serra dos Órgãos lança oficinas gratuitas aos inscritos no vestibular. Chamado de “Upgrade de Férias”, o programa contará com 12 oficinas, em diversas áreas. Os participantes poderão programar aplicativos para celular; aprender sobre controle de qualidade de insumos da construção civil; modelar projetos para impressora 3D; conhecer as perspectivas do Direito para o futuro; e saber como é o dia a dia de profissionais das áreas de biologia, enfermagem, nutrição, odontologia, administração, entre outros. Podem participar alunos que se inscreveram no vestibular do Unifeso. As inscrições devem ser feitas pelo telefone (21) 2641-7057 ou diretamente na Central de Matrícula e Relacionamento, que fica no campus Antonio Paulo Capanema de Souza, no bairro do Alto. As vagas são limitadas. Confira as oficinas disponíveis:
Programando Apps para Android com App Inventor
Oficina para introdução da ferramenta que possibilita a criação de um aplicativo para celular Android, sem conhecimentos prévios necessários. Será utilizado o APP INVENTOR, projeto criado pelo Google e, atualmente, mantido pelo MIT, que é gratuito e totalmente online. Data: 31/01. Horário: 19h. Local: Laboratório de Projetos e Prototipagem – 3º andar do Prédio Arthur Dalmasso – Av. Alberto Torres, 111 – Alto.
Ensaios Destrutivos
A oficina tem por objetivo apresentar aspectos de controle de qualidade de insumos da construção civil, mediante ensaios de corpos de prova de concreto e blocos cerâmicos que serão ensaiados até a ruptura, a fim de verificar o seu atendimento aos requisitos normativos e às especificações do projeto. Data: 28/01. Horário: 18h. Local: Laboratório de Estruturas – Av. Delfim Moreira, 2789 – Vale do Paraíso.
Conhecendo o AutoCad
Oficina interativa, para aprendizado de comandos básicos do software AutoCad e sua funcionalidade para elaboração de diversos tipos de projeto. Explicação básica sobre processo em indústria e montagem de um layout no software. Data: 28/01. Horário: 18h30. Local: Laboratório de Projetos e Prototipagem – 3º andar do Prédio Arthur Dalmasso – Av. Alberto Torres, 111 – Alto.
Modelagem na impressora 3D
Insumos para ajudar a modelar projetos para a impressora 3D. Data: 30/01. Horário: 18h. Local: Laboratório de Projetos e Prototipagem – 3º andar do Prédio Arthur Dalmasso – Av. Alberto Torres, 111 – Alto.
Mundo do trabalho, administração e contabilidade
Explanação sobre a atuação e possibilidades do administrador e do contador. Projeção do impostômetro e o acompanhamento em tempo real. Data: 30/01. Horário: 19h. Local: Multimídia (prédio Afif Georges Farah) – Av. Alberto Torres, 111 – Alto.
O Futuro do Direito e o Direito do Futuro
Palestra da Profa. Dra. Caroline Pinheiro (UFJF), com participação da plateia por meio da plataforma Socrative. Data: 31/01. Horário: 19h. Local: Tribunal do Júri (prédio Flávio Bortoluzzi) – Av. Alberto Torres, 111 – Alto.
Um dia na profissão que escolhi – Ciências Biológicas
O público poderá conhecer, na prática, as atividades de um biólogo. Data: 29/01. Horário: 18h30. Local: Laboratório de Bioquímica – Av. Alberto Torres, 111 – Alto.
Um dia na profissão que escolhi – Enfermagem
O público poderá conhecer, na prática, as atividades de um profissional de enfermagem. Data: 31/01. Horário: 19h. Local: Laboratório de Habilidades – Av. Alberto Torres, 111 – Alto.
Um dia na profissão que escolhi – Farmácia
O público poderá conhecer, na prática, as atividades de um profissional de Farmácia. Data: 30/01. Horário: 18h30. Local: Laboratório de Bioquímica – Av. Alberto Torres, 111 – Alto.
Um dia na profissão que escolhi – Fisioterapia
O público poderá conhecer, na prática, as atividades de um fisioterapeuta. Data: 31/01. Horário: 10h. Local: Clínica Escola de Fisioterapia – Av. Delfim Moreira, 2789 – Vale do Paraíso.
Um dia na profissão que escolhi – Nutrição
O público poderá conhecer, na prática, as atividades de um nutricionista. Data: 29/01. Horário: 18h. Local: Sala de aula 208 do prédio Flávio Bortoluzzi – Av. Alberto Torres, 111 – Alto.
Um dia na profissão que escolhi – Odontologia
O público poderá conhecer, na prática, as atividades de um dentista. Data: 30/01. Horário: 10h. Local: Laboratório de Habilidades Odontológicas – Av. Alberto Torres, 111 – Alto.
— —
Veículo: Folha de Londrina
Editoria: Geral
Data: 25/01/2019
Título: Em ‘volta para casa’, Ministro da Educação inaugura novo bloco da UTFPR
O ministro da Educação Ricardo Vélez Rodríguez visitou Cornélio Procópio, no Norte Pioneiro, para inaugurar o Bloco S da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), na manhã de sexta-feira (25). “É uma satisfação enorme vir aqui. Sou pé-vermelho e mais da metade do meu secretariado também é. Estou voltando para casa. Nosso foco é cuidar dos municípios. Dou muita importância ao ensino tecnológico, que está diretamente ligado à produção”, afirmou o ministro em sua primeira visita a uma universidade no País.
Colombiano, naturalizado brasileiro, o chefe do Ministério da Educação é morador de Londrina, onde começou sua carreira acadêmica no País, como professor do departamento de Filosofia da UEL (Universidade Estadual de Londrina), na década de 1980. Atualmente é aposentado da UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora), em Minas Gerais. “Me naturalizei em 1997, mas jamais me senti um estrangeiro. O Brasil é feito por imigrantes, de todas as raças, todas as cores. Vale à pena ser brasileiro”, disse o ministro para a plateia.
Com sua experiência nas universidades brasileiras, Vélez Rodriguez afirmou ter aprendido que o principal problema é a gestão. O ministro afirmou que é necessário que os servidores cumpram aquilo que está acordado no contrato de trabalho. “Sou um funcionário público e defendo a categoria, mas precisamos fazer cumprir o que está definido na Constituição e são as reais necessidades públicas”, criticou. Entre os presentes, havia três alunos segurando cartazes com críticas ao governo. Sem responder diretamente a eles, o ministro afirmou que é necessário ouvir e ler os protestos dos alunos e compreender o que necessitam. “Acredito na busca do cidadão e por isso, tenho como meta trabalhar com os municípios e entender o que as escolas precisam no plano municipal e estadual”.
O novo prédio construído na UTFPR ocupa uma área de 3.993 metros quadrados e tem cinco pavimentos. O espaço irá abrigar laboratórios e salas de apoio pedagógico e de reuniões, além de espaço para a coordenação. Foram investidos no projeto mais de R$ 8,2 milhões de reais de verbas federais. Serão atendidos cursos de engenharia elétrica, eletrônica e controle e automação. Outros dois edifícios estão planejados para a ampliação da instituição. “Há 20 anos, num raio de 70 quilômetros só tínhamos o Cefet. Agora, construímos a maior rede de escolas do estado do Paraná, com a UTFPR, o Instituto Federal do Paraná, o Senac e o campus da UFPR, em Jandaia do Sul”, ressaltou o deputado federal Alex Canziani (PTB).
Pedro Moraes
Reportagem local
— —
Veículo: JF Clipping
Editoria: Notícias
Data: 25/01/2019
Título: Proex atende demandas da comunidade externa em Juiz de Fora e Governador Valadares – Notícias UFJF
UFJF em 25/01/2019 12:40
Edital visa estimular docentes e TAEs a realizarem ações que atendam demandas da sociedade civil organizada (Imagem: Pixabay)
Por meio do 1º Fórum Popular de Extensão e Cultura da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) a Pró-reitoria de Extensão (Proex) abriu edital para projetos voltados para movimentos sociais que visam estimular professores e técnico-administrativos em educação (TAEs) de nível superior a realizarem ações que possam atender as demandas da sociedade civil organizada a fim de fortalecer esses movimentos que promovem direitos sociais, políticos, econômicos e cidadania.
O edital propõe a criação de dez projetos no campus de Juiz de Fora e cinco no campus de Governador Valadares, e as propostas devem ser feitas até o dia 18 de março por meio da plataforma Siga-Extensão.
O programa de apoio à sociedade civil organizada por meio dos movimentos sociais foi aprovado pelo Conselho Superior, e o edital atende a sete áreas (desde justiça de gênero, étnico, racial e direitos da população LGBTTI até saúde e educação), abrangendo mais de dez organizações sociais.
De acordo com a pró-reitora de Extensão, Ana Lívia Coimbra, o edital apresenta três pontos importantes para a Proex. “Primeiramente, vamos desenvolver ações de extensão a partir de demandas da própria comunidade externa, respondidas por meio da ação acadêmica de extensão. Outro ponto importante é que estamos valorizando o conhecimento dos docentes e dos técnico-administrativos de nível superior que desenvolvem trabalhos na área junto à sociedade civil organizada. E o terceiro é o envolvimento dos estudantes neste programa, já que teremos quatro trabalhando na gestão do programa, dois de graduação e dois de pós-graduação e, ao mesmo tempo, 30 estudantes de graduação trabalhando com os projetos junto aos professores.”
Confira o edital.
Outras informações: (32) 2102-3971 (Pró-reitoria de Extensão -Proex)
Clique aqui para ver esta matéria na fonte original.
— —
Veículo: G1 Zona da Mata
Editoria: Notícias
Data: 25/01/2019
Título: UFJF divulga edital do projeto ‘Boa Vizinhança Idiomas’
São 280 vagas para que moradores dos bairros do entorno da universidade aprendam inglês, espanhol, francês, grego clássico, latim, italiano e libras.
Por G1 Zona da Mata
25/01/2019 17h23 Atualizado há um mês
A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) nesta sexta-feira (25) o edital do projeto “Boa Vizinhança Idiomas”. As 280 vagas são para que moradores dos bairros do entorno da universidade aprendam línguas estrangeiras.
De acordo com a UFJF, os candidatos do processo seletivo poderão se inscrever a partir do dia 4 de fevereiro. O programa possibilita o ingresso nos cursos de inglês, espanhol, francês, grego clássico, latim, italiano, libras e português (como língua de acolhimento para estrangeiros).
Para concorrer a cada uma das 35 vagas disponibilizadas para cada modalidade, o candidato não pode ter vínculo com a universidade e precisa ter escolaridade mínima de ensino fundamental completo, realizado em escola pública.
Além disso, quanto à faixa etária, deve ser igual ou superior a 16 anos, com exceção da língua inglesa, para a qual o aluno deve ter idade mínima de 18 anos. A carga horária é de 60 horas, com aulas duas vezes por semana.
A seleção dos alunos se dá por meio de sorteio, sendo concedida aos participantes a possibilidade de escolha de dois idiomas no ato da inscrição. Caso não seja contemplado com a vaga na primeira opção, segue concorrendo com a segunda.
As inscrições podem ser feitas online ou presencialmente na secretaria da Pró-Reitoria de Extensão (Proex), de 4 a 15 de fevereiro, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.
Após a seleção, as aulas se iniciarão no dia 18 de março, no prédio da Faculdade de Letras ou no Instituto de Ciências Biológicas Anexo (ICB).
— —
Veículo: JF Clipping
Editoria: Notícias
Data: 25/01/2019
Link: https://jfclipping.com.br/2019/01/25/buracos-se-agravaram-nas-ruas-apos-chuvas-do-final-do-ano/
Título: Buracos se agravaram nas ruas após chuvas do final do ano
TM Cidade em 25/01/2019 08:30
As fortes chuvas que caíram sobre a cidade, nos últimos dias de dezembro, deixaram estragos que ainda atormentam os juiz-foranos. De Leste a Oeste e de Norte a Sul, ruas com buracos são encontradas em todas as regiões do município. São crateras que testam a habilidade e a paciência dos motoristas e pedestres a fim de transpô-las. Ruídos nos veículos, seja na suspensão, carroceria ou descarga e defeitos nas suspensões dianteira e traseira, no balanceamento e alinhamento, rodas empenadas e pneus cortados estão entre prejuízos que mais chegam para reparos nas oficinas da cidade devido à irregularidade da massa asfáltica.
Na tentativa de amenizar o impacto dos veículos, em algumas ruas, os moradores preenchem o buraco com restos de material de construção e outros tipos de sobras.
A medida ajuda, mas nada resolve já que o próprio peso dos automóveis, caminhões e ônibus retira o entulho depositado com o passar do tempo, deixando o buraco exposto novamente. Em outros locais, a alternativa tem sido alertar os condutores com galhos de árvores, pneus, pedaços de pau com tecido pendurados e até carrinho de bebê velho, como foi flagrado pela Tribuna, na Rua Américo Luz, no Bairro Manoel Honório, na Zona Nordeste.
“Pagamos nossos impostos na expectativa de ter um asfalto digno para trafegar. Mas, infelizmente, isso está cada vez mais difícil em Juiz de Fora. A Rua Américo Luz tem um fluxo grande de veículos e é vergonhoso estar desse jeito”, indigna-se o morador Pablo Vieira, 37 anos.
Em outro ponto da cidade, no Vitorino Braga, na região Leste, uma das mais afetadas com as chuvas do dia 24 de dezembro, quando foram registradas 74 ocorrências pela Defesa Civil, o morador Jadir José Frizeiro, 60, comentou sobre a cratera na frente da sua garagem, na Rua Vitorino Braga, que o obrigou a deixar seus carros na rua por vários dias. “Eu tenho três veículos, e eles precisaram ficar na rua, porque não dava para entrar na garagem. A situação é grave, pois há o risco de desabar o resto de asfalto”, lamenta, afirmando: “Quando passa ônibus e caminhões por aqui, toda a minha casa treme, porque está uma calamidade este asfalto.”
No Linhares, na mesma região, onde diversas vias ficaram intransitáveis por conta da concentração de lama e entulho e residências e estabelecimentos comerciais foram invadidos pelas águas, em decorrência da chuva da véspera de Natal, um buraco ainda podia ser visto este mês na esquina da Rua Joaquim Loures da Silva com Doutor Moacyr Castro Xavier. Um cabo de madeira com um pano vermelho alertava motoristas sobre a existência da abertura na via. “Os residentes já encheram de entulho numa tentativa de solucionar, mas nada resolve”, afirma José das Graças dos Santos, que mora no local há 26 anos. “Nunca vi nosso bairro em uma situação tão precária. É triste ver o abandono”, lamenta.
Na Zona Sudeste, uma cratera foi encontrada pela reportagem na Rua Henrique Novais, no Bairro de Lourdes. Ela ocupava quase um dos lados da pista, obrigando os veículos a trafegarem na contramão. “É um buraco profundo. Se a roda de um automóvel cair ali, vai dar trabalho para tirar, sem falar no prejuízo que vai ser”, enfatiza o residente Sandro Alves, 31. Na Zona Norte, ao longo da extensão da Avenida Vereador Raymundo Hargreaves, que dá acesso ao Bairro Fontesville e a diversas granjas, vários pontos necessitavam de reparos. “Depois dessas últimas chuvas, a situação piorou. Alguns buracos já estão aqui há mais de três meses. É um desafio e um risco para os condutores. A Prefeitura esteve aqui há pouco tempo, e alguns buracos foram tapados, mas outros foram deixados para trás. Precisamos de atenção das autoridades”, diz o morador Laerte de Oliveira.
Alternativa é colocar o pé no freio
Cerca de 70% dos motoristas que procuram a Oficina Redentor reclamam de ruídos em seus veículos, seja na suspensão, carroceria ou descarga. De acordo com o mecânico e um dos proprietários do estabelecimento, Eduardo Terr, esses problemas podem ser oriundos das falhas nas vias da cidade. “Quando colocamos o carro no elevador e realizamos vistoria, verificamos que o carro está cheio de vestígios por baixo, seja de esbarrada ou amassado. Por isso, afirmamos que a maioria desses defeitos são provenientes do piso irregular ou dos buracos”, explica. “Juiz de Fora já tem pisos danificados no asfalto há muito tempo, mas, com essas chuvas de final de ano, o assunto ficou um pouco mais sério.”
De acordo com Terr, defeitos nas suspensões dianteira e traseira, no balanceamento e alinhamento, rodas empenadas e pneus cortados estão entre os problemas mais comuns nos veículos por conta do piso irregular. “Não são apenas os buracos que ocasionam problemas no carro. Os remendos que são feitos viram verdadeiros quebra-molas.” Os custos de restauração das falhas apontadas variam de veículo a veículo, bem como da dificuldade para o conserto, que pode demorar até três dias.
Segundo o mecânico, ao se deparar com obstáculos nas vias, a tendência natural do motorista é frear bruscamente. No entanto, tal ação pode acarretar em mais complicações, já que o impacto na suspensão do automóvel é maior. “A dica que eu posso dar é que as pessoas diminuam a velocidade dentro da cidade. Se andar acima de 40 ou 50 km/h, está correndo o risco de cair dentro de um buraco e quebrar seu carro”, afirma. Ainda conforme Terr, ao passar por uma situação inesperada, “o ideal é segurar bem o volante e deixar o carro pular, porque, com certeza, o impacto vai ser menor.”
Especialista diz que falha em drenagem leva à formação de buracos
Se a rede de drenagem das vias estiver subdimensionada ou entupida, a água proveniente das chuvas fica sem um “caminho correto” para seguir, infiltrando e alterando a estrutura do pavimento. Com isso, devido à remoção das camadas que se encontram abaixo do asfalto, surgem os buracos nas vias, de acordo com Cézar Barra, engenheiro e coordenador do Núcleo de Análise Geoambiental (Nagea) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Para o especialista, os problemas de cavidades nas vias de Juiz de Fora, em quase sua totalidade, são ocasionados por falha no sistema de drenagem e apenas “tapar os buracos” não resolveria a questão.
“A correção é recuperar as camadas que ficam abaixo do revestimento e tornar a drenagem eficiente, redimensionar o sistema ou desentupir para recuperar o fluxo.”
Conforme Barra, este problema também se relaciona com a falta de base de dados unificada e atualizada de redes estruturais, não só de água e esgoto, como também de telefonia e energia elétrica. Desta forma, se um determinado órgão realiza alguma intervenção nas vias, pode estar danificando pontos relacionados a outros e, além disso, o pavimento pode não ser recuperado adequadamente. “Às vezes, ocorre uma intervenção que acaba estourando uma rede ou cortando uma fiação”, exemplifica.
Anel rodoviário
Outra questão apontada pelo especialista, que diminui a vida útil do pavimento das ruas, é o tráfego de veículos pesados na área urbana. De acordo com Barra, isto ocorre pela falta de um anel rodoviário no entorno do município. “Você tem caminhões e carretas passando hoje por vias urbanas, o que é incorreto. Eles estão, às vezes, com peso que é acima daquele para o qual as vias foram dimensionadas.” Assim, os veículos acabam comprometendo a estrutura dos asfaltos, que foram previstos para o tráfego urbano, como carros de passeios e ônibus.
Gasto seria milionário para refazer antiga rede subterrânea
O diretor-técnico da Empav, Renê Vieira, pontua que Juiz de Fora é um município de 168 anos e de pavimentação antiga, que data de 30 a 40 anos atrás. Por conta disso, não houve um planejamento das redes de água e esgoto. Elas passam pelo eixo das vias, e não em passeios como é comum em cidades com loteamentos mais novos. Desta forma, intervenções relacionadas a essas questões são mais complexas. Para exemplificar, o diretor-técnico compara a instalação do pavimento no perímetro urbano com as estradas, onde é possível realizar desvios no tráfego de veículos. “Mesmo que o trânsito seja jogado para outra rua, o morador vai ficar sem acesso e grande tempo sem água e esgoto”, explica.
Ainda segundo Vieira, obras diretas nas redes se tornam inviáveis não só do ponto de vista prático, como também econômico. “Há, por parte da Cesama, na grande maioria da cidade, uma rede antiga de manilhas de barro, de algumas tubulações de adição de água de ferro fundido”, afirma. “Para trocar todo esse pavimento e essa rede de esgoto, pode-se falar em algo que supera bilhões de reais. Temos um levantamento anterior, de 2013, que, só para recapear – jogar uma capa por cima para dar um reforço e dar uma sobrevida ao pavimento – , gastava-se mais de R$ 600 milhões. Hoje eu não sei, mas deve ser muito maior. Então é inviável do ponto de vista econômico, pois o orçamento do município não suportaria.”
Também por conta da falta de repasse do Estado, várias ações de manutenção foram prejudicadas, de acordo com o diretor-técnico da Empav. No entanto, a administração municipal tem feito o possível para restaurar os danos nas ruas, contando com o trabalho conjunto de diferentes pastas, como a Secretaria de Obras, que tem fornecido material para diminuir o valor e manter os serviços até que a situação financeira volte a se normalizar e os serviços possam ser ampliados. “Apesar da grande crise, o prefeito tem trabalhado, e estamos conseguindo verbas junto ao BDMG (Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais) e ao Ministério das Cidades, que, além das obras viárias como viaduto, devemos, a partir de fevereiro, iniciar o recapeamento de várias ruas que são vias de ligação. Não tem como atender hoje, financeiramente, um bairro inteiro. Mas procuramos recapear e melhorar as ruas que fazem a ligação desse bairro, porque assim é possível beneficiar todos aqueles que usam o transporte coletivo e também seu veículo para chegar até sua casa”.
O post Buracos se agravaram nas ruas após chuvas do final do ano apareceu primeiro em Tribuna de Minas.
Clique aqui para ver esta matéria na fonte original.
— —
Veículo: G1 Zona da Mata
Editoria: Notícias
Data: 26/01/2019
Título: Coral e Orquestra Sinfônica do Pró-Música em Juiz de Fora abrem seleção para novos integrantes
Inscrições podem ser feitas até 7 de fevereiro. Confira os procedimentos para se candidatar às vagas disponíveis.
Por G1 Zona da Mata
26/01/2019 15h14 Atualizado há um mês
O Centro Cultural Pró-Música, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) está com editais abertos para seleção de integrantes para o Coral e a Orquestra Sinfônica.
Os candidatos devem informar nome completo, telefone, e-mail, naipe ou instrumento, até 7 de fevereiro, pelo telefone (32) 3218-0336 ou pelo e-mail producao.promusica@ufjf.edu.br.. Interessados que não sabem seu naipe também poderão se inscrever.
Os interessados devem ter disponibilidade para os ensaios dos grupos e horário flexível para apresentações. No caso do Coral Pró-Música, o ensaio das vozes masculinas acontece às quintas-feiras, das 20h às 21h30, e às sextas, das 18h às 21h30. As vozes femininas ensaiam às quintas-feiras, das 18h às 20h, e às sextas, às 21h30. A Orquestra Sinfônica Pró-Música ensaia aos sábados, das 14h às 18h.
Coral
Para o Coral Pró-Música estão disponíveis 21 vagas, sendo oito para tenor, seis para baixo, duas para contralto e cinco para soprano. Barítonos e mezzosopranos serão alocados entre os naipes informados, de acordo com a tessitura vocal e a critério do regente.
A seleção será em 8 de fevereiro, a partir das 18h30, no Teatro Pró-Música, na Avenida Rio Branco, 2.329, no Centro. Os candidatos devem executar vocalises e cantar uma música popular ou erudita de livre escolha.
Orquestra
Para a Orquestra Sinfônica Pró-Música são 68 vagas. E os interessados podem se inscrever para mais de um dos seguintes instrumentos que serão avaliados:
flauta transversa (duas vagas);
oboé (quatro);
clarineta (três);
fagote (quatro);
trompa (quatro);
trompete (duas);
trombone (quatro);
tuba (duas);
violino (16);
viola (12);
violoncelo (oito);
contrabaixo (quatro);
percussão sinfônica (três).
A seleção da Orquestra será no dia 9 de fevereiro, às 14h, também no Centro Cultural Pró-Música, na Avenida Rio Branco, nº 2.329. O candidato deverá portar o próprio instrumento e executar uma peça de livre escolha.
Apenas os candidatos de tímpano, na modalidade percussão sinfônica, terão o instrumento disponibilizado pela organização.
— —
Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Coluna do César Romero
Data: 26/01/2019
Link: https://tribunademinas.com.br/colunas/cesar-romero/26-01-2019/oioio.html
Título: Regina e Milton Prudente ladeando o filho Matheus, no jantar da formatura de medicina da Suprema
Por Cesar Romero
26/01/2019 às 07h30 – Atualizada 28/01/2019 às 16h20
Inclusão pelo idioma
A pró-reitora de Extensão, Ana Lívia de Souza Coimbra abriu o edital para o Projeto Boa Vizinhança Idiomas, com cursos de línguas estrangeiras para moradores do entorno da UFJF. As inscrições começam em 4 de fevereiro.
— —
Veículo: JF Clipping
Editoria: Notícias
Data: 26/01/2019
Link: https://jfclipping.com.br/2019/01/26/trabalhadores-tentam-driblar-o-calorao-no-dia-a-dia/
Título: Trabalhadores tentam driblar o calorão no dia a dia
TM Cidade em 26/01/2019 21:01
Há mais de um ano, uma pequena alteração modificou a forma de os carteiros trabalharem em todo o território nacional. As entregas, que eram feitas durante a tarde, passaram a ser matutinas. A inversão, tinha como um de seus objetivos, tirar os trabalhadores da exposição direta ao sol, no período do dia em que a radiação é mais forte. De acordo com o gerente de atividades externas dos Correios em Juiz de Fora, Anderson Laureano, essa alteração, conhecida como Projeto Piloto, só foi possível na cidade, porque o município atende a uma série de critérios técnicos necessários para que a entrega no período da manhã ocorra, como a codificação pelo CEP e o recebimento da carga em horário que permita a preparação de objetos urgentes no mesmo dia, sem prejuízo para os clientes.
Medidas como essa são tomadas em diversos outros postos de trabalho, na tentativa de tornar a lida dos profissionais menos extenuante, por causa do calor.
É importante lembrar que a temperatura da cidade, em escala histórica, apresenta uma tendência de elevação, se intensificando, especialmente, nos últimos dez anos, de acordo com a climatologista e doutora em Geografia, Cássia de Castro Martins Ferreira. A Tribuna conversou com alguns trabalhadores, para saber como o calor impacta em suas rotinas e como eles lidam com as altas temperaturas.
Os primeiros dias de 2019 já são marcados por picos significativos de calor. Para se ter ideia, nos primeiros 25 dias de janeiros, contabilizados até a última sexta-feira (25), o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) registrou 15 dias com temperaturas superiores a 30 graus. Com um detalhe: a marca foi alcançada por pelo menos 11 dias consecutivos. A intensificação da massa de ar seco e quente sobre parte da região Sudeste do país é a responsável pela forte onda de calor. Quando em atuação, este fenômeno climatológico cria uma barreira e impede a aproximação das frentes frias e a entrada da umidade proveniente da região Amazônica, as principais responsáveis pelas precipitações nesta época do ano.
No caso dos trabalhadores dos Correios, com toda essa sensação de calor, a resposta ao Projeto Piloto foi rápida e muito positiva. Sebastião Teixeira é carteiro há 34 anos e se preparava para fazer entregas na região Central, quando a equipe da Tribuna o encontrou. Ele organizou seu material de trabalho e colocou um boné antes de sair. Apesar de os Correios oferecerem bermudas no uniforme, ele preferiu sair de calças. Para Sebastião, a alteração nos horários das entregas trouxe benefícios. “Conseguimos isso, por meio do Sindicato e de campanhas. Ainda que a gente pegue uma boa parte do calor mais forte, das 10h ao meio-dia, é bem menos quente do que fazer a distribuição durante toda a tarde, quando o calor é insuportável. Não ficamos mais à mercê do sol. Além disso, os Correios nos disponibilizam o protetor solar, que é a proteção da cútis, o chapéu, o boné e o óculos solar.” O gerente Anderson Laureano diz que ainda há a possibilidade de que outras ações sejam somadas ao projeto.
Os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como filtro solar com repelente e boné, também são oferecidos pelo Departamento Municipal de Limpeza Urbana (Demlurb) aos seus funcionários, de acordo com a assessoria do órgão. Além desses objetos, de acordo com o Demlurb, os trabalhadores contam com um ônibus de apoio e banheiro químico para os servidores da capina e varrição. Alice Glória de Assis Vieira trabalha na varrição das ruas, no trecho entre os bairros Costa Carvalho e Vitorino Braga, há três anos. Ela mostra que, além dos EPIs oferecidos pelo Demlurb, ainda incrementou a proteção por conta própria. “Pela manhã, é mais fácil, porque tem sombra do lado em que eu trabalho. Depois das 9h, o sol começa a ficar mais forte, e eu reforço a proteção. Uso um chapéu com uma proteção para o pescoço e um manguito, que eu comprei de uma amiga, para proteger os braços. Já saio de casa com o protetor solar, mas, por volta do meio-dia, reaplico. Ao longo do dia, tomo muita água e, quando o sol fica muito forte, procuro uma sombra para repousar um pouco. Às vezes, até pego um picolé ou um chup- chup”, conta.
Os trabalhadores do transporte coletivo urbano aguardavam uma resposta para a demanda da liberação do uso de bermudas desde 2009. O projeto de Lei aguardou sanção até 2017. “Tivemos que elaborar um modelo de bermuda, fazer todo o trâmite, levar o projeto para a Secretaria de Transporte e Trânsito (Settra), para que ele pudesse ser aprovado pela Prefeitura. Tem um ano que as bermudas estão liberadas, e há vários profissionais usando. Cerca de 80% dos rodoviários já aderiram à nova peça do uniforme”, explicou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Coletivo Urbano (Sinttro), Vagner Evangelista Corrêa. Ainda de acordo com ele, outra cobrança que sempre é feita às empresas é a da presença de água nos pontos finais. “Os motoristas e trocadores precisam estar sempre se reidratando, porque o calor é muito forte dentro do ônibus. Fazemos muita pressão para que eles sempre tenham acesso à água”, reforça.
Motorista de um coletivo que atende ao Bairro Grama há sete anos, Marcos Henrique Alves Pereira avalia positivamente a mudança. “Para mim representa conforto. Ficamos mais à vontade. Facilita, até mesmo, a nossa entrada e a nossa saída do ônibus. Para falar a verdade, melhorou 100%. Onde nós sentamos é muito perto do motor, por isso, a bermuda é importante, porque, com a calça, abafa mais. Quem não aderiu, em um primeiro momento, agora está correndo atrás.”
