Veículo: Agência Minas Gerais

Editoria: Educação

Data: 10/01/2019

Link: http://www.agenciaminas.mg.gov.br/noticia/jovens-embaixadores-mineiros-ja-se-preparam-para-intercambio-nos-estados-unidos

Título: Jovens embaixadores mineiros já se preparam para intercâmbio nos Estados Unidos

Três representantes de Minas Gerais estão em Brasília e embarcam para Washington nesta sexta-feira (11/1)

Os jovens Arthur Sena Banhato Moraes, Juliana de Paula Guiducci e Marcus Vinícius Lacerda Reis já estão acertando os últimos detalhes para iniciar o intercâmbio de três semanas nos Estados Unidos. Eles integram um grupo formado por 50 jovens de todo o país que foram selecionados para participar da edição de 2019 do Programa Jovens Embaixadores.

Os mineiros estão em Brasília, onde participaram de entrevista para tirar o visto e fizeram um tour pela cidade. Eles também estão participando de palestras sobre os costumes do país que irão visitar.

“A mentora nos mostrou as principais diferenças pra que não sejamos pego totalmente de surpresa. Falou, por exemplo, das diferenças em espaço pessoal, o que é grosseiro ou não, entre outras coisas”, conta Arthur. De Brasília, eles embarcam, na sexta-feira (11/1), para Washington.

Sobre a expectativa da viagem, Arthur diz que vai acrescentar muito na sua vida. “Eu acho que essa vai ser uma viagem cheia de surpresas. Além disso, deparar com pessoas diferentes será de extrema importância para minha formação pessoal, social e política”, arevela.

Os três estudantes já concluíram o ensino médio. Arthur Sena Banhato Moraes estudou na Escola Estadual Padre Alberto Fuger, em Campo Belo; e Juliana de Paula Guiducci, na Escola Estadual Raul Soares, em Ubá. Já Marcus Vinícius Lacerda Reis estudou no Colégio de Aplicação João XXIII da Universidade Federal de Juiz de Fora, em Juiz de Fora.

Roteiro da viagem

Durante a primeira semana, os jovens embaixadores terão uma agenda intensa. Além de conhecer a capital daquele país e seus principais monumentos, os estudantes irão visitar escolas, conhecer projetos sociais, participar de reuniões com organizações do setor público e privado. Eles participam, ainda, de oficinas sobre liderança e empreendedorismo jovem.

Após a semana em Washington, os participantes são divididos em grupos menores e viajam para diferentes estados nos EUA, onde são recebidos por famílias-anfitriãs, frequentam aulas em escolas locais e interagem com estudantes americanos da mesma idade, participam de atividades de responsabilidade social e cultural nas comunidades e fazem apresentações sobre o Brasil.

A iniciativa

Criado em 2002, o programa é voltado a alunos brasileiros que são exemplos em suas comunidades, em termos de liderança, atitude positiva, trabalho voluntário, excelência acadêmica e conhecimento da língua inglesa.

Trata-se de uma iniciativa de responsabilidade social da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, em parceria com organizações públicas e privadas. Entre os principais colaboradores estão o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), a ampla rede de Centros Binacionais Brasil-Estados Unidos (BNCs), além de empresas como FedEx, MSD e IBM.

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Veículo: Mundo Educação

Editoria: Vestibular

Data: 10/01/2019

Link: https://vestibular.mundoeducacao.bol.uol.com.br/noticias/pre-enem-2019-gratuito-ufjf-esta-com-inscricoes-abertas/338292.html

Título: Pré-Enem 2019 gratuito da UFJF está com inscrições abertas

Curso ministrado em Juiz de Fora (MG) deve oferecer 70 vagas para turma com aulas à noite

Publicado por Silvia Tancredi em 10 de Janeiro      de 2019 às 15:29 em Notícias

Cursinho gratuito da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em Minas Gerais, que prepara para o Enem 2019 inscreve até o dia 31 de janeiro para as turmas deste ano.

Saiba mais sobre o cursinho

Pode se inscrever quem concluiu o ensino médio ou está cursando o terceiro ano em escola pública e bolsistas integrais de escola particular.
Os candidatos deverão passar por processo seletivo marcado para o dia 3 de fevereiro. A prova será formada por 50 questões objetivas de interpretação de texto, lógica e conteúdos básicos.

Quem for selecionado na prova participará de um sorteio no dia 5 de fevereiro que definirá quem será entrevistado pela equipe do cursinho. A lista final de aprovados será divulgada no dia 11 de fevereiro.

Aulas

A oferta é de 70 vagas para turmas ministradas de fevereiro até novembro, de segunda a sexta-feira à noite, na Faculdade de Letras da UFJF.

Veja os horários:
Segunda e terça: das 18h50 às 22h30
Quarta à sexta: das 18h30 às 22h30
Sábados: das 8h20 às 12h

Os estudantes também vão contar com material gratuito, simulados, monitorias e aulões extras aos sábados.
Para mais informações, acesse o Edital, este site ou entre em contato pelo e-mail  contato.projetogarra@gmail.com

Governador Valadares

Em fevereiro, a UFJF vai abrir inscrições para cursinho gratuito preparatório para o Enem 2019 com aulas na cidade de Governador Valadares.
O público-alvo será o mesmo do que o do cursinho de Juiz de Fora. As aulas devem ser ministradas de março a novembro na Escola Estadual Israel Pinheiro, parceira da UFJF/GV.

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Veículo: Rádio FM Itatiaia

Editoria: Cidade

Data: 10/01/2019

Link: http://radioitatiaiajf.com.br/gratuito-projeto-da-ufjf-oferece-curso-preparatorio-para-enem/

Título: Gratuito: Projeto da UFJF oferece curso preparatório para Enem

10 de janeiro de 2019  Redação

A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) abriu inscrições do curso gratuito preparatório para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
O projeto denominado de Garra oferece 70 vagas. O processo segue até o dia 31.

Podem se inscrever quem concluiu o ensino médio ou está cursando o terceiro ano em escola pública, além de bolsistas integrais de escola particular.
A Pró-reitora de extensão da UFJF, Ana Lívia de Souza Coimbra, explica que o projeto de extensão como uma maneira de democratizar o acesso à universidade pública.

A primeira etapa do processo seletivo é o preenchimento de um formulário de inscrição, que pode ser feito pela internet ou presencialmente. Os locais para inscrição presencial ainda serão divulgados pelo Garra.

Link para o edital, clique aqui.

Link para o formulário, clique aqui.

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Veículo: Portal F11

Editoria: Notícias

Data: 10/01/2019

Link: http://portalf11.com.br/noticia/10123/museu-de-arte-murilo-mendes-abre-inscricoes-gratuitas-para-oficinas-de-ferias-em-juiz-de-fora

Título: Museu de Arte Murilo Mendes abre inscrições gratuitas para oficinas de férias em Juiz de Fora

Serão formadas duas turmas para o projeto. Atividades são gratuitas e vagas limitadas.

Museu de Arte Murilo Mendes abre inscrições gratuitas para oficinas de férias em Juiz de Fora

Com o objetivo de oferecer às crianças a experiência do universo das artes de forma lúdica e divertida, o Museu de Arte Murilo Mendes (Mamm) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) abriu inscrições para as oficinas de férias nesta quarta-feira (9) . O projeto será realizado em duas semanas: a primeira, entre 22 e 25 de janeiro, voltada para crianças de 7 a 9 anos; e a segunda, entre 29 de janeiro e 1º de fevereiro, destinada à faixa etária de dez a 12 anos. As atividades de ambas acontecerão no horário das 13h às 17h.

Durante as atividades, além de se divertirem, as crianças terão a oportunidade de conhecer mais sobre o funcionamento e a estrutura do Mamm e do Memorial Itamar Franco. Os inscritos serão apresentados às exposições em exibição nesses espaços e desenvolverão atividades relacionadas aos temas e técnicas presentes nas mostras.

As inscrições devem ser feitas pelo telefone 3229-7621, no período das 9h às 18h. A participação é gratuita, mas os responsáveis devem preparar o lanche das crianças para os dias de atividades das oficinas. As vagas são limitadas.

Outras informações: (32) 3229-7621 – Museu de Arte Murilo Mendes (Mamm)

Fonte: UFJF

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Veículo: Franciscanos – RS

Editoria: Programa Revista de Rádio

Data: 10/01/2019

Link: https://www.franciscanos-rs.org.br/programa-revista-de-radio-de-no-282/

Título: Programa “Revista de Rádio” de nº 282
Irmãos e irmãs da Rádio Comunitária, Paz e Bem!!!
INSTITUTO CULTURAL Pe. JOSIMO
PROGRAMA REVISTA DE RÁDIO
Produção e apresentação: Frei João Osmar
282º programa: 10 de janeiro de 2019

1- Abertura: Destaques da Semana: Fato político que marcou esta semana: O festival de anúncios e recuos do governo federal neste início de mandato.

2- Resenha: Pois é, já se passaram dez dias da posse do novo presidente da república do Brasil e ele tem se caracterizado por um festival de anúncios e recuos em sua ação governamental. Tanto dele próprio como de seus ministros. Outra coisa que tem marcado este início de ano aqui no RS é a quantidade de calor e de chuvas que tem batido recordes regionais e nacionais, trazendo grandes prejuízos à População e ao meio ambiente. Aliás, calores e chuvaradas exageradas que já são sinais de desequilíbrio da Natureza.

