Refletir sobre uma política de comunicação mais aberta por parte da Polícia Civil de Minas Gerais foi o que motivou a pesquisa da acadêmica Danielle Tristão Bittar, que desenvolveu sua dissertação no Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCom). O estudo busca analisar os indícios de cultura, hierarquia e poder e testá-los de modo a entender se essas características possuem ou não influência na comunicação interna de uma instituição marcada pela cultura do sigilo.
Danielle conta que o tema surgiu de uma inquietação profissional. Os questionamentos acadêmicos pretendiam entender as dificuldades vivenciadas na experiência da pesquisadora como assessora de comunicação da 4ª Delegacia Regional de Polícia Civil de Muriaé. “Considero que, ao longo dos anos, aprendi muito desde em relação ao funcionamento de uma instituição de segurança pública, até os trâmites legais penais. Mas não consegui aplicar, ao menos não do modo como gostaria, os conhecimentos adquiridos com a graduação em Jornalismo e com a especialização em Comunicação Empresarial”.
O problema da pesquisa está relacionado à capacidade dos esforços comunicacionais da PCMG de se adaptarem aos parâmetros de Comunicação Organizacional, se adequando às novas tecnologias da comunicação, com o intuito de difundir cada vez mais mensagens relativas aos seus serviços através das mídias digitais. Para isto, a acadêmica analisou 50 boletins internos publicados na intranet da instituição. “A escolha dos boletins internos se deu pelo fato de os mesmos estarem sempre disponíveis para consulta e também de ser a intranet o único produto disponível de comunicação interna. O trabalho requereu ainda um aprofundamento do contexto histórico e o conhecimento das ferramentas e estratégias de comunicação utilizadas pela organização, tendo como foco o público interno”.
De acordo com Danielle, o público interno é o grande porta-voz dos serviços da instituição, por isso a preocupação com uma cidadania corporativa que faça com que os mesmos sintam-se parte da organização. “Servidores satisfeitos trabalham melhor e tendem a passar uma imagem positiva da PCMG. A sociedade só tem a ganhar”. Segundo ela, os resultados da pesquisa apontam a possibilidade de uma mudança real nas práticas comunicacionais da instituição. “Não basta investir em comunicação externa, se seus públicos prioritários continuarem insatisfeitos e sofrendo com a falta de estrutura, de servidores e condições inadequadas de trabalho. Pretendo levar o resultado da pesquisa ao conhecimento da chefia, apresentando também as melhorias sugeridas”.
O orientador da dissertação, professor Paulo Roberto Figueira Leal, destaca a possibilidade de colocar um estudo acadêmico a serviço de aprimoramentos concretos das políticas de comunicação de instituições públicas. Para o professor, o trabalho cumpre um duplo objetivo: “por um lado, permite diagnosticar, por meio de pesquisa acadêmica metodologicamente consistente, a efetiva situação das práticas comunicacionais existentes; por outro lado, permite apontar as transformações que geram um maior nível de transparência das instituições públicas, de modo a melhor conectá-las à sociedade”.
Contatos:
Danielle Tristão Bittar– (mestranda)
danitristao@ig.com.br
Paulo Roberto Figueira Leal (orientador UFJF)
pabeto.figueira@uol.com.br
Banca examinadora:
Prof. Dr. Paulo Roberto Figueira Leal (orientador UFJF)
Prof. Dr. Boanerges Balbino Lopes Filho (UFJF)
Prof. Dr. Francisco Ângelo Brinati (UFSJ)
Outras informações: (32) 2102-3616 – Programa de Pós-Graduação em Comunicação