Além do sol
Em casos específicos, como o dos motoristas de coletivos, além do sol, há outras fontes de calor que elevam ainda mais a temperatura. Dimas Xavier Migliorini trabalhava em frente ao forno de uma pizzaria, quando surgiu a oportunidade de começar a trabalhar com uma chapa. Ele passou a trabalhar nas feiras livres, aos sábados e domingos. Agora também leva sua chapa para a feira noturna. “São 30 anos trabalhando com essas duas fontes de calor. No início é muito complicado, não é brincadeira não, mas com o tempo, você se acostuma. Hoje não faz muita diferença. É claro que eu sinto o calor, mas ele deixou de ser insuportável”, narra. Na feira, não tem como fugir. É calor o tempo todo nessa época. “O que eu faço para amenizar é tomar muita água. Tomo pelo menos três litros. No domingo, até mais. Também uso uma toalinha, porque não podemos ficar pingando suor. Eu prefiro trabalhar no frio, porque no frio a chapa aquece a gente, mas agora o calor já não me incomoda mais.”
Assim como Dimas, Jaime Carlos Fonseca trabalha como pasteleiro há 30 anos. Ainda que esteja um pouco mais protegido dentro da estrutura do caminhão, não deixa de estar exposto. “Para amenizar um pouco, vamos abrindo as portas, aumentando a ventilação e trabalhando como dá. Tomamos bastante água. O calor é bom para nós, porque vendemos mais. As pessoas saem mais para a praça de alimentação da feira. Elas combinam o pastel com o caldo de cana bem gelado, casa igual Romeu e Julieta.” Jaime comemora o calor, embora sofra por causa da temperatura. “O problema, para nós, é quando chove, porque não tem feira. Vai todo mundo embora. Se fizer calor sem chover, está bom demais.”
Escassez de chuvas e altas temperaturas
Até agora, janeiro de 2019 só pode ser comparado ao janeiro de 2015, conforme dados históricos do Inmet. Isso porque, naquele ano, o número de dias com temperaturas acima dos 30 graus chegou a 19. Em 2016, foram seis, em 2017, cinco, e, em 2018, seis dias. Além da onda de calor, os trabalhadores juiz-foranos enfrentam um janeiro seco. Até a última sexta o acumulado de precipitações na cidade era de apenas 84,3 milímetros, que representa 26,1% do volume de chuvas previsto para todo o mês. Em 2015, mesmo com o forte calor, choveu na cidade 148,2 milímetros. E é justamente a escassez de chuvas uma das responsáveis pelas altas temperaturas.
De acordo com a meteorologista Anete Fernandes, do 5º Distrito do Inmet, em Belo Horizonte, o veranico, que é a ausência de chuvas dentro do período chuvoso, contribui para essa elevação das máximas. Janeiro, segundo Anete, é o mês que concentra maior volume de chuvas no estado inteiro, em função de um canal de umidade vindo da Amazônia para a região Central e Sudeste do país, que se junta ao sistema formado pela zona de convergência do Atlântico Sul, responsável por manter a ocorrência de nebulosidade, favorecendo a presença de chuvas constantes por vários dias consecutivos. “Esse quadro, em condições normais, ajuda a fazer com que a temperatura não fique tão elevada. Quando essas condições não ocorrem, o que vem acontecendo, o calor fica mais acentuado.”
Tendência de elevação
De acordo com a professora Cássia de Castro Martins Ferreira, coordenadora do Laboratório de Climatologia e Análise Ambiental da UFJF, as temperaturas na área urbana de Juiz de Fora vêm apresentando uma tendência de aumento, quando se analisa a série histórica desde 1972. Houve um aumento de temperatura de quatro graus. Esse aumento é verificado, conforme a professora, principalmente nos últimos dez anos. “Além disso, houve um aumento no número de dias com temperaturas acima dos 30 graus na cidade. Isso repercute em dias bem mais quentes na cidade, o que não era comum”.
Cássia explica que, como os dias mais quentes são, geralmente, aqueles com céu limpo, sem nuvens e com poucos ventos, a sensação de calor aumenta. Isso ocorre porque a cidade consegue agregar e absorver mais essa energia, aumentando ainda mais a temperatura no interior dela. Associando isso à falta de espaços verdes, verticalização e fluxo intenso de automóveis, gera-se um quadro de maior retenção de radiação e maiores temperaturas no espaço intra-urbano. O resultado dessa conta é um maior mal-estar para o trabalhador.
“O aumento da temperatura para o ser humano aumenta o estresse, gera maior cansaço, sono, pois o organismo tende a entrar em repouso para minimizar a temperatura interna, sendo importante o repouso ou a não exposição no período mais quente do dia. Mas, infelizmente, continuamos trabalhando normalmente como se isso não interferisse. Vários países têm, nesse período do dia, uma minimização ou total encerramento das atividades, como ocorre em várias cidades da França, por exemplo.” A tendência, segundo a docente, é o agravamento do quadro, caso a cidade não incorpore no seu planejamento elementos inibidores, como ruas mais arborizadas. “No final, a cidade precisa se preparar e começar a incorporar medidas para mitigar a temperatura, uma vez que elas possuem a tendência a aumentar e a população começa a sentir estas alterações. Em vários países do mundo, as cidades já estão realizando e aplicando seus planos de adaptação às alterações climáticas, talvez essa seja uma meta ainda muito distante para nós, mas que um dia deverá ser pensado.”
Como fica o corpo?
O clínico geral e médico do trabalho Ricardo Botelho explica que, quando há excesso de calor, existem duas situações relacionadas ao corpo. Há o calor produzido pelo esforço físico exigido pela atividade e a segunda se dá quando há uma outra fonte de calor que faz parte do ofício. “Quando esse calor recebido for maior que aquele dissipado pelo corpo, normalmente, você tem um quadro de aumento de temperatura, que chamamos de hipertermia. O que o organismo faz para tentar equilibrar? Primeiro, faz uma vasodilatação periférica, para fazer a troca de calor. Tanto que percebemos que as pessoas ficam com um aspecto avermelhado, um mecanismo para ter essa troca de calor com o ambiente. Em seguida, o corpo aciona as glândulas sudoríparas para você fazer essa troca de calor pelo suor.” Se o trabalhador recebe calor de outra fonte, como nos casos de Dimas e Jaime, essa troca vai ser muito maior e a dificuldade de equilibrar essa troca, também é proporcionalmente maior.
Para ajudar nesse processo, o profissional precisa repor o líquido, os sais minerais, como o sódio, o cloro, entre outros. Então, o primeiro cuidado reforçado por Botelho é a hidratação, com água, sucos, vitaminas e até mesmo isotônicos. Até mesmo para ajudar na função renal, porque no calor, urinamos menos. Outro efeito das altas temperaturas no organismo é a perda de apetite. “Como precisa de menos energia para manter as funções do corpo, é necessário fazer uso de alimentos mais leves, como verduras, legumes e frutas. Frituras e comidas mais pesadas dificultam a digestão. Alimentos calóricos aumentam a quantidade de calor no corpo.”
O terceiro ponto destacado pelo médico é a pele. Quem trabalha diretamente exposto ao sol precisa utilizar roupas que ajudem a proteger. “Em alguns casos, até mesmo roupas com mangas compridas, mesmo que causem certo aquecimento, elas protegem do sol. O protetor solar é um amicíssimo. Deve ser usado nas mãos, inclusive. Ele previne não só a queimadura direta, mas também dos cânceres de pele.” Botelho frisa que é preciso seguir o exemplo de Alice e reaplicar o protetor, se possível, de três em três horas. “Mesmo na sombra estamos expostos à radiação indireta. O sol bate, reflete e vai para a sua pele. Isso acontece tanto em ambientes externos, quanto internos. Por isso, há a recomendação de reaplicação do filtro, evitando a ocorrência de problemas.”
O post Trabalhadores tentam driblar o calorão no dia a dia apareceu primeiro em Tribuna de Minas.
Clique aqui para ver esta matéria na fonte original.
— —
Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Publieditorial
Data: 26/01/2019
Título: Rede de serviços em Saúde Mental tem residência aprovada pelo MEC
PUBLIEDITORIAL
Inscrições começam no fim do mês; especialização com duração de três anos terá início em março
Por Vila Verde
26/01/2019 às 17h15- Atualizada 26/01/2019 às 17h16
Direção da Vila Verde diz que aprovação da residência é resultado de um extenso trabalho realizado em Juiz de Fora e região no campo da saúde mental (Fotos: Leonardo Costa)
Médicos interessados em se especializar na área de saúde mental passam a contar, a partir deste ano, com mais uma residência em psiquiatria na cidade. A Vila Verde, especializada em oferecer assistência em saúde mental a pacientes com algum sofrimento ou transtorno mental e problemas relacionados ao uso de álcool e drogas, foi credenciada pelo Ministério da Educação (MEC) para oferecer o Programa de Residência Médica em Psiquiatria.
Segundo a direção da Vila Verde, a aprovação da residência é resultado de um extenso trabalho realizado em Juiz de Fora e região no campo da saúde mental, com a atuação de equipe interdisciplinar, que oferece ao paciente o tratamento individualizado.
Conforme o coordenador do Programa de Residência Médica da Vila Verde, Clóvis Melo, em três anos de formação, o curso vai proporcionar ao profissional treinamentos nos mais diversos cenários de práticas e subespecialidades da Psiquiatria. “Nosso programa objetiva oferecer aos profissionais médicos uma formação baseada em princípios que consideram os aspectos biológicos, psicológicos e sociais dos usuários, possibilitando assim a compreensão do ser humano de forma ampla e da atuação em Psiquiatria“, explicou Clóvis.
Para obter esse credenciamento do MEC, representantes da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) visitaram a Vila Verde em outubro do ano passado. Foram verificados aspectos estruturais e pedagógicos, com as devidas abordagens teóricas e práticas. Todo o projeto apresentado foi aprovado e está em conformidade com as diretrizes da Comissão e do Ministério da Educação.
Para a vivência no setor público, a Vila Verde firmou um convênio com a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), permitindo que os residentes façam estágio nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), por exemplo. Outra parceria é com a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), para que os médicos tenham contato com a área acadêmica e outros ambientes de prática. “Com as parcerias institucionais firmadas podemos apresentar um espectro bastante amplo dentro das possibilidades de aprendizado para formar um profissional capaz de entender, e atender, as mais diversas demandas oferecidas pela psiquiatria”, destaca o consultor técnico da Vila Verde, Renato Lobo.
Para os médicos Renato Lobo, Glauco Corrêa de Araújo e Clóvis Melo, seriedade do trabalho desenvolvido pela Vila Verde possibilitou o credenciamento pelo MEC
Inscrições
As inscrições começam no dia 30 de janeiro e seguem até 27 de fevereiro e devem ser feitas pelo site da Strix Educação (www.strixeducacao.com.br), organizadora do processo seletivo. O candidato fará uma prova, que vai abranger as cinco áreas básicas da medicina: medicina preventiva, ginecologia e obstetrícia, cirurgia, pediatria e clínica médica. O resultado da seleção e o início das aulas vão acontecer em março.
Serviços em Juiz de Fora
A Vila Verde oferece uma rede integrada de serviços em saúde mental com diferentes graus de complexidade, seguindo as diretrizes preconizadas pelo Ministério da Saúde. Segundo o diretor administrativo da Vila Verde, Glauco Corrêa de Araújo, o trabalho das diferentes equipes permite a oferta de uma ampla gama de atendimentos para tratar cada pessoa em local e momento adequados. “Cada paciente recebe atendimento diferenciado, o que chamamos de PTS (Plano Terapêutico Singular), que são estratégias e planos terapêuticos individualizados para cada caso, contando com a atuação interdisciplinar dos profissionais”, afirma.
A rede de atendimento da Vila Verde possui quatro unidades assistenciais em Juiz de Fora (ver quadro). Entre os serviços oferecidos estão: pronto atendimento psiquiátrico com funcionamento 24 horas para casos de urgência/emergência; leitos para internação; ambulatório multiprofissional para agendamento de consultas; hospital-dia para assistência continuada e monitoramento, e um centro de convivência e cultura (CultArt) onde o paciente participa de atividades lúdicas, artísticas, culturais e esportivas, que visam fortalecer a autoestima e a confiança, princípios vitais ao tratamento. Além disso, a Vila Verde possui o serviço de Residências Terapêuticas (SRT) e as moradias assistidas. O paciente pode buscar pelo atendimento de duas formas: pela unidade de urgência/emergência e pelo agendamento de consultas na unidade ambulatorial. Ele também poderá ser acolhido nas outras unidades e, após avaliação, direcionado para o tratamento mais adequado.
Além de atendimento médico e psiquiátrico, a Vila Verde conta com equipe multidisciplinar, incluindo educadores físicos, nutricionistas, psicólogos, terapeutas em álcool e drogas, fisioterapeutas, oficineiros, farmacêuticos, enfermeiros e assistentes sociais, um total de 230 profissionais em toda a rede. A instituição ainda possui 24 convênios e serviços particulares.
Unidade em Campos dos Goytacazes
No final de 2018, a Vila Verde inaugurou uma unidade no Estado do Rio de Janeiro, um hospital-dia em Campos dos Goytacazes, cujos princípios de atendimento e de assistência são os mesmos dos praticados em Juiz de Fora. A escolha do município, de acordo com o seu diretor administrativo, ocorreu devido ao fluxo de pacientes daquela região que procura o serviço em Juiz de Fora. “Buscamos parcerias com médicos psiquiatras de Campos, que conhecem a realidade do local. Mais do que inaugurar uma nova unidade e expandir territorialmente, é saber que o nosso trabalho assistencial pode ser desenvolvido em outro estado. E é isto que esperamos dos nossos residentes: que eles mergulhem nos processos de aprendizagem e prática e sejam agentes multiplicadores desse modelo de assistência em saúde mental”, afirma Glauco.
— —
Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cidade
Data: 26/01/2019
Título: PJF trabalha para atualizar lei sobre resíduos da construção civil
Objetivo é levar projeto, que propõe instituição de sistema municipal, para ser votado na Câmara Municipal
Por Renan Ribeiro
26/01/2019 às 19h19- Atualizada 27/01/2019 às 13h42
A Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) está em fase de finalização do projeto de lei que institui o Sistema de Gestão Sustentável de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos, que passa por atualização e deve retornar para apreciação na Câmara Municipal, embora a data para que isso aconteça ainda não tenha sido fechada. No momento, o projeto se encontra com a equipe do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (Demlurb), onde passa pelos últimos ajustes. Atualmente, de acordo com o departamento, são recolhidas 200 toneladas de resíduos da construção civil semanalmente em Juiz de Fora, incluindo o montante recolhido nos ecopontos e nos pontos de despejo ilegal. A PJF lida ainda com 57 bota-foras irregulares espalhados por todas as regiões da cidade, entre elas Linhares, Recanto dos Lagos, Mansões do Bom Pastor e Alameda Santo Antônio.
O documento leva em consideração os apontamentos feitos pelo Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, elaborado pelo Departamento de Construção Civil da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), a pedido da PJF, entregue em 2010. O prazo dado para que os municípios e o Distrito Federal elaborassem seus planos, no entanto, teria se esgotado em 2013, conforme a Resolução 448 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), o que já indica um atraso de cinco anos para o tratamento da temática em Juiz de Fora. À época da elaboração do projeto de lei, o professor da Faculdade de Engenharia da UFJF e coordenador do plano, Pedro Kopschitz, realizou um diagnóstico que levou em consideração um levantamento sobre o descarte deste tipo de resíduo e seu impacto sobre o meio ambiente, apontando um modelo de gerenciamento.
“A ideia do plano é solucionar um problema ambiental, contribuir para a natureza e a sociedade. Ele prevê a instalação de uma usina de reciclagem, aponta 16 áreas onde seriam implantadas Unidades de Recebimento de Pequenos Volumes (URPVs), até um metro cúbico, entre outras medidas, de acordo com o que é descrito pelo Ministério das Cidades, que disponibiliza o modelo do plano. Nós fizemos adaptações para a nossa realidade, a partir do que diagnosticamos.” O documento também inclui um plano de viabilidade da usina. “Conseguimos mostrar em 2010 que o negócio (a usina) é viável, tanto para a Prefeitura quanto para qualquer outro particular que quiser fazer. Embora seja preciso atualizá-lo (o plano), acredito que ainda seja viável”, comenta Kopschitz.
Possibilidades
Entre as possibilidades, explicadas pelo professor, há a de instalar um equipamento usado para fabricar brita, que é o mesmo empregado para moer o entulho. Cada área teria uma destinação específica. As URPVs devem receber até um metro cúbico de material. Mais que isso, é considerado grande volume, caso que precisaria da contratação da caçamba, e cujo resíduo seria encaminhado à usina. Como seria impossível reduzir a zero a produção de resíduo, segundo o professor Pedro Kopschitz, o que se pode pensar de mais efetivo seria o tratamento desse material. “Quanto mais tempo passa, mais a construção civil vai gastar de recurso natural. Muitas das substâncias que são base para a construção são finitas. Essa parcela dos resíduos que é jogada fora tem que ser reintroduzida na cadeia produtiva. Essa é a questão, além de outras paralelas.”
Flagra da Tribuna mostra pedaços de cerâmica espalhados por bota-fora irregular na Zona Sul, em local conhecido como Mansões do Bom Pastor (Foto: Fernando Priamo)
O professor lembra que todo esse volume de despejo tem uma série de consequências, porque entope os córregos, pode causar deslizamentos em barrancos, contaminação de nascentes, entre outros problemas. “Além disso, quando não temos a reciclagem desse material, compramos novo, fabricado a partir da extração da natureza. Então, só há uma via, que termina com um aterro, como um cemitério, um ponto final nessa cadeia, onde todos esses elementos que poderiam ser reciclados são deixados, sem qualquer aproveitamento. Nesses oito anos, após a entrega do plano, quantas toneladas de entulho deixamos de reaproveitar?”, indaga Kopschitz.
Mobilização política
O projeto de lei para a implantação do sistema chegou a ser apresentado na Câmara Municipal e passou por diversas comissões, mas a decisão final não foi tomada ainda. Após vários pedidos de vista, o vereador José Márcio Guedes (Garotinho-PV), criador do projeto, retirou-o temporariamente, em junho de 2017. Para ele, a pauta precisa retornar à Câmara, para que se possa aprovar as diretrizes que vão nortear o trabalho com esse tipo de resíduo. “Um dos pontos importantes do projeto é a responsabilização do produtor do entulho pela destinação final dele e todo o licenciamento a partir de então. Para o desaterro de um lote, para a demolição de uma casa, ou para construir uma edificação, no pedido de alvará, o interessado já apresentará um plano de gerenciamento desse resíduo.” Ainda de acordo com o legislador, ao final da obra, o responsável deverá ter notas ficais e o termo detalhando onde as sobras serão alocadas. Outras informações, como quem receberá essas sobras, quem será o transportador e até mesmo a separação do entulho por classes também são alguns dos parâmetros previstos pelo instrumento.
Outro ponto salientado por José Márcio é a necessidade de tornar a fiscalização mais efetiva. “Precisamos abraçar esse plano. Outros temas foram atropelando essa discussão. Embora toda a sociedade saiba que jogar lixo em local irregular é crime, as pessoas seguem fazendo os descartes. Hoje temos um fiscal 24 horas. A cidade é enorme e essa situação acontece em pontos extremos e desertos. Por isso, além de investir na fiscalização, a conscientização precisa andar junto.”
Últimos detalhes
O assunto, de acordo com a Prefeitura, precisava ser atualizado. Um dos pontos que passa por revisão é sobre as penalidades, que não podem conflitar com o código de posturas. “Punições que já são aplicadas em situações afins já foram reavaliadas. O Poder Público tem total interesse de que esse assunto volte para a Câmara. Só precisamos desse tempo para discutir questões de ordem prática”, salientou a engenheira ambiental do Demlurb, Gisele Teixeira. Ela destaca que a intenção é a de que, a partir do momento que a norma for aprovada, o alvará de construção e a certidão de Habite-se só serão concedidos se estiverem de acordo com as condicionantes da lei. Esse controle deve implicar em todos os atores.
Outra exigência nesse sentido seria a obrigatoriedade de o transportador trafegar com uma ficha de controle que tenha informações sobre a geração e o destino final dos resíduos. Essas informações de movimentação seriam de domínio público, como salienta Gisele. “A legislação cria todos esses atores. Quem são os transportadores autorizados, o depósito final, os aterros inertes, as áreas de transbordo, não só para o poder público, mas também em áreas privadas, formando uma rede.”
Outra indicação são as metas estabelecidas pelo plano. A busca por modelos que possam ajudar a promover maior eficiência na gestão dos resíduos da construção civil continuaram, mesmo que o plano tenha levado tanto tempo para voltar à discussão. De acordo com Gisele, há iniciativas como um seminário, realizado esse ano em Juiz de Fora, que trouxeram exemplos de boas práticas. Uma delas seria a situação de Guarulhos (SP), onde o transporte do material é controlado eletronicamente, via smartphone ou celular. “É possível acompanhar a quantidade de caçambas e onde elas estão dispostas pelo Google, em uma plataforma gratuita. É algo que podemos pensar mais para frente. Mas reforçamos a ideia de que é possível melhorar a gestão para que ela seja mais eficiente em muitos outros projetos”, afirma Gisele. Agora, segundo ela, tudo em relação ao assunto é uma questão de mais tempo.
— —
Veículo: Anuncifácil
Editoria: Notícias
Data: 26/01/2019
Link: http://www.anuncifacil.com.br/posts/detalhes/31330
Título: Ministro da Educação inaugura novo prédio da UTFPR, em Cornélio Procópio
Postado por: Redação AnunciFácil em 26/01/2019 às 17:04:56
Redação Anuncifácil
Esteve em Cornélio Procópio na manhã de sexta-feira, (Dia 26) o Ministro da Educação, o professor Ricardo Vélez Rodríguez. O ministro participou da solenidade de inauguração do Bloco S da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), no Campus da Universidade de Cornélio Procópio.
Ricardo Vélez Rodríguez cumpriu seu primeiro compromisso oficial desde a sua posse, no inicio do ano, visitando Cornélio Procópio.
Na solenidade, o prefeito Amin Hannouche saudou a comitiva do Ministro, composta pelo vice-governador do Estado, Darci Piana, do Secretário Estadual de Educação, Renato Feder, deputados e do Reitor da UTFPR, Luiz Alberto Pilatti, além de prefeitos da Amunop.
O Reitor da UTFPR, Luiz Pilatti fez um histórico da Centenária UTFPR, destacando seus principais cursos profissionais e oportunidade para milhares de pessoas em todo o estado.
Representando o Governador Carlos Massa Junior, o vice-governador Darci Piana agradeceu o empenho do ministro em questões do Estado do Paraná, que começarão a ser debatidos a partir da próxima semana em Brasília.
O ministro da Educação Ricardo Vélez Rodríguez destacou que a inauguração de novo bloco da UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do Paraná, em Cornélio Procópio marca um novo tempo à instituição.
Ele afirmou que estava muito feliz de voltar à região, onde se considera um morador eterno.
“É uma satisfação enorme vir aqui. Sou pé-vermelho e mais da metade do meu secretariado também é. Estou voltando para casa. Nosso foco é cuidar dos municípios. Dou muita importância ao ensino tecnológico, que está diretamente ligado à produção”, afirmou.
Colombiano, naturalizado brasileiro, Ricardo Rodriguez é morador de Londrina, onde começou sua carreira acadêmica no País, como professor do departamento de Filosofia da Universidade Estadual de Londrina, na década de 1980.
Atualmente é aposentado da Universidade Federal de Juiz de Fora, em Minas Gerais. “Me naturalizei em 1997, mas jamais me senti um estrangeiro. O Brasil é feito por imigrantes, de todas as raças, todas as cores. Vale à pena ser brasileiro”, disse o ministro para a plateia.
Com sua experiência nas universidades brasileiras, Vélez Rodriguez afirmou ter aprendido que o principal problema é a gestão. O ministro afirmou que é necessário que os servidores cumpram aquilo que está acordado no contrato de trabalho.
“Sou um funcionário público e defendo a categoria, mas precisamos fazer cumprir o que está definido na Constituição e são as reais necessidades públicas”, criticou.
Entre os presentes, havia três alunos segurando cartazes com críticas ao governo. Sem responder diretamente a eles, o ministro afirmou que é necessário ouvir e ler os protestos dos alunos e compreender o que necessitam.
“Acredito na busca do cidadão e por isso, tenho como meta trabalhar com os municípios e entender o que as escolas precisam no plano municipal e estadual”, concluiu o Ministro da Educação.
O novo prédio construído na UTFPR ocupa uma área de 3.993 metros quadrados e tem cinco pavimentos. O espaço irá abrigar laboratórios e salas de apoio pedagógico e de reuniões, além de espaço para a coordenação.
Foram investidos no projeto mais de R$ 8,2 milhões de reais de verbas federais. Serão atendidos cursos de engenharia elétrica, eletrônica e controle e automação. Outros dois edifícios estão planejados para a ampliação da instituição. (Com informações e fotos do Setor de Comunicação/Prefeitura)
— —
Veículo: Cornélio Notícias
Editoria: Detalhes
Data: 26/01/2019
Link: https://portal.cornelionoticias.com.br/posts/detalhes/3140
Título: Prefeito Amin Hannouche recepciona Ministro da Educação no Campus da UTFPR
Postado por: redação do portal Cornélio Notícias
26/01/2019 às 17:29:31 | 4751 visualizações
Ricardo Vélez Rodrigues inaugurou o Bloco S da Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Foi a primeira visita oficial do Ministro a um município brasileiro depois da sua posse
O prefeito Amin Hannouche recepcionou na manhã desta sexta-feira, (Dia 26) o ministro da Educação do Brasil, o professor Ricardo Vélez Rodríguez. Acompanhado do vice-governador do Paraná, Darci Piana, do Secretário Estadual de Educação, Renato Feder, dos deputados Alex Canziani e Luiz Claudio Romanelli, do Reitor da UTFPR Luiz Alberto Pilatti, da Deputada eleita Luíza Canziani, prefeitos da Amunop, vereadores e convidados Amin Hannouche participou da solenidade de inauguração do Bloco S da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), no Campus da Universidade de Cornélio Procópio. Ao saudar o ilustre visitante, que cumpriu seu primeiro compromisso oficial desde a sua posse, no inicio do ano, visitando Cornélio Procópio, o prefeito afirmou que a cidade e a região estava orgulhosa e lisonjeada pela deferência do Ministro nesta importante visita. “Nossa cidade recebe o Ministro e sua Comitiva com muita alegria e satisfação. Que esta seja a primeira de várias visitas a nossa cidade e a nossa região”, afirmou o prefeito. Ricardo Vélez recebeu um mimo do município, das mãos do prefeito Amin Hannouche. O Ministro ainda foi saudado pelo Deputado Estadual Luiz Claudio Romanelli, que pediu apoio do presidente Jair Bolsonaro na inclusão da região nos projetos do Ministério da Educação. O deputado Federal Alex Canziani (PTB/PR) também agradeceu a presença do Ministro Ricardo Vélez Rodriguez em Cornélio Procópio. “O ministro inaugura uma nova ala para esta Universidade totalmente comprometida com o desenvolvimento regional, através da educação profissional”, disse Alex. O parlamentar pediu ao vice-governador Darci Piana que seja o represente oficial da região na condução do projeto de implantação da Faculdade de Medicina na Universidade Estadual do Norte do Paraná, a UENP, também em Cornélio Procópio. O Reitor da UTFPR, Luiz Pilatti fez um histórico da Centenária UTFPR, destacando seus principais cursos profissionais e oportunidade para milhares de pessoas em todo o estado. Representando o Governador Carlos Massa Junior, o vice-governador Darci Piana agradeceu o empenho do ministro em questões do Estado do Paraná, que começarão a ser debatidos a partir da próxima semana em Brasília. “Participei com muita honra, ao lado do ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodrigues, da inauguração do Bloco (S) desta importante e tradicional instituição de Ensino Superior. Que este seja o primeiro de muitos projetos que o Paraná precisa nesta área educacional”. Afirmou.
De volta à terra
O ministro da Educação Ricardo Vélez Rodríguez destacou que a inauguração de novo bloco da UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do Paraná, em Cornélio Procópio marca um novo tempo à instituição. Ele afirmou que estava muito feliz de voltar à região, onde se considera um morador eterno. “É uma satisfação enorme vir aqui. Sou pé-vermelho e mais da metade do meu secretariado também é. Estou voltando para casa. Nosso foco é cuidar dos municípios. Dou muita importância ao ensino tecnológico, que está diretamente ligado à produção”, afirmou. Colombiano, naturalizado brasileiro, Ricardo Rodriguez é morador de Londrina, onde começou sua carreira acadêmica no País, como professor do departamento de Filosofia da Universidade Estadual de Londrina, na década de 1980. Atualmente é aposentado da Universidade Federal de Juiz de Fora, em Minas Gerais. “Me naturalizei em 1997, mas jamais me senti um estrangeiro. O Brasil é feito por imigrantes, de todas as raças, todas as cores. Vale à pena ser brasileiro”, disse o ministro para a plateia.
Com sua experiência nas universidades brasileiras, Vélez Rodriguez afirmou ter aprendido que o principal problema é a gestão. O ministro afirmou que é necessário que os servidores cumpram aquilo que está acordado no contrato de trabalho. “Sou um funcionário público e defendo a categoria, mas precisamos fazer cumprir o que está definido na Constituição e são as reais necessidades públicas”, criticou. Entre os presentes, havia três alunos segurando cartazes com críticas ao governo. Sem responder diretamente a eles, o ministro afirmou que é necessário ouvir e ler os protestos dos alunos e compreender o que necessitam. “Acredito na busca do cidadão e por isso, tenho como meta trabalhar com os municípios e entender o que as escolas precisam no plano municipal e estadual”, concluiu o Ministro da Educação. O novo prédio construído na UTFPR ocupa uma área de 3.993 metros quadrados e tem cinco pavimentos. O espaço irá abrigar laboratórios e salas de apoio pedagógico e de reuniões, além de espaço para a coordenação. Foram investidos no projeto mais de R$ 8,2 milhões de reais de verbas federais. Serão atendidos cursos de engenharia elétrica, eletrônica e controle e automação. Outros dois edifícios estão planejados para a ampliação da instituição. Concluindo seu mandato parlamentar no próximo dia 31, o deputado Federal Alex Canziani destacou a grande presença do Ensino Profissional através da UTFPR em toda a região. “Há 20 anos, num raio de 70 quilômetros só tínhamos o Cefet. Agora, construímos a maior rede de escolas do estado do Paraná, com a UTFPR, o Instituto Federal do Paraná, o Senac e o campus da UFPR, em Jandaia do Sul”, concluiu o deputado federal Alex Canziani (PTB), pai da deputada Federal Luíza Canziani.