3- Música: Caminhando e Cantando com Geraldo Vandré.

4- Entrevista: Hoje continuamos tratando sobre o tema Religiosidade que está relacionado ao tempo do Natal e do início de ano. Vamos conversar com Romi Bencke que é Pastora da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil – IECLB e Secretária Geral do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs – CONIC com sede em Brasília. Pr. Romi nasceu em Horizontina, RS, é Bacharel em filosofia e Mestre em Ciências da Religião pela Universidade Federal de Juiz de Fora, MG. Já trabalhou na Pastoral em vários lugares do RS e da Amazônia. Ela é casada e mora em Brasília. Nesta entrevista ela nos fala sobre sua vida, sua vocação Religiosa, sua formação e, especialmente sobre o momento em que estamos vivendo em nosso País e da importância de cursos como este aqui em Santa Maria, onde foi realizada a entrevista; “Oscar Romero” em sua 19ª Edição.

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Veículo: Blog Diálogo

Editoria: Notícias

Data: 10/01/2019

Link: http://www.dialogo.blog.br/noticia/fisioterapeuta-camarense-e-selecionado-entre-os-melhores-do-brasil-para-participar-de-atividade-pela-disciplina-de-anatomia-humana-na-universidade-de-juiz-de-fora-mg

Título: Fisioterapeuta camarense é selecionado entre os melhores do Brasil para participar de atividade pela disciplina de Anatomia humana na Universidade de Juiz de Fora-MG

Confira conosco esta matéria……

POR DIÁLOGO | EM: 11/01/2019 09:40 | EM: INÍCIO | FONTE: FONTE BLOG DE ASSIS

O Jovem fisioterapeuta camarense, SOSTENES, foi convidado para participar das atividades de dissecações pela disciplina de anatomia humana, na Universidade Federal de Juiz de Fora, Campus da cidade de Governador Valadares no Estado de Minas Gerais.
“Eu não mereço, mas Deus me abençoou novamente com uma convocação de pesquisa “uma das maiores pesquisas na área de anatomia, onde vamos evidenciar as principais variações anatômicas e suas repercussões clínicas” na Universidade Federal de Juiz de Fora – Campus Governador Valadares.”

As atividades terão início a partir do dia 18 de fevereiro de 2019 no campus da UFJF e serão as relacionadas aos processos rotineiros de dissecações e pesquisas no acervo da instituição. O termino das atividades está programado para o dia 25 de Fevereiro de 2019.

DO BLOG: Nos enche de orgulho em fazer esta postagem sobre a carreira acadêmica promissora do nosso estimado amigo SOSTENES e que para nós que fazemos este canal de informações, só nos resta desejar cada vez mais sorte e que DEUS abençoe cada vez mais e que venham mais e mais conquistas pela frente. Conte  sempre conosco caro amigo. Equipe dialogo

Fonte dialogo.blog.br

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Veículo: Limpinho e Cheiroso

Editoria: Notícias

Data: 10/01/2019

Link: https://limpinhoecheiroso.com/2019/01/10/escola-com-partido-bolsonaro-so-dara-bolsa-de-estudos-a-quem-for-favoravel-ao-governo/

Título: Escola Com Partido: Bolsonaro só dará bolsa de estudos a quem for favorável ao governo

MEC passará a ter critérios ideológicos para conceder benefício para pós-graduação doutorado no exterior, numa clara demonstração de perseguição à esquerda.

Via Agência PT em 7/1/2019

Na primeira semana como presidente, Bolsonaro deu claros sinais de que só governará para quem defender a cartilha autoritária e conservadora do seu governo. Na campanha em que integrantes da sua equipe chamam de “despetização” estão sendo estudados critérios de perseguição ideológica em diversos setores.

De acordo com nota publicada no jornal O Globo de domingo [6/1], estão sendo estudados no Ministério da Educação novos critérios para se conceder bolsas de estudos para pós-graduação e doutorado no exterior. “O critério ideológico será eliminatório. Se não passar por este, não avançará para os seguintes”, diz um trecho da nota.

Apesar da informação ser um verdadeiro escândalo, o jornal informa sem grande alarde que também está em discussão a possibilidade de se interromper algumas bolsas já concedidas e com alunos em plena atividade usando o mesmo critério. “O problema é como fazer isso sem rasgar contratos”, aponta a nota.

Para a professora universitária e ex-reitora da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), a deputada federal Margarida Salomão (PT/MG), a medida demonstra que “o Brasil não é mais pra todos”

“É só pra quem reza a cartilha do governo eleito. Isso é unir o país? Não! Isso é perseguir, isso é punir a liberdade de expressão, isso é for de morte a democracia!”, disse ela em sua página no Twitter.
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Veículo: Diário Regional

Editoria: Cidade

Data: 10/01/2019

Link: https://diarioregionaldigital.com.br/2019/01/10/ufjf-recebe-217-solicitacoes-de-recursos-do-pism-iii/

Título: UFJF recebe 217 solicitações de recursos do Pism III

Por DIARIO REGIONAL

10 De Janeiro De 2019

Os recursos sobre as notas divulgadas do módulo III do Programa de Ingresso Seletivo Misto (Pism) foram solicitados nesta quarta-feira, 9, por 143 candidatos. Ao todo, foram 217 pedidos de revisão recebidos pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). A prova com maior número de requerimentos foi a de Português, com 49 solicitações. Em seguida, a prova de Física que teve 43 pedidos de recursos. Foram 37 em Química; 33 em Biologia; 25 em Filosofia; oito em Matemática; oito em Sociologia; seis em História; cinco em Literatura; e três em Geografia.

A  Coordenação Geral de Processos Seletivos (Copese) tem até 72 horas para julgar os pedidos e a nota da prova para qual o recurso foi solicitado pode ser aumentada, mantida ou diminuída. A avaliação da procedência do recurso é realizada por uma banca, formada por especialistas na área. A pró-reitora de Graduação, Maria Carmen Simões Cardoso de Melo, ressalta que a banca possui soberania na tomada de decisões. “Quando há o recurso, é formada uma banca com expertises daquele assunto que irão analisar a resposta do candidato com base na bibliografia e na pergunta formulada e, a partir disso, rever a avaliação.”

As solicitações foram feitas pelo e-mail vestibular@ufjf.edu.br ou presencialmente na Central de Atendimento (CAT). Os candidatos puderam pedir recurso de, no máximo, dois conteúdos e foi cobrada a taxa de R$ 24 por conteúdo. Se a Copese determinar a procedência da reclamação haverá reembolso da taxa paga.

A alteração das notas, se for o caso, é publicada junto ao resultado final, no dia 15 de janeiro a partir das 15h. Da decisão da Copese em relação aos recursos sobre as notas não cabe recurso. “Até agora as notas são uma prévia, porque a gente tem que dar esse prazo para as pessoas recorrerem. É no dia 15 que ficaremos sabendo realmente quem será aprovado. Espero que os candidatos que estão aptos obtenham êxito e sejam bem-vindos à instituição”, destaca Maria Carmen.

Pism I e II

As notas dos módulos I e II do Pism serão divulgadas no dia 12 de fevereiro a partir de 15h. Os pedidos de recurso devem ser feitos no dia 13, das 9h às 16h, e o resultado final sai no dia 20 de fevereiro.

Fonte: UFJF

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Veículo: Diário Regional

Editoria: Cidade

Data: 10/01/2019

Link: https://diarioregionaljf.com.br/2019/01/10/ouvidoria-do-hu-ufjf-atende-100-dos-registros-protocolados-em-2018/  

Título: Ouvidoria do HU-UFJF atende 100% dos registros protocolados em 2018

Por DIARIO REGIONAL

10 De Janeiro De 2019

A Ouvidoria do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF/EBSERH) atendeu 100% dos registros em 2018, de acordo com o novo Relatório de Demandas publicado pela unidade. Foram analisadas 288 manifestações, entre elogios, solicitações, sugestões, reclamações e denúncias.

“Apuramos todas as demandas encaminhadas a nós – inclusive as denúncias anônimas, que passam pela avaliação da Superintendência”, destaca a Ouvidora do HU-UFJF/EBSERH, Rejane Guingo Martins Ribeiro. Entretanto, a profissional pontua que, para que haja uma resposta individualizada e que possibilite o acompanhamento de cada caso, é necessário que o solicitante se identifique. “Os dados pessoais são sigilosos”, acrescenta.

A Ouvidora destaca, ainda, que as informações recebidas também auxiliam na gestão da instituição. “Nossos indicadores são importantes para subsidiar as áreas responsáveis e aprimorar os serviços oferecidos”, salienta.

Sobre a Ouvidoria

A Ouvidoria do HU-UFJF/EBSERH é um canal de comunicação direto entre o cidadão, os colaboradores e a empresa, que permite a cooperação ativa no controle da qualidade dos serviços públicos prestados.