— —
Veículo: G1 Zona da Mata
Editoria: Notícias
Data: 27/01/2019
Título: Saúde mental é tema de iniciativas nas universidades federais da Zona da Mata e Vertentes
Os principais casos estão relacionados à ansiedade, depressão e queixas afetivo-emocionais. Instituições também possuem iniciativas voltadas para a comunidade externa.
Por Roberta Oliveira, G1 Zona da Mata
27/01/2019 14h13 Atualizado há um mês
As questões ligadas à saúde mental também chegaram às salas de aula e ao ambiente das instituições federais de ensino superior na Zona da Mata e Vertentes. E não apenas como tema relacionado aos futuros profissionais, mas como necessidade de incentivar a qualidade de vida dos estudantes durante os cursos.
Aproveitando a campanha “Janeiro Branco”, o G1 entrou em contato com as Universidades Federais de Juiz de Fora (UFJF), de São João del Rei (UFSJ) e de Viçosa (UFV) para saber as iniciativas de acolhimento dos estudantes e também da comunidade externa às instituições que necessitem de orientação, diagnóstico e cuidado relacionados às doenças de saúde mental.
O Instituto Federal Sudeste de Minas (IF Sudeste) não respondeu aos questionamentos enviados até o fechamento da reportagem.
Campanha “Janeiro Branco”: como ter atendimento em cidades da região
‘Felicidade’ é tema de curso especial em duas unidades da UFSJ
Juiz de Fora
De acordo com dados das fichas de atendimento psicológico da Pró-reitoria de Assistência Estudantil da UFJF (Proae), foram atendidos cerca de 463 estudantes em 2018. Os quadros mais comuns nos estudantes são ansiedade, transtornos do humor (depressão) e queixas afetivo-emocionais (inclui problemas familiares, sociais e acadêmicos).
Segundo a Diretoria de Imagem Institucional, foram realizadas palestras, rodas de conversa, grupos psicoeducativos, grupo de meditação, grupo psicoeducacional, atendimento psicológico individual e grupal, além do plantão psicológico. E a instituição busca parcerias com a Rede de Saúde Pública para o desenvolvimento de outras ações pontuais coordenadas.
“Ainda há grande receio de abordar as questões que envolvem a saúde mental, apesar de ela estar tão presente em nosso cotidiano. O atendimento psicológico é uma via bastante importante para trabalhar algumas dificuldades e sofrimentos pessoais que muitas das vezes não possuem espaço para ser abordados. Falar sobre isso faz diferença”, analisou a UFJF em posicionamento enviado ao G1.
Na Proae são oferecidos os seguintes grupos de atendimento e apoio aos estudantes:
Grupo Fora de Casa: grupo multiprofissional psicoeducacional facilitado por psicólogos, com a participação de vários profissionais (docente, economista, assistente social e pedagogo) para trabalhar a adaptação acadêmica, pessoal e social com estudantes que deixaram sua cidade de origem para cursar a universidade;
Grupo Deboas: com uma abordagem psicoeducativa, facilitado por psicóloga que apresenta, de forma prática e objetiva, informações e técnicas para o manejo dos sintomas de ansiedade;
Grupos de encontro psicoterapêutico, embasados na Abordagem Centrada na Pessoa de Carl Rogers, para promover o crescimento e o aperfeiçoamento pessoal e/ou psicológico;
Programa de estratégias cognitivas e metacognitivas de leitura (Pecom): facilitado por psicóloga e pedagoga, o objetivo é oferecer uma intervenção aos estudantes para aperfeiçoar a compreensão de textos teóricos na Universidade e proporcionar aos discentes um espaço para desenvolver uma leitura crítica, criativa e autônoma de textos que, consequentemente, os auxiliarão em sua trajetória acadêmica, pessoal, social e, futuramente, profissional;
Mindfulness: em parceria com a Pró-reitoria de Gestão de Pessoas (Progepe), a Proae apresenta o projeto Mindfulness (meditação da atenção plena), destinados a estudantes e a servidores da UFJF. As técnicas de Mindfulness são práticas retiradas das tradições do Yoga e do Budismo adaptadas e transmitidas em contexto laico, por meio de protocolos que se mostram úteis para o manejo de estresse e melhora da qualidade de vida.
Para ter acesso aos grupos é importante que os estudantes sempre visitem o site da Proae ou acompanhem as redes sociais da instituição para realizarem as inscrições que normalmente ocorrem no início do semestre.
No atendimento individual do Serviço de Psicologia da Proae é ofertado um espaço de acolhimento e escuta com o objetivo de refletir sobre a vida acadêmica, as questões afetivas e emocionais que podem ocorrer durante a experiência universitária (plantão psicológico), além do atendimento breve e do encaminhamento para outros serviços (inclusive psiquiátrico), quando necessário.
O plantão caracteriza-se pelo acolhimento ao estudante no momento de sua necessidade, favorecendo a melhor forma de lidar com seus recursos e limites. A partir desta escuta, questões emergentes poderão ser trabalhadas, as quais nem sempre precisam de acompanhamento.
Atendimento à população
A UFJF também oferece um atendimento voltado para a comunidade externa no Centro de Psicologia Aplicada (CPA), que recebe semestralmente novos pacientes para atendimento psicológico individualmente e em grupo.
No início do período letivo há a abertura de, em média, 45 vagas para atendimento de crianças, adultos e idosos, independente da queixa do paciente. A inscrição é feita por ordem de chegada. Interessados devem ligar para (32) 3216-1029. Os atendimentos são realizados pelos alunos do curso de Psicologia e supervisionados pelos professores do curso.
Além disso, existe uma entrada contínua, por todo o ano, para os projetos de extensão e alguns estágios de professores. Atualmente, acolhem demandas para avaliação psicológica, reabilitação neuropsicológica para dificuldades escolares e de leitura, mulheres usuárias de drogas, público transgênero, tímidos e homens agressores.
São João del Rei
Até setembro de 2018, a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Proae) realizou 2.101 sessões com psicólogos, sejam com os dois profissionais da própria Universidade ou nas seis clínicas psicológicas credenciadas e uma psiquiátrica.
Do total, 1.626 sessões ocorreram nos três campi em São João del Rei; 288 em Ouro Branco e 187 em Sete Lagoas, além de 39 atendimentos psiquiátricos, encaminhados pelo serviço psicológico. Em 2017, foram 2.727 sessões com psicólogos e dez atendimentos em Psiquiatra.
Para solicitar atendimento, o estudante deve procurar a Proae ou o Setor de Assistencial Estudantil local. Em São João del Rei, é oferecido ainda atendimento de urgência aos estudantes, às quintas-feiras, das 9h às 11h e das 14h às 16h, por ordem de chegada.
Atendimento à população
No campus Dom Bosco, em São João del Rei, funciona o Serviço de Psicologia Aplicada (SPA), ligado ao Departamento de Psicologia. O objetivo é dar suporte à realização de projetos de estágios curriculares e/ou pesquisas que demandem a cooperação administrativa do setor, extensão e convênios na área de saúde, desenvolver projetos que contemplem a prestação de serviços de psicologia aplicada, o que inclui, no plano clínico, o atendimento psicológico.
Esse atendimento é gratuito e realizado por alunos, supervisionados pelos professores do departamento, e também por psicólogos técnicos da universidade. Para ser atendido, é necessário se cadastrar no Serviço e aguardar ser chamado. A população carente da região recebe prioridade na lista de espera. Para informações, as pessoas devem ligar para (32) 3379-5188.
O serviço clínico do SPA atende cerca de 150 pessoas por semestre, entre crianças, adolescentes, adultos e idosos. São dez salas para consulta individual, infantil e em grupo, além de uma sala de testes.
Recebem demandas de psicodiagnóstico, orientação profissional, queixa escolar, avaliação psicológica, além de transtornos de ansiedade, de humor, alimentar, de personalidade, do espectro autismo, fobias, depressão, dependência química, estresse, entre outros.
Além disso, a Universidade destaca dois projetos de extensão que estão em andamento:
Programa de Extensão Sistema de Saúde e Educação (Laços e Ações): desenvolve, desde 2007, atividades no Centro de Atenção Psicossocial (Caps). No período, foram implementados dois Programas de Educação pelo Trabalho (PET) Saúde Redes, de 2013 a 2015 e PET Saúde GraduaSUS, em andamento desde 2016. A partir destas e outras atividades, a equipe de estagiários em consonância com integrantes da equipe do Caps e alguns usuários criou e consolidou um Centro de Convivência (CECO);
Projeto Nise da Silveira – Oficinas Terapêuticas no Serviço de Referência em Saúde Mental (Sersam): realização de oficinas terapêuticas em pequena quantidade atualmente, com os usuários do Sersam em Divinópolis, a fim de proporcionar maior autonomia e inclusão social aos usuários do serviço.
Viçosa
A Divisão Psicossocial explicou que as queixas mais frequentes na Universidade Federal de Viçosa (UFV) estão relacionadas a conflitos interpessoais (familiares, relacionais e amorosos), estresse e ansiedade. Transtornos de ansiedade, depressão e ideações suicidas têm sido crescentes.
A universidade dispõe de duas unidades de saúde. Uma delas é específica de atenção à saúde mental, conta com uma equipe interdisciplinar composta de psicólogos, psiquiatras e assistente social. Em 2018, foram atendidas 5.586 pessoas, sendo 3.276 estudantes de ensino médio, graduação e pós-graduação e 1.960 eram servidores ativos e inativos.
Segundo as informações repassadas ao G1, a grande maioria dos estudantes da instituição reside sem a presença de familiares. Por isso, há “um grande contingente de jovens vivenciando desafios relacionados à conflitos adaptativos (exercício da autonomia e da liberdade, associados ao processo de adaptação à vida universitária)”.
Na Divisão Psicossocial da UFV são oferecidos plantões psicológicos para facilitar os atendimentos e realizar uma triagem dos casos. “Havendo necessidade de acompanhamento, estes são realizados por meio de psicoterapia breve e acompanhamento psiquiátrico. Numa perspectiva preventiva, são oferecidas intervenções coletivas por meio de grupos terapêuticos”, explicou.
“A Divisão Psicossocial desenvolve no primeiro semestre uma campanha de prevenção do uso problemático de substâncias psicoativas e, em setembro, a campanha Setembro Amarelo de prevenção do suicídio. Várias outras campanhas de saúde são também desenvolvidas por outra unidade de saúde biomédica”.
A assessoria explicou que demandas da comunidade são encaminhadas para a rede pública municipal. No âmbito acadêmico, há projetos sociais que são desenvolvidos pelos departamentos da área de saúde da UFV, voltados ao público externo e que contemplam mulheres, idosos e crianças.
JUIZ DE FORA
SÃO JOÃO DEL REI
— —
Veículo: Contra Relógio
Editoria: Desafio
Data: 27/01/2019
Título: GILBERTO LOPES CONQUISTA O HEXACAMPEONATO NO CROSS COUNTRY
Postado por André Savazoni | jan 27, 2019 | Desafio, HOME SLIDE | 0 |
Gilberto Lopes conquista o hexacampeonato no Cross Country
Gilberto Silvestre Lopes (Pé de Vento/Petrópolis) conquistou o hexacampeonato da Copa Brasil Caixa de Cross Country de 2019, disputada na manhã deste domingo (di 27) no Parque Ecológico do Tietê, em São Paulo.
Gilberto completou os 10 km da prova em 32:06, com pequena vantagem para o segundo colocado, Johnatas Cruz (Guarulhos), que fez 32:15. “Fico satisfeito pelo meu sexto título, agora quero me preparar bem para o Sul-Americano, já conheço Guayaquil e com certeza será um percurso difícil”, afirmou o hexacampeão.
Na prova que abriu a competição, os 10 km feminino adulto, vitória de Amanda Aparecida de Oliveira (UFJF), que completou as cinco voltas do percurso em 38:23.
“Estou muito feliz com o resultado, fiz bons treinos nessa última semana. Gostei do percurso, já estou acostumada com este tipo de terreno já que meus pais moram na zona rural”, afirmou a campeã.
Graziele Zarri (FECAM), com 38:50, e Simone Ponte Ferraz (Corville), com 39:45, completaram o pódio.
A competição definiu a equipe que disputará o Campeonato Sul-Americano de Cross, em Guayaquil, no Equador, em fevereiro.
A Copa Brasil Caixa de Cross Country contou com a participação de 240 atletas de 48 clubes.
Resultados
10 km adulto feminino
1º) Amanda Aparecida Oliveira (UFJF) – 38:23
2º) Graziele Zarri (FECAM) – 38:50
3º) Simone Ponte Ferraz (Corville) – 39:45
Por equipes
1º) UFJF – 32 pontos
2º) Barra do Garças – 15 pontos
4 km sub-18 feminino
1º) Gabriela Tardivo (IPEC) – 15:32
2º) Francielly Marcondes (Barra do Garças) – 15:54
3º) Ana Beatriz Trajano (ABDA Atletismo) – 16:31
Por equipes
1º) Barra do Garças – 22 pontos
6 km sub-20 feminino
1º) Jeovana dos Santos (ABDA Atletismo) – 23:58
2º) Leticia Belo (Orcampi Unimed) – 24:07
3º) Bianca dos Santos ( FAE-Osasco) – 24:23
Por equipes
1º) ABDA Atletismo – 18 pontos
6 km sub-18 masculino
1º) Douglas de Oliveira Henrique (CRVG) – 20:00
2º) Tiago Emidio Fernandes (AAC) – 20:02
3º) Lucas Pinho Leite (Barra do Garças) – 20:06
Por equipes
1º) Orcampi Unimed – 90 pontos
2º) AAC – 84 pontos
3º) Barra do Garças – 77 pontos
8 km sub-20 masculino
1º) Vitor de Oliveira da Silva (FECAM) – 27:41
2º) Mario Henrique Brito (Barra do Garças) – 27:50
3º) Leonardo do Nascimento (Orcampi Unimed) – 28:08
Por equipes
1º) UFJF – 51 pontos
2º) Barra do Garças – 48 pontos
3º) ACA – 32 pontos
10 km adulto masculino
1º) Gilberto Silvestre Lopes (Pé de Vento-Petrópolis) – 32:06
2º) Johanatas de Oliveira Cruz (Guarulhos) – 32:15
3º) Andre Ramos de Souza (Barra do Garças) – 33:09
Por equipes
1º) GE Alta Velocidade – 57 pontos
2º) Orcampi Unimed – 41 pontos
3º) Barueri – 31 pontos
— —
Veículo: Olimpíada Todo Dia
Editoria: Atletismo
Data: 27/01/2019
Link: http://www.olimpiadatododia.com.br/atletismo/115784-gilberto-lopes-hexa-copa-brasil/
Título: Gilberto Lopes conquista o hexa na Copa Brasil de Cross Country
Em São Paulo, Gilberto Lopes conquista o hexacampeonato da Copa Brasil de Cross Country após finalizar os 10 km da prova com o tempo de 32m06s
27 de janeiro de 2019
Wagner Carmo/CBAt
Gilberto Silvestre Lopes (Pé de Vento/Petrópolis) conquistou o hexacampeonato da Copa Brasil Caixa de Cross Country 2019, disputada na manhã deste domingo (27) no Parque Ecológico do Tietê, em São Paulo.
Gilberto completou os 10 km da prova em 32m06s, com pequena vantagem para o segundo colocado, Johnatas Cruz (Guarulhos), que fez 32m15s. “Fico satisfeito pelo meu sexto título, agora quero me preparar bem para o Sul-Americano, já conheço Guayaquil e com certeza será um percurso difícil”, afirmou o hexacampeão.
Na prova que abriu a competição, os 10 km feminino adulto, vitória de Amanda Aparecida de Oliveira (UFJF), que completou as cinco voltas do percurso em 38m23s “Estou muito feliz com o resultado, fiz bons treinos nessa última semana. Gostei do percurso, já estou acostumada com este tipo de terreno já que meus pais moram na zona rural”, afirmou a campeã. Graziele Zarri (FECAM), com 38m50s e Simone Ponte Ferraz (Corville), com 39m45s completaram o pódio.
Nos 4 km Sub-18 feminino, Gabriela Tardivo (IPEC) venceu com uma pequena vantagem. Gabriela fez 15.32 e superou Francielly Marcondes (Barra do Garças), segunda com 15m54s e Ana Beatriz Trajano (ABDA Atletismo), terceira, com 16.31.
Na prova masculina, Douglas de Oliveira Henrique (CRVG) completou os 6 km em 20m00s. Tiago Emidio Fernandes (AAC), com 20m02s e Lucas Pinho Leite (Barra do Garças), com 20m06s também foram ao pódio. “Treinei muito nos últimos meses para chegar bem na competição, a torcida ajudou muito no final da prova”, disse.
Nos 6 km Sub-20 feminino, Jeovana dos Santos (ABDA Atletismo) venceu com 23m58s, seguida por Leticia Belo (Orcampi Unimed), com 24m07s e Bianca dos Santos (FAE-Osasco), com 24m23s. Na prova masculina, os 8 km Sub-20, Vitor de Oliveira da Silva (FECAM) venceu com 27m41s, apenas nove segundos de vantagem para Mario Henrique Brito (Barra do Garças), segundo com 27m50s. Leonardo do Nascimento (Orcampi Unimed) foi o terceiro, com 28m08s. “Foi um percurso desafiador, mas estou feliz com a minha primeira medalha no Cross”, disse o campeão.
A competição definiu a equipe que disputará o Campeonato Sul-Americano de Cross, em Guayaquil, no Equador, em fevereiro.
Resultados
10 km adulto feminino
1º Amanda Aparecida Oliveira (UFJF) 38.23
2º Graziele Zarri (FECAM) 38.50
3º Simone Ponte Ferraz (Corville) 39.45
Por equipes
1º UFJF – 32 pontos
2º Barra do Garças – 15 pontos
4km Sub-18 feminino
1º Gabriela Tardivo (IPEC) 15.32
2º Francielly Marcondes (Barra do Garças) 15.54
3º Ana Beatriz Trajano (ABDA Atletismo) 16.31
Por equipes
1º Barra do Garças – 22 pontos
6km Sub-20 feminino
1º Jeovana dos Santos (ABDA Atletismo) 23.58
2º Leticia Belo (Orcampi Unimed) 24.07
3º Bianca dos Santos ( FAE-Osasco) 24.23
Por equipes
1º ABDA Atletismo – 18 pontos
6km Sub-18 masculino
1º Douglas de Oliveira Henrique (CRVG) 20.00
2º Tiago Emidio Fernandes (AAC) 20.02
3º Lucas Pinho Leite (Barra do Garças) 20.06
Por equipes
1º Orcampi Unimed – 90 pontos
2º AAC – 84 pontos
3º Barra do Garças – 77 pontos
8 km Sub-20 masculino
1º Vitor de Oliveira da Silva (FECAM) 27.41
2º Mario Henrique Brito (Barra do Garças) 27.50
3º Leonardo do Nascimento (Orcampi Unimed) 28.08
Por equipes
1º UFJF – 51 pontos
2º Barra do Garças – 48 pontos
3º ACA – 32 pontos
10 km adulto masculino
1º Gilberto Silvestre Lopes (Pé de Vento-Petrópolis) 32.06
2º Johanatas de Oliveira Cruz (Guarulhos) 32.15
3º Andre Ramos de Souza (Barra do Garças) 33.09
Por equipes
1º GE Alta Velocidade – 57 pontos
2º Orcampi Unimed – 41 pontos
3º Barueri – 31 pontos
Mais informações no link: http://cbat.org.br/competicoes/copa_cross/2019/
— —
Veículo: Runner Brasil
Editoria: Notícias
Data: 27/01/2019
Link: http://www.runnerbrasil.com.br/Views/Runner/Runner_NoticiasDetalhe.aspx?idNoticia=10371
Título: Gilberto Silvestre vence a Copa Brasil de Cross Country pela sexta vez
Gilberto Silvestre Lopes (Pé de Vento/Petrópolis) conquistou o hexacampeonato da Copa Brasil Caixa de Cross Country 2019, disputada na manhã deste domingo (27) no Parque Ecológico do Tietê, em São Paulo.
Gilberto completou os 10 km da prova em 32:06, com pequena vantagem para o segundo colocado, Johnatas Cruz (Guarulhos), que fez 32.15. “Fico satisfeito pelo meu sexto título, agora quero me preparar bem para o Sul-Americano, já conheço Guayaquil e com certeza será um percurso difícil”, afirmou o hexacampeão.
Na prova que abriu a competição, os 10 km feminino adulto, vitória de Amanda Aparecida de Oliveira (UFJF), que completou as cinco voltas do percurso em 38.23. “Estou muito feliz com o resultado, fiz bons treinos nessa última semana. Gostei do percurso, já estou acostumada com este tipo de terreno já que meus pais moram na zona rural”, afirmou a campeã. Graziele Zarri (FECAM), com 38.50 e Simone Ponte Ferraz (Corville), com 39.45 completaram o pódio.
Nos 4 km Sub-18 feminino, Gabriela Tardivo (IPEC) venceu com uma pequena vantagem. Gabriela fez 15.32 e superou Francielly Marcondes (Barra do Garças), segunda com 15.54 e Ana Beatriz Trajano (ABDA Atletismo), terceira com 16.31.
Na prova masculina, Douglas de Oliveira Henrique (CRVG) completou os 6 km em 20.00. Tiago Emidio Fernandes (AAC), com 20.02 e Lucas Pinho Leite (Barra do Garças), com 20.06 também foram ao pódio. “Treinei muito nos últimos meses para chegar bem na competição, a torcida ajudou muito no final da prova”, disse.
Nos 6 km Sub-20 feminino Jeovana dos Santos (ABDA Atletismo) venceu com 23.58, seguida por Leticia Belo (Orcampi Unimed), com 24.07 e Bianca dos Santos ( FAE-Osasco), com 24.23. Na prova masculina, os 8 km Sub-20, Vitor de Oliveira da Silva (FECAM) venceu com 27.41, apenas nove segundos de vantagem para Mario Henrique Brito (Barra do Garças), segundo com 27.50. Leonardo do Nascimento (Orcampi Unimed) foi o terceiro, com 28.08. “Foi um percurso desafiador, mas estou feliz com a minha primeira medalha no Cross”, disse o campeão.
A competição definiu a equipe que disputará o Campeonato Sul-Americano de Cross, em Guayaquil, no Equador, em fevereiro.
A Copa Brasil Caixa de Cross Country 2019 contou com a participação de 240 atletas de 48 clubes e foi realizada pela CBAt com apoio do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE). O evento integra o Programa de Apoio ao Calendário Nacional da Caixa, a patrocinadora oficial do Atletismo brasileiro.
Resultados
10 km adulto feminino
1º Amanda Aparecida Oliveira (UFJF) 38.23
2º Graziele Zarri (FECAM) 38.50
3º Simone Ponte Ferraz (Corville) 39.45
Por equipes
1º UFJF – 32 pontos
2º Barra do Garças – 15 pontos
4km Sub-18 feminino
1º Gabriela Tardivo (IPEC) 15.32
2º Francielly Marcondes (Barra do Garças) 15.54
3º Ana Beatriz Trajano (ABDA Atletismo) 16.31
Por equipes
1º Barra do Garças – 22 pontos
6km Sub-20 feminino
1º Jeovana dos Santos (ABDA Atletismo) 23.58
2º Leticia Belo (Orcampi Unimed) 24.07
3º Bianca dos Santos ( FAE-Osasco) 24.23
Por equipes
1º ABDA Atletismo – 18 pontos
6km Sub-18 masculino
1º Douglas de Oliveira Henrique (CRVG) 20.00
2º Tiago Emidio Fernandes (AAC) 20.02
3º Lucas Pinho Leite (Barra do Garças) 20.06
Por equipes
1º Orcampi Unimed – 90 pontos
2º AAC – 84 pontos
3º Barra do Garças – 77 pontos
8 km Sub-20 masculino
1º Vitor de Oliveira da Silva (FECAM) 27.41
2º Mario Henrique Brito (Barra do Garças) 27.50
3º Leonardo do Nascimento (Orcampi Unimed) 28.08
Por equipes
1º UFJF – 51 pontos
2º Barra do Garças – 48 pontos
3º ACA – 32 pontos
10 km adulto masculino
1º Gilberto Silvestre Lopes (Pé de Vento-Petrópolis) 32.06
2º Johanatas de Oliveira Cruz (Guarulhos) 32.15
3º Andre Ramos de Souza (Barra do Garças) 33.09
Por equipes
1º GE Alta Velocidade – 57 pontos
2º Orcampi Unimed – 41 pontos
3º Barueri – 31 pontos
Fonte: CBAt
— —
Veículo: Notícias do ENEM
Editoria: Notícias
Data: 27/01/2019
Título: VEJA DICAS DE ESTUDANTES NOTA 1000 NA REDAÇÃO DO ENEM 2018 – UOL
– 27 De Janeiro De 2019
A nota máxima na redação do Enem é um objetivo alcançado por poucos. No Enem 2018, apenas 55 participantes do total de 4 milhões alcançaram a nota 1000. Entre os que conseguiram esse feito, 42 são mulheres.
O Brasil Escola foi atrás desses estudantes, que contaram como foi a preparação até o Enem, revelaram suas propostas de intervenção e deram dicas para redigir uma boa redação. Eles vão tentar uma vaga em universidade pública por meio do Sistema de Seleção Unificada (SiSU), cujas inscrições foram prorrogadas até domingo (27).
Isabel Dória
Isabel quer passar para Odontologia ou Publicidade no SiSU
Mesmo já sendo estudante de Direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), a carioca Isabel Dória, de 18 anos, decidiu fazer o Enem 2018 para manter as possibilidades abertas. Conciliou a faculdade com os estudos para o Enem e, para ter mais argumentos na prova de redação, ela procurou ler artigos e livros e assistir documentários e filmes.
Na redação do Enem 2018, que teve como tema a “Manipulação do comportamento de usuário pelo controle de dados na internet”, Isabel sugeriu a inserção de novas disciplinas na grade curricular para que os professores pudessem orientar melhor os alunos em relação à internet e aos dados pessoas que são divulgados.
Ainda indecisa em relação ao curso, Isabel pensa em mudar para Publicidade ou Odontologia, ambos os cursos na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Rylla Varela
Rylla vai usar notas do Enem para tentar Medicina em um universidade federal do Nordeste
A potiguar Rylla Varela, de 19 anos, fazia pelo menos uma redação por semana para o Enem e enviava para a correção do professor. Em uma das redações, ela abordou a influência da tecnologia na vida das pessoas. “O tema do Enem 2018 foi parecido com o da redação que fiz no cursinho e isso me ajudou”, revela a estudante de Natal. Apesar de ter familiaridade com o tema, Rylla lembrou que muitos estudantes não tiveram a mesma facilidade por falta acesso à internet e desconhecimento sobre controle de dados.
Destacando a importância de saber organizar as ideias que vêm na cabeça na hora de produzir o texto, Rylla comenta que em sua proposta sugeriu que os ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia desenvolvessem políticas que proporcionassem à população mais conhecimento digital. Ela está decidida a tentar uma vaga em Medicina em alguma universidade federal do Nordeste.
Carolina Mendes
Carolina é uma das alunas notal mil na redação do Enem 2018
Também de Natal, Carolina Mendes, de 18 anos, destaca o repertório de Filosofia, Sociologia, Artes e Música trabalhado no cursinho Ciências Aplicadas como um diferencial para sair bem na redação do Enem 2018. Ela também pretende cursar Medicina e a primeira opção é a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Ao ser surpreendida pelo tema, Carolina relembra que os textos de apoio foram importantes para que ela pudesse discursar melhor sobre o que estava sendo exigido. “O tema demandou uma reflexão um pouco além do que a gente tava acostumado e foi um susto, mas quando eu comecei a ler os textos ficou algo mais tranquilo, já que pensar sobre ele remeteu a reflexões anteriores”, relembra.
Em sua abordagem, a Carolina destacou que é de responsabilidade das escolas trabalhar o uso crítico consciente das tecnologias, levando em consideração que, atualmente, as novas gerações já nascem inseridas nesse meio e precisam entender o impacto disso.
Lívia Taumaturgo
Lívia quer fazer Medicina e continuar morando na sua cidade
Disciplina e persistência foram as palavras que descreveram a preparação da fortalezense Lívia Taumartgo, de 18 anos, para a prova do Enem. Desde 2015 se preparando para o exame, a estudante relembra da sua primeira nota na redação: 680. Desempenho esse que foi melhorando até chegar a nota 1000 em 2018.
O resultado foi consequência da dedicação de quem produzia duas redações por semana no laboratório do cursinho e que buscava sempre na correção dos professores, leitura de noticiários e pesquisas diversas, informações para ajudar no desenvolvimento e melhora dos textos.
Entre suas propostas na redação, Lívia destacou que os Estados estabelecessem políticas públicas que auxiliem a população para realizar uma navegação correta na internet e, como consequência, “diminuir o consumismo exacerbado intensificado pela manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados”.
Lívia quer fazer Medicina e continuar morando na sua cidade. Por isso, vai tentar uma vaga na Universidade Federal do Ceará (UFC).
Luiza Valmon
Natural de Juiz de Fora, Luíza vai tentar vaga na UFJF
Natural de Juiz de Fora (MG), Luiza, 21 anos, tem consciência da importância da nota da redação do Enem 2018, por isso, além de fazer um cursinho pré-Enem em Minas Gerais, também investiu em um curso específico de redação. Ela produzia um texto por semana e mais outro a cada 15 dias.
O tema da redação do Enem chegou a ser discutido no cursinho, nas aulas de Sociologia, Geografia e Redação. Com isso, a mineira ganhou embasamento para construir o texto, chegando a citar autores como Émile Durkheim e a Teoria social e filosófica da Escola de Frankfurt.
“Na minha proposta de intervenção da redação do Enem propus que as escolas deveriam discutir mais sobre o tempo que os alunos passam na internet para eles terem mais consciência da liberdade e do papel deles na web. Relacionei tudo isso com a pedagogia de Paulo Freire”, relembra. Luíza vai tentar o curso de Medicina na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
André Bahia
André estava fazendo autoescola quando soube da sua nota no Enem
“Estava na autoescola fazendo a última aula do simulador e recebi mensagem no celular de que a nota do Enem tinha saído. Na hora, dei a notícia para minha namorada gritando. Foi engraçado!”. Dessa forma André, 18 anos, de Janúba (MG), descobriu que estava entre os estudantes nota mil na redação do Enem 2018.
O jovem conta que, desde o 9º ano do Ensino Fundamental, participava de uma oficina de escrita no colégio. Com isso, ele desenvolveu seu próprio modelo de escrita, criando um padrão para sua redação. O mineiro fazia de dois a quatro textos por mês.
André considera que o tema da redação foi desafiador. Ele defendeu que as empresas de tecnologia avisassem os usuários sobre o uso dos dados de forma mais clara e objetiva, evitando linguagem muito técnica. O jovem vai disputar uma vaga no curso de Medicina na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
João Victor
João Victor, de apenas 16 anos, tirou nota mil na redação do Enem 2018
Com apenas 16 anos, João Victor Mapurunga alcançou a nota máxima na redação do Enem 2018. Apesar de mais jovem em relação a muitos candidatos, o estudante de Teresina realiza a prova do Enem como treineiro desde que estava no 9º ano do Ensino Fundamental. “No primeiro ano do ensino médio minha nota foi 620, no segundo ano, 880, até chegar a nota 1000 no terceiro ano”, conta João, que fez o ensino médio no colégio Equação Certa.
Mesmo se deparando com um tema diferente em relação às expectativas de quem se preparava para realizar o exame, o jovem destacou o quanto a dedicação antes da prova pode ser o diferencial na hora de produzir o texto. “A preparação do aluno influencia muito em como ele vai reagir diante do tema e como ele se vira diante das adversidades”, comentou o estudante. João Victor também almeja uma vaga no curso de Medicina, em alguma universidade pública do país.
Bárbara Vicentini
Bárbara quer conquistar vaga na UFMG
Produção de, no mínimo, uma redação por semana. Assim como os demais estudantes, Bárbara, 17 anos, de Betim (MG), sabia que era necessário treinar bastante. No Colégio Rede Batista Mineiro, ela chegou a fazer várias redações que argumentavam sobre temas ligados à internet e redes de compartilhamento de informações.
Para ela, o tema da redação do Enem 2018 foi com extremamente bem construído, com muita relevância na sociedade atual, fazendo, inclusive, com que ela refletisse sua própria postura na internet.
“Como proposta de intervenção, propus o auxílio do governo à população para que essa diminuísse a exposição de dados e preferências na rede sem conhecimentos prévios, além de estímulo à leitura de termos de uso de sites e redes sociais e alertas sobre a manipulação por meio do controle de dados, a fim de evitar a alienação do indivíduo”, explica Bárbara, que também quer Medicina na UFMG.
— —
Veículo: G1 – Blog da Amélia González
Editoria: Natureza
Data: 27/01/2019
Título: Sociedade civil se manifesta contra a tragédia de Brumadinho
Por Amelia Gonzalez, G1
27/01/2019 15h29 Atualizado há 3 dias
Movimentos socioambientais realizaram hoje (27) pela manhã um ato na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, onde cerca de 500 pessoas se reuniram e chamaram a atenção da população para os equívocos das atividades de mineração na região. Há a certeza, por parte de muitos pesquisadores, de que é possível minerar de outra maneira, sem impactar tanto o meio ambiente e as pessoas. É em busca desse meio alternativo à extração mineral como é feita hoje que muitas organizações e associações se debruçam em estudos e mostram resultados que, em outros países, deram certo. O livro “Diferentes Formas de Dizer Não” (Ed. Fase), organizado por Julianna Malerba, traz experiências internacionais de resistência, restrição e proibição ao extrativismo mineral.
Neste sentido, o Comitê Nacional em Defesa dos Territórios Frente à Mineração, organização não-governamental acaba de lançar uma nota em repúdio ao que chama de “crime” cometido pela empresa Vale contra os habitantes da região de Brumadinho.
“Repudiamos que, diante de uma situação tão drástica, o presidente da mineradora silencie sobre suas responsabilidades, ao enunciar palavras vazias e fingir desconhecer as causas de mais esse crime-tragédia que recai sobre os trabalhadores, moradores de comunidades vizinhas ao complexo minerário, habitantes dos municípios banhados pelo rio Paraopeba que sofrerão com crises de abastecimento e toda a sociedade brasileira que perde com a devastação social e ambiental sofrida na região”, diz a nota.
Os representantes da organização afirmam que o processo de expansão da mina Córrego do Feijão, de onde rompeu a barragem, foi acelerado, “no qual tramitaram concomitantemente as licenças prévia, de instalação e de operação, seguindo as demandas do setor minerador de agilizar o processo”. E questionam os relatórios apresentados pela mineradora com laudos de vistoria da barragem em que não constava qualquer menção à falha de segurança ou situação de risco.
“Ao longo do ano passado, foram três os relatórios técnicos assinados por engenheiros da empresa que garantiam a estabilidade da estrutura da barragem de Brumadinho”, diz a nota.
Durante entrevista no dia da tragédia, o presidente da companhia, Fabio Schvartsman, chegou a dar o nome da empresa alemã que fizera a última vistoria da barragem, em setembro, dando conta de que estava tudo muito bem com a estrutura.
O Comitê se formou depois da tragédia em Mariana, quando outra barragem se rompeu, matando 19 pessoas e destruindo um município inteiro, de Bento Rodrigues. A fundação alemã Heinrich Boll Stiftung e a suíça Fastenopfer dão apoio ao movimento. Em artigo publicado no site do Comitê em dezembro de 2018, escrito a cinco mãos pelos professores Bruno Milanez, Cristiana Losekann, Tatiana Ribeiro, Karine Carneiro e Manoela Rolandi , eles atualizam o que chamam de “maior desastre socioambiental do Brasil”, causado pelas mineradoras Samarco, Vale e BHP:
“Há três anos pessoas atingidas não têm uma renda digna, sofrem a angústia de não ter certeza se a água que bebem poderá lhes causar doenças no futuro e as que perderam suas casas estão vivendo em moradias temporárias, aguardando o reassentamento. Além disso, um número incontável de pessoas sofre de alcoolismo, depressão e angústia em decorrência dos impactos do rompimento, bem como da pressão resultante do processo de negociação pela reparação integral dos danos sofridos”.
A sociedade civil organizada precisa, em momentos de crise como o que estamos passando, apresentar soluções e ter assento nos debates sobre possibilidades de um desenvolvimento que não seja tão destruidor.
— —
Veículo: The New York Times
Editoria: Mundo – Américas
Data: 27/01/2019
Link: https://www.nytimes.com/2019/01/27/world/americas/brazil-dam-brumadinho.html
Título: As 2nd Brazil Dam Threatens to Collapse, Death Toll Rises to 58
By Manuela Andreoni and Shasta Darlington
BRUMADINHO, Brazil — Two days after a torrent of mud pouring from a ruptured mining dam left at least 58 dead and 305 missing in the Brazilian town of Brumadinho, residents had to evacuate Sunday as a second dam threatened to collapse, spurring panic and outrage at what residents called a lack of accountability for Brazil’s powerful mining industry.
Sirens sounded before dawn, set off by heavy rains and dangerously high water levels at a dam at an iron ore complex owned by the Brazilian mining giant Vale S.A. Rescue workers looking for survivors from Friday’s disaster turned instead to evacuating residents to higher ground.
By the end of the day, residents were allowed to return to their homes. But for many Brazilians, this latest warning was further evidence that the system regulating the mining industry is broken, risking people’s lives and endangering the environment.
Still, few expect the rules to tighten under Brazil’s new president, Jair Bolsonaro, who promised during his campaign to restrict fines and ease regulations on mining and other industries that exploit natural resources.
There are more than 400 mining dams like the one that broke in Brumadinho in the state of Minas Gerais, the hub of Brazil’s mining industry. Three years ago, another such mining dam burst in the city of Mariana, 75 miles away, killing 19 people and unleashing one of the worst environmental disasters in Brazilian history. That dam was jointly owned by Vale and the Anglo-Australian mining company BHP.
Some of the dams have been deemed “unstable” but have continued operating for years, said Bruno Milanez, a professor of industrial engineering at the Federal University of Juiz de Fora. What is frightening, he said, is that the dams that broke — in Mariana and Brumadinho — were certified as “stable.”
In Brazil, independent auditors verify the safety of dams through regular inspections and analysis of written records. The problem, according to experts like Mr. Milanez and Luiz Jardim, a geography professor at the State University of Rio de Janeiro, is that the mining companies choose and contract with the auditors and provide all of the documentation that they analyze.
And that has not changed in the three years since the Mariana disaster, Mr. Jardim said. If anything, the regulatory framework in the state has become looser, as a drop in international commodities prices has prompted mining companies to cut costs, in some cases leading them to fill dams beyond capacity, reduce safety budgets and fail to put emergency systems in place, experts said.
“These are not exceptional events. Dams rupture. More will come,” Mr. Jardim said. “Either the monitoring system is flawed, or companies have figured out how to work around it.”
Vale’s chief executive, Fabio Schvartsman, said the cause of Friday’s breach was still being investigated. The Brumadinho dam has been inactive for three years and had been certified as stable as recently as this past December.
But a representative from Ibama, the federal environmental protection agency, warned at the time that the Brumadinho dams were not risk free.
“Any negligence on the part of those conducting risk management, and they rupture,” the representative said, according to notes of a December state council meeting on mining regulations that were sent to The New York Times.
At the meeting, council members voted on Vale’s request for a permit to expand operations in the mining compound that included the Brumadinho dam. Maria Teresa Corujo, an activist, was the only member to vote against it.
“I feel a mixture of pain, disgust, hatred and indignation,” she said about the approval, adding that the mining industry in the state of Minas Gerais “dominates all of the levels of power, it co-opts and threatens.”
One of the few concrete changes made after the Mariana disaster was a requirement that mining companies install alarms in communities at risk from dam breaks.
Although the sirens blared ahead of the evacuation on Sunday, residents of Brumadinho said there was no warning ahead of the lethal torrent on Friday.
“They told us that if anything ever happened, an alarm would go off to give us time to get everything out,” said Dari Pereira, 39, a machine operator who escaped with his family seconds before a river of sludge swept over his house Friday.
There was no time to take clothes, the car or even pets, Mr. Pereira said. He heard a strange crackling sound, then the scream of his mother-in-law next door, saying the dam had broken. He ran, taking his children.
“Seconds after we left, I saw a wave drag away everything, the house, everything,” he said.
On Sunday, holed up in his sister’s house, he was woken up by sirens warning of a new threat.
“I got so scared,” he said. “I thought, not again, my God!”
Again the family ran out with just the clothes they were wearing, he said as he sat in a local health clinic with a small backpack of donated clothes and no clear idea of what to do next.
As they tried to make sense of what had been lost, many residents wondered why they hadn’t been warned about the risks.
Ademir Caricato, a community leader in the Parque da Cachoeira neighborhood, where roughly 40 houses were destroyed and at least one person was missing, said that Vale officials had told residents last year that the dam posed little danger.
“We would be the first to die,” he remembered one official saying, pointing out that the mine’s administrative offices were right below the dam.
Brazil’s attorney general, Raquel Dodge, announced a task force to investigate the cause of the Brumadinho disaster, and judges ordered Vale to set aside 11 billion reais, about $2.9 billion, to pay damages caused by the dam collapse.
But experts said they were skeptical that much would improve under the new far-right president, Mr. Bolsonaro, who campaigned on a pro-business platform openly hostile to environmental regulations. He promised to open up protected lands to mining and to eliminate the “industry” of environmental fines.
After surveying the disaster zone, both he and his environment minister, Ricardo Salles, said mining dams needed stricter regulation. But when Mr. Salles was the environment chief for the adjacent state of São Paulo, he tried, unsuccessfully, to make it easier for mining companies to get safety and environmental impact certificates.
After the Mariana disaster, Vale and BHP committed $780 million to create a fund for reparations and repairs, and settled a lawsuit worth much more with Brazilian federal and state prosecutors. But critics say the lack of personal accountability — including jail time — for those responsible has fueled the sense of impunity.
“Nobody has been held personally responsible. All of the managers and directors have moved on and are living normal lives,” Mr. Milanez said. “The chances of Brumadinho ending up the same way are very big.”
Manuela Andreoni reported from Brumadinho, and Shasta Darlington from São Paulo.
— —
Veículo: The Brazilian Report
Editoria: Sociedade
Data: 27/01/2019
Link: https://brazilian.report/society/2019/01/27/brumadinho-collapse-desperate-situation/
Título: Brumadinho collape uncovers desperate situation of Brazil’s dams
By: Gustavo Ribeiro
[Texto não copiável]
— —
Veículo: Aqui Notícias
Editoria: Geral
Data: 27/01/2019
Título: Mortos chegam a 34; barragem com água preocupa autoridades
COMPARTILHE
Por Estadão – 27 de janeiro de 2019
O primeiro dia em Brumadinho, Minas Gerais, após a enxurrada de lama que seguiu o rompimento da barragem 1, da mineradora Vale, foi marcado pelo resgate de mortos e de sobreviventes. De acordo com o governo mineiro, no total, 34 corpos foram encontrados – entre eles o da médica Marcelle Cangussu, que estava na Vale havia dois anos, e foi a primeira vítima identificada – e 366 pessoas, localizadas. Dessas, 221 são funcionários da mineradora e 145, de empresas terceirizadas – 23 estão hospitalizados. O número de mortos já supera os 19 registrados com o rompimento da barragem da Samarco, em 2015, em Mariana. Pelo menos 254 pessoas permaneciam desaparecidas até a conclusão desta edição e as causas da tragédia não haviam sido esclarecidas.
Em Brumadinho, o cenário era de preocupação, com ameaça de rompimento da barragem 6, localizada ao lado da que se rompeu. Esta, em vez de lama, tem água. Também preocupou moradores e autoridades a previsão de chuva, que se confirmou à tarde e diminuiu o ritmo das buscas. O temor é de que, com grande volume de água, a lama ganhe velocidade e faça novos estragos. Na tentativa de reduzir os riscos, a Vale começou a drenar a água. Diante do risco, parte dos moradores teve de deixar suas casas. Quem não saiu enfrentou falta de água e de luz.
Também ontem, a pedido da Procuradoria-Geral de Justiça do Estado, a Justiça de Minas determinou o bloqueio de R$ 5 bilhões da mineradora para o pagamento de despesas ambientais. A Vale foi multada pelo Ibama em R$ 250 milhões, e o Ministério Público Federal e a Polícia Federal anunciaram que vão investigar o caso. Pela manhã, o presidente Jair Bolsonaro sobrevoou a área atingida pela lama e anunciou que o governo de Israel ofereceu ajuda para localizar os desaparecidos, por causa da expertise em encontrar pessoas soterradas depois de atentados a bomba. À noite, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, disse a jornalistas que o governo tem a intenção de mudar o protocolo de licenciamento das barragens brasileiras.
A solidariedade também chegou por meio das redes sociais. No Instagram, Gisele Bündchen postou imagens com o antes e depois do avanço da lama. Também se manifestaram o jogador de futebol Neymar e as atrizes Bruna Marquezine, Fernanda Paes Leme e Giovanna Ewbank. Já Fernando Henrique Cardoso cobrou autoridades. No Twitter, disse que “meio ambiente não é zoeira de esquerda: é respeito à vida das pessoas e do planeta”.
Novos riscos
Enquanto o desastre do rompimento da barragem do Córrego do Feijão começava a ser contabilizado em número de mortos, ontem uma nova ameaça pairava em Brumadinho, a de que uma nova barragem poderia se romper. A preocupação estava na boca dos moradores e surgiu na fala de autoridades.
Logo após o sobrevoo do presidente Jair Bolsonaro com ministros e outras lideranças pela região afetada, o ministro Gustavo Canuto, do Desenvolvimento Regional, afirmou no início da tarde que a preocupação no momento era com chuva e com a barragem 6.
Localizada ao lado da barragem 1, que rompeu anteontem, a B6 armazena água e tem volume de 1 milhão de m3. Segundo Canuto, ela está sendo monitorada e a Defesa Civil checa com frequência sua estabilidade. “Se romper, o desastre pode ser ainda maior”, disse.
Na sequência, o coronel Evandro Borges, coordenador da Defesa Civil de Minas, também citou que a B6 está “sendo monitorada de forma constante, em face do risco que ela pode apresentar de rompimento, o que pode agravar a situação por onde aconteceu o desastre”. A Vale anunciou que estava fazendo a drenagem da barragem com o uso de bombas, para reduzir a quantidade de água, e que o monitoramento da estrutura estava sendo realizado a cada hora.
No caso de um eventual rompimento, o despejo de 1 milhão de m3 de água poderia diluir a lama que agora está se movendo em velocidade mais lenta, aumentando o fluxo e carregando o material Rio Paraopeba abaixo. Mesmo em menor intensidade, a chuva também traz esse risco. “A velocidade dos rejeitos está ligada à densidade do material, quanto mais água, mais rápido se desloca”, explica Miguel Felippe, líder do grupo de pesquisas Terra (Temáticas Especiais Relacionadas ao Relevo e à Água) da Universidade Federal de Juiz de Fora.
“A parte da lama que já está depositada nos vales pode ser lavada pela água. A barragem a gente não sabe se vai romper. Mas chover, em algum momento vai, seja hoje ou daqui um tempo. E toda vez que chover o material depositado nas margens desse vale será levado para o rio e vai sendo distribuído”, complementa. “O problema não vai diminuir.”
O pesquisador, que acompanhou o desdobramento do rompimento da barragem do Fundão, em Mariana, em novembro de 2015, afirma que até hoje se coleta água no Rio Doce com o rejeito da Samarco. Ele explica que, ao contrário de Mariana, o rejeito de Brumadinho ficou mais retido nas margens de pequenos córregos antes de chegar ao Rio Paraopeba. “Esse material vai voltar por anos.”
O sedimento pode transformar a dinâmica do rio, alterando o hábitat para a fauna e a flora. Além de afetar a biodiversidade, pode prejudicar os recursos pesqueiros ou mesmo de lazer das populações que vivem à margem do rio. Existe uma preocupação também com o abastecimento de água. Há um ponto de captação de água no Rio Paraopeba, cerca de 9 km abaixo da foz do Córrego do Feijão, que foi suspenso pela Companhia de Saneamento de Minas (Copasa) após o rompimento da barragem.
Segundo a instituição, não há risco para o abastecimento da região metropolitana de Belo Horizonte. Mas, lembra Sergio Menin, presidente da Comissão de Recursos Hídricos da Sociedade Mineira de Engenheiros, o ponto de captação foi construído durante a crise hídrica. Isso poderia fazer falta num eventual cenário de seca.
A ambientalista Márcia Hirota, da SOS Mata Atlântica, afirmou que a organização está se mobilizando para fazer uma expedição na região, a exemplo do que foi feito no Rio Doce, para averiguar os impactos ambientais. “Os rejeitos vão descer, uma hora ou outra pela Paraopeba. Só não sabemos ainda o curso disso, o que poderá ser atingido”, diz. O medo é que chegue ao Rio São Francisco, do qual o Paraopeba é afluente.
Menin estima que esse risco não existe, porque antes de desaguar, o Paraopeba chega à barragem da usina de Três Marias, que tem um reservatório grande o suficiente para segurar os rejeitos. “Acredito que dali não passa.”
Apreensão
Em Córrego do Feijão, a todo momento ontem, 26, chegava uma “notícia” sobre o suposto rompimento de uma segunda barragem, o que foi várias vezes negado por bombeiros e Vale. Os moradores, porém, estavam apreensivos. Moradora do povoado, a policial civil Janaina Menezes passou o dia atenta aos sinais. Enquanto conversava com a reportagem do Estado, uma vizinha chegou dizendo que havia rompido.
Por volta das 13 horas, todas as equipes de resgate deixaram as áreas de maior risco por causa do aumento do nível das águas. Segundo um bombeiro, é possível que estivesse chovendo na cabeceira de algum rio. Até os helicópteros diminuíram a frequência dos voos, que só aumentou às 14h30.
No fim da tarde, a ameaça de chuva se confirmou. A jipeira Clarisse Jaú Funessy, moradora de Casa Branca, foi tentar ajudar nas buscas. Mas relatou que a orientação dos bombeiros era evitar as áreas próximas, pelo risco de um novo rompimento. O desempregado Fernando Nunes Araújo também se mostrou preocupado com o risco. “Estão retirando várias famílias de casa, mas não nos dão informação.”
Auxílio israelense
Após sobrevoar a área da tragédia em Brumadinho, o presidente Jair Bolsonaro anunciou que o governo de Israel havia oferecido ajuda para localizar os desaparecidos. O presidente também colocou à disposição de Minas Gerais recursos do governo federal, como reforços nas equipes de buscas e equipamentos.
Em edição extra do Diário Oficial da União, foi reconhecido o estado de calamidade pública por procedimento sumário em Brumadinho, em decorrência do rompimento da barragem ocorrido anteontem. A decisão facilita a liberação e mobilização de recursos para os trabalhos de resgate na região.
Depois do sobrevoo de ontem, Bolsonaro se reuniu com o governador de Minas, Romeu Zema, o presidente da Vale, Fabio Schvartsman, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e ministros no Aeroporto de Confins. Ao retornar a Brasília, o presidente afirmou à imprensa que “infelizmente, pode aumentar muito o número de mortos”.
Segundo Zema, Bolsonaro disse que disponibilizará equipamentos obtidos em parceria com Israel, com tecnologia capaz de localizar pessoas que estejam enterradas. “É muito difícil localizar um corpo a cinco, dez metros de profundidade”, disse o governador. “Israel se ofereceu para poder fazer isso.”
Segundo o embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley, será enviada uma aeronave com equipe de cerca de 70 ou 80 pessoas, além de equipamentos especiais. “Infelizmente, temos experiência (em resgatar pessoas soterradas) devido a atentados que derrubam casas”, explicou o embaixador.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Giovana Girardi, Renata Batista, Carla Bridi, Paula Reverbel e Marcelo Faria
Estadao Conteudo
Copyright © 2019 Estadão Conteúdo. Todos os direitos reservados.
— —
Veículo: O Diário
Editoria: Geral
Data: 27/01/2019
Link: https://d.odiario.com/geral/733762/mortos-chegam-a-34-barragem-com-agua-preocupa-autoridades
Título: Mortos chegam a 34; barragem com água preocupa autoridades
O primeiro dia em Brumadinho, Minas Gerais, após a enxurrada de lama que seguiu o rompimento da barragem 1, da mineradora Vale, foi marcado pelo resgate de mortos e de sobreviventes. De acordo com o governo mineiro, no total, 34 corpos foram encontrados – entre eles o da médica Marcelle Cangussu, que estava na Vale havia dois anos, e foi a primeira vítima identificada – e 366 pessoas, localizadas. Dessas, 221 são funcionários da mineradora e 145, de empresas terceirizadas – 23 estão hospitalizados. O número de mortos já supera os 19 registrados com o rompimento da barragem da Samarco, em 2015, em Mariana. Pelo menos 254 pessoas permaneciam desaparecidas até a conclusão desta edição e as causas da tragédia não haviam sido esclarecidas.
Em Brumadinho, o cenário era de preocupação, com ameaça de rompimento da barragem 6, localizada ao lado da que se rompeu. Esta, em vez de lama, tem água. Também preocupou moradores e autoridades a previsão de chuva, que se confirmou à tarde e diminuiu o ritmo das buscas. O temor é de que, com grande volume de água, a lama ganhe velocidade e faça novos estragos. Na tentativa de reduzir os riscos, a Vale começou a drenar a água. Diante do risco, parte dos moradores teve de deixar suas casas. Quem não saiu enfrentou falta de água e de luz.
Também ontem, a pedido da Procuradoria-Geral de Justiça do Estado, a Justiça de Minas determinou o bloqueio de R$ 5 bilhões da mineradora para o pagamento de despesas ambientais. A Vale foi multada pelo Ibama em R$ 250 milhões, e o Ministério Público Federal e a Polícia Federal anunciaram que vão investigar o caso. Pela manhã, o presidente Jair Bolsonaro sobrevoou a área atingida pela lama e anunciou que o governo de Israel ofereceu ajuda para localizar os desaparecidos, por causa da expertise em encontrar pessoas soterradas depois de atentados a bomba. À noite, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, disse a jornalistas que o governo tem a intenção de mudar o protocolo de licenciamento das barragens brasileiras.
A solidariedade também chegou por meio das redes sociais. No Instagram, Gisele Bündchen postou imagens com o antes e depois do avanço da lama. Também se manifestaram o jogador de futebol Neymar e as atrizes Bruna Marquezine, Fernanda Paes Leme e Giovanna Ewbank. Já Fernando Henrique Cardoso cobrou autoridades. No Twitter, disse que “meio ambiente não é zoeira de esquerda: é respeito à vida das pessoas e do planeta”.
Novos riscos
Enquanto o desastre do rompimento da barragem do Córrego do Feijão começava a ser contabilizado em número de mortos, ontem uma nova ameaça pairava em Brumadinho, a de que uma nova barragem poderia se romper. A preocupação estava na boca dos moradores e surgiu na fala de autoridades.
Logo após o sobrevoo do presidente Jair Bolsonaro com ministros e outras lideranças pela região afetada, o ministro Gustavo Canuto, do Desenvolvimento Regional, afirmou no início da tarde que a preocupação no momento era com chuva e com a barragem 6.
Localizada ao lado da barragem 1, que rompeu anteontem, a B6 armazena água e tem volume de 1 milhão de m3. Segundo Canuto, ela está sendo monitorada e a Defesa Civil checa com frequência sua estabilidade. “Se romper, o desastre pode ser ainda maior”, disse.
Na sequência, o coronel Evandro Borges, coordenador da Defesa Civil de Minas, também citou que a B6 está “sendo monitorada de forma constante, em face do risco que ela pode apresentar de rompimento, o que pode agravar a situação por onde aconteceu o desastre”. A Vale anunciou que estava fazendo a drenagem da barragem com o uso de bombas, para reduzir a quantidade de água, e que o monitoramento da estrutura estava sendo realizado a cada hora.
No caso de um eventual rompimento, o despejo de 1 milhão de m3 de água poderia diluir a lama que agora está se movendo em velocidade mais lenta, aumentando o fluxo e carregando o material Rio Paraopeba abaixo. Mesmo em menor intensidade, a chuva também traz esse risco. “A velocidade dos rejeitos está ligada à densidade do material, quanto mais água, mais rápido se desloca”, explica Miguel Felippe, líder do grupo de pesquisas Terra (Temáticas Especiais Relacionadas ao Relevo e à Água) da Universidade Federal de Juiz de Fora.
“A parte da lama que já está depositada nos vales pode ser lavada pela água. A barragem a gente não sabe se vai romper. Mas chover, em algum momento vai, seja hoje ou daqui um tempo. E toda vez que chover o material depositado nas margens desse vale será levado para o rio e vai sendo distribuído”, complementa. “O problema não vai diminuir.”
O pesquisador, que acompanhou o desdobramento do rompimento da barragem do Fundão, em Mariana, em novembro de 2015, afirma que até hoje se coleta água no Rio Doce com o rejeito da Samarco. Ele explica que, ao contrário de Mariana, o rejeito de Brumadinho ficou mais retido nas margens de pequenos córregos antes de chegar ao Rio Paraopeba. “Esse material vai voltar por anos.”
O sedimento pode transformar a dinâmica do rio, alterando o hábitat para a fauna e a flora. Além de afetar a biodiversidade, pode prejudicar os recursos pesqueiros ou mesmo de lazer das populações que vivem à margem do rio. Existe uma preocupação também com o abastecimento de água. Há um ponto de captação de água no Rio Paraopeba, cerca de 9 km abaixo da foz do Córrego do Feijão, que foi suspenso pela Companhia de Saneamento de Minas (Copasa) após o rompimento da barragem.
Segundo a instituição, não há risco para o abastecimento da região metropolitana de Belo Horizonte. Mas, lembra Sergio Menin, presidente da Comissão de Recursos Hídricos da Sociedade Mineira de Engenheiros, o ponto de captação foi construído durante a crise hídrica. Isso poderia fazer falta num eventual cenário de seca.
A ambientalista Márcia Hirota, da SOS Mata Atlântica, afirmou que a organização está se mobilizando para fazer uma expedição na região, a exemplo do que foi feito no Rio Doce, para averiguar os impactos ambientais. “Os rejeitos vão descer, uma hora ou outra pela Paraopeba. Só não sabemos ainda o curso disso, o que poderá ser atingido”, diz. O medo é que chegue ao Rio São Francisco, do qual o Paraopeba é afluente.
Menin estima que esse risco não existe, porque antes de desaguar, o Paraopeba chega à barragem da usina de Três Marias, que tem um reservatório grande o suficiente para segurar os rejeitos. “Acredito que dali não passa.”
Apreensão
Em Córrego do Feijão, a todo momento ontem, 26, chegava uma “notícia” sobre o suposto rompimento de uma segunda barragem, o que foi várias vezes negado por bombeiros e Vale. Os moradores, porém, estavam apreensivos. Moradora do povoado, a policial civil Janaina Menezes passou o dia atenta aos sinais. Enquanto conversava com a reportagem do Estado, uma vizinha chegou dizendo que havia rompido.
Por volta das 13 horas, todas as equipes de resgate deixaram as áreas de maior risco por causa do aumento do nível das águas. Segundo um bombeiro, é possível que estivesse chovendo na cabeceira de algum rio. Até os helicópteros diminuíram a frequência dos voos, que só aumentou às 14h30.
No fim da tarde, a ameaça de chuva se confirmou. A jipeira Clarisse Jaú Funessy, moradora de Casa Branca, foi tentar ajudar nas buscas. Mas relatou que a orientação dos bombeiros era evitar as áreas próximas, pelo risco de um novo rompimento. O desempregado Fernando Nunes Araújo também se mostrou preocupado com o risco. “Estão retirando várias famílias de casa, mas não nos dão informação.”