Sua atribuição fundamental é receber, analisar, classificar, registrar e encaminhar as manifestações (reclamações, denúncias, sugestões, solicitações e elogios), identificando, a partir de cada registro, a relevância de um eventual problema de gestão subjacente, de modo a contribuir para a solução dessa questão no âmbito da Rede Ebserh.

A ouvidoria do HU-UFJF/EBSERH, funciona na Av. Eugênio do Nascimento, s/nº – 1º andar, bairro Dom Bosco. Os atendimentos são realizados de segunda a sexta-feira, de 8h às 12h e de 13h às 17h.

Mais informações:

Telefone: (32) 4009-5344

E-mail: ouvidoria.hu@ufjf.edu.br

Fonte: EBSERH

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Veículo: CORREIO RAC

Editoria: Notícias

Data: 11/01/2019

Link: http://correio.rac.com.br/_conteudo/2019/01/campinas_e_rmc/631586-laudo-enumera-falhas-em-acidente.html

Título: Laudo enumera falhas em acidente

Publicado 11/01/2019 – 07h58 – Atualizado 11/01/2019 – 07h58Por Alenita Ramirez

As pesquisadoras da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Carolina Blasio da Silva e Maria Érbia Cássia Carnaúba, respectivamente com 33 e 32 anos na época, morreram porque o estacionamento da área de embarque do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, não tinha barreira de concreto. É o que foi constatado pela perícia feita no local. O inquérito, apesar de ter sido concluído pela Polícia Civil, foi arquivado a pedido do Ministério Público (MP), em maio do ano passado, por considerar que não houve crime.

Na época, o então chefe do núcleo do Instituto de Criminalística (IC) de Campinas, Edvaldo Messias Barros, comentou que um dos indícios para o acidente seria o uso do chinelo pela motorista, Maria Érbia, e que ele poderia ter enroscado no pedal. Entretanto, a reportagem apurou que a perícia não conseguiu confirmar se a pesquisadora estava calçada com chinelos, já que um dos calçados estava entre o pedal e o assoalho e o outro, no porta-malas do carro.

A tragédia aconteceu na manhã do dia 26 de agosto de 2017, quando Maria Érbia deixava Carolina na área de embarque. Carolina seguiria para Juiz de Fora (MG). O carro em que as vítimas estavam despencou de uma altura de 11,4 metros e as duas morreram na hora.

O carro já entrou na curva do estacionamento derrapando. As marcas de derrapagem ficaram visíveis no piso. Maria Érbia perdeu o controle da direção e o carro entrou nas vagas do estacionamento, mas não parou. Bateu contra a barreira de proteção, que é de vidro e ferro e caiu de rodas para cima, no primeiro piso. Foi constatado que o veículo estava entre 44,3 e 54,2km/h, pouco acima do limite indicado na última placa de sinalização, que era de 30km/h.

Um perito ouvido pela reportagem, que solicitou anonimato, analisou o local, palco da tragédia, e avaliou que, além do material da estrutura da barreira ser o incorreto, a má sinalização e a falta de alguns equipamentos de segurança em determinados locais de acesso à área também contribuíram para o desastre. “A sinalização instalada em locais inadequados não cumpre sua função de transmitir a informação em tempo e distância adequados, e permitir a correta tomada de decisão pela condutora”, disse o perito.

Falhas

Para o especialista, o parapeito de vidro existente no local, que tem 8mm de espessura, é inadequado, pois é apropriado como guarda-corpo para pedestre. Esse mesmo tipo de defensa é utilizado como barreira na parte interna do aeroporto “Aquele vidro não segura carro. Se a barreira fosse de concreto, o carro não teria precipitado por mais que ele estivesse correndo”, observou.

Na rampa de acesso à área de embarque existem dois totens. Antes dos pilares, não há dispositivos de segurança que impeçam o choque de veículos desgovernados contra as colunas dos totens ali existentes. Outras duas falhas na sinalização, observadas neste mesmo trecho, entre o início e o final da rampa, foram a sinalização horizontal da época, que passava informação errada, e a instalação da placa regulamentadora de velocidade ao final da rampa de acesso. Foi justamente nessa região que o carro em que estavam as vítimas começou a derrapar. “A posição da última placa é inadequada. Ela não está dentro do campo de visualização, como previsto na norma de redução de velocidade. Está escondida”, comentou o perito.

Segundo o Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito, em seu volume 1, a placa tem que ser vista a uma distância de 80 metros. “O Contran (Conselho Nacional de Trânsito), determina tamanho e distância entre as placas de sinalização para que elas permitam a leitura do motorista, ou seja, as placas precisam ser visíveis para serem interpretadas a tempo”, observou. Algumas mudanças foram feitas na sinalização do espaço.

Emdec, SSP e concessionária se manifestam sobre tragédia

Em nota, a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) disse que “anteriormente, a área interna de circulação de veículos nos sítios aeroportuários era de responsabilidade da Infraero”, sendo que esta poderia transferir tal responsabilidade para os concessionários.

“Atualmente, a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) deve aprovar os projetos e promover a fiscalização de trânsito no espaço”, citou em nota. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que o inquérito foi concluído pela Polícia Civil, mas que foi decisão da Justiça arquivá-lo.

Em nota, a concessionária Aeroportos Brasil Viracopos disse que lamenta as mortes ocorridas no acidente. “Cabe informar que o veículo estava acima da velocidade permitida para aquele local, que é um estacionamento de veículos que fica em frente ao desembarque de passageiros. As placas de trânsito na via sinalizavam na época e sinalizam até hoje a velocidade máxima para o local de 30km por hora no final.da rampa de acesso”, citou.

Segundo a concessionária, as vias de trânsito do local e toda a sinalização estão de acordo com as normas do Código Brasileiro de Trânsito (CTB).

Vítimas eram atuantes no meio acadêmico

Maria Érbia e Carolina eram pesquisadoras do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). As duas morreram após cair com o carro do estacionamento da área de embarque do Aeroporto Internacional de Viracopos. Carolina morava na Alemanha com o marido e uma filha de 1 ano e estava no Brasil para defender a tese de doutorado na Unicamp. A apresentação foi no dia anterior à tragédia. A jovem tinha voo marcado para Juiz de Fora (MG), às 8h30, onde visitaria os pais. O acidente foi às 7h17.

Carolina era graduada em psicologia (2006) e filosofia (2012) pela Universidade Federal de Juiz de Fora, com mestrado em ciência da religião pela mesma instituição. Ela tinha defendido sua tese de doutorado em filosofia, sobre noções de consequência generalizadas e lógicas plurivalentes.
Maria Érbia também concluiu seu doutorado no IFCH em 2017, onde era pesquisadora. Ela encerrou o mestrado em filosofia pela mesma universidade em 2012. E suas áreas de concentração eram filosofia contemporânea, ética e política e teoria das ciências humanas. Também era graduada com licenciatura plena em filosofia pela Unesp-Marília e tinha bacharelado pela Unicamp.

A pesquisadora era do Ceará, mas veio tentar a vida na região. De família humilde, foi morar em Sumaré, onde ela estudou na rede pública.
As duas eram amigas e Maria Érbia acompanhava Carolina Blasio até o aeroporto. No dia, o carro não chegou a reduzir a velocidade, bateu no meio-fio, perdeu o controle, acertou o guard-rail e despencou no terminal.

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Veículo: Diário Regional

Editoria: Cidade

Data: 11/01/2019

Link: https://diarioregionaljf.com.br/2019/01/11/ufjf-promove-colonia-de-ferias/  

Título: UFJF promove colônia de férias

Por DIARIO REGIONAL

11 De Janeiro De 2019

Férias, brincadeiras e um espaço enorme para muita diversão. Essa é a proposta da “Colônia de Férias da Faefid”, iniciativa da Assessoria e Consultoria Esportiva (ACE Jr.), empresa júnior da Faculdade de Educação Física e Desportos (Faefid) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Em sua quarta edição, a colônia acontece de 21 e 25 de janeiro, das 13h30 às 17h30, e recebe crianças entre 5 e 11 anos para aproveitar a temática dos quatro elementos que fundamentam a vida: fogo, água, terra e ar.

A inscrição é feita na sala da ACE Jr. até esta segunda, 14, das 10h às 12h e das 14h às 18h. O valor é de R$ 40 por criança. Para quem tem irmãos, o valor se diferencia:  dois irmãos pagam o valor total de R$ 75; três irmãos, R$ 110; e quatro irmãos, R$ 145. Ao todo são 180 vagas, mas quem não conseguir pode colocar o nome na lista de espera.

As brincadeiras envolvem desde aviões de papel, pipas e argila até uso da piscina. O projeto é realizado duas vezes por ano pela ACE Jr, em parceria com a professora Lídia Zacarias, que trabalha a disciplina de recreação e jogos na Faculdade. Todos os voluntários são alunos de Educação Física.

De acordo com a vice-presidente da empresa júnior, Luisa Vieira, o projeto traz experiência para os alunos. “Além de proporcionar momentos de distração, brincadeiras e lazer para a comunidade externa, o que é parte importante no desenvolvimento infantil, também possibilita a inserção dos alunos voluntários, que são preparados antes com um treinamento, no mundo de uma colônia de férias”.