Auxílio israelense
Após sobrevoar a área da tragédia em Brumadinho, o presidente Jair Bolsonaro anunciou que o governo de Israel havia oferecido ajuda para localizar os desaparecidos. O presidente também colocou à disposição de Minas Gerais recursos do governo federal, como reforços nas equipes de buscas e equipamentos.
Em edição extra do Diário Oficial da União, foi reconhecido o estado de calamidade pública por procedimento sumário em Brumadinho, em decorrência do rompimento da barragem ocorrido anteontem. A decisão facilita a liberação e mobilização de recursos para os trabalhos de resgate na região.
Depois do sobrevoo de ontem, Bolsonaro se reuniu com o governador de Minas, Romeu Zema, o presidente da Vale, Fabio Schvartsman, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e ministros no Aeroporto de Confins. Ao retornar a Brasília, o presidente afirmou à imprensa que “infelizmente, pode aumentar muito o número de mortos”.
Segundo Zema, Bolsonaro disse que disponibilizará equipamentos obtidos em parceria com Israel, com tecnologia capaz de localizar pessoas que estejam enterradas. “É muito difícil localizar um corpo a cinco, dez metros de profundidade”, disse o governador. “Israel se ofereceu para poder fazer isso.”
Segundo o embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley, será enviada uma aeronave com equipe de cerca de 70 ou 80 pessoas, além de equipamentos especiais. “Infelizmente, temos experiência (em resgatar pessoas soterradas) devido a atentados que derrubam casas”, explicou o embaixador.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
— —
Veículo: Correio do Papagaio
Editoria: Geral
Data: 27/01/2019
Título: Mortos chegam a 34; barragem com água preocupa autoridades
O primeiro dia em Brumadinho, Minas Gerais, após a enxurrada de lama que seguiu o rompimento da barragem 1, da mineradora Vale, foi marcado pelo resgate de mortos e de sobreviventes. De acordo com o governo mineiro, no total, 34 corpos foram encontrados – entre eles o da médica Marcelle Cangussu, que estava na Vale havia dois anos, e foi a primeira vítima identificada – e 366 pessoas, localizadas. Dessas, 221 são funcionários da mineradora e 145, de empresas terceirizadas – 23 estão hospitalizados. O número de mortos já supera os 19 registrados com o rompimento da barragem da Samarco, em 2015, em Mariana. Pelo menos 254 pessoas permaneciam desaparecidas até a conclusão desta edição e as causas da tragédia não haviam sido esclarecidas.
Em Brumadinho, o cenário era de preocupação, com ameaça de rompimento da barragem 6, localizada ao lado da que se rompeu. Esta, em vez de lama, tem água. Também preocupou moradores e autoridades a previsão de chuva, que se confirmou à tarde e diminuiu o ritmo das buscas. O temor é de que, com grande volume de água, a lama ganhe velocidade e faça novos estragos. Na tentativa de reduzir os riscos, a Vale começou a drenar a água. Diante do risco, parte dos moradores teve de deixar suas casas. Quem não saiu enfrentou falta de água e de luz.
Também ontem, a pedido da Procuradoria-Geral de Justiça do Estado, a Justiça de Minas determinou o bloqueio de R$ 5 bilhões da mineradora para o pagamento de despesas ambientais. A Vale foi multada pelo Ibama em R$ 250 milhões, e o Ministério Público Federal e a Polícia Federal anunciaram que vão investigar o caso. Pela manhã, o presidente Jair Bolsonaro sobrevoou a área atingida pela lama e anunciou que o governo de Israel ofereceu ajuda para localizar os desaparecidos, por causa da expertise em encontrar pessoas soterradas depois de atentados a bomba. À noite, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, disse a jornalistas que o governo tem a intenção de mudar o protocolo de licenciamento das barragens brasileiras.
A solidariedade também chegou por meio das redes sociais. No Instagram, Gisele Bündchen postou imagens com o antes e depois do avanço da lama. Também se manifestaram o jogador de futebol Neymar e as atrizes Bruna Marquezine, Fernanda Paes Leme e Giovanna Ewbank. Já Fernando Henrique Cardoso cobrou autoridades. No Twitter, disse que “meio ambiente não é zoeira de esquerda: é respeito à vida das pessoas e do planeta”.
Novos riscos
Enquanto o desastre do rompimento da barragem do Córrego do Feijão começava a ser contabilizado em número de mortos, ontem uma nova ameaça pairava em Brumadinho, a de que uma nova barragem poderia se romper. A preocupação estava na boca dos moradores e surgiu na fala de autoridades.
Logo após o sobrevoo do presidente Jair Bolsonaro com ministros e outras lideranças pela região afetada, o ministro Gustavo Canuto, do Desenvolvimento Regional, afirmou no início da tarde que a preocupação no momento era com chuva e com a barragem 6.
Localizada ao lado da barragem 1, que rompeu anteontem, a B6 armazena água e tem volume de 1 milhão de m3. Segundo Canuto, ela está sendo monitorada e a Defesa Civil checa com frequência sua estabilidade. “Se romper, o desastre pode ser ainda maior”, disse.
Na sequência, o coronel Evandro Borges, coordenador da Defesa Civil de Minas, também citou que a B6 está “sendo monitorada de forma constante, em face do risco que ela pode apresentar de rompimento, o que pode agravar a situação por onde aconteceu o desastre”. A Vale anunciou que estava fazendo a drenagem da barragem com o uso de bombas, para reduzir a quantidade de água, e que o monitoramento da estrutura estava sendo realizado a cada hora.
No caso de um eventual rompimento, o despejo de 1 milhão de m3 de água poderia diluir a lama que agora está se movendo em velocidade mais lenta, aumentando o fluxo e carregando o material Rio Paraopeba abaixo. Mesmo em menor intensidade, a chuva também traz esse risco. “A velocidade dos rejeitos está ligada à densidade do material, quanto mais água, mais rápido se desloca”, explica Miguel Felippe, líder do grupo de pesquisas Terra (Temáticas Especiais Relacionadas ao Relevo e à Água) da Universidade Federal de Juiz de Fora.
“A parte da lama que já está depositada nos vales pode ser lavada pela água. A barragem a gente não sabe se vai romper. Mas chover, em algum momento vai, seja hoje ou daqui um tempo. E toda vez que chover o material depositado nas margens desse vale será levado para o rio e vai sendo distribuído”, complementa. “O problema não vai diminuir.”
O pesquisador, que acompanhou o desdobramento do rompimento da barragem do Fundão, em Mariana, em novembro de 2015, afirma que até hoje se coleta água no Rio Doce com o rejeito da Samarco. Ele explica que, ao contrário de Mariana, o rejeito de Brumadinho ficou mais retido nas margens de pequenos córregos antes de chegar ao Rio Paraopeba. “Esse material vai voltar por anos.”
O sedimento pode transformar a dinâmica do rio, alterando o hábitat para a fauna e a flora. Além de afetar a biodiversidade, pode prejudicar os recursos pesqueiros ou mesmo de lazer das populações que vivem à margem do rio. Existe uma preocupação também com o abastecimento de água. Há um ponto de captação de água no Rio Paraopeba, cerca de 9 km abaixo da foz do Córrego do Feijão, que foi suspenso pela Companhia de Saneamento de Minas (Copasa) após o rompimento da barragem.
Segundo a instituição, não há risco para o abastecimento da região metropolitana de Belo Horizonte. Mas, lembra Sergio Menin, presidente da Comissão de Recursos Hídricos da Sociedade Mineira de Engenheiros, o ponto de captação foi construído durante a crise hídrica. Isso poderia fazer falta num eventual cenário de seca.
A ambientalista Márcia Hirota, da SOS Mata Atlântica, afirmou que a organização está se mobilizando para fazer uma expedição na região, a exemplo do que foi feito no Rio Doce, para averiguar os impactos ambientais. “Os rejeitos vão descer, uma hora ou outra pela Paraopeba. Só não sabemos ainda o curso disso, o que poderá ser atingido”, diz. O medo é que chegue ao Rio São Francisco, do qual o Paraopeba é afluente.
Menin estima que esse risco não existe, porque antes de desaguar, o Paraopeba chega à barragem da usina de Três Marias, que tem um reservatório grande o suficiente para segurar os rejeitos. “Acredito que dali não passa.”
Apreensão
Em Córrego do Feijão, a todo momento ontem, 26, chegava uma “notícia” sobre o suposto rompimento de uma segunda barragem, o que foi várias vezes negado por bombeiros e Vale. Os moradores, porém, estavam apreensivos. Moradora do povoado, a policial civil Janaina Menezes passou o dia atenta aos sinais. Enquanto conversava com a reportagem do Estado, uma vizinha chegou dizendo que havia rompido.
Por volta das 13 horas, todas as equipes de resgate deixaram as áreas de maior risco por causa do aumento do nível das águas. Segundo um bombeiro, é possível que estivesse chovendo na cabeceira de algum rio. Até os helicópteros diminuíram a frequência dos voos, que só aumentou às 14h30.
No fim da tarde, a ameaça de chuva se confirmou. A jipeira Clarisse Jaú Funessy, moradora de Casa Branca, foi tentar ajudar nas buscas. Mas relatou que a orientação dos bombeiros era evitar as áreas próximas, pelo risco de um novo rompimento. O desempregado Fernando Nunes Araújo também se mostrou preocupado com o risco. “Estão retirando várias famílias de casa, mas não nos dão informação.”
Auxílio israelense
Após sobrevoar a área da tragédia em Brumadinho, o presidente Jair Bolsonaro anunciou que o governo de Israel havia oferecido ajuda para localizar os desaparecidos. O presidente também colocou à disposição de Minas Gerais recursos do governo federal, como reforços nas equipes de buscas e equipamentos.
Em edição extra do Diário Oficial da União, foi reconhecido o estado de calamidade pública por procedimento sumário em Brumadinho, em decorrência do rompimento da barragem ocorrido anteontem. A decisão facilita a liberação e mobilização de recursos para os trabalhos de resgate na região.
Depois do sobrevoo de ontem, Bolsonaro se reuniu com o governador de Minas, Romeu Zema, o presidente da Vale, Fabio Schvartsman, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e ministros no Aeroporto de Confins. Ao retornar a Brasília, o presidente afirmou à imprensa que “infelizmente, pode aumentar muito o número de mortos”.
Segundo Zema, Bolsonaro disse que disponibilizará equipamentos obtidos em parceria com Israel, com tecnologia capaz de localizar pessoas que estejam enterradas. “É muito difícil localizar um corpo a cinco, dez metros de profundidade”, disse o governador. “Israel se ofereceu para poder fazer isso.”
Segundo o embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley, será enviada uma aeronave com equipe de cerca de 70 ou 80 pessoas, além de equipamentos especiais. “Infelizmente, temos experiência (em resgatar pessoas soterradas) devido a atentados que derrubam casas”, explicou o embaixador.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Estadão Conteúdo
— —
Veículo: IstoÉ
Editoria: Geral
Data: 27/01/2019
Link: https://istoe.com.br/mortos-chegam-a-34-barragem-com-agua-preocupa-autoridades/
Título: Mortos chegam a 34; barragem com água preocupa autoridades
Estadão Conteúdo
27/01/19 – 08h40
O primeiro dia em Brumadinho, Minas Gerais, após a enxurrada de lama que seguiu o rompimento da barragem 1, da mineradora Vale, foi marcado pelo resgate de mortos e de sobreviventes. De acordo com o governo mineiro, no total, 34 corpos foram encontrados – entre eles o da médica Marcelle Cangussu, que estava na Vale havia dois anos, e foi a primeira vítima identificada – e 366 pessoas, localizadas. Dessas, 221 são funcionários da mineradora e 145, de empresas terceirizadas – 23 estão hospitalizados. O número de mortos já supera os 19 registrados com o rompimento da barragem da Samarco, em 2015, em Mariana. Pelo menos 254 pessoas permaneciam desaparecidas até a conclusão desta edição e as causas da tragédia não haviam sido esclarecidas.
Em Brumadinho, o cenário era de preocupação, com ameaça de rompimento da barragem 6, localizada ao lado da que se rompeu. Esta, em vez de lama, tem água. Também preocupou moradores e autoridades a previsão de chuva, que se confirmou à tarde e diminuiu o ritmo das buscas. O temor é de que, com grande volume de água, a lama ganhe velocidade e faça novos estragos. Na tentativa de reduzir os riscos, a Vale começou a drenar a água. Diante do risco, parte dos moradores teve de deixar suas casas. Quem não saiu enfrentou falta de água e de luz.
Também ontem, a pedido da Procuradoria-Geral de Justiça do Estado, a Justiça de Minas determinou o bloqueio de R$ 5 bilhões da mineradora para o pagamento de despesas ambientais. A Vale foi multada pelo Ibama em R$ 250 milhões, e o Ministério Público Federal e a Polícia Federal anunciaram que vão investigar o caso. Pela manhã, o presidente Jair Bolsonaro sobrevoou a área atingida pela lama e anunciou que o governo de Israel ofereceu ajuda para localizar os desaparecidos, por causa da expertise em encontrar pessoas soterradas depois de atentados a bomba. À noite, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, disse a jornalistas que o governo tem a intenção de mudar o protocolo de licenciamento das barragens brasileiras.
A solidariedade também chegou por meio das redes sociais. No Instagram, Gisele Bündchen postou imagens com o antes e depois do avanço da lama. Também se manifestaram o jogador de futebol Neymar e as atrizes Bruna Marquezine, Fernanda Paes Leme e Giovanna Ewbank. Já Fernando Henrique Cardoso cobrou autoridades. No Twitter, disse que “meio ambiente não é zoeira de esquerda: é respeito à vida das pessoas e do planeta”.
Novos riscos
Enquanto o desastre do rompimento da barragem do Córrego do Feijão começava a ser contabilizado em número de mortos, ontem uma nova ameaça pairava em Brumadinho, a de que uma nova barragem poderia se romper. A preocupação estava na boca dos moradores e surgiu na fala de autoridades.
Logo após o sobrevoo do presidente Jair Bolsonaro com ministros e outras lideranças pela região afetada, o ministro Gustavo Canuto, do Desenvolvimento Regional, afirmou no início da tarde que a preocupação no momento era com chuva e com a barragem 6.
Localizada ao lado da barragem 1, que rompeu anteontem, a B6 armazena água e tem volume de 1 milhão de m3. Segundo Canuto, ela está sendo monitorada e a Defesa Civil checa com frequência sua estabilidade. “Se romper, o desastre pode ser ainda maior”, disse.
Na sequência, o coronel Evandro Borges, coordenador da Defesa Civil de Minas, também citou que a B6 está “sendo monitorada de forma constante, em face do risco que ela pode apresentar de rompimento, o que pode agravar a situação por onde aconteceu o desastre”. A Vale anunciou que estava fazendo a drenagem da barragem com o uso de bombas, para reduzir a quantidade de água, e que o monitoramento da estrutura estava sendo realizado a cada hora.
No caso de um eventual rompimento, o despejo de 1 milhão de m3 de água poderia diluir a lama que agora está se movendo em velocidade mais lenta, aumentando o fluxo e carregando o material Rio Paraopeba abaixo. Mesmo em menor intensidade, a chuva também traz esse risco. “A velocidade dos rejeitos está ligada à densidade do material, quanto mais água, mais rápido se desloca”, explica Miguel Felippe, líder do grupo de pesquisas Terra (Temáticas Especiais Relacionadas ao Relevo e à Água) da Universidade Federal de Juiz de Fora.
“A parte da lama que já está depositada nos vales pode ser lavada pela água. A barragem a gente não sabe se vai romper. Mas chover, em algum momento vai, seja hoje ou daqui um tempo. E toda vez que chover o material depositado nas margens desse vale será levado para o rio e vai sendo distribuído”, complementa. “O problema não vai diminuir.”
O pesquisador, que acompanhou o desdobramento do rompimento da barragem do Fundão, em Mariana, em novembro de 2015, afirma que até hoje se coleta água no Rio Doce com o rejeito da Samarco. Ele explica que, ao contrário de Mariana, o rejeito de Brumadinho ficou mais retido nas margens de pequenos córregos antes de chegar ao Rio Paraopeba. “Esse material vai voltar por anos.”
O sedimento pode transformar a dinâmica do rio, alterando o hábitat para a fauna e a flora. Além de afetar a biodiversidade, pode prejudicar os recursos pesqueiros ou mesmo de lazer das populações que vivem à margem do rio. Existe uma preocupação também com o abastecimento de água. Há um ponto de captação de água no Rio Paraopeba, cerca de 9 km abaixo da foz do Córrego do Feijão, que foi suspenso pela Companhia de Saneamento de Minas (Copasa) após o rompimento da barragem.
Segundo a instituição, não há risco para o abastecimento da região metropolitana de Belo Horizonte. Mas, lembra Sergio Menin, presidente da Comissão de Recursos Hídricos da Sociedade Mineira de Engenheiros, o ponto de captação foi construído durante a crise hídrica. Isso poderia fazer falta num eventual cenário de seca.
A ambientalista Márcia Hirota, da SOS Mata Atlântica, afirmou que a organização está se mobilizando para fazer uma expedição na região, a exemplo do que foi feito no Rio Doce, para averiguar os impactos ambientais. “Os rejeitos vão descer, uma hora ou outra pela Paraopeba. Só não sabemos ainda o curso disso, o que poderá ser atingido”, diz. O medo é que chegue ao Rio São Francisco, do qual o Paraopeba é afluente.
Menin estima que esse risco não existe, porque antes de desaguar, o Paraopeba chega à barragem da usina de Três Marias, que tem um reservatório grande o suficiente para segurar os rejeitos. “Acredito que dali não passa.”
Apreensão
Em Córrego do Feijão, a todo momento ontem, 26, chegava uma “notícia” sobre o suposto rompimento de uma segunda barragem, o que foi várias vezes negado por bombeiros e Vale. Os moradores, porém, estavam apreensivos. Moradora do povoado, a policial civil Janaina Menezes passou o dia atenta aos sinais. Enquanto conversava com a reportagem do Estado, uma vizinha chegou dizendo que havia rompido.
Por volta das 13 horas, todas as equipes de resgate deixaram as áreas de maior risco por causa do aumento do nível das águas. Segundo um bombeiro, é possível que estivesse chovendo na cabeceira de algum rio. Até os helicópteros diminuíram a frequência dos voos, que só aumentou às 14h30.
No fim da tarde, a ameaça de chuva se confirmou. A jipeira Clarisse Jaú Funessy, moradora de Casa Branca, foi tentar ajudar nas buscas. Mas relatou que a orientação dos bombeiros era evitar as áreas próximas, pelo risco de um novo rompimento. O desempregado Fernando Nunes Araújo também se mostrou preocupado com o risco. “Estão retirando várias famílias de casa, mas não nos dão informação.”
Auxílio israelense
Após sobrevoar a área da tragédia em Brumadinho, o presidente Jair Bolsonaro anunciou que o governo de Israel havia oferecido ajuda para localizar os desaparecidos. O presidente também colocou à disposição de Minas Gerais recursos do governo federal, como reforços nas equipes de buscas e equipamentos.
Em edição extra do Diário Oficial da União, foi reconhecido o estado de calamidade pública por procedimento sumário em Brumadinho, em decorrência do rompimento da barragem ocorrido anteontem. A decisão facilita a liberação e mobilização de recursos para os trabalhos de resgate na região.
Depois do sobrevoo de ontem, Bolsonaro se reuniu com o governador de Minas, Romeu Zema, o presidente da Vale, Fabio Schvartsman, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e ministros no Aeroporto de Confins. Ao retornar a Brasília, o presidente afirmou à imprensa que “infelizmente, pode aumentar muito o número de mortos”.
Segundo Zema, Bolsonaro disse que disponibilizará equipamentos obtidos em parceria com Israel, com tecnologia capaz de localizar pessoas que estejam enterradas. “É muito difícil localizar um corpo a cinco, dez metros de profundidade”, disse o governador. “Israel se ofereceu para poder fazer isso.”
Segundo o embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley, será enviada uma aeronave com equipe de cerca de 70 ou 80 pessoas, além de equipamentos especiais. “Infelizmente, temos experiência (em resgatar pessoas soterradas) devido a atentados que derrubam casas”, explicou o embaixador.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
— —
Veículo: Giro MT
Editoria: Notícias
Data: 27/01/2019
Link: http://www.giromt.com.br/2019/01/27/mortos-chegam-a-37-barragem-com-agua-preocupa-autoridades/
Título: MORTOS CHEGAM A 37; BARRAGEM COM ÁGUA PREOCUPA AUTORIDADES
On 27 de janeiro de 2019 By admin
Home2019Janeiro27Mortos Chegam A 37; Barragem Com Água Preocupa Autoridades
O primeiro dia em Brumadinho, Minas Gerais, após a enxurrada de lama que seguiu o rompimento da barragem 1, da mineradora Vale, foi marcado pelo resgate de mortos e de sobreviventes. De acordo com o governo mineiro, no total, 37 corpos foram encontrados – entre eles o da médica Marcelle Cangussu, que estava na Vale havia dois anos, e foi a primeira vítima identificada – e 366 pessoas, localizadas. Dessas, 221 são funcionários da mineradora e 145, de empresas terceirizadas – 23 estão hospitalizados. O número de mortos já supera os 19 registrados com o rompimento da barragem da Samarco, em 2015, em Mariana. Pelo menos 254 pessoas permaneciam desaparecidas até a conclusão desta edição e as causas da tragédia não haviam sido esclarecidas.
Em Brumadinho, o cenário era de preocupação, com ameaça de rompimento da barragem 6, localizada ao lado da que se rompeu. Esta, em vez de lama, tem água. Também preocupou moradores e autoridades a previsão de chuva, que se confirmou à tarde e diminuiu o ritmo das buscas. O temor é de que, com grande volume de água, a lama ganhe velocidade e faça novos estragos. Na tentativa de reduzir os riscos, a Vale começou a drenar a água. Diante do risco, parte dos moradores teve de deixar suas casas. Quem não saiu enfrentou falta de água e de luz. Também ontem, a pedido da Procuradoria-Geral de Justiça do Estado, a Justiça de Minas determinou o bloqueio de R$ 5 bilhões da mineradora para o pagamento de despesas ambientais. A Vale foi multada pelo Ibama em R$ 250 milhões, e o Ministério Público Federal e a Polícia Federal anunciaram que vão investigar o caso. Pela manhã, o presidente Jair Bolsonaro sobrevoou a área atingida pela lama e anunciou que o governo de Israel ofereceu ajuda para localizar os desaparecidos, por causa da expertise em encontrar pessoas soterradas depois de atentados a bomba. À noite, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, disse a jornalistas que o governo tem a intenção de mudar o protocolo de licenciamento das barragens brasileiras.
A solidariedade também chegou por meio das redes sociais. No Instagram, Gisele Bündchen postou imagens com o antes e depois do avanço da lama. Também se manifestaram o jogador de futebol Neymar e as atrizes Bruna Marquezine, Fernanda Paes Leme e Giovanna Ewbank. Já Fernando Henrique Cardoso cobrou autoridades. No Twitter, disse que “meio ambiente não é zoeira de esquerda: é respeito à vida das pessoas e do planeta”.
Novos riscos
Enquanto o desastre do rompimento da barragem do Córrego do Feijão começava a ser contabilizado em número de mortos, ontem uma nova ameaça pairava em Brumadinho, a de que uma nova barragem poderia se romper. A preocupação estava na boca dos moradores e surgiu na fala de autoridades.
Logo após o sobrevoo do presidente Jair Bolsonaro com ministros e outras lideranças pela região afetada, o ministro Gustavo Canuto, do Desenvolvimento Regional, afirmou no início da tarde que a preocupação no momento era com chuva e com a barragem 6. Localizada ao lado da barragem 1, que rompeu anteontem, a B6 armazena água e tem volume de 1 milhão de m3. Segundo Canuto, ela está sendo monitorada e a Defesa Civil checa com frequência sua estabilidade. “Se romper, o desastre pode ser ainda maior”, disse.
Na sequência, o coronel Evandro Borges, coordenador da Defesa Civil de Minas, também citou que a B6 está “sendo monitorada de forma constante, em face do risco que ela pode apresentar de rompimento, o que pode agravar a situação por onde aconteceu o desastre”. A Vale anunciou que estava fazendo a drenagem da barragem com o uso de bombas, para reduzir a quantidade de água, e que o monitoramento da estrutura estava sendo realizado a cada hora. No caso de um eventual rompimento, o despejo de 1 milhão de m3 de água poderia diluir a lama que agora está se movendo em velocidade mais lenta, aumentando o fluxo e carregando o material Rio Paraopeba abaixo.
Mesmo em menor intensidade, a chuva também traz esse risco. “A velocidade dos rejeitos está ligada à densidade do material, quanto mais água, mais rápido se desloca”, explica Miguel Felippe, líder do grupo de pesquisas Terra (Temáticas Especiais Relacionadas ao Relevo e à Água) da Universidade Federal de Juiz de Fora. “A parte da lama que já está depositada nos vales pode ser lavada pela água. A barragem a gente não sabe se vai romper. Mas chover, em algum momento vai, seja hoje ou daqui um tempo. E toda vez que chover o material depositado nas margens desse vale será levado para o rio e vai sendo distribuído”, complementa. “O problema não vai diminuir.”
O pesquisador, que acompanhou o desdobramento do rompimento da barragem do Fundão, em Mariana, em novembro de 2015, afirma que até hoje se coleta água no Rio Doce com o rejeito da Samarco. Ele explica que, ao contrário de Mariana, o rejeito de Brumadinho ficou mais retido nas margens de pequenos córregos antes de chegar ao Rio Paraopeba. “Esse material vai voltar por anos.”
O sedimento pode transformar a dinâmica do rio, alterando o hábitat para a fauna e a flora. Além de afetar a biodiversidade, pode prejudicar os recursos pesqueiros ou mesmo de lazer das populações que vivem à margem do rio. Existe uma preocupação também com o abastecimento de água. Há um ponto de captação de água no Rio Paraopeba, cerca de 9 km abaixo da foz do Córrego do Feijão, que foi suspenso pela Companhia de Saneamento de Minas (Copasa) após o rompimento da barragem. Segundo a instituição, não há risco para o abastecimento da região metropolitana de Belo Horizonte. Mas, lembra Sergio Menin, presidente da Comissão de Recursos Hídricos da Sociedade Mineira de Engenheiros, o ponto de captação foi construído durante a crise hídrica. Isso poderia fazer falta num eventual cenário de seca.
A ambientalista Márcia Hirota, da SOS Mata Atlântica, afirmou que a organização está se mobilizando para fazer uma expedição na região, a exemplo do que foi feito no Rio Doce, para averiguar os impactos ambientais. “Os rejeitos vão descer, uma hora ou outra pela Paraopeba. Só não sabemos ainda o curso disso, o que poderá ser atingido”, diz. O medo é que chegue ao Rio São Francisco, do qual o Paraopeba é afluente.Menin estima que esse risco não existe, porque antes de desaguar, o Paraopeba chega à barragem da usina de Três Marias, que tem um reservatório grande o suficiente para segurar os rejeitos. “Acredito que dali não passa.”
Apreensão
Em Córrego do Feijão, a todo momento ontem, 26, chegava uma “notícia” sobre o suposto rompimento de uma segunda barragem, o que foi várias vezes negado por bombeiros e Vale. Os moradores, porém, estavam apreensivos. Moradora do povoado, a policial civil Janaina Menezes passou o dia atenta aos sinais. Enquanto conversava com a reportagem do Estado, uma vizinha chegou dizendo que havia rompido. Por volta das 13 horas, todas as equipes de resgate deixaram as áreas de maior risco por causa do aumento do nível das águas. Segundo um bombeiro, é possível que estivesse chovendo na cabeceira de algum rio. Até os helicópteros diminuíram a frequência dos voos, que só aumentou às 14h30. No fim da tarde, a ameaça de chuva se confirmou. A jipeira Clarisse Jaú Funessy, moradora de Casa Branca, foi tentar ajudar nas buscas. Mas relatou que a orientação dos bombeiros era evitar as áreas próximas, pelo risco de um novo rompimento. O desempregado Fernando Nunes Araújo também se mostrou preocupado com o risco. “Estão retirando várias famílias de casa, mas não nos dão informação.”
Auxílio israelense
Após sobrevoar a área da tragédia em Brumadinho, o presidente Jair Bolsonaro anunciou que o governo de Israel havia oferecido ajuda para localizar os desaparecidos. O presidente também colocou à disposição de Minas Gerais recursos do governo federal, como reforços nas equipes de buscas e equipamentos.
Em edição extra do Diário Oficial da União, foi reconhecido o estado de calamidade pública por procedimento sumário em Brumadinho, em decorrência do rompimento da barragem ocorrido anteontem. A decisão facilita a liberação e mobilização de recursos para os trabalhos de resgate na região.
Depois do sobrevoo de ontem, Bolsonaro se reuniu com o governador de Minas, Romeu Zema, o presidente da Vale, Fabio Schvartsman, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e ministros no Aeroporto de Confins. Ao retornar a Brasília, o presidente afirmou à imprensa que “infelizmente, pode aumentar muito o número de mortos”.
Segundo Zema, Bolsonaro disse que disponibilizará equipamentos obtidos em parceria com Israel, com tecnologia capaz de localizar pessoas que estejam enterradas. “É muito difícil localizar um corpo a cinco, dez metros de profundidade”, disse o governador. “Israel se ofereceu para poder fazer isso.”
Segundo o embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley, será enviada uma aeronave com equipe de cerca de 70 ou 80 pessoas, além de equipamentos especiais. “Infelizmente, temos experiência (em resgatar pessoas soterradas) devido a atentados que derrubam casas”, explicou o embaixador.
Fonte | Revista Época
— —
Veículo: Folha da Região
Editoria: Notícias
Data: 27/01/2019
Link: http://www.folhadaregiao.com.br/2019/01/27/Mortos-chegam-a-34-barragem-com-agua-preocupa-autoridades
Título: Mortos chegam a 34; barragem com água preocupa autoridades
Agência Estado por Agência Estado 27 de janeiro de 2019 08:50 em Sem categoria 0
O primeiro dia em Brumadinho, Minas Gerais, após a enxurrada de lama que seguiu o rompimento da barragem 1, da mineradora Vale, foi marcado pelo resgate de mortos e de sobreviventes. De acordo com o governo mineiro, no total, 34 corpos foram encontrados – entre eles o da médica Marcelle Cangussu, que estava na Vale havia dois anos, e foi a primeira vítima identificada – e 366 pessoas, localizadas. Dessas, 221 são funcionários da mineradora e 145, de empresas terceirizadas – 23 estão hospitalizados. O número de mortos já supera os 19 registrados com o rompimento da barragem da Samarco, em 2015, em Mariana. Pelo menos 254 pessoas permaneciam desaparecidas até a conclusão desta edição e as causas da tragédia não haviam sido esclarecidas.