Fonte: UFJF

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Veículo: Diário Regional

Editoria: Cidade

Data: 12/01/2019

Link: https://diarioregionaljf.com.br/2019/01/12/educacao-fisica-da-ufjf-promove-colonia-de-ferias/

Título: Educação Física da UFJF promove colônia de férias

Por DIARIO REGIONAL   12 De Janeiro De 2019

Férias, brincadeiras e um espaço enorme para muita diversão. Essa é a proposta da “Colônia de Férias da Faefid”, iniciativa da Assessoria e Consultoria Esportiva (ACE Jr.), empresa júnior da Faculdade de Educação Física e Desportos (Faefid) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Em sua quarta edição, a colônia acontece de 21 e 25 de janeiro, das 13h30 às 17h30, e recebe crianças entre 5 e 11 anos para aproveitar a temática dos quatro elementos que fundamentam a vida: fogo, água, terra e ar.

A inscrição é feita na sala da ACE Jr. até esta segunda, 14, das 10h às 12h e das 14h às 18h. O valor é de R$ 40 por criança. Para quem tem irmãos, o valor se diferencia: dois irmãos pagam o valor total de R$75; três irmãos, R$110; e quatro irmãos, R$145. Ao todo são 180 vagas, mas quem não conseguir pode colocar o nome na lista de espera.

As brincadeiras envolvem desde aviões de papel, pipas e argila até uso da piscina. O projeto é realizado duas vezes por ano pela ACE Jr, em parceria com a professora Lídia Zacarias, que trabalha a disciplina de recreação e jogos na Faculdade. Todos os voluntários são alunos de Educação Física.
De acordo com a vice-presidente da empresa júnior, Luisa Vieira, o projeto traz experiência para os alunos. “Além de proporcionar momentos de distração, brincadeiras e lazer para a comunidade externa, o que é parte importante no desenvolvimento infantil, também possibilita a inserção dos alunos voluntários, que são preparados antes com um treinamento, no mundo de uma colônia de férias”.
Fonte: UFJF

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Veículo: G1 Zona da Mata

Editoria: Notícias

Data: 12/01/2019

Link: https://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/2019/01/12/comecam-as-inscricoes-para-o-2o-concurso-olhares-sobre-a-ufjf.ghtml

Título: Começam as inscrições para o 2º concurso ‘Olhares sobre a UFJF’

Serão distribuídos R$ 7.200 em prêmios. Podem participar alunos, servidores e as comunidades de Juiz de Fora e de Governador Valadares.

Por G1 Zona da Mata

12/01/2019 18h00  Atualizado há uma semana

Estão abertas as inscrições para o 2º Concurso de Fotografia “Olhares sobre a UFJF”. Estudantes, servidores e as comunidades de Juiz de Fora e de Governador Valadares podem concorrer aos prêmios no valor de R$ 7.200.

Os interessados podem se cadastrar até 30 de março pela internet. O resultado com os 30 fotógrafos escolhidos será divulgado no dia 19 de abril, no site da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). A primeira edição foi realizada em 2017.

De acordo com a Diretoria de Imagem Institucional, o edital disponibilizado na página da universidade prevê as categorias profissional, amador e celular, divididas em duas subcategorias – colorido e preto e branco. Será nomeado um júri responsável pela seleção e avaliação das fotografias.

O primeiro e segundo lugar de cada categoria recebem prêmio em dinheiro no valor de R$ 800 e R$ 400, respectivamente, além de um kit de postais. O terceiro, o quarto e o quinto colocados ganham, cada um, um kit de postais.

As fotos premiadas serão transformados em postais e integrarão uma exposição planejada pela Diretoria de Imagem.

Regras para as inscrições

  • os participantes devem ter mais de 13 anos e não podem ser funcionários ou bolsistas vinculados à Diretoria de Imagem Institucional;
  • as inscrições serão exclusivamente pelo formulário online. É necessário possuir conta do Google para o upload da imagem no formulário;
  • o arquivo deve ser enviado em formato JPG, com tamanho máximo de 5mb e resolução mínima de 300 dpi, exceto para a categoria celular;
  • inscritos na categoria “profissional” devem enviar junto à fotografia, conceito ou inspiração da imagem, sua análise semiótica e configurações do momento da captura, como abertura, velocidade, ISO, lente e câmera utilizadas;
  • na categoria “amador”, os concorrentes também precisam informar as configurações do momento da captura;
  • para concorrer na categoria “celular”, deve-se enviar somente a fotografia.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Coluna César Romero

Data: 12/01/2019

Link: https://tribunademinas.com.br/colunas/cesar-romero/12-01-2019/leo-mussi-e-jessica-nahr-curtindo-a-balada-do-privilege-buzios.html

Título: Léo Mussi e Jéssica Nahr curtindo a balada do Privilège Búzios
Por Cesar Romero
12/01/2019 às 07h30 – Atualizada 11/01/2019 às 21h24

Voo Livre

Neste domingo, às 9h, na praça central da UFJF, Ronaldo Miana comanda um aulão de Karate-Do Shotokan para todas as idades. Serão aceitas doações de roupas, produtos de higiene e alimentos não perecíveis para os atingidos pelas chuvas, no Vitorino.

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Veículo: Bol

Editoria: Notícias

Data: 12/01/2019

Link: https://www.bol.uol.com.br/noticias/2019/01/12/ricardo-velez-olavo-de-carvalho-militares-ex-alunos-mec-ministro-educacao.htm

Título: Ex-alunos de Vélez e Olavo e ala ligada a militares dominam o novo MEC

do UOL

Wellington Ramalhoso

Do UOL, em São Paulo

12/01/2019 04h00 Atualizada em 14/01/2019 16h08

A equipe que assumiu o MEC (Ministério da Educação) com o início do governo Jair Bolsonaro (PSL) revela o domínio de dois grupos na pasta: um ligado ao ministro Ricardo Vélez Rodríguez e ao escritor Olavo de Carvalho, incluindo ex-alunos de ambos, e outro indicado por militares, com ligações com o ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica).

“Os alunos do ministro e o pessoal da Aeronáutica estão mandando no MEC”, diz um integrante da equipe que trabalhou na transição do governo Michel Temer (MDB) para a administração Bolsonaro, no fim de 2018.

Os grupos não estão necessariamente em oposição. O próprio ministro tem relações com militares. Ele é professor emérito da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, que forma oficiais de alta patente.

Comparação com movimento católico

A ênfase ideológica no discurso do ministro, que fala em combater, por exemplo, o que ele chama de marxismo cultural, levou especialistas em educação e integrantes da equipe de transição a chamar os membros do grupo de Vélez de “inquisidores”, em referência à inquisição espanhola, movimento da Igreja Católica de combate a hereges, que se valeu de processos, perseguições e torturas entre os séculos 15 e 19.

A influência de Olavo de Carvalho na pasta inclui o próprio ministro, indicado pelo escritor. Colombiano naturalizado brasileiro, Vélez fez sua carreira acadêmica na área de filosofia e atuou como professor em pelo menos 14 instituições de ensino. Ele colocou ex-orientandos no comando de três das sete secretarias da pasta. Discípulos de Olavo ocupam outras posições, como a chefia de gabinete, a secretaria de Alfabetização e a direção de Avaliação da Educação Básica, órgão do Inep responsável pelo Enem.

Balão Mágico nas raízes de Londrina (PR)

Uma parte do grupo tem raízes em Londrina (PR), cidade onde o ministro trabalhava – ele foi professor da UEL (Universidade Estadual de Londrina) e da Faculdade Arthur Thomas, na mesma cidade. São ligados a Londrina o chefe de gabinete Tiago Tondinelli e o secretário de Alfabetização, Carlos Francisco de Paula Nadalim. Ambos se formaram na UEL.

Tondinelli é advogado, tem mestrado em letras, doutorado em filosofia e fez o curso online de filosofia de Olavo de Carvalho. Elogiado pelo escritor, Nadalim também se formou em direito, mas fez mestrado em educação e especialização em filosofia. Ele dá aulas de filosofia, música e violão, além de trabalhar em um método de alfabetização aplicado na escola de sua família em Londrina, a Mundo do Balão Mágico.

Outro seguidor de Olavo, mas sem relação com a cidade paranaense, é o diretor de Avaliação da Educação Básica, Murilo Resende Ferreira. Ele é doutor em economia pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) e professor na Escola Superior Associada de Goiânia.

Conexões de Juiz de Fora (MG)

A outra parte do grupo tem conexões com a UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora), onde Vélez também trabalhou. O secretário de Educação Profissional e Tecnológica, Alexandro Ferreira de Souza, foi orientado pelo ministro durante a graduação em filosofia. Depois, fez mestrado e doutorado em Ciência da Religião na mesma universidade.

O secretário de Regulação e Supervisão da Educação Superior, Marco Antônio Barroso Faria, fez a mesma trajetória acadêmica do colega, mas foi orientado por Vélez no mestrado e no doutorado. Ele é professor na UEMG (Universidade Estadual de Minas Gerais), no campus de Ubá.

Bernardo Goytacazes de Araújo, secretário de Modalidades Especializadas de Educação, também se graduou em filosofia na UFJF. Foi orientado pelo ministro em um curso de especialização em ética e filosofia política feito na mesma universidade. Sua experiência em gestão aconteceu na Prefeitura de Três Rios (RJ), em que ocupou o cargo de secretário.

“O novo governo tem uma fragilidade monumental quanto a quadros na educação. O ministro fez escolhas de foro pessoal, bem íntimo, nomeando pessoas que ele conheceu. Não vejo consistência”, diz uma pessoa ligada ao ministério que pediu para não ser identificada. “Se o corpo técnico do MEC se impuser e ensinar para essas pessoas sem experiência o que precisa ser feito, a nova equipe poder ter futuro”, avalia.

Vínculos com as Forças Armadas

No grupo indicado por militares, destacam-se o secretário executivo Luiz Antonio Tozi e o designado para comandar a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), Anderson Ribeiro Correia.

Este grupo chega com experiência de gestão. Ribeiro Correia é professor e reitor do ITA, tem graduação em engenharia civil, com mestrado em engenharia de infraestrutura aeronáutica e doutorado em engenharia de transportes.

Tozi também fez trajetória acadêmica nas engenharias – naval, oceânica, infraestrutura aeronáutica e mecânica – e pós-graduação no ITA. Vinha atuando como diretor da Faculdade de Tecnologia de São José dos Campos (SP).

Ele estava cotado para ser secretário de Educação Básica, mas foi deslocado às vésperas da posse, quando o cientista político Antônio Flávio Testa, que ocuparia a secretaria executiva, foi desconvidado pelo ministro Vélez.

O general Oswaldo de Jesus Ferreira foi nomeado para comandar a Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), estatal que cuida da gestão dos hospitais universitários federais.

A equipe nomeada por Vélez também tem duas figuras ligadas à FGV-Rio: o economista Carlos Alberto Decotelli da Silva, que comanda o FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação); e o engenheiro Marcus Vinicius Carvalho Rodrigues, à frente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).

A nova secretária de Educação Básica, Tânia Leme de Almeida, era diretora da Fatec (Faculdade de Tecnologia) de São Carlos (SP). E o secretário Educação Superior, o matemático Mauro Rabelo, é o único remanescente da equipe do governo Temer.

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Veículo: UOL

Editoria: Política

Data: 12/01/2019

Link: https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2019/01/12/ricardo-velez-olavo-de-carvalho-militares-ex-alunos-mec-ministro-educacao.htm

Título: Ex-alunos de Vélez e Olavo e ala ligada a militares dominam o novo MEC

Wellington Ramalhoso

Do UOL, em São Paulo

12/01/2019 04h00 Atualizada em 14/01/2019 16h08

A equipe que assumiu o MEC (Ministério da Educação) com o início do governo Jair Bolsonaro (PSL) revela o domínio de dois grupos na pasta: um ligado ao ministro Ricardo Vélez Rodríguez e ao escritor Olavo de Carvalho, incluindo ex-alunos de ambos, e outro indicado por militares, com ligações com o ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica).

“Os alunos do ministro e o pessoal da Aeronáutica estão mandando no MEC”, diz um integrante da equipe que trabalhou na transição do governo Michel Temer (MDB) para a administração Bolsonaro, no fim de 2018.

Os grupos não estão necessariamente em oposição. O próprio ministro tem relações com militares. Ele é professor emérito da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, que forma oficiais de alta patente.

Comparação com movimento católico

A ênfase ideológica no discurso do ministro, que fala em combater, por exemplo, o que ele chama de marxismo cultural, levou especialistas em educação e integrantes da equipe de transição a chamar os membros do grupo de Vélez de “inquisidores”, em referência à inquisição espanhola, movimento da Igreja Católica de combate a hereges, que se valeu de processos, perseguições e torturas entre os séculos 15 e 19.

A influência de Olavo de Carvalho na pasta inclui o próprio ministro, indicado pelo escritor. Colombiano naturalizado brasileiro, Vélez fez sua carreira acadêmica na área de filosofia e atuou como professor em pelo menos 14 instituições de ensino. Ele colocou ex-orientandos no comando de três das sete secretarias da pasta. Discípulos de Olavo ocupam outras posições, como a chefia de gabinete, a secretaria de Alfabetização e a direção de Avaliação da Educação Básica, órgão do Inep responsável pelo Enem.

Balão Mágico nas raízes de Londrina (PR)

Uma parte do grupo tem raízes em Londrina (PR), cidade onde o ministro trabalhava – ele foi professor da UEL (Universidade Estadual de Londrina) e da Faculdade Arthur Thomas, na mesma cidade. São ligados a Londrina o chefe de gabinete Tiago Tondinelli e o secretário de Alfabetização, Carlos Francisco de Paula Nadalim. Ambos se formaram na UEL.

Tondinelli é advogado, tem mestrado em letras, doutorado em filosofia e fez o curso online de filosofia de Olavo de Carvalho. Elogiado pelo escritor, Nadalim também se formou em direito, mas fez mestrado em educação e especialização em filosofia. Ele dá aulas de filosofia, música e violão, além de trabalhar em um método de alfabetização aplicado na escola de sua família em Londrina, a Mundo do Balão Mágico.

Outro seguidor de Olavo, mas sem relação com a cidade paranaense, é o diretor de Avaliação da Educação Básica, Murilo Resende Ferreira. Ele é doutor em economia pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) e professor na Escola Superior Associada de Goiânia.

Conexões de Juiz de Fora (MG)

A outra parte do grupo tem conexões com a UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora), onde Vélez também trabalhou. O secretário de Educação Profissional e Tecnológica, Alexandro Ferreira de Souza, foi orientado pelo ministro durante a graduação em filosofia. Depois, fez mestrado e doutorado em Ciência da Religião na mesma universidade.

O secretário de Regulação e Supervisão da Educação Superior, Marco Antônio Barroso Faria, fez a mesma trajetória acadêmica do colega, mas foi orientado por Vélez no mestrado e no doutorado. Ele é professor na UEMG (Universidade Estadual de Minas Gerais), no campus de Ubá.

Bernardo Goytacazes de Araújo, secretário de Modalidades Especializadas de Educação, também se graduou em filosofia na UFJF. Foi orientado pelo ministro em um curso de especialização em ética e filosofia política feito na mesma universidade. Sua experiência em gestão aconteceu na Prefeitura de Três Rios (RJ), em que ocupou o cargo de secretário.

“O novo governo tem uma fragilidade monumental quanto a quadros na educação. O ministro fez escolhas de foro pessoal, bem íntimo, nomeando pessoas que ele conheceu. Não vejo consistência”, diz uma pessoa ligada ao ministério que pediu para não ser identificada. “Se o corpo técnico do MEC se impuser e ensinar para essas pessoas sem experiência o que precisa ser feito, a nova equipe poder ter futuro”, avalia.

Vínculos com as Forças Armadas

No grupo indicado por militares, destacam-se o secretário executivo Luiz Antonio Tozi e o designado para comandar a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), Anderson Ribeiro Correia.

Este grupo chega com experiência de gestão. Ribeiro Correia é professor e reitor do ITA, tem graduação em engenharia civil, com mestrado em engenharia de infraestrutura aeronáutica e doutorado em engenharia de transportes.

Tozi também fez trajetória acadêmica nas engenharias – naval, oceânica, infraestrutura aeronáutica e mecânica – e pós-graduação no ITA. Vinha atuando como diretor da Faculdade de Tecnologia de São José dos Campos (SP).

Ele estava cotado para ser secretário de Educação Básica, mas foi deslocado às vésperas da posse, quando o cientista político Antônio Flávio Testa, que ocuparia a secretaria executiva, foi desconvidado pelo ministro Vélez.

O general Oswaldo de Jesus Ferreira foi nomeado para comandar a Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), estatal que cuida da gestão dos hospitais universitários federais.

A equipe nomeada por Vélez também tem duas figuras ligadas à FGV-Rio: o economista Carlos Alberto Decotelli da Silva, que comanda o FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação); e o engenheiro Marcus Vinicius Carvalho Rodrigues, à frente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).

A nova secretária de Educação Básica, Tânia Leme de Almeida, era diretora da Fatec (Faculdade de Tecnologia) de São Carlos (SP). E o secretário Educação Superior, o matemático Mauro Rabelo, é o único remanescente da equipe do governo Temer.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Esportes

Data: 12/01/2019

Link: https://tribunademinas.com.br/noticias/esportes/12-01-2019/jf-imperadores-quer-reconquistar-torcedores.html

Título: JF Imperadores quer reconquistar torcedores

Sob novo comando desde o fim da parceria com o Cruzeiro, equipe local de futebol americano busca retomada este ano e faz seletiva

Por Bruno Kaehler

12/01/2019 às 14h40- Atualizada 14/01/2019 às 17h55

Nas palavras de Germano Roberto, que substituiu Laércio Azalim na presidência do JF Imperadores em maio do ano passado, a temporada 2019 chega para “reconquistar a torcida da cidade, mostrar que nós somos um novo Juiz de Fora Imperadores, não somente no uniforme, mas na atenção ao torcedor que nós poderemos dar daqui para a frente. Podem esperar mais jogos na cidade, camisas de torcida exclusivas e muitos produtos oficiais do time em parceria com vários fornecedores diferentes.”