Em Brumadinho, o cenário era de preocupação, com ameaça de rompimento da barragem 6, localizada ao lado da que se rompeu. Esta, em vez de lama, tem água. Também preocupou moradores e autoridades a previsão de chuva, que se confirmou à tarde e diminuiu o ritmo das buscas. O temor é de que, com grande volume de água, a lama ganhe velocidade e faça novos estragos. Na tentativa de reduzir os riscos, a Vale começou a drenar a água. Diante do risco, parte dos moradores teve de deixar suas casas. Quem não saiu enfrentou falta de água e de luz.
Também ontem, a pedido da Procuradoria-Geral de Justiça do Estado, a Justiça de Minas determinou o bloqueio de R$ 5 bilhões da mineradora para o pagamento de despesas ambientais. A Vale foi multada pelo Ibama em R$ 250 milhões, e o Ministério Público Federal e a Polícia Federal anunciaram que vão investigar o caso. Pela manhã, o presidente Jair Bolsonaro sobrevoou a área atingida pela lama e anunciou que o governo de Israel ofereceu ajuda para localizar os desaparecidos, por causa da expertise em encontrar pessoas soterradas depois de atentados a bomba. À noite, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, disse a jornalistas que o governo tem a intenção de mudar o protocolo de licenciamento das barragens brasileiras.
A solidariedade também chegou por meio das redes sociais. No Instagram, Gisele Bündchen postou imagens com o antes e depois do avanço da lama. Também se manifestaram o jogador de futebol Neymar e as atrizes Bruna Marquezine, Fernanda Paes Leme e Giovanna Ewbank. Já Fernando Henrique Cardoso cobrou autoridades. No Twitter, disse que “meio ambiente não é zoeira de esquerda: é respeito à vida das pessoas e do planeta”.
Novos riscos
Enquanto o desastre do rompimento da barragem do Córrego do Feijão começava a ser contabilizado em número de mortos, ontem uma nova ameaça pairava em Brumadinho, a de que uma nova barragem poderia se romper. A preocupação estava na boca dos moradores e surgiu na fala de autoridades.
Logo após o sobrevoo do presidente Jair Bolsonaro com ministros e outras lideranças pela região afetada, o ministro Gustavo Canuto, do Desenvolvimento Regional, afirmou no início da tarde que a preocupação no momento era com chuva e com a barragem 6.
Localizada ao lado da barragem 1, que rompeu anteontem, a B6 armazena água e tem volume de 1 milhão de m3. Segundo Canuto, ela está sendo monitorada e a Defesa Civil checa com frequência sua estabilidade. “Se romper, o desastre pode ser ainda maior”, disse.
Na sequência, o coronel Evandro Borges, coordenador da Defesa Civil de Minas, também citou que a B6 está “sendo monitorada de forma constante, em face do risco que ela pode apresentar de rompimento, o que pode agravar a situação por onde aconteceu o desastre”. A Vale anunciou que estava fazendo a drenagem da barragem com o uso de bombas, para reduzir a quantidade de água, e que o monitoramento da estrutura estava sendo realizado a cada hora.
No caso de um eventual rompimento, o despejo de 1 milhão de m3 de água poderia diluir a lama que agora está se movendo em velocidade mais lenta, aumentando o fluxo e carregando o material Rio Paraopeba abaixo. Mesmo em menor intensidade, a chuva também traz esse risco. “A velocidade dos rejeitos está ligada à densidade do material, quanto mais água, mais rápido se desloca”, explica Miguel Felippe, líder do grupo de pesquisas Terra (Temáticas Especiais Relacionadas ao Relevo e à Água) da Universidade Federal de Juiz de Fora.
“A parte da lama que já está depositada nos vales pode ser lavada pela água. A barragem a gente não sabe se vai romper. Mas chover, em algum momento vai, seja hoje ou daqui um tempo. E toda vez que chover o material depositado nas margens desse vale será levado para o rio e vai sendo distribuído”, complementa. “O problema não vai diminuir.”
O pesquisador, que acompanhou o desdobramento do rompimento da barragem do Fundão, em Mariana, em novembro de 2015, afirma que até hoje se coleta água no Rio Doce com o rejeito da Samarco. Ele explica que, ao contrário de Mariana, o rejeito de Brumadinho ficou mais retido nas margens de pequenos córregos antes de chegar ao Rio Paraopeba. “Esse material vai voltar por anos.”
O sedimento pode transformar a dinâmica do rio, alterando o hábitat para a fauna e a flora. Além de afetar a biodiversidade, pode prejudicar os recursos pesqueiros ou mesmo de lazer das populações que vivem à margem do rio. Existe uma preocupação também com o abastecimento de água. Há um ponto de captação de água no Rio Paraopeba, cerca de 9 km abaixo da foz do Córrego do Feijão, que foi suspenso pela Companhia de Saneamento de Minas (Copasa) após o rompimento da barragem.
Segundo a instituição, não há risco para o abastecimento da região metropolitana de Belo Horizonte. Mas, lembra Sergio Menin, presidente da Comissão de Recursos Hídricos da Sociedade Mineira de Engenheiros, o ponto de captação foi construído durante a crise hídrica. Isso poderia fazer falta num eventual cenário de seca.
A ambientalista Márcia Hirota, da SOS Mata Atlântica, afirmou que a organização está se mobilizando para fazer uma expedição na região, a exemplo do que foi feito no Rio Doce, para averiguar os impactos ambientais. “Os rejeitos vão descer, uma hora ou outra pela Paraopeba. Só não sabemos ainda o curso disso, o que poderá ser atingido”, diz. O medo é que chegue ao Rio São Francisco, do qual o Paraopeba é afluente.
Menin estima que esse risco não existe, porque antes de desaguar, o Paraopeba chega à barragem da usina de Três Marias, que tem um reservatório grande o suficiente para segurar os rejeitos. “Acredito que dali não passa.”
Apreensão
Em Córrego do Feijão, a todo momento ontem, 26, chegava uma “notícia” sobre o suposto rompimento de uma segunda barragem, o que foi várias vezes negado por bombeiros e Vale. Os moradores, porém, estavam apreensivos. Moradora do povoado, a policial civil Janaina Menezes passou o dia atenta aos sinais. Enquanto conversava com a reportagem do Estado, uma vizinha chegou dizendo que havia rompido.
Por volta das 13 horas, todas as equipes de resgate deixaram as áreas de maior risco por causa do aumento do nível das águas. Segundo um bombeiro, é possível que estivesse chovendo na cabeceira de algum rio. Até os helicópteros diminuíram a frequência dos voos, que só aumentou às 14h30.
No fim da tarde, a ameaça de chuva se confirmou. A jipeira Clarisse Jaú Funessy, moradora de Casa Branca, foi tentar ajudar nas buscas. Mas relatou que a orientação dos bombeiros era evitar as áreas próximas, pelo risco de um novo rompimento. O desempregado Fernando Nunes Araújo também se mostrou preocupado com o risco. “Estão retirando várias famílias de casa, mas não nos dão informação.”
Auxílio israelense
Após sobrevoar a área da tragédia em Brumadinho, o presidente Jair Bolsonaro anunciou que o governo de Israel havia oferecido ajuda para localizar os desaparecidos. O presidente também colocou à disposição de Minas Gerais recursos do governo federal, como reforços nas equipes de buscas e equipamentos.
Em edição extra do Diário Oficial da União, foi reconhecido o estado de calamidade pública por procedimento sumário em Brumadinho, em decorrência do rompimento da barragem ocorrido anteontem. A decisão facilita a liberação e mobilização de recursos para os trabalhos de resgate na região.
Depois do sobrevoo de ontem, Bolsonaro se reuniu com o governador de Minas, Romeu Zema, o presidente da Vale, Fabio Schvartsman, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e ministros no Aeroporto de Confins. Ao retornar a Brasília, o presidente afirmou à imprensa que “infelizmente, pode aumentar muito o número de mortos”.
Segundo Zema, Bolsonaro disse que disponibilizará equipamentos obtidos em parceria com Israel, com tecnologia capaz de localizar pessoas que estejam enterradas. “É muito difícil localizar um corpo a cinco, dez metros de profundidade”, disse o governador. “Israel se ofereceu para poder fazer isso.”
Segundo o embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley, será enviada uma aeronave com equipe de cerca de 70 ou 80 pessoas, além de equipamentos especiais. “Infelizmente, temos experiência (em resgatar pessoas soterradas) devido a atentados que derrubam casas”, explicou o embaixador.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
— —
Veículo: Tribuna do Interior
Editoria: Cotidiano
Data: 27/01/2019
Título: Mortos chegam a 34; barragem com água preocupa autoridades
[Texto não copiável]
— —
Veículo: Bol
Editoria: Notícias
Data: 27/01/2019
Título: Mortos chegam a 34; barragem com água preocupa autoridades.
Via Estadão Conteúdo
[Texto não copiável]
— —
Veículo: Mix Vale
Editoria: Notícias
Data: 27/01/2019
Link: https://www.mixvale.com.br/2019/01/27/mortos-chegam-a-34-barragem-com-agua-preocupa-autoridades/
Título: Mortos chegam a 34; barragem com água preocupa autoridades
Publicado porEstadão ConteúdoPosted on 27 de janeiro de 2019
O primeiro dia em Brumadinho, Minas Gerais, após a enxurrada de lama que seguiu o rompimento da barragem 1, da mineradora Vale, foi marcado pelo resgate de mortos e de sobreviventes. De acordo com o governo mineiro, no total, 34 corpos foram encontrados – entre eles o da médica Marcelle Cangussu, que estava na Vale havia dois anos, e foi a primeira vítima identificada – e 366 pessoas, localizadas. Dessas, 221 são funcionários da mineradora e 145, de empresas terceirizadas – 23 estão hospitalizados. O número de mortos já supera os 19 registrados com o rompimento da barragem da Samarco, em 2015, em Mariana. Pelo menos 254 pessoas permaneciam desaparecidas até a conclusão desta edição e as causas da tragédia não haviam sido esclarecidas.
Em Brumadinho, o cenário era de preocupação, com ameaça de rompimento da barragem 6, localizada ao lado da que se rompeu. Esta, em vez de lama, tem água. Também preocupou moradores e autoridades a previsão de chuva, que se confirmou à tarde e diminuiu o ritmo das buscas. O temor é de que, com grande volume de água, a lama ganhe velocidade e faça novos estragos. Na tentativa de reduzir os riscos, a Vale começou a drenar a água. Diante do risco, parte dos moradores teve de deixar suas casas. Quem não saiu enfrentou falta de água e de luz.
Também ontem, a pedido da Procuradoria-Geral de Justiça do Estado, a Justiça de Minas determinou o bloqueio de R$ 5 bilhões da mineradora para o pagamento de despesas ambientais. A Vale foi multada pelo Ibama em R$ 250 milhões, e o Ministério Público Federal e a Polícia Federal anunciaram que vão investigar o caso. Pela manhã, o presidente Jair Bolsonaro sobrevoou a área atingida pela lama e anunciou que o governo de Israel ofereceu ajuda para localizar os desaparecidos, por causa da expertise em encontrar pessoas soterradas depois de atentados a bomba. À noite, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, disse a jornalistas que o governo tem a intenção de mudar o protocolo de licenciamento das barragens brasileiras.
A solidariedade também chegou por meio das redes sociais. No Instagram, Gisele Bündchen postou imagens com o antes e depois do avanço da lama. Também se manifestaram o jogador de futebol Neymar e as atrizes Bruna Marquezine, Fernanda Paes Leme e Giovanna Ewbank. Já Fernando Henrique Cardoso cobrou autoridades. No Twitter, disse que “meio ambiente não é zoeira de esquerda: é respeito à vida das pessoas e do planeta”.
Novos riscos
Enquanto o desastre do rompimento da barragem do Córrego do Feijão começava a ser contabilizado em número de mortos, ontem uma nova ameaça pairava em Brumadinho, a de que uma nova barragem poderia se romper. A preocupação estava na boca dos moradores e surgiu na fala de autoridades.
Logo após o sobrevoo do presidente Jair Bolsonaro com ministros e outras lideranças pela região afetada, o ministro Gustavo Canuto, do Desenvolvimento Regional, afirmou no início da tarde que a preocupação no momento era com chuva e com a barragem 6.
Localizada ao lado da barragem 1, que rompeu anteontem, a B6 armazena água e tem volume de 1 milhão de m3. Segundo Canuto, ela está sendo monitorada e a Defesa Civil checa com frequência sua estabilidade. “Se romper, o desastre pode ser ainda maior”, disse.
Na sequência, o coronel Evandro Borges, coordenador da Defesa Civil de Minas, também citou que a B6 está “sendo monitorada de forma constante, em face do risco que ela pode apresentar de rompimento, o que pode agravar a situação por onde aconteceu o desastre”. A Vale anunciou que estava fazendo a drenagem da barragem com o uso de bombas, para reduzir a quantidade de água, e que o monitoramento da estrutura estava sendo realizado a cada hora.
No caso de um eventual rompimento, o despejo de 1 milhão de m3 de água poderia diluir a lama que agora está se movendo em velocidade mais lenta, aumentando o fluxo e carregando o material Rio Paraopeba abaixo. Mesmo em menor intensidade, a chuva também traz esse risco. “A velocidade dos rejeitos está ligada à densidade do material, quanto mais água, mais rápido se desloca”, explica Miguel Felippe, líder do grupo de pesquisas Terra (Temáticas Especiais Relacionadas ao Relevo e à Água) da Universidade Federal de Juiz de Fora.
“A parte da lama que já está depositada nos vales pode ser lavada pela água. A barragem a gente não sabe se vai romper. Mas chover, em algum momento vai, seja hoje ou daqui um tempo. E toda vez que chover o material depositado nas margens desse vale será levado para o rio e vai sendo distribuído”, complementa. “O problema não vai diminuir.”
O pesquisador, que acompanhou o desdobramento do rompimento da barragem do Fundão, em Mariana, em novembro de 2015, afirma que até hoje se coleta água no Rio Doce com o rejeito da Samarco. Ele explica que, ao contrário de Mariana, o rejeito de Brumadinho ficou mais retido nas margens de pequenos córregos antes de chegar ao Rio Paraopeba. “Esse material vai voltar por anos.”
O sedimento pode transformar a dinâmica do rio, alterando o hábitat para a fauna e a flora. Além de afetar a biodiversidade, pode prejudicar os recursos pesqueiros ou mesmo de lazer das populações que vivem à margem do rio. Existe uma preocupação também com o abastecimento de água. Há um ponto de captação de água no Rio Paraopeba, cerca de 9 km abaixo da foz do Córrego do Feijão, que foi suspenso pela Companhia de Saneamento de Minas (Copasa) após o rompimento da barragem.
Segundo a instituição, não há risco para o abastecimento da região metropolitana de Belo Horizonte. Mas, lembra Sergio Menin, presidente da Comissão de Recursos Hídricos da Sociedade Mineira de Engenheiros, o ponto de captação foi construído durante a crise hídrica. Isso poderia fazer falta num eventual cenário de seca.
A ambientalista Márcia Hirota, da SOS Mata Atlântica, afirmou que a organização está se mobilizando para fazer uma expedição na região, a exemplo do que foi feito no Rio Doce, para averiguar os impactos ambientais. “Os rejeitos vão descer, uma hora ou outra pela Paraopeba. Só não sabemos ainda o curso disso, o que poderá ser atingido”, diz. O medo é que chegue ao Rio São Francisco, do qual o Paraopeba é afluente.
Menin estima que esse risco não existe, porque antes de desaguar, o Paraopeba chega à barragem da usina de Três Marias, que tem um reservatório grande o suficiente para segurar os rejeitos. “Acredito que dali não passa.”
Apreensão
Em Córrego do Feijão, a todo momento ontem, 26, chegava uma “notícia” sobre o suposto rompimento de uma segunda barragem, o que foi várias vezes negado por bombeiros e Vale. Os moradores, porém, estavam apreensivos. Moradora do povoado, a policial civil Janaina Menezes passou o dia atenta aos sinais. Enquanto conversava com a reportagem do Estado, uma vizinha chegou dizendo que havia rompido.
Por volta das 13 horas, todas as equipes de resgate deixaram as áreas de maior risco por causa do aumento do nível das águas. Segundo um bombeiro, é possível que estivesse chovendo na cabeceira de algum rio. Até os helicópteros diminuíram a frequência dos voos, que só aumentou às 14h30.
No fim da tarde, a ameaça de chuva se confirmou. A jipeira Clarisse Jaú Funessy, moradora de Casa Branca, foi tentar ajudar nas buscas. Mas relatou que a orientação dos bombeiros era evitar as áreas próximas, pelo risco de um novo rompimento. O desempregado Fernando Nunes Araújo também se mostrou preocupado com o risco. “Estão retirando várias famílias de casa, mas não nos dão informação.”
Auxílio israelense
Após sobrevoar a área da tragédia em Brumadinho, o presidente Jair Bolsonaro anunciou que o governo de Israel havia oferecido ajuda para localizar os desaparecidos. O presidente também colocou à disposição de Minas Gerais recursos do governo federal, como reforços nas equipes de buscas e equipamentos.
Em edição extra do Diário Oficial da União, foi reconhecido o estado de calamidade pública por procedimento sumário em Brumadinho, em decorrência do rompimento da barragem ocorrido anteontem. A decisão facilita a liberação e mobilização de recursos para os trabalhos de resgate na região.
Depois do sobrevoo de ontem, Bolsonaro se reuniu com o governador de Minas, Romeu Zema, o presidente da Vale, Fabio Schvartsman, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e ministros no Aeroporto de Confins. Ao retornar a Brasília, o presidente afirmou à imprensa que “infelizmente, pode aumentar muito o número de mortos”.
Segundo Zema, Bolsonaro disse que disponibilizará equipamentos obtidos em parceria com Israel, com tecnologia capaz de localizar pessoas que estejam enterradas. “É muito difícil localizar um corpo a cinco, dez metros de profundidade”, disse o governador. “Israel se ofereceu para poder fazer isso.”
Segundo o embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley, será enviada uma aeronave com equipe de cerca de 70 ou 80 pessoas, além de equipamentos especiais. “Infelizmente, temos experiência (em resgatar pessoas soterradas) devido a atentados que derrubam casas”, explicou o embaixador.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Giovana Girardi, Renata Batista, Carla Bridi, Paula Reverbel e Marcelo Faria
Estadao Conteudo
Copyright © 2019 Estadão Conteúdo. Todos os direitos reservados.
— —
Veículo: Guarulhos Web
Editoria: Notícias
Data: 27/01/2019
Título: Mortos chegam a 34; barragem com água preocupa autoridades
Giovana Girardi, Renata Batista, Carla Bridi, Paula Reverbel e Marcelo Faria 27/01/2019 08:40
[Texto não Copiável]
— —
Veículo: Tribuna do Paraná
Editoria: Brasil
Data: 27/01/2019
Título: Mortos chegam a 34; barragem com água preocupa autoridades
Por Estadão Conteúdo 27/01/2019 08:55
O primeiro dia em Brumadinho, Minas Gerais, após a enxurrada de lama que seguiu o rompimento da barragem 1, da mineradora Vale, foi marcado pelo resgate de mortos e de sobreviventes. De acordo com o governo mineiro, no total, 34 corpos foram encontrados – entre eles o da médica Marcelle Cangussu, que estava na Vale havia dois anos, e foi a primeira vítima identificada – e 366 pessoas, localizadas. Dessas, 221 são funcionários da mineradora e 145, de empresas terceirizadas – 23 estão hospitalizados. O número de mortos já supera os 19 registrados com o rompimento da barragem da Samarco, em 2015, em Mariana. Pelo menos 254 pessoas permaneciam desaparecidas até a conclusão desta edição e as causas da tragédia não haviam sido esclarecidas.
Em Brumadinho, o cenário era de preocupação, com ameaça de rompimento da barragem 6, localizada ao lado da que se rompeu. Esta, em vez de lama, tem água. Também preocupou moradores e autoridades a previsão de chuva, que se confirmou à tarde e diminuiu o ritmo das buscas. O temor é de que, com grande volume de água, a lama ganhe velocidade e faça novos estragos. Na tentativa de reduzir os riscos, a Vale começou a drenar a água. Diante do risco, parte dos moradores teve de deixar suas casas. Quem não saiu enfrentou falta de água e de luz.
Também ontem, a pedido da Procuradoria-Geral de Justiça do Estado, a Justiça de Minas determinou o bloqueio de R$ 5 bilhões da mineradora para o pagamento de despesas ambientais. A Vale foi multada pelo Ibama em R$ 250 milhões, e o Ministério Público Federal e a Polícia Federal anunciaram que vão investigar o caso. Pela manhã, o presidente Jair Bolsonaro sobrevoou a área atingida pela lama e anunciou que o governo de Israel ofereceu ajuda para localizar os desaparecidos, por causa da expertise em encontrar pessoas soterradas depois de atentados a bomba. À noite, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, disse a jornalistas que o governo tem a intenção de mudar o protocolo de licenciamento das barragens brasileiras.
A solidariedade também chegou por meio das redes sociais. No Instagram, Gisele Bündchen postou imagens com o antes e depois do avanço da lama. Também se manifestaram o jogador de futebol Neymar e as atrizes Bruna Marquezine, Fernanda Paes Leme e Giovanna Ewbank. Já Fernando Henrique Cardoso cobrou autoridades. No Twitter, disse que “meio ambiente não é zoeira de esquerda: é respeito à vida das pessoas e do planeta”.
Novos riscos
Enquanto o desastre do rompimento da barragem do Córrego do Feijão começava a ser contabilizado em número de mortos, ontem uma nova ameaça pairava em Brumadinho, a de que uma nova barragem poderia se romper. A preocupação estava na boca dos moradores e surgiu na fala de autoridades.
Logo após o sobrevoo do presidente Jair Bolsonaro com ministros e outras lideranças pela região afetada, o ministro Gustavo Canuto, do Desenvolvimento Regional, afirmou no início da tarde que a preocupação no momento era com chuva e com a barragem 6.
Localizada ao lado da barragem 1, que rompeu anteontem, a B6 armazena água e tem volume de 1 milhão de m3. Segundo Canuto, ela está sendo monitorada e a Defesa Civil checa com frequência sua estabilidade. “Se romper, o desastre pode ser ainda maior”, disse.
Na sequência, o coronel Evandro Borges, coordenador da Defesa Civil de Minas, também citou que a B6 está “sendo monitorada de forma constante, em face do risco que ela pode apresentar de rompimento, o que pode agravar a situação por onde aconteceu o desastre”. A Vale anunciou que estava fazendo a drenagem da barragem com o uso de bombas, para reduzir a quantidade de água, e que o monitoramento da estrutura estava sendo realizado a cada hora.
No caso de um eventual rompimento, o despejo de 1 milhão de m3 de água poderia diluir a lama que agora está se movendo em velocidade mais lenta, aumentando o fluxo e carregando o material Rio Paraopeba abaixo. Mesmo em menor intensidade, a chuva também traz esse risco. “A velocidade dos rejeitos está ligada à densidade do material, quanto mais água, mais rápido se desloca”, explica Miguel Felippe, líder do grupo de pesquisas Terra (Temáticas Especiais Relacionadas ao Relevo e à Água) da Universidade Federal de Juiz de Fora.
“A parte da lama que já está depositada nos vales pode ser lavada pela água. A barragem a gente não sabe se vai romper. Mas chover, em algum momento vai, seja hoje ou daqui um tempo. E toda vez que chover o material depositado nas margens desse vale será levado para o rio e vai sendo distribuído”, complementa. “O problema não vai diminuir.”
O pesquisador, que acompanhou o desdobramento do rompimento da barragem do Fundão, em Mariana, em novembro de 2015, afirma que até hoje se coleta água no Rio Doce com o rejeito da Samarco. Ele explica que, ao contrário de Mariana, o rejeito de Brumadinho ficou mais retido nas margens de pequenos córregos antes de chegar ao Rio Paraopeba. “Esse material vai voltar por anos.”
O sedimento pode transformar a dinâmica do rio, alterando o hábitat para a fauna e a flora. Além de afetar a biodiversidade, pode prejudicar os recursos pesqueiros ou mesmo de lazer das populações que vivem à margem do rio. Existe uma preocupação também com o abastecimento de água. Há um ponto de captação de água no Rio Paraopeba, cerca de 9 km abaixo da foz do Córrego do Feijão, que foi suspenso pela Companhia de Saneamento de Minas (Copasa) após o rompimento da barragem.
Segundo a instituição, não há risco para o abastecimento da região metropolitana de Belo Horizonte. Mas, lembra Sergio Menin, presidente da Comissão de Recursos Hídricos da Sociedade Mineira de Engenheiros, o ponto de captação foi construído durante a crise hídrica. Isso poderia fazer falta num eventual cenário de seca.
A ambientalista Márcia Hirota, da SOS Mata Atlântica, afirmou que a organização está se mobilizando para fazer uma expedição na região, a exemplo do que foi feito no Rio Doce, para averiguar os impactos ambientais. “Os rejeitos vão descer, uma hora ou outra pela Paraopeba. Só não sabemos ainda o curso disso, o que poderá ser atingido”, diz. O medo é que chegue ao Rio São Francisco, do qual o Paraopeba é afluente.
Menin estima que esse risco não existe, porque antes de desaguar, o Paraopeba chega à barragem da usina de Três Marias, que tem um reservatório grande o suficiente para segurar os rejeitos. “Acredito que dali não passa.”
Apreensão
Em Córrego do Feijão, a todo momento ontem, 26, chegava uma “notícia” sobre o suposto rompimento de uma segunda barragem, o que foi várias vezes negado por bombeiros e Vale. Os moradores, porém, estavam apreensivos. Moradora do povoado, a policial civil Janaina Menezes passou o dia atenta aos sinais. Enquanto conversava com a reportagem do Estado, uma vizinha chegou dizendo que havia rompido.
Por volta das 13 horas, todas as equipes de resgate deixaram as áreas de maior risco por causa do aumento do nível das águas. Segundo um bombeiro, é possível que estivesse chovendo na cabeceira de algum rio. Até os helicópteros diminuíram a frequência dos voos, que só aumentou às 14h30.
No fim da tarde, a ameaça de chuva se confirmou. A jipeira Clarisse Jaú Funessy, moradora de Casa Branca, foi tentar ajudar nas buscas. Mas relatou que a orientação dos bombeiros era evitar as áreas próximas, pelo risco de um novo rompimento. O desempregado Fernando Nunes Araújo também se mostrou preocupado com o risco. “Estão retirando várias famílias de casa, mas não nos dão informação.”
Auxílio israelense
Após sobrevoar a área da tragédia em Brumadinho, o presidente Jair Bolsonaro anunciou que o governo de Israel havia oferecido ajuda para localizar os desaparecidos. O presidente também colocou à disposição de Minas Gerais recursos do governo federal, como reforços nas equipes de buscas e equipamentos.
Em edição extra do Diário Oficial da União, foi reconhecido o estado de calamidade pública por procedimento sumário em Brumadinho, em decorrência do rompimento da barragem ocorrido anteontem. A decisão facilita a liberação e mobilização de recursos para os trabalhos de resgate na região.
Depois do sobrevoo de ontem, Bolsonaro se reuniu com o governador de Minas, Romeu Zema, o presidente da Vale, Fabio Schvartsman, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e ministros no Aeroporto de Confins. Ao retornar a Brasília, o presidente afirmou à imprensa que “infelizmente, pode aumentar muito o número de mortos”.
Segundo Zema, Bolsonaro disse que disponibilizará equipamentos obtidos em parceria com Israel, com tecnologia capaz de localizar pessoas que estejam enterradas. “É muito difícil localizar um corpo a cinco, dez metros de profundidade”, disse o governador. “Israel se ofereceu para poder fazer isso.”
Segundo o embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley, será enviada uma aeronave com equipe de cerca de 70 ou 80 pessoas, além de equipamentos especiais. “Infelizmente, temos experiência (em resgatar pessoas soterradas) devido a atentados que derrubam casas”, explicou o embaixador.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
— —
Veículo: ES Hoje
Editoria: Notícias
Data: 27/01/2019
Link: http://eshoje.com.br/mortos-chegam-a-34-barragem-com-agua-preocupa-autoridades/
Título: Mortos chegam a 34; barragem com água preocupa autoridades
Capa/Mortos chegam a 34; barragem com água preocupa autoridades
27 de janeiro de 2019 – por Redação Multimídia ESHOJE
O primeiro dia em Brumadinho, Minas Gerais, após a enxurrada de lama que seguiu o rompimento da barragem 1, da mineradora Vale, foi marcado pelo resgate de mortos e de sobreviventes. De acordo com o governo mineiro, no total, 34 corpos foram encontrados – entre eles o da médica Marcelle Cangussu, que estava na Vale havia dois anos, e foi a primeira vítima identificada – e 366 pessoas, localizadas. Dessas, 221 são funcionários da mineradora e 145, de empresas terceirizadas – 23 estão hospitalizados. O número de mortos já supera os 19 registrados com o rompimento da barragem da Samarco, em 2015, em Mariana. Pelo menos 254 pessoas permaneciam desaparecidas até a conclusão desta edição e as causas da tragédia não haviam sido esclarecidas.
Em Brumadinho, o cenário era de preocupação, com ameaça de rompimento da barragem 6, localizada ao lado da que se rompeu. Esta, em vez de lama, tem água. Também preocupou moradores e autoridades a previsão de chuva, que se confirmou à tarde e diminuiu o ritmo das buscas. O temor é de que, com grande volume de água, a lama ganhe velocidade e faça novos estragos. Na tentativa de reduzir os riscos, a Vale começou a drenar a água. Diante do risco, parte dos moradores teve de deixar suas casas. Quem não saiu enfrentou falta de água e de luz.