Os compromissos da equipe já começam na manhã deste domingo (13), às 9h, com uma seletiva na Praça Cívica da UFJF. As inscrições foram realizadas em link disposto na página do time no Facebook, custando R$ 10. Mas há como ir neste domingo apresentando documento. No mesmo horário, as cheerleaders da equipe também farão seletiva para quantificar o grupo, a R$ 5.

Segundo Germano, este é o início de um processo importante para a sequência do projeto que atraiu centenas de juiz-foranos sobretudo em 2017. “Aos poucos vamos reconquistando nossos torcedores e admiradores, demos um passo em uma direção errada, agora seguiremos por outro caminho e aprendendo cada vez mais na difusão do esporte pela cidade”, diz.

Pé no chão

Germano, 30 anos, é estudante de Educação Física pela UFJF e um apaixonado pelo esporte desde 2015, quando começou a praticar e buscar conhecimento específico. Apesar de ter assumido a função de mandatário da equipe em maio do ano passado, a ligação com o futebol americano local vem de pelo menos quatro anos.

“Cheguei fazer parte do JF Mamutes, porém fiquei mais tempo na diretoria. Havia me lesionado na faculdade, o que me afastou por um bom tempo dos treinos e jogos. Quando fundamos o JF Imperadores, o projeto era migrar para a modalidade full pad (com equipamento), mas como eu não tinha os materiais, fiquei na diretoria de marketing”, conta.

Na parceria com o Cruzeiro, Germano atuou como coadjuvante, sem uma função definida. A ruptura o levou à presidência por uma necessidade de retomada depois da desistência da disputa da elite nacional, a BFA, pelas dificuldades financeiras.

“O time precisava de um novo fôlego, uma forma de renovar a imagem. Desde que assumi, o trabalho foi árduo, até o fim de 2018, mas foi possível mudar e aperfeiçoar muitas coisas nesse período. Perdemos um pouco da nossa identidade com a cidade com a parceria com o Cruzeiro e a desistência da BFA foi em consequência disso, pois ficamos sem caixa para fazer os jogos, e o número de atletas diminuiu consideravelmente. Todos esse problemas serviram para podermos pensar mais com o pé no chão.”

Do céu ao inferno

O Juiz de Fora Imperadores vivenciou, em apenas dois anos, experiências vitoriosas e trágicas dentro e fora dos gramados. No primeiro ano de projeto, em 2017, após a fusão entre JF Red Fox e JF Mamutes, a equipe conquistou o acesso à Brasil Futebol Americano (BFA), elite nacional do esporte da bola oval, com partidas na UFJF envolvendo centenas de torcedores que abraçaram o novo time municipal. O auge, contudo, não chegaria à competição dos sonhos para os juiz-foranos. Em março, a equipe anunciou parceria com o gigante Cruzeiro. O acordo, contudo, gerou insatisfação dos juiz-foranos, que alegaram perda da identidade com o município diante da aproximação com a capital mineira, e durou menos de três meses. Oficialmente, o “grande desafio logístico que o projeto exigia” foi determinante na ruptura.

“Perdemos um pouco da nossa identidade com a cidade com a parceria com o Cruzeiro e a desistência da BFA foi em consequência disso, pois ficamos sem caixa para fazer os jogos, e o número de atletas diminuiu consideravelmente. Todos esse problemas serviram para podermos pensar mais com o pé no chão” – Germano Roberto Sobrinho, presidente do JF Imperadores.

O inesperado fim da parceria, que tinha como objetivo principal a participação na BFA, também impossibilitou, financeiramente, a participação do JF Imperadores, agora só, na principal competição do país no futebol americano. A desistência, porém, gerou punição aos locais da perda da vaga na BFA  e Liga Nacional (segunda divisão) de 2019, além de multa de R$ 5 mil. Desde então, o JF Imperadores junta os cacos para uma retomada do projeto.

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Veículo: Jornal Grande Bahia

Editoria: Notícias

Data: 12/01/2019

Link: http://www.jornalgrandebahia.com.br/2019/01/mulheres-sobrecarregadas-e-homens-desempregados-familias-brasileiras-chegam-a-2019-ainda-em-crise/

Título: Mulheres sobrecarregadas e homens desempregados: famílias brasileiras chegam a 2019 ainda em crise

Ingrid Fagundez

Da BBC News Brasil em São Paulo

8 janeiro 2019

Depois que Alexandre perdeu o emprego, Alessandra passou a sustentar a casa

De pé no meio da cozinha, Alessandra aperta os olhos para enxergar as letras pequenas. Ela segura o papel com as duas mãos e treme um pouco.

“Insônia, cefaleia, ideias suicidas…Nossa, você toma algo para ansiedade e pode ter ideias suicidas!”, ri, meio sem jeito.

Caixas com tarjas vermelhas e pretas estão enfileiradas sobre o micro-ondas. É dentro de uma delas que Alessandra guarda a bula.

“Mas você sabe, esse é o melhor ansiolítico que existe!”

Apesar dos efeitos colaterais, são os remédios que ajudam Alessandra, 45, a dormir, acordar e respirar durante crises de asma, bronquite e síndrome do pânico. Essas doenças apareceram há alguns anos, quando sua vida começou a mudar.

Em 2014, o marido de Alessandra deixou um emprego como gerente de logística e não conseguiu arrumar outro. Desde então, é o salário dela como agente de viagens que sustenta a casa, onde também mora uma de suas filhas, de 18 anos e desempregada. Responsável pelas contas, sem carteira assinada, dinheiro no banco ou gastos que ainda possa cortar, Alessandra está cansada e doente. E é assim que ela e sua família chegam a 2019.

O amor na crise: com mulher responsável pelas contas, marido assume tarefas domésticas

A recente recessão vivida pelo Brasil foi a maior desde os anos 1980, quando o Comitê de Datação de Ciclos Econômicos, da Fundação Getulio Vargas (FGV), começou a medir as crises brasileiras. Em 11 trimestres, entre 2014 e 2016, o PIB do país acumulou uma queda de 8,6%. Nesse período, o desemprego chegou a atingir 14,2 milhões de pessoas e a renda per capita caiu 9,4%, o segundo pior resultado do século. Durante uma das crises mais longas de nossa história, muitas famílias passaram por transformações semelhantes às experimentadas por Alessandra.

Uma delas merece destaque, por influenciar com força as dinâmicas familiares: o protagonismo das esposas, grupo que não tinha salário ou cujo salário era secundário no sustento da casa. Na maioria dos casos, elas são as esposas ou companheiras, enquanto os maridos se identificam como “chefes de família”.

‘Tem semana em que a gente não tem grana’, diz Alessandra sobre mudanças na vida da família após a crise

Um levantamento feito para a BBC News Brasil pelo professor Marcelo Neri, diretor do centro de políticas sociais da FGV, com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), indica que as cônjuges se saíram melhor do que os chefes de família durante a recessão. Elas tiveram aumentos expressivos de renda, horas trabalhadas e participação no mercado de trabalho. Nesta reportagem, o termo será usado no feminino já que 72,5% dos que ocupam esse papel são mulheres, de acordo com a Pnad de 2017. É importante ressaltar que muitas brasileiras também são chefes – 29,28% das brasileiras exercem essa função em casa.

Os dados da Pnad mostram que, entre o segundo trimestre de 2015 e o segundo trimestre 2018, a renda das mulheres do casal cresceu 17,9% enquanto que a dos principais responsáveis pelo domicílio (cuja maioria é de homens) caiu 10,3%. O crescimento da renda do grupo das mulheres cônjuges também ultrapassou o dos jovens, os que mais sofreram com o desemprego – nesse período, a renda dos que se identificavam como filhos encolheu 9,6%.

O bom desempenho, no entanto, não é motivo de comemoração: em sua maioria, os rendimentos das mulheres não melhoraram a situação da família, mas apenas impediram que seus membros ficassem ainda mais pobres.

“A trabalhadora adicional entra no mercado para amortecer a queda de renda da família, como um colchão”, diz Neri.

“Ou seja: há um ganho individual, mas uma perda familiar.”

Na cozinha, enquanto se prepara para sair, Alessandra coloca potes de plástico com seu almoço e lanche da tarde dentro de uma bolsa de tecido. Depois de empilhá-los, equilibra uma banana sobre eles.

“Está na hora. Vamos?”

O relógio marca 6h15.

O retrocesso

Todos os dias, Alexandre leva Alessandra até o trabalho, no centro de São Paulo

As paredes brancas da casa estão descascadas, sem pintura há algum tempo. O varal no quintal está quebrado. Ao tirar o carro da garagem, Alexandre diz que vai tentar consertá-lo mais tarde.

Alessandra senta no banco do passageiro para o trajeto de uma hora até o trabalho, no centro de São Paulo. Ela fala sobre o que mudou nos últimos anos.

“Tem semana em que a gente não tem grana. Não tem. Se eu te falar que tem dez reais na carteira é mentira”, ela diz, olhando pela janela.

“A gente nunca foi extremamente consumista…Mas começamos a ir ao shopping já almoçados, para não gastar, e a pesquisar muito só para comprar um par de tênis. Vendemos carro, cortamos telefone fixo, TV…É apertado.”

O desemprego e a perda do poder de compra que ele traz geram sofrimento, diz a professora da Unicamp e presidente da Associação Brasileira de Estudos do Trabalho Angela Araújo. Isso porque, ao longo do tempo, tais condições obrigam as famílias a repensarem até as pequenas escolhas: optar por roupas mais baratas e às vezes diminuir a quantidade de comida.

“A classe média e média baixa sofreram muito com a crise. As famílias não conseguiram manter o padrão de vida, que se tornou descendente. E a tendência ainda é essa: de queda.”

Alexandre, 49, trabalhava em distribuidoras de alimento há 20 anos quando, em 2014, depois de desentendimentos com colegas, pediu demissão. Ele tinha experiência, dinheiro guardado e, antes de procurar uma vaga, decidiu tirar alguns meses de descanso. Ao começar a enviar currículos, notou algo diferente. Os amigos também estavam desempregados, sua antiga empresa havia fechado e nas entrevistas, em vez dos dez candidatos habituais, 40 disputavam os cargos mais altos.

“Foi quando eu percebi que o mercado estava sumindo”, ele diz, dando de ombros.

“É muito estressante você não ter grana para fazer o que fazia”, Alessandra interrompe.

“A gente saia todo final de semana, né, Alê?”, ela vira para o marido enquanto o trânsito para na avenida. “A gente dava uma volta no sábado ou no domingo, ia comer fora. Agora deixamos de ter lazer…”

Na agência de viagens, onde ganha pouco mais de R$ 4 mil por mês, Alessandra manteve sua função. Seu salário, que então ajudava a pagar as contas, tornou-se o único da casa.

Contratam-se mulheres

Em períodos de crise, os empregadores preferem contratar ou manter mulheres em suas empresas, dizem professores entrevistados pela BBC News Brasil. Apesar de a taxa de desemprego ser tradicionalmente maior entre elas, durante recessões os empresários são guiados pela necessidade: mulheres têm salários menores do que homens e, em geral, aceitam condições de trabalho menos garantidas.

Em 2017, de acordo com a Pnad, os homens ganhavam, em média, 29,7% a mais do que as mulheres.

“Elas têm uma formação melhor, mais escolaridade, mas salários menores. Ganhar menos ou aceitar emprego em condições piores, sem carteira, é uma característica do emprego feminino que atrai as empresas. As empresas querem reduzir custos, se livrar das leis trabalhistas. É uma questão de sobrevivência”, diz a professora do Departamento de Economia da PUC Anita Kon.

As mudanças estruturais no mercado brasileiro foram fundamentais para permitir que mulheres como Alessandra se tornassem provedoras durante a crise, acrescenta a professora Angela Araújo.

Uma dessas transformações foi o crescimento, na última década, do setor de serviços de educação e saúde, onde elas são maioria. Desde o começo dos anos 2010, esse tipo de ocupação ultrapassou os serviços domésticos como a função que mais emprega brasileiras.

Por trás da expansão dos serviços, explicam os entrevistados, está a multiplicação de sistemas privados de educação e saúde – faculdades e clínicas particulares -, muitos deles contratantes de empresas terceirizadas. Por causa disso, os professores alertam que boa parte dessas vagas oferece condições precárias de trabalho.

Para a economista e professora da UFRJ Lena Lavinas, a flexibilização, impulsionada pela reforma trabalhista, também pode ter ajudado a entrada ou permanência das mulheres em seus cargos. Com a possibilidade de negociação direta entre patrão e funcionário e de contratos de trabalho intermitente com salários mais baixos, por exemplo, a resistência à contratação de mulheres – por receio de que engravidem ou faltem para se dedicar aos filhos – é menor.

Alessandra recebe como Pessoa Jurídica desde 2016. Ela pediu para ser mandada embora porque não conseguia mais pagar o colégio da filha caçula e queria ganhar sua rescisão para quitar as mensalidades. Sua chefe sugeriu que ficasse, mas deixasse de ter a carteira assinada. Hoje Alessandra recebe o salário sem descontos e passou a trabalhar mais – ligações e mensagens fora do horário comercial são comuns.

Se setores marcados pela presença feminina cresceram na última década, o mesmo não se pode dizer dos “masculinos”. A construção civil foi a campeã em demissões em 2017. Foram 104 mil vagas fechadas, como mostram dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). A indústria de transformação demitiu 20 mil pessoas.

Alexandre diz que já em 2014 percebia que seu setor não ia bem.

“Às vezes estourava em vendas e daqui a pouco não vendia nada. Antes de sair, vi que as empresas diziam que não dava para pagar a distribuição.”

Enquanto Alexandre dirige, Alessandra conta sobre quando deixou o emprego para acompanhar o marido em uma transferência. Então, seu salário era apenas um complemento.

“Uma vez fiquei fora do mercado por três meses e só depois comecei a procurar emprego. Quando a gente foi para o interior, fiquei parada mais de um ano”, ela diz.

“Falei pra ela ‘se quiser, trabalha, se não quiser, fica em casa’. Quando ela ficou desempregada, era diferente. Não era tão ruim…”, Alexandre continua a explicação, olhando pelo retrovisor.

As trajetórias profissionais das mulheres costumam ter um movimento de entrada e saída do mercado para se adaptar ao itinerário da família, explica a professora do Instituto de Ciências Humanas da Universidade Federal de Juiz de Fora Ana Claudia Moreira Cardoso. E seria por isso que muitas não conseguem subir na hierarquia profissional e permanecem auxiliares no sustento da casa.

“Essas entradas e saídas também são uma maneira de manter a desigualdade, porque você não está dando as mesmas chances para os dois sexos. Elas perdem a oportunidade de construir uma carreira”, diz Cardoso, que estudou a vivência dos trabalhadores e os processos de negociação coletiva em seu doutorado.

Além dela, outros professores entrevistados pela BBC News Brasil defendem que, apesar de consistente e representativa de uma luta por autonomia, a entrada das mulheres na força de trabalho aconteceu pela porta lateral.

Nos últimos anos, sobrecarregada de trabalho, Alessandra desenvolveu várias doenças

Seus salários sempre foram inferiores aos dos homens e encarados como uma “ajuda”; elas eram e são maioria nos empregos de tempo parcial, para dar conta das tarefas domésticas; e as funções que ocupavam ainda se parecem muito com as ditas “atividades femininas”: o cuidado, em diferentes acepções.

“O maior espaço que encontram são as funções parecidas com as que já faziam no domicílio, que é o cuidado do outro: saúde, educação, serviços domésticos. Entende-se que mulheres são boas para cuidar”, diz Cardoso.

No entanto, mesmo com todas essas dificuldades, trabalhar tornou-se parte da identidade feminina, pondera a socióloga e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro Bila Sorj. Segundo ela, é improvável que mulheres que agora veem seus rendimentos tornarem-se tão importantes para a sobrevivência da família voltem a ficar em casa.

“Isso não regride porque elas realmente se percebem como trabalhadoras, como tendo uma participação no mundo público. A mulher considera que participar do mercado é um valor.”

Todas essas transformações mexem com as definições tradicionais de “chefes de família” e “cônjuges”.

“Ela é a única que põe um dinheiro em casa. Eu só ponho uns trocados”, Alexandre comenta, enquanto o carro se aproxima do centro de São Paulo.

“Ela virou a chefe da família”, ele diz, ao estacionar em frente a um dos prédios cinzas da rua da Consolação. Alessandra abre a porta, bolsa e sacola em mãos, seguida pelo marido. Na calçada, fumam um último cigarro.

Ela vai passar as próximas oito horas no escritório; ele será motorista para um aplicativo de táxi. É assim que tira seus “trocados”.

O motorista

Alexandre demorou a aceitar que ser motorista era sua única opção. Foram dois anos de currículos recusados até ser convencido a tentar.

“No começo eu não queria”, ele diz ao voltar para o carro. “Eu tinha um cargo de chefia e você ainda está em cima do pedestal: não tem mais dinheiro, mas se acha conde, duque…”

O telefone toca. Ele tem um novo passageiro.

De acordo com os professores entrevistados, a crise econômica e os altos níveis de desemprego que os brasileiros experimentam há anos são, claro, determinantes para o desânimo observado hoje. Mas eles ressaltam que há algo a mais nesse cenário: uma mudança profunda das vagas oferecidas, cada vez mais flexíveis e frágeis.

À recessão, dizem, soma-se o contexto da reforma trabalhista, texto aprovado em 2017 que regulamentou contrários temporários e intermitentes e permitiu a negociação direta entre empregadores e empregados. Para esses especialistas, o Brasil seguiu uma tendência mundial de fragilizar as contratações, tornando-as mais esporádicas e sem garantias.

O professor de sociologia do trabalho da Unicamp Ricardo Antunes afirma que essas transformações fazem parte do que é chamado de quarta revolução industrial ou indústria 4.0. Nela, estaria incluída a substituição, como motor da economia, da indústria – um setor de relações trabalhistas bem estruturadas – pelos serviços, onde essas trocas são mais flexíveis.

“A precarização é ainda mais intensa aqui porque a sociedade brasileira já nasceu sob a égide do trabalho escravo – só que hoje ele é de outro tipo. O empresário acha que só por dar trabalho é um benfeitor.”