Também ontem, a pedido da Procuradoria-Geral de Justiça do Estado, a Justiça de Minas determinou o bloqueio de R$ 5 bilhões da mineradora para o pagamento de despesas ambientais. A Vale foi multada pelo Ibama em R$ 250 milhões, e o Ministério Público Federal e a Polícia Federal anunciaram que vão investigar o caso. Pela manhã, o presidente Jair Bolsonaro sobrevoou a área atingida pela lama e anunciou que o governo de Israel ofereceu ajuda para localizar os desaparecidos, por causa da expertise em encontrar pessoas soterradas depois de atentados a bomba. À noite, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, disse a jornalistas que o governo tem a intenção de mudar o protocolo de licenciamento das barragens brasileiras.
A solidariedade também chegou por meio das redes sociais. No Instagram, Gisele Bündchen postou imagens com o antes e depois do avanço da lama. Também se manifestaram o jogador de futebol Neymar e as atrizes Bruna Marquezine, Fernanda Paes Leme e Giovanna Ewbank. Já Fernando Henrique Cardoso cobrou autoridades. No Twitter, disse que “meio ambiente não é zoeira de esquerda: é respeito à vida das pessoas e do planeta”.
Novos riscos
Enquanto o desastre do rompimento da barragem do Córrego do Feijão começava a ser contabilizado em número de mortos, ontem uma nova ameaça pairava em Brumadinho, a de que uma nova barragem poderia se romper. A preocupação estava na boca dos moradores e surgiu na fala de autoridades.
Logo após o sobrevoo do presidente Jair Bolsonaro com ministros e outras lideranças pela região afetada, o ministro Gustavo Canuto, do Desenvolvimento Regional, afirmou no início da tarde que a preocupação no momento era com chuva e com a barragem 6.
Localizada ao lado da barragem 1, que rompeu anteontem, a B6 armazena água e tem volume de 1 milhão de m3. Segundo Canuto, ela está sendo monitorada e a Defesa Civil checa com frequência sua estabilidade. “Se romper, o desastre pode ser ainda maior”, disse.
Na sequência, o coronel Evandro Borges, coordenador da Defesa Civil de Minas, também citou que a B6 está “sendo monitorada de forma constante, em face do risco que ela pode apresentar de rompimento, o que pode agravar a situação por onde aconteceu o desastre”. A Vale anunciou que estava fazendo a drenagem da barragem com o uso de bombas, para reduzir a quantidade de água, e que o monitoramento da estrutura estava sendo realizado a cada hora.
No caso de um eventual rompimento, o despejo de 1 milhão de m3 de água poderia diluir a lama que agora está se movendo em velocidade mais lenta, aumentando o fluxo e carregando o material Rio Paraopeba abaixo. Mesmo em menor intensidade, a chuva também traz esse risco. “A velocidade dos rejeitos está ligada à densidade do material, quanto mais água, mais rápido se desloca”, explica Miguel Felippe, líder do grupo de pesquisas Terra (Temáticas Especiais Relacionadas ao Relevo e à Água) da Universidade Federal de Juiz de Fora.
“A parte da lama que já está depositada nos vales pode ser lavada pela água. A barragem a gente não sabe se vai romper. Mas chover, em algum momento vai, seja hoje ou daqui um tempo. E toda vez que chover o material depositado nas margens desse vale será levado para o rio e vai sendo distribuído”, complementa. “O problema não vai diminuir.”
O pesquisador, que acompanhou o desdobramento do rompimento da barragem do Fundão, em Mariana, em novembro de 2015, afirma que até hoje se coleta água no Rio Doce com o rejeito da Samarco. Ele explica que, ao contrário de Mariana, o rejeito de Brumadinho ficou mais retido nas margens de pequenos córregos antes de chegar ao Rio Paraopeba. “Esse material vai voltar por anos.”
O sedimento pode transformar a dinâmica do rio, alterando o hábitat para a fauna e a flora. Além de afetar a biodiversidade, pode prejudicar os recursos pesqueiros ou mesmo de lazer das populações que vivem à margem do rio. Existe uma preocupação também com o abastecimento de água. Há um ponto de captação de água no Rio Paraopeba, cerca de 9 km abaixo da foz do Córrego do Feijão, que foi suspenso pela Companhia de Saneamento de Minas (Copasa) após o rompimento da barragem.
Segundo a instituição, não há risco para o abastecimento da região metropolitana de Belo Horizonte. Mas, lembra Sergio Menin, presidente da Comissão de Recursos Hídricos da Sociedade Mineira de Engenheiros, o ponto de captação foi construído durante a crise hídrica. Isso poderia fazer falta num eventual cenário de seca.
A ambientalista Márcia Hirota, da SOS Mata Atlântica, afirmou que a organização está se mobilizando para fazer uma expedição na região, a exemplo do que foi feito no Rio Doce, para averiguar os impactos ambientais. “Os rejeitos vão descer, uma hora ou outra pela Paraopeba. Só não sabemos ainda o curso disso, o que poderá ser atingido”, diz. O medo é que chegue ao Rio São Francisco, do qual o Paraopeba é afluente.
Menin estima que esse risco não existe, porque antes de desaguar, o Paraopeba chega à barragem da usina de Três Marias, que tem um reservatório grande o suficiente para segurar os rejeitos. “Acredito que dali não passa.”
Apreensão
Em Córrego do Feijão, a todo momento ontem, 26, chegava uma “notícia” sobre o suposto rompimento de uma segunda barragem, o que foi várias vezes negado por bombeiros e Vale. Os moradores, porém, estavam apreensivos. Moradora do povoado, a policial civil Janaina Menezes passou o dia atenta aos sinais. Enquanto conversava com a reportagem do Estado, uma vizinha chegou dizendo que havia rompido.
Por volta das 13 horas, todas as equipes de resgate deixaram as áreas de maior risco por causa do aumento do nível das águas. Segundo um bombeiro, é possível que estivesse chovendo na cabeceira de algum rio. Até os helicópteros diminuíram a frequência dos voos, que só aumentou às 14h30.
No fim da tarde, a ameaça de chuva se confirmou. A jipeira Clarisse Jaú Funessy, moradora de Casa Branca, foi tentar ajudar nas buscas. Mas relatou que a orientação dos bombeiros era evitar as áreas próximas, pelo risco de um novo rompimento. O desempregado Fernando Nunes Araújo também se mostrou preocupado com o risco. “Estão retirando várias famílias de casa, mas não nos dão informação.”
Auxílio israelense
Após sobrevoar a área da tragédia em Brumadinho, o presidente Jair Bolsonaro anunciou que o governo de Israel havia oferecido ajuda para localizar os desaparecidos. O presidente também colocou à disposição de Minas Gerais recursos do governo federal, como reforços nas equipes de buscas e equipamentos.
Em edição extra do Diário Oficial da União, foi reconhecido o estado de calamidade pública por procedimento sumário em Brumadinho, em decorrência do rompimento da barragem ocorrido anteontem. A decisão facilita a liberação e mobilização de recursos para os trabalhos de resgate na região.
Depois do sobrevoo de ontem, Bolsonaro se reuniu com o governador de Minas, Romeu Zema, o presidente da Vale, Fabio Schvartsman, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e ministros no Aeroporto de Confins. Ao retornar a Brasília, o presidente afirmou à imprensa que “infelizmente, pode aumentar muito o número de mortos”.
Segundo Zema, Bolsonaro disse que disponibilizará equipamentos obtidos em parceria com Israel, com tecnologia capaz de localizar pessoas que estejam enterradas. “É muito difícil localizar um corpo a cinco, dez metros de profundidade”, disse o governador. “Israel se ofereceu para poder fazer isso.”
Segundo o embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley, será enviada uma aeronave com equipe de cerca de 70 ou 80 pessoas, além de equipamentos especiais. “Infelizmente, temos experiência (em resgatar pessoas soterradas) devido a atentados que derrubam casas”, explicou o embaixador.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Giovana Girardi, Renata Batista, Carla Bridi, Paula Reverbel e Marcelo Faria
Estadao Conteudo
Copyright © 2019 Estadão Conteúdo. Todos os direitos reservados.
— —
Veículo: UOL Notícias
Editoria: Cotidiano
Data: 27/01/2019
Título: Mortos chegam a 34; barragem com água preocupa autoridades Giovana Girardi, Renata Batista, Carla Bridi, Paula Reverbel e Marcelo Faria Brasília, São Paulo e Brumadinho 27/01/2019 08h40.
[Texto não copiável]
— —
Veículo: Giro MT
Editoria: Notícias
Data: 27/01/2019
Link: http://www.giromt.com.br/2019/01/27/mortos-chegam-a-37-barragem-com-agua-preocupa-autoridades/
Título: MORTOS CHEGAM A 37; BARRAGEM COM ÁGUA PREOCUPA AUTORIDADES
On 27 de janeiro de 2019 By admin
Home2019Janeiro27Mortos Chegam A 37; Barragem Com Água Preocupa Autoridades
O primeiro dia em Brumadinho, Minas Gerais, após a enxurrada de lama que seguiu o rompimento da barragem 1, da mineradora Vale, foi marcado pelo resgate de mortos e de sobreviventes. De acordo com o governo mineiro, no total, 37 corpos foram encontrados – entre eles o da médica Marcelle Cangussu, que estava na Vale havia dois anos, e foi a primeira vítima identificada – e 366 pessoas, localizadas. Dessas, 221 são funcionários da mineradora e 145, de empresas terceirizadas – 23 estão hospitalizados. O número de mortos já supera os 19 registrados com o rompimento da barragem da Samarco, em 2015, em Mariana. Pelo menos 254 pessoas permaneciam desaparecidas até a conclusão desta edição e as causas da tragédia não haviam sido esclarecidas.
Em Brumadinho, o cenário era de preocupação, com ameaça de rompimento da barragem 6, localizada ao lado da que se rompeu. Esta, em vez de lama, tem água. Também preocupou moradores e autoridades a previsão de chuva, que se confirmou à tarde e diminuiu o ritmo das buscas. O temor é de que, com grande volume de água, a lama ganhe velocidade e faça novos estragos. Na tentativa de reduzir os riscos, a Vale começou a drenar a água. Diante do risco, parte dos moradores teve de deixar suas casas. Quem não saiu enfrentou falta de água e de luz. Também ontem, a pedido da Procuradoria-Geral de Justiça do Estado, a Justiça de Minas determinou o bloqueio de R$ 5 bilhões da mineradora para o pagamento de despesas ambientais. A Vale foi multada pelo Ibama em R$ 250 milhões, e o Ministério Público Federal e a Polícia Federal anunciaram que vão investigar o caso. Pela manhã, o presidente Jair Bolsonaro sobrevoou a área atingida pela lama e anunciou que o governo de Israel ofereceu ajuda para localizar os desaparecidos, por causa da expertise em encontrar pessoas soterradas depois de atentados a bomba. À noite, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, disse a jornalistas que o governo tem a intenção de mudar o protocolo de licenciamento das barragens brasileiras.
A solidariedade também chegou por meio das redes sociais. No Instagram, Gisele Bündchen postou imagens com o antes e depois do avanço da lama. Também se manifestaram o jogador de futebol Neymar e as atrizes Bruna Marquezine, Fernanda Paes Leme e Giovanna Ewbank. Já Fernando Henrique Cardoso cobrou autoridades. No Twitter, disse que “meio ambiente não é zoeira de esquerda: é respeito à vida das pessoas e do planeta”.
Novos riscos
Enquanto o desastre do rompimento da barragem do Córrego do Feijão começava a ser contabilizado em número de mortos, ontem uma nova ameaça pairava em Brumadinho, a de que uma nova barragem poderia se romper. A preocupação estava na boca dos moradores e surgiu na fala de autoridades.
Logo após o sobrevoo do presidente Jair Bolsonaro com ministros e outras lideranças pela região afetada, o ministro Gustavo Canuto, do Desenvolvimento Regional, afirmou no início da tarde que a preocupação no momento era com chuva e com a barragem 6. Localizada ao lado da barragem 1, que rompeu anteontem, a B6 armazena água e tem volume de 1 milhão de m3. Segundo Canuto, ela está sendo monitorada e a Defesa Civil checa com frequência sua estabilidade. “Se romper, o desastre pode ser ainda maior”, disse.
Na sequência, o coronel Evandro Borges, coordenador da Defesa Civil de Minas, também citou que a B6 está “sendo monitorada de forma constante, em face do risco que ela pode apresentar de rompimento, o que pode agravar a situação por onde aconteceu o desastre”. A Vale anunciou que estava fazendo a drenagem da barragem com o uso de bombas, para reduzir a quantidade de água, e que o monitoramento da estrutura estava sendo realizado a cada hora. No caso de um eventual rompimento, o despejo de 1 milhão de m3 de água poderia diluir a lama que agora está se movendo em velocidade mais lenta, aumentando o fluxo e carregando o material Rio Paraopeba abaixo.
Mesmo em menor intensidade, a chuva também traz esse risco. “A velocidade dos rejeitos está ligada à densidade do material, quanto mais água, mais rápido se desloca”, explica Miguel Felippe, líder do grupo de pesquisas Terra (Temáticas Especiais Relacionadas ao Relevo e à Água) da Universidade Federal de Juiz de Fora. “A parte da lama que já está depositada nos vales pode ser lavada pela água. A barragem a gente não sabe se vai romper. Mas chover, em algum momento vai, seja hoje ou daqui um tempo. E toda vez que chover o material depositado nas margens desse vale será levado para o rio e vai sendo distribuído”, complementa. “O problema não vai diminuir.”
O pesquisador, que acompanhou o desdobramento do rompimento da barragem do Fundão, em Mariana, em novembro de 2015, afirma que até hoje se coleta água no Rio Doce com o rejeito da Samarco. Ele explica que, ao contrário de Mariana, o rejeito de Brumadinho ficou mais retido nas margens de pequenos córregos antes de chegar ao Rio Paraopeba. “Esse material vai voltar por anos.”
O sedimento pode transformar a dinâmica do rio, alterando o hábitat para a fauna e a flora. Além de afetar a biodiversidade, pode prejudicar os recursos pesqueiros ou mesmo de lazer das populações que vivem à margem do rio. Existe uma preocupação também com o abastecimento de água. Há um ponto de captação de água no Rio Paraopeba, cerca de 9 km abaixo da foz do Córrego do Feijão, que foi suspenso pela Companhia de Saneamento de Minas (Copasa) após o rompimento da barragem. Segundo a instituição, não há risco para o abastecimento da região metropolitana de Belo Horizonte. Mas, lembra Sergio Menin, presidente da Comissão de Recursos Hídricos da Sociedade Mineira de Engenheiros, o ponto de captação foi construído durante a crise hídrica. Isso poderia fazer falta num eventual cenário de seca.
A ambientalista Márcia Hirota, da SOS Mata Atlântica, afirmou que a organização está se mobilizando para fazer uma expedição na região, a exemplo do que foi feito no Rio Doce, para averiguar os impactos ambientais. “Os rejeitos vão descer, uma hora ou outra pela Paraopeba. Só não sabemos ainda o curso disso, o que poderá ser atingido”, diz. O medo é que chegue ao Rio São Francisco, do qual o Paraopeba é afluente.Menin estima que esse risco não existe, porque antes de desaguar, o Paraopeba chega à barragem da usina de Três Marias, que tem um reservatório grande o suficiente para segurar os rejeitos. “Acredito que dali não passa.”
Apreensão
Em Córrego do Feijão, a todo momento ontem, 26, chegava uma “notícia” sobre o suposto rompimento de uma segunda barragem, o que foi várias vezes negado por bombeiros e Vale. Os moradores, porém, estavam apreensivos. Moradora do povoado, a policial civil Janaina Menezes passou o dia atenta aos sinais. Enquanto conversava com a reportagem do Estado, uma vizinha chegou dizendo que havia rompido. Por volta das 13 horas, todas as equipes de resgate deixaram as áreas de maior risco por causa do aumento do nível das águas. Segundo um bombeiro, é possível que estivesse chovendo na cabeceira de algum rio. Até os helicópteros diminuíram a frequência dos voos, que só aumentou às 14h30. No fim da tarde, a ameaça de chuva se confirmou. A jipeira Clarisse Jaú Funessy, moradora de Casa Branca, foi tentar ajudar nas buscas. Mas relatou que a orientação dos bombeiros era evitar as áreas próximas, pelo risco de um novo rompimento. O desempregado Fernando Nunes Araújo também se mostrou preocupado com o risco. “Estão retirando várias famílias de casa, mas não nos dão informação.”
Auxílio israelense
Após sobrevoar a área da tragédia em Brumadinho, o presidente Jair Bolsonaro anunciou que o governo de Israel havia oferecido ajuda para localizar os desaparecidos. O presidente também colocou à disposição de Minas Gerais recursos do governo federal, como reforços nas equipes de buscas e equipamentos.
Em edição extra do Diário Oficial da União, foi reconhecido o estado de calamidade pública por procedimento sumário em Brumadinho, em decorrência do rompimento da barragem ocorrido anteontem. A decisão facilita a liberação e mobilização de recursos para os trabalhos de resgate na região.
Depois do sobrevoo de ontem, Bolsonaro se reuniu com o governador de Minas, Romeu Zema, o presidente da Vale, Fabio Schvartsman, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e ministros no Aeroporto de Confins. Ao retornar a Brasília, o presidente afirmou à imprensa que “infelizmente, pode aumentar muito o número de mortos”.
Segundo Zema, Bolsonaro disse que disponibilizará equipamentos obtidos em parceria com Israel, com tecnologia capaz de localizar pessoas que estejam enterradas. “É muito difícil localizar um corpo a cinco, dez metros de profundidade”, disse o governador. “Israel se ofereceu para poder fazer isso.”
Segundo o embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley, será enviada uma aeronave com equipe de cerca de 70 ou 80 pessoas, além de equipamentos especiais. “Infelizmente, temos experiência (em resgatar pessoas soterradas) devido a atentados que derrubam casas”, explicou o embaixador.
Fonte | Revista Época
— —
Veículo: Diário da Jaraguá
Editoria: Geral
Data: 27/01/2019
Título: Mortos chegam a 34; barragem com água preocupa autoridades
27 JAN 2019 – 09H40POR GIOVANA GIRARDI, RENATA BATISTA, CARLA BRIDI, PAULA REVERBEL E MARCELO FARIA
Amauri Multimarcas
O primeiro dia em Brumadinho, Minas Gerais, após a enxurrada de lama que seguiu o rompimento da barragem 1, da mineradora Vale, foi marcado pelo resgate de mortos e de sobreviventes. De acordo com o governo mineiro, no total, 34 corpos foram encontrados – entre eles o da médica Marcelle Cangussu, que estava na Vale havia dois anos, e foi a primeira vítima identificada – e 366 pessoas, localizadas. Dessas, 221 são funcionários da mineradora e 145, de empresas terceirizadas – 23 estão hospitalizados. O número de mortos já supera os 19 registrados com o rompimento da barragem da Samarco, em 2015, em Mariana. Pelo menos 254 pessoas permaneciam desaparecidas até a conclusão desta edição e as causas da tragédia não haviam sido esclarecidas.
Em Brumadinho, o cenário era de preocupação, com ameaça de rompimento da barragem 6, localizada ao lado da que se rompeu. Esta, em vez de lama, tem água. Também preocupou moradores e autoridades a previsão de chuva, que se confirmou à tarde e diminuiu o ritmo das buscas. O temor é de que, com grande volume de água, a lama ganhe velocidade e faça novos estragos. Na tentativa de reduzir os riscos, a Vale começou a drenar a água. Diante do risco, parte dos moradores teve de deixar suas casas. Quem não saiu enfrentou falta de água e de luz.
Também ontem, a pedido da Procuradoria-Geral de Justiça do Estado, a Justiça de Minas determinou o bloqueio de R$ 5 bilhões da mineradora para o pagamento de despesas ambientais. A Vale foi multada pelo Ibama em R$ 250 milhões, e o Ministério Público Federal e a Polícia Federal anunciaram que vão investigar o caso. Pela manhã, o presidente Jair Bolsonaro sobrevoou a área atingida pela lama e anunciou que o governo de Israel ofereceu ajuda para localizar os desaparecidos, por causa da expertise em encontrar pessoas soterradas depois de atentados a bomba. À noite, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, disse a jornalistas que o governo tem a intenção de mudar o protocolo de licenciamento das barragens brasileiras.
A solidariedade também chegou por meio das redes sociais. No Instagram, Gisele Bündchen postou imagens com o antes e depois do avanço da lama. Também se manifestaram o jogador de futebol Neymar e as atrizes Bruna Marquezine, Fernanda Paes Leme e Giovanna Ewbank. Já Fernando Henrique Cardoso cobrou autoridades. No Twitter, disse que “meio ambiente não é zoeira de esquerda: é respeito à vida das pessoas e do planeta”.
Novos riscos
Enquanto o desastre do rompimento da barragem do Córrego do Feijão começava a ser contabilizado em número de mortos, ontem uma nova ameaça pairava em Brumadinho, a de que uma nova barragem poderia se romper. A preocupação estava na boca dos moradores e surgiu na fala de autoridades.
Logo após o sobrevoo do presidente Jair Bolsonaro com ministros e outras lideranças pela região afetada, o ministro Gustavo Canuto, do Desenvolvimento Regional, afirmou no início da tarde que a preocupação no momento era com chuva e com a barragem 6.
Localizada ao lado da barragem 1, que rompeu anteontem, a B6 armazena água e tem volume de 1 milhão de m3. Segundo Canuto, ela está sendo monitorada e a Defesa Civil checa com frequência sua estabilidade. “Se romper, o desastre pode ser ainda maior”, disse.
Na sequência, o coronel Evandro Borges, coordenador da Defesa Civil de Minas, também citou que a B6 está “sendo monitorada de forma constante, em face do risco que ela pode apresentar de rompimento, o que pode agravar a situação por onde aconteceu o desastre”. A Vale anunciou que estava fazendo a drenagem da barragem com o uso de bombas, para reduzir a quantidade de água, e que o monitoramento da estrutura estava sendo realizado a cada hora.
No caso de um eventual rompimento, o despejo de 1 milhão de m3 de água poderia diluir a lama que agora está se movendo em velocidade mais lenta, aumentando o fluxo e carregando o material Rio Paraopeba abaixo. Mesmo em menor intensidade, a chuva também traz esse risco. “A velocidade dos rejeitos está ligada à densidade do material, quanto mais água, mais rápido se desloca”, explica Miguel Felippe, líder do grupo de pesquisas Terra (Temáticas Especiais Relacionadas ao Relevo e à Água) da Universidade Federal de Juiz de Fora.
“A parte da lama que já está depositada nos vales pode ser lavada pela água. A barragem a gente não sabe se vai romper. Mas chover, em algum momento vai, seja hoje ou daqui um tempo. E toda vez que chover o material depositado nas margens desse vale será levado para o rio e vai sendo distribuído”, complementa. “O problema não vai diminuir.”
O pesquisador, que acompanhou o desdobramento do rompimento da barragem do Fundão, em Mariana, em novembro de 2015, afirma que até hoje se coleta água no Rio Doce com o rejeito da Samarco. Ele explica que, ao contrário de Mariana, o rejeito de Brumadinho ficou mais retido nas margens de pequenos córregos antes de chegar ao Rio Paraopeba. “Esse material vai voltar por anos.”
O sedimento pode transformar a dinâmica do rio, alterando o hábitat para a fauna e a flora. Além de afetar a biodiversidade, pode prejudicar os recursos pesqueiros ou mesmo de lazer das populações que vivem à margem do rio. Existe uma preocupação também com o abastecimento de água. Há um ponto de captação de água no Rio Paraopeba, cerca de 9 km abaixo da foz do Córrego do Feijão, que foi suspenso pela Companhia de Saneamento de Minas (Copasa) após o rompimento da barragem.
Segundo a instituição, não há risco para o abastecimento da região metropolitana de Belo Horizonte. Mas, lembra Sergio Menin, presidente da Comissão de Recursos Hídricos da Sociedade Mineira de Engenheiros, o ponto de captação foi construído durante a crise hídrica. Isso poderia fazer falta num eventual cenário de seca.
A ambientalista Márcia Hirota, da SOS Mata Atlântica, afirmou que a organização está se mobilizando para fazer uma expedição na região, a exemplo do que foi feito no Rio Doce, para averiguar os impactos ambientais. “Os rejeitos vão descer, uma hora ou outra pela Paraopeba. Só não sabemos ainda o curso disso, o que poderá ser atingido”, diz. O medo é que chegue ao Rio São Francisco, do qual o Paraopeba é afluente.
Menin estima que esse risco não existe, porque antes de desaguar, o Paraopeba chega à barragem da usina de Três Marias, que tem um reservatório grande o suficiente para segurar os rejeitos. “Acredito que dali não passa.”
Apreensão
Em Córrego do Feijão, a todo momento ontem, 26, chegava uma “notícia” sobre o suposto rompimento de uma segunda barragem, o que foi várias vezes negado por bombeiros e Vale. Os moradores, porém, estavam apreensivos. Moradora do povoado, a policial civil Janaina Menezes passou o dia atenta aos sinais. Enquanto conversava com a reportagem do Estado, uma vizinha chegou dizendo que havia rompido.
Por volta das 13 horas, todas as equipes de resgate deixaram as áreas de maior risco por causa do aumento do nível das águas. Segundo um bombeiro, é possível que estivesse chovendo na cabeceira de algum rio. Até os helicópteros diminuíram a frequência dos voos, que só aumentou às 14h30.
No fim da tarde, a ameaça de chuva se confirmou. A jipeira Clarisse Jaú Funessy, moradora de Casa Branca, foi tentar ajudar nas buscas. Mas relatou que a orientação dos bombeiros era evitar as áreas próximas, pelo risco de um novo rompimento. O desempregado Fernando Nunes Araújo também se mostrou preocupado com o risco. “Estão retirando várias famílias de casa, mas não nos dão informação.”
Auxílio israelense
Após sobrevoar a área da tragédia em Brumadinho, o presidente Jair Bolsonaro anunciou que o governo de Israel havia oferecido ajuda para localizar os desaparecidos. O presidente também colocou à disposição de Minas Gerais recursos do governo federal, como reforços nas equipes de buscas e equipamentos.
Em edição extra do Diário Oficial da União, foi reconhecido o estado de calamidade pública por procedimento sumário em Brumadinho, em decorrência do rompimento da barragem ocorrido anteontem. A decisão facilita a liberação e mobilização de recursos para os trabalhos de resgate na região.
Depois do sobrevoo de ontem, Bolsonaro se reuniu com o governador de Minas, Romeu Zema, o presidente da Vale, Fabio Schvartsman, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e ministros no Aeroporto de Confins. Ao retornar a Brasília, o presidente afirmou à imprensa que “infelizmente, pode aumentar muito o número de mortos”.
Segundo Zema, Bolsonaro disse que disponibilizará equipamentos obtidos em parceria com Israel, com tecnologia capaz de localizar pessoas que estejam enterradas. “É muito difícil localizar um corpo a cinco, dez metros de profundidade”, disse o governador. “Israel se ofereceu para poder fazer isso.”
Segundo o embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley, será enviada uma aeronave com equipe de cerca de 70 ou 80 pessoas, além de equipamentos especiais. “Infelizmente, temos experiência (em resgatar pessoas soterradas) devido a atentados que derrubam casas”, explicou o embaixador.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
— —
Veículo: Estadão
Editoria: Sustentabilidade
Data: 27/01/2019
Título: Defesa Civil monitora chuva e novos riscos em Brumadinho
Poder público e Vale se esforçam para evitar mais rompimentos; boato de quebra de estrutura corria na cidade
Giovana Girardi e Renata Batista
27 JAN2019
03h10
SÃO PAULO E BRUMADINHO (MG) – Enquanto o desastre do rompimento da barragem do Córrego do Feijão começava a ser contabilizado em número de mortos, neste sábado, 26, uma nova ameaça pairava em Brumadinho, a de que uma nova barragem poderia se romper. A preocupação estava na boca dos moradores e surgiu na fala de autoridades.
Logo após o sobrevoo do presidente Jair Bolsonaro com ministros e outras lideranças pela região afetada, o ministro Gustavo Canuto, do Desenvolvimento Regional, afirmou no início da tarde que a preocupação no momento era com chuva e com a barragem 6.
Localizada ao lado da barragem 1, que rompeu nesta sexta-feira, 25, a B6 armazena água e tem volume de 1 milhão de m3. Segundo Canuto, ela está sendo monitorada e a Defesa Civil checa com frequência sua estabilidade. “Se romper, o desastre pode ser ainda maior”, disse.
Na sequência, o coronel Evandro Borges, coordenador da Defesa Civil de Minas, também citou que a B6 está “sendo monitorada de forma constante, em face do risco que ela pode apresentar de rompimento, o que pode agravar a situação por onde aconteceu o desastre”. A Vale anunciou que estava fazendo a drenagem da barragem com o uso de bombas, para reduzir a quantidade de água, e que o monitoramento da estrutura estava sendo realizado a cada hora.
No caso de um eventual rompimento, o despejo de 1 milhão de m3 de água poderia diluir a lama que agora está se movendo em velocidade mais lenta, aumentando o fluxo e carregando o material Rio Paraopeba abaixo. Mesmo em menor intensidade, a chuva também traz esse risco. “A velocidade dos rejeitos está ligada à densidade do material, quanto mais água, mais rápido se desloca”, explica Miguel Felippe, líder do grupo de pesquisas Terra (Temáticas Especiais Relacionadas ao Relevo e à Água) da Universidade Federal de Juiz de Fora.
“A parte da lama que já está depositada nos vales pode ser lavada pela água. A barragem a gente não sabe se vai romper. Mas chover, em algum momento vai, seja hoje ou daqui um tempo. E toda vez que chover o material depositado nas margens desse vale será levado para o rio e vai sendo distribuído”, complementa. “O problema não vai diminuir.”
O pesquisador, que acompanhou o desdobramento do rompimento da barragem do Fundão, em Mariana, em novembro de 2015, afirma que até hoje se coleta água no Rio Doce com o rejeito da Samarco. Ele explica que, ao contrário de Mariana, o rejeito de Brumadinho ficou mais retido nas margens de pequenos córregos antes de chegar ao Rio Paraopeba. “Esse material vai voltar por anos.”
O sedimento pode transformar a dinâmica do rio, alterando o hábitat para a fauna e a flora. Além de afetar a biodiversidade, pode prejudicar os recursos pesqueiros ou mesmo de lazer das populações que vivem à margem do rio. Existe uma preocupação também com o abastecimento de água. Há um ponto de captação de água no Rio Paraopeba, cerca de 9 km abaixo da foz do Córrego do Feijão, que foi suspenso pela Companhia de Saneamento de Minas (Copasa) após o rompimento da barragem.
Segundo a instituição, não há risco para o abastecimento da região metropolitana de Belo Horizonte. Mas, lembra Sergio Menin, presidente da Comissão de Recursos Hídricos da Sociedade Mineira de Engenheiros, o ponto de captação foi construído durante a crise hídrica. Isso poderia fazer falta num eventual cenário de seca.
A ambientalista Márcia Hirota, da SOS Mata Atlântica, afirmou que a organização está se mobilizando para fazer uma expedição na região, a exemplo do que foi feito no Rio Doce, para averiguar os impactos ambientais. “Os rejeitos vão descer, uma hora ou outra pela Paraopeba. Só não sabemos ainda o curso disso, o que poderá ser atingido”, diz. O medo é que chegue ao Rio São Francisco, do qual o Paraopeba é afluente.
Menin estima que esse risco não existe, porque antes de desaguar, o Paraopeba chega à barragem da usina de Três Marias, que tem um reservatório grande o suficiente para segurar os rejeitos. “Acredito que dali não passa.”
Apreensão
Em Córrego do Feijão, a todo momento neste sábado chegava uma “notícia” sobre o suposto rompimento de uma segunda barragem, o que foi várias vezes negado por bombeiros e Vale. Os moradores, porém, estavam apreensivos. Moradora do povoado, a policial civil Janaina Menezes passou o dia atenta aos sinais. Enquanto conversava com a reportagem do Estado, uma vizinha chegou dizendo que havia rompido.
Por volta das 13 horas, todas as equipes de resgate deixaram as áreas de maior risco por causa do aumento do nível das águas. Segundo um bombeiro, é possível que estivesse chovendo na cabeceira de algum rio. Até os helicópteros diminuíram a frequência dos voos, que só aumentou às 14h30.
No fim da tarde, a ameaça de chuva se confirmou. A jipeira Clarisse Jaú Funessy, moradora de Casa Branca, foi tentar ajudar nas buscas. Mas relatou que a orientação dos bombeiros era evitar as áreas próximas, pelo risco de um novo rompimento. O desempregado Fernando Nunes Araújo também se mostrou preocupado com o risco. “Estão retirando várias famílias de casa, mas não nos dão informação.”
— —
Veículo: Folha Vitória
Editoria: Geral
Data: 27/01/2019
Título: Número de mortos em Brumadinho chega a 34 e mais de 200 pessoas ainda estão desaparecidas
O número de mortos já supera os 19 registrados com o rompimento da barragem da Samarco, em 2015, em Mariana
Redação Folha Vitória
27 de Janeiro de 2019 às 08:48
Atualizado 27/01/2019 08:51:37
O primeiro dia em Brumadinho, Minas Gerais, após a enxurrada de lama que seguiu o rompimento da barragem 1, da mineradora Vale, foi marcado pelo resgate de mortos e de sobreviventes. De acordo com o governo mineiro, no total, 34 corpos foram encontrados – entre eles o da médica Marcelle Cangussu, que estava na Vale havia dois anos, e foi a primeira vítima identificada – e 366 pessoas, localizadas. Dessas, 221 são funcionários da mineradora e 145, de empresas terceirizadas – 23 estão hospitalizados. O número de mortos já supera os 19 registrados com o rompimento da barragem da Samarco, em 2015, em Mariana. Pelo menos 254 pessoas permaneciam desaparecidas até a conclusão desta edição e as causas da tragédia não haviam sido esclarecidas.
Em Brumadinho, o cenário era de preocupação, com ameaça de rompimento da barragem 6, localizada ao lado da que se rompeu. Esta, em vez de lama, tem água. Também preocupou moradores e autoridades a previsão de chuva, que se confirmou à tarde e diminuiu o ritmo das buscas. O temor é de que, com grande volume de água, a lama ganhe velocidade e faça novos estragos. Na tentativa de reduzir os riscos, a Vale começou a drenar a água. Diante do risco, parte dos moradores teve de deixar suas casas. Quem não saiu enfrentou falta de água e de luz.
Também ontem, a pedido da Procuradoria-Geral de Justiça do Estado, a Justiça de Minas determinou o bloqueio de R$ 5 bilhões da mineradora para o pagamento de despesas ambientais. A Vale foi multada pelo Ibama em R$ 250 milhões, e o Ministério Público Federal e a Polícia Federal anunciaram que vão investigar o caso. Pela manhã, o presidente Jair Bolsonaro sobrevoou a área atingida pela lama e anunciou que o governo de Israel ofereceu ajuda para localizar os desaparecidos, por causa da expertise em encontrar pessoas soterradas depois de atentados a bomba. À noite, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, disse a jornalistas que o governo tem a intenção de mudar o protocolo de licenciamento das barragens brasileiras.
A solidariedade também chegou por meio das redes sociais. No Instagram, Gisele Bündchen postou imagens com o antes e depois do avanço da lama. Também se manifestaram o jogador de futebol Neymar e as atrizes Bruna Marquezine, Fernanda Paes Leme e Giovanna Ewbank. Já Fernando Henrique Cardoso cobrou autoridades. No Twitter, disse que “meio ambiente não é zoeira de esquerda: é respeito à vida das pessoas e do planeta”.
Novos riscos
Enquanto o desastre do rompimento da barragem do Córrego do Feijão começava a ser contabilizado em número de mortos, ontem uma nova ameaça pairava em Brumadinho, a de que uma nova barragem poderia se romper. A preocupação estava na boca dos moradores e surgiu na fala de autoridades.
Logo após o sobrevoo do presidente Jair Bolsonaro com ministros e outras lideranças pela região afetada, o ministro Gustavo Canuto, do Desenvolvimento Regional, afirmou no início da tarde que a preocupação no momento era com chuva e com a barragem 6.
Localizada ao lado da barragem 1, que rompeu anteontem, a B6 armazena água e tem volume de 1 milhão de m3. Segundo Canuto, ela está sendo monitorada e a Defesa Civil checa com frequência sua estabilidade. “Se romper, o desastre pode ser ainda maior”, disse.
Na sequência, o coronel Evandro Borges, coordenador da Defesa Civil de Minas, também citou que a B6 está “sendo monitorada de forma constante, em face do risco que ela pode apresentar de rompimento, o que pode agravar a situação por onde aconteceu o desastre”. A Vale anunciou que estava fazendo a drenagem da barragem com o uso de bombas, para reduzir a quantidade de água, e que o monitoramento da estrutura estava sendo realizado a cada hora.
No caso de um eventual rompimento, o despejo de 1 milhão de m3 de água poderia diluir a lama que agora está se movendo em velocidade mais lenta, aumentando o fluxo e carregando o material Rio Paraopeba abaixo. Mesmo em menor intensidade, a chuva também traz esse risco. “A velocidade dos rejeitos está ligada à densidade do material, quanto mais água, mais rápido se desloca”, explica Miguel Felippe, líder do grupo de pesquisas Terra (Temáticas Especiais Relacionadas ao Relevo e à Água) da Universidade Federal de Juiz de Fora.
“A parte da lama que já está depositada nos vales pode ser lavada pela água. A barragem a gente não sabe se vai romper. Mas chover, em algum momento vai, seja hoje ou daqui um tempo. E toda vez que chover o material depositado nas margens desse vale será levado para o rio e vai sendo distribuído”, complementa. “O problema não vai diminuir.”
O pesquisador, que acompanhou o desdobramento do rompimento da barragem do Fundão, em Mariana, em novembro de 2015, afirma que até hoje se coleta água no Rio Doce com o rejeito da Samarco. Ele explica que, ao contrário de Mariana, o rejeito de Brumadinho ficou mais retido nas margens de pequenos córregos antes de chegar ao Rio Paraopeba. “Esse material vai voltar por anos.”
O sedimento pode transformar a dinâmica do rio, alterando o hábitat para a fauna e a flora. Além de afetar a biodiversidade, pode prejudicar os recursos pesqueiros ou mesmo de lazer das populações que vivem à margem do rio. Existe uma preocupação também com o abastecimento de água. Há um ponto de captação de água no Rio Paraopeba, cerca de 9 km abaixo da foz do Córrego do Feijão, que foi suspenso pela Companhia de Saneamento de Minas (Copasa) após o rompimento da barragem.
Segundo a instituição, não há risco para o abastecimento da região metropolitana de Belo Horizonte. Mas, lembra Sergio Menin, presidente da Comissão de Recursos Hídricos da Sociedade Mineira de Engenheiros, o ponto de captação foi construído durante a crise hídrica. Isso poderia fazer falta num eventual cenário de seca.
A ambientalista Márcia Hirota, da SOS Mata Atlântica, afirmou que a organização está se mobilizando para fazer uma expedição na região, a exemplo do que foi feito no Rio Doce, para averiguar os impactos ambientais. “Os rejeitos vão descer, uma hora ou outra pela Paraopeba. Só não sabemos ainda o curso disso, o que poderá ser atingido”, diz. O medo é que chegue ao Rio São Francisco, do qual o Paraopeba é afluente.
Menin estima que esse risco não existe, porque antes de desaguar, o Paraopeba chega à barragem da usina de Três Marias, que tem um reservatório grande o suficiente para segurar os rejeitos. “Acredito que dali não passa.”
Apreensão
Em Córrego do Feijão, a todo momento ontem, 26, chegava uma “notícia” sobre o suposto rompimento de uma segunda barragem, o que foi várias vezes negado por bombeiros e Vale. Os moradores, porém, estavam apreensivos. Moradora do povoado, a policial civil Janaina Menezes passou o dia atenta aos sinais. Enquanto conversava com a reportagem do Estado, uma vizinha chegou dizendo que havia rompido.
Por volta das 13 horas, todas as equipes de resgate deixaram as áreas de maior risco por causa do aumento do nível das águas. Segundo um bombeiro, é possível que estivesse chovendo na cabeceira de algum rio. Até os helicópteros diminuíram a frequência dos voos, que só aumentou às 14h30.
No fim da tarde, a ameaça de chuva se confirmou. A jipeira Clarisse Jaú Funessy, moradora de Casa Branca, foi tentar ajudar nas buscas. Mas relatou que a orientação dos bombeiros era evitar as áreas próximas, pelo risco de um novo rompimento. O desempregado Fernando Nunes Araújo também se mostrou preocupado com o risco. “Estão retirando várias famílias de casa, mas não nos dão informação.”
Auxílio israelense
Após sobrevoar a área da tragédia em Brumadinho, o presidente Jair Bolsonaro anunciou que o governo de Israel havia oferecido ajuda para localizar os desaparecidos. O presidente também colocou à disposição de Minas Gerais recursos do governo federal, como reforços nas equipes de buscas e equipamentos.
Em edição extra do Diário Oficial da União, foi reconhecido o estado de calamidade pública por procedimento sumário em Brumadinho, em decorrência do rompimento da barragem ocorrido anteontem. A decisão facilita a liberação e mobilização de recursos para os trabalhos de resgate na região.
Depois do sobrevoo de ontem, Bolsonaro se reuniu com o governador de Minas, Romeu Zema, o presidente da Vale, Fabio Schvartsman, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e ministros no Aeroporto de Confins. Ao retornar a Brasília, o presidente afirmou à imprensa que “infelizmente, pode aumentar muito o número de mortos”.
Segundo Zema, Bolsonaro disse que disponibilizará equipamentos obtidos em parceria com Israel, com tecnologia capaz de localizar pessoas que estejam enterradas. “É muito difícil localizar um corpo a cinco, dez metros de profundidade”, disse o governador. “Israel se ofereceu para poder fazer isso.”
Segundo o embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley, será enviada uma aeronave com equipe de cerca de 70 ou 80 pessoas, além de equipamentos especiais. “Infelizmente, temos experiência (em resgatar pessoas soterradas) devido a atentados que derrubam casas”, explicou o embaixador.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
— —
Veículo: Época Negócios
Editoria: Brasil
Data: 27/01/2019
Título: Mortos chegam a 37; barragem com água preocupa autoridades
Barragem 6, com água, tem risco de se romper
27/01/2019 – 09H08 – ATUALIZADA ÀS 09H15 – POR ESTADÃO CONTEÚDO E ÉPOCA NEGÓCIOS ONLINE
O primeiro dia em Brumadinho, Minas Gerais, após a enxurrada de lama que seguiu o rompimento da barragem 1, da mineradora Vale, foi marcado pelo resgate de mortos e de sobreviventes. De acordo com o governo mineiro, no total, 37 corpos foram encontrados – entre eles o da médica Marcelle Cangussu, que estava na Vale havia dois anos, e foi a primeira vítima identificada – e 366 pessoas, localizadas. Dessas, 221 são funcionários da mineradora e 145, de empresas terceirizadas – 23 estão hospitalizados. O número de mortos já supera os 19 registrados com o rompimento da barragem da Samarco, em 2015, em Mariana. Pelo menos 254 pessoas permaneciam desaparecidas até a conclusão desta edição e as causas da tragédia não haviam sido esclarecidas.
Em Brumadinho, o cenário era de preocupação, com ameaça de rompimento da barragem 6, localizada ao lado da que se rompeu. Esta, em vez de lama, tem água. Também preocupou moradores e autoridades a previsão de chuva, que se confirmou à tarde e diminuiu o ritmo das buscas. O temor é de que, com grande volume de água, a lama ganhe velocidade e faça novos estragos. Na tentativa de reduzir os riscos, a Vale começou a drenar a água. Diante do risco, parte dos moradores teve de deixar suas casas. Quem não saiu enfrentou falta de água e de luz. Também ontem, a pedido da Procuradoria-Geral de Justiça do Estado, a Justiça de Minas determinou o bloqueio de R$ 5 bilhões da mineradora para o pagamento de despesas ambientais. A Vale foi multada pelo Ibama em R$ 250 milhões, e o Ministério Público Federal e a Polícia Federal anunciaram que vão investigar o caso. Pela manhã, o presidente Jair Bolsonaro sobrevoou a área atingida pela lama e anunciou que o governo de Israel ofereceu ajuda para localizar os desaparecidos, por causa da expertise em encontrar pessoas soterradas depois de atentados a bomba. À noite, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, disse a jornalistas que o governo tem a intenção de mudar o protocolo de licenciamento das barragens brasileiras.
A solidariedade também chegou por meio das redes sociais. No Instagram, Gisele Bündchen postou imagens com o antes e depois do avanço da lama. Também se manifestaram o jogador de futebol Neymar e as atrizes Bruna Marquezine, Fernanda Paes Leme e Giovanna Ewbank. Já Fernando Henrique Cardoso cobrou autoridades. No Twitter, disse que “meio ambiente não é zoeira de esquerda: é respeito à vida das pessoas e do planeta”.
Novos riscos
Enquanto o desastre do rompimento da barragem do Córrego do Feijão começava a ser contabilizado em número de mortos, ontem uma nova ameaça pairava em Brumadinho, a de que uma nova barragem poderia se romper. A preocupação estava na boca dos moradores e surgiu na fala de autoridades.
Logo após o sobrevoo do presidente Jair Bolsonaro com ministros e outras lideranças pela região afetada, o ministro Gustavo Canuto, do Desenvolvimento Regional, afirmou no início da tarde que a preocupação no momento era com chuva e com a barragem 6. Localizada ao lado da barragem 1, que rompeu anteontem, a B6 armazena água e tem volume de 1 milhão de m3. Segundo Canuto, ela está sendo monitorada e a Defesa Civil checa com frequência sua estabilidade. “Se romper, o desastre pode ser ainda maior”, disse.
Na sequência, o coronel Evandro Borges, coordenador da Defesa Civil de Minas, também citou que a B6 está “sendo monitorada de forma constante, em face do risco que ela pode apresentar de rompimento, o que pode agravar a situação por onde aconteceu o desastre”. A Vale anunciou que estava fazendo a drenagem da barragem com o uso de bombas, para reduzir a quantidade de água, e que o monitoramento da estrutura estava sendo realizado a cada hora. No caso de um eventual rompimento, o despejo de 1 milhão de m3 de água poderia diluir a lama que agora está se movendo em velocidade mais lenta, aumentando o fluxo e carregando o material Rio Paraopeba abaixo.
Mesmo em menor intensidade, a chuva também traz esse risco. “A velocidade dos rejeitos está ligada à densidade do material, quanto mais água, mais rápido se desloca”, explica Miguel Felippe, líder do grupo de pesquisas Terra (Temáticas Especiais Relacionadas ao Relevo e à Água) da Universidade Federal de Juiz de Fora. “A parte da lama que já está depositada nos vales pode ser lavada pela água. A barragem a gente não sabe se vai romper. Mas chover, em algum momento vai, seja hoje ou daqui um tempo. E toda vez que chover o material depositado nas margens desse vale será levado para o rio e vai sendo distribuído”, complementa. “O problema não vai diminuir.”
O pesquisador, que acompanhou o desdobramento do rompimento da barragem do Fundão, em Mariana, em novembro de 2015, afirma que até hoje se coleta água no Rio Doce com o rejeito da Samarco. Ele explica que, ao contrário de Mariana, o rejeito de Brumadinho ficou mais retido nas margens de pequenos córregos antes de chegar ao Rio Paraopeba. “Esse material vai voltar por anos.”
O sedimento pode transformar a dinâmica do rio, alterando o hábitat para a fauna e a flora. Além de afetar a biodiversidade, pode prejudicar os recursos pesqueiros ou mesmo de lazer das populações que vivem à margem do rio. Existe uma preocupação também com o abastecimento de água. Há um ponto de captação de água no Rio Paraopeba, cerca de 9 km abaixo da foz do Córrego do Feijão, que foi suspenso pela Companhia de Saneamento de Minas (Copasa) após o rompimento da barragem. Segundo a instituição, não há risco para o abastecimento da região metropolitana de Belo Horizonte. Mas, lembra Sergio Menin, presidente da Comissão de Recursos Hídricos da Sociedade Mineira de Engenheiros, o ponto de captação foi construído durante a crise hídrica. Isso poderia fazer falta num eventual cenário de seca.
A ambientalista Márcia Hirota, da SOS Mata Atlântica, afirmou que a organização está se mobilizando para fazer uma expedição na região, a exemplo do que foi feito no Rio Doce, para averiguar os impactos ambientais. “Os rejeitos vão descer, uma hora ou outra pela Paraopeba. Só não sabemos ainda o curso disso, o que poderá ser atingido”, diz. O medo é que chegue ao Rio São Francisco, do qual o Paraopeba é afluente.Menin estima que esse risco não existe, porque antes de desaguar, o Paraopeba chega à barragem da usina de Três Marias, que tem um reservatório grande o suficiente para segurar os rejeitos. “Acredito que dali não passa.”
Apreensão
Em Córrego do Feijão, a todo momento ontem, 26, chegava uma “notícia” sobre o suposto rompimento de uma segunda barragem, o que foi várias vezes negado por bombeiros e Vale. Os moradores, porém, estavam apreensivos. Moradora do povoado, a policial civil Janaina Menezes passou o dia atenta aos sinais. Enquanto conversava com a reportagem do Estado, uma vizinha chegou dizendo que havia rompido. Por volta das 13 horas, todas as equipes de resgate deixaram as áreas de maior risco por causa do aumento do nível das águas. Segundo um bombeiro, é possível que estivesse chovendo na cabeceira de algum rio. Até os helicópteros diminuíram a frequência dos voos, que só aumentou às 14h30. No fim da tarde, a ameaça de chuva se confirmou. A jipeira Clarisse Jaú Funessy, moradora de Casa Branca, foi tentar ajudar nas buscas. Mas relatou que a orientação dos bombeiros era evitar as áreas próximas, pelo risco de um novo rompimento. O desempregado Fernando Nunes Araújo também se mostrou preocupado com o risco. “Estão retirando várias famílias de casa, mas não nos dão informação.”
Auxílio israelense
Após sobrevoar a área da tragédia em Brumadinho, o presidente Jair Bolsonaro anunciou que o governo de Israel havia oferecido ajuda para localizar os desaparecidos. O presidente também colocou à disposição de Minas Gerais recursos do governo federal, como reforços nas equipes de buscas e equipamentos.
Em edição extra do Diário Oficial da União, foi reconhecido o estado de calamidade pública por procedimento sumário em Brumadinho, em decorrência do rompimento da barragem ocorrido anteontem. A decisão facilita a liberação e mobilização de recursos para os trabalhos de resgate na região.
Depois do sobrevoo de ontem, Bolsonaro se reuniu com o governador de Minas, Romeu Zema, o presidente da Vale, Fabio Schvartsman, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e ministros no Aeroporto de Confins. Ao retornar a Brasília, o presidente afirmou à imprensa que “infelizmente, pode aumentar muito o número de mortos”.
Segundo Zema, Bolsonaro disse que disponibilizará equipamentos obtidos em parceria com Israel, com tecnologia capaz de localizar pessoas que estejam enterradas. “É muito difícil localizar um corpo a cinco, dez metros de profundidade”, disse o governador. “Israel se ofereceu para poder fazer isso.”
Segundo o embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley, será enviada uma aeronave com equipe de cerca de 70 ou 80 pessoas, além de equipamentos especiais. “Infelizmente, temos experiência (em resgatar pessoas soterradas) devido a atentados que derrubam casas”, explicou o embaixador.
— —
Veículo: Estado de Minas Gerais
Editoria: Nacionais
Data: 27/01/2019
Título: Mortos chegam a 34; barragem com água preocupa autoridades
Estadão Conteúdo
postado em 27/01/2019 08:40
O primeiro dia em Brumadinho, Minas Gerais, após a enxurrada de lama que seguiu o rompimento da barragem 1, da mineradora Vale, foi marcado pelo resgate de mortos e de sobreviventes. De acordo com o governo mineiro, no total, 34 corpos foram encontrados – entre eles o da médica Marcelle Cangussu, que estava na Vale havia dois anos, e foi a primeira vítima identificada – e 366 pessoas, localizadas. Dessas, 221 são funcionários da mineradora e 145, de empresas terceirizadas – 23 estão hospitalizados. O número de mortos já supera os 19 registrados com o rompimento da barragem da Samarco, em 2015, em Mariana. Pelo menos 254 pessoas permaneciam desaparecidas até a conclusão desta edição e as causas da tragédia não haviam sido esclarecidas.
Em Brumadinho, o cenário era de preocupação, com ameaça de rompimento da barragem 6, localizada ao lado da que se rompeu. Esta, em vez de lama, tem água. Também preocupou moradores e autoridades a previsão de chuva, que se confirmou à tarde e diminuiu o ritmo das buscas. O temor é de que, com grande volume de água, a lama ganhe velocidade e faça novos estragos. Na tentativa de reduzir os riscos, a Vale começou a drenar a água. Diante do risco, parte dos moradores teve de deixar suas casas. Quem não saiu enfrentou falta de água e de luz.
Também ontem, a pedido da Procuradoria-Geral de Justiça do Estado, a Justiça de Minas determinou o bloqueio de R$ 5 bilhões da mineradora para o pagamento de despesas ambientais. A Vale foi multada pelo Ibama em R$ 250 milhões, e o Ministério Público Federal e a Polícia Federal anunciaram que vão investigar o caso. Pela manhã, o presidente Jair Bolsonaro sobrevoou a área atingida pela lama e anunciou que o governo de Israel ofereceu ajuda para localizar os desaparecidos, por causa da expertise em encontrar pessoas soterradas depois de atentados a bomba. À noite, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, disse a jornalistas que o governo tem a intenção de mudar o protocolo de licenciamento das barragens brasileiras.
A solidariedade também chegou por meio das redes sociais. No Instagram, Gisele Bündchen postou imagens com o antes e depois do avanço da lama. Também se manifestaram o jogador de futebol Neymar e as atrizes Bruna Marquezine, Fernanda Paes Leme e Giovanna Ewbank. Já Fernando Henrique Cardoso cobrou autoridades. No Twitter, disse que “meio ambiente não é zoeira de esquerda: é respeito à vida das pessoas e do planeta”.
Novos riscos
Enquanto o desastre do rompimento da barragem do Córrego do Feijão começava a ser contabilizado em número de mortos, ontem uma nova ameaça pairava em Brumadinho, a de que uma nova barragem poderia se romper. A preocupação estava na boca dos moradores e surgiu na fala de autoridades.
Logo após o sobrevoo do presidente Jair Bolsonaro com ministros e outras lideranças pela região afetada, o ministro Gustavo Canuto, do Desenvolvimento Regional, afirmou no início da tarde que a preocupação no momento era com chuva e com a barragem 6.
Localizada ao lado da barragem 1, que rompeu anteontem, a B6 armazena água e tem volume de 1 milhão de m3. Segundo Canuto, ela está sendo monitorada e a Defesa Civil checa com frequência sua estabilidade. “Se romper, o desastre pode ser ainda maior”, disse.
Na sequência, o coronel Evandro Borges, coordenador da Defesa Civil de Minas, também citou que a B6 está “sendo monitorada de forma constante, em face do risco que ela pode apresentar de rompimento, o que pode agravar a situação por onde aconteceu o desastre”. A Vale anunciou que estava fazendo a drenagem da barragem com o uso de bombas, para reduzir a quantidade de água, e que o monitoramento da estrutura estava sendo realizado a cada hora.
No caso de um eventual rompimento, o despejo de 1 milhão de m3 de água poderia diluir a lama que agora está se movendo em velocidade mais lenta, aumentando o fluxo e carregando o material Rio Paraopeba abaixo. Mesmo em menor intensidade, a chuva também traz esse risco. “A velocidade dos rejeitos está ligada à densidade do material, quanto mais água, mais rápido se desloca”, explica Miguel Felippe, líder do grupo de pesquisas Terra (Temáticas Especiais Relacionadas ao Relevo e à Água) da Universidade Federal de Juiz de Fora.
“A parte da lama que já está depositada nos vales pode ser lavada pela água. A barragem a gente não sabe se vai romper. Mas chover, em algum momento vai, seja hoje ou daqui um tempo. E toda vez que chover o material depositado nas margens desse vale será levado para o rio e vai sendo distribuído”, complementa. “O problema não vai diminuir.”
O pesquisador, que acompanhou o desdobramento do rompimento da barragem do Fundão, em Mariana, em novembro de 2015, afirma que até hoje se coleta água no Rio Doce com o rejeito da Samarco. Ele explica que, ao contrário de Mariana, o rejeito de Brumadinho ficou mais retido nas margens de pequenos córregos antes de chegar ao Rio Paraopeba. “Esse material vai voltar por anos.”
O sedimento pode transformar a dinâmica do rio, alterando o hábitat para a fauna e a flora. Além de afetar a biodiversidade, pode prejudicar os recursos pesqueiros ou mesmo de lazer das populações que vivem à margem do rio. Existe uma preocupação também com o abastecimento de água. Há um ponto de captação de água no Rio Paraopeba, cerca de 9 km abaixo da foz do Córrego do Feijão, que foi suspenso pela Companhia de Saneamento de Minas (Copasa) após o rompimento da barragem.
Segundo a instituição, não há risco para o abastecimento da região metropolitana de Belo Horizonte. Mas, lembra Sergio Menin, presidente da Comissão de Recursos Hídricos da Sociedade Mineira de Engenheiros, o ponto de captação foi construído durante a crise hídrica. Isso poderia fazer falta num eventual cenário de seca.
A ambientalista Márcia Hirota, da SOS Mata Atlântica, afirmou que a organização está se mobilizando para fazer uma expedição na região, a exemplo do que foi feito no Rio Doce, para averiguar os impactos ambientais. “Os rejeitos vão descer, uma hora ou outra pela Paraopeba. Só não sabemos ainda o curso disso, o que poderá ser atingido”, diz. O medo é que chegue ao Rio São Francisco, do qual o Paraopeba é afluente.
Menin estima que esse risco não existe, porque antes de desaguar, o Paraopeba chega à barragem da usina de Três Marias, que tem um reservatório grande o suficiente para segurar os rejeitos. “Acredito que dali não passa.”
Apreensão
Em Córrego do Feijão, a todo momento ontem, 26, chegava uma “notícia” sobre o suposto rompimento de uma segunda barragem, o que foi várias vezes negado por bombeiros e Vale. Os moradores, porém, estavam apreensivos. Moradora do povoado, a policial civil Janaina Menezes passou o dia atenta aos sinais. Enquanto conversava com a reportagem do Estado, uma vizinha chegou dizendo que havia rompido.
Por volta das 13 horas, todas as equipes de resgate deixaram as áreas de maior risco por causa do aumento do nível das águas. Segundo um bombeiro, é possível que estivesse chovendo na cabeceira de algum rio. Até os helicópteros diminuíram a frequência dos voos, que só aumentou às 14h30.
No fim da tarde, a ameaça de chuva se confirmou. A jipeira Clarisse Jaú Funessy, moradora de Casa Branca, foi tentar ajudar nas buscas. Mas relatou que a orientação dos bombeiros era evitar as áreas próximas, pelo risco de um novo rompimento. O desempregado Fernando Nunes Araújo também se mostrou preocupado com o risco. “Estão retirando várias famílias de casa, mas não nos dão informação.”
Auxílio israelense
Após sobrevoar a área da tragédia em Brumadinho, o presidente Jair Bolsonaro anunciou que o governo de Israel havia oferecido ajuda para localizar os desaparecidos. O presidente também colocou à disposição de Minas Gerais recursos do governo federal, como reforços nas equipes de buscas e equipamentos.
Em edição extra do Diário Oficial da União, foi reconhecido o estado de calamidade pública por procedimento sumário em Brumadinho, em decorrência do rompimento da barragem ocorrido anteontem. A decisão facilita a liberação e mobilização de recursos para os trabalhos de resgate na região.
Depois do sobrevoo de ontem, Bolsonaro se reuniu com o governador de Minas, Romeu Zema, o presidente da Vale, Fabio Schvartsman, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e ministros no Aeroporto de Confins. Ao retornar a Brasília, o presidente afirmou à imprensa que “infelizmente, pode aumentar muito o número de mortos”.
Segundo Zema, Bolsonaro disse que disponibilizará equipamentos obtidos em parceria com Israel, com tecnologia capaz de localizar pessoas que estejam enterradas. “É muito difícil localizar um corpo a cinco, dez metros de profundidade”, disse o governador. “Israel se ofereceu para poder fazer isso.”
Segundo o embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley, será enviada uma aeronave com equipe de cerca de 70 ou 80 pessoas, além de equipamentos especiais. “Infelizmente, temos experiência (em resgatar pessoas soterradas) devido a atentados que derrubam casas”, explicou o embaixador.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
— —