Enquanto segue em busca de outros passageiros, Alexandre conta que hoje, em entrevistas de emprego, as condições oferecidas são diferentes das que estava acostumado: são muitas exigências para um salário menor.

“O que eles querem? Que você seja PJ (pessoa jurídica) e receba R$ 3 mil para montar toda uma operação de logística”, ele diz, enquanto o aplicativo apita.

“Chega num ponto em que você fala ‘beleza, eu vou’. Mas sei que esse tipo de coisa não dá certo…”

Como Alessandra passou a trabalhar muito, Alexandre assumiu as tarefas domésticas

Empregos digitais

Diretamente implicadas nessa nova fase estão as plataformas digitais, acrescenta a professora Ana Claudia Moreira Cardoso. Os aplicativos de táxi usados por Alexandre, por exemplo, seriam um símbolo do tipo de relação trabalhista para o qual o Brasil estaria caminhando: virtuais e efêmeras.

“Muitas dessas empresas de plataforma digital tentam se vender como sinônimo de autonomia e liberdade, dizendo que o trabalhador vai ser independente. As pessoas compram isso mas, quando entram, percebem que é uma falácia porque, se querem ter rendimento, precisam trabalhar pra caramba. A liberdade cai por terra.”

“Hoje diminuiu até o ganho do motorista de aplicativo porque todo dia aumenta cem carros na rua”, Alexandre diz, dando de ombros.

Tudo o que ele ganha vai para compras básicas no supermercado.

“Para o cara fazer um bom dinheiro precisa trabalhar doze, catorze horas por dia”, diz.

Uma crise longa combinada a novas formas de encarar o trabalho seria a receita ideal para despertar um sentimento nos brasileiros: o medo.

Em junho do ano passado, o Índice de Medo de Desemprego da Confederação Nacional da Indústria (CNI) atingiu um dos piores resultados da série histórica, com 67,9 pontos. Calculado desde 1996, o indicador melhorou um pouco em setembro (65,7), mas ainda assim está muito acima da média histórica, de 49,7 pontos.

Dirigindo seu carro em direção à zona leste, onde prefere continuar o dia como motorista, Alexandre fala que aprendeu com a experiência do aplicativo. Ouvir os desabafos das pessoas lhe deu perspectiva sobre sua própria vida.

“Você vira meio que um psicólogo”, ele pondera, avançando sob os viadutos da Radial Leste.

“É uma terapia e tanto. Você percebe que não é o único que está ruim. Numa semana peguei uma gerente de RH que iria mandar dois mil funcionários embora.”

Ele entra em uma rua lateral e aponta para a direita.

“Olha isso, há uns meses não tinha morador de rua aqui. É como eu disse, sempre pode ser pior…”

Numa praça, folhas de papelão e barracas cobrem os canteiros. Um grupo de homens está sentado em roda, passando uma garrafa de vidro de mão em mão.

A sobrecarga

Quando Alexandre e Alessandra se reencontram, às 18h, dão um beijo rápido e fumam mais um cigarro em frente ao escritório, na República. Ainda é dia por efeito do horário de verão e uma luz amarela cai sobre os prédios do centro de São Paulo.

“Não gosto desse horário”, Alessandra diz, já dentro do carro. “Parece que estou fazendo algo errado, que não trabalhei.”

“Que besteira”, Alexandre ri. “Como foi lá?”

“Tudo bem. Hoje estou bem”, Alessandra responde, olhando pela janela enquanto eles avançam pelas ruas da Sé, cheias de homens e mulheres apressados.

“Aproveitamos esse momento para fazer piada”, Alexandre diz à reportagem, batucando com as mãos no volante.

“Senão, ninguém aguenta.”

Ele pede que Alessandra abra um vídeo no WhatsApp. Ela segura o celular e estende o braço em direção ao para-brisa, para que o marido consiga assistir. Com sotaque caipira, um YouTuber anuncia as “cinco dicas para você que é pobre”.

Com os olhos na tela, Alessandra ri, o rosto relaxado. Mas não é sempre assim.

Alexandre busca a mulher toda semana porque ela já teve crises de pânico e desmaiou no ônibus ao voltar do trabalho. Ela também chegou a passar mal dentro do carro.

Alessandra tira uma bombinha de asma da bolsa e aperta o tubo de plástico duas vezes, com o bocal entre os lábios.

“Ela tem uma farmácia aqui. Já virei sócio das farmácias do bairro”, Alexandre brinca.

“Não é só a pressão do trabalho, é toda a situação. Ela estava trampando que nem doida para colocar comida na mesa, fazia isso e aquilo, limpava e ainda tentava agradar”, diz, sacodindo a cabeça.

‘Todo homem é machista’, diz Alexandre, sobre dificuldade de assumir tarefas domésticas

Além do trabalho fora de casa, mulheres sempre dedicaram mais tempo às tarefas domésticas do que os homens. Com muitas delas tornando-se as principais responsáveis pela renda no Brasil, a tendência à sobrecarga é inegável, dizem os entrevistados pela BBC.

Dados da Pnad Contínua de 2017 mostram que as mulheres dedicam, em média, 20,9 horas semanais a afazeres domésticos e no cuidado de parentes ou moradores, enquanto os homens gastam metade desse tempo: 10,8 horas.

“O que acontece e acontecerá ainda é uma sobrecarga, enquanto os homens não se convencerem de que é preciso dividir”, diz a professora Hildete Melo, da Universidade Federal Fluminense, que há décadas estuda mercado de trabalho e relações de gênero. “E agora, nesse cenário, a mulher trabalha ainda mais.”

Todas essas cobranças levam a um adoecimento que não é só físico, mas mental. A professora Ana Cardoso explica que transtornos como depressão, ansiedade e síndrome do pânico são mais comuns nos serviços, setor bastante feminino, enquanto que em postos identificados como masculinos, em fábricas ou construtoras, os danos físicos são mais frequentes.

“Se a gente pensar que estamos em uma sociedade na qual ainda não se reconhece o adoecimento mental como verdadeiro, nem pelo público, nem pelo Estado, até a doença delas têm menos valor.”

Há, no entanto, quem veja a crise como oportunidade de reverter padrões de comportamento.

“É mais frequente hoje você ter maridos que realizem tarefas ditas femininas porque estão desempregados: lavar roupa, cozinhar. Isso vem de um movimento duplo, que inclui a luta feminina e feminista, mas também o papel secundário que os homens começaram a ter em razão do desemprego”, diz o professor Ricardo Antunes, da Unicamp.

Foi isso que aconteceu com Alessandra e Alexandre. Às quartas, ele faz faxina.

“O Alê deu um salto nesse negócio de machismo, de orgulho”, Alessandra conta no meio do trajeto de volta, quando a noite já caiu.

“Ele aspira, passa pano, tira pó. Antes ele trabalhava que nem um louco e não tinha tempo, né. E a gente sempre teve quem ajudasse na casa. Essa mudança foi um pulo para nós dois”, ela sorri.

Quando o carro volta à garagem, na Vila Industrial, a rua está vazia, como no começo da manhã. Antes de entrar em casa, eles se apoiam no portão de ferro e fumam mais um cigarro.

Ali ao lado está o Subaru 1991 que Alexandre comprou há quatro anos, quando ainda estava empregado.

“Era meu sonho de consumo”, ele diz, o cigarro queimando entre os dedos.

Seu plano era reformar o carro, o que ele começou por conta própria, mas precisou interromper. Até o licenciamento deixou de pagar.

“Eu não tirava da garagem mesmo”, ele dá de ombros.

Apoiada no Subaru, Alessandra chama o marido.

“Lembra, Alê? Antes a gente costumava ir para o Guarujá no fim de semana só para sujar a bunda de areia e voltar.”

Alexandre sorri.

“Agora não dá mais”, ela diz.

Alessandra pega o saco de pão que vai servir de jantar e entra em casa. São 20h30.

A faxina

A manhã de quarta-feira está clara e silenciosa na Vila Industrial. É o silêncio das casas vazias: adultos no trabalho, crianças na escola, e uma ou outra senhora a cruzar a rua.

Alexandre aparece no portão de chinelos verde e amarelo, camiseta do Corinthians e bermuda surrada.

É dia de faxina.

Em 2016, quando o dinheiro que tinha guardado acabou e não havia emprego à vista, ele ficou preocupado.

Em meio a entrevistas frustradas, a preocupação virou agitação, que se transformou em raiva, desânimo e inércia, até desembocar numa depressão

“Eu apagava tudo quanto era luz, ligava o videogame e ficava lá sentado. Para mim, eu só dava despesa. Quando você perde tudo, sua autoestima vai embora”, ele diz, tomando um café preto em pé na cozinha.

“Em 2017, virei aquela norte-coreano: queria explodir o mundo.”

Alexandre falou em sair de casa, porque se sentia um estorvo para a família. Nesse meio tempo, Alessandra começou a apresentar sinais de síndrome do pânico. Sentia falta de ar, não conseguia ficar em lugares fechados, estava cansada o tempo todo. A cada fim de semana, mostrava-se mais lenta para limpar.

“Fiquei cego”, Alexandre diz, enquanto coloca o copo de café na pia, sobre o resto da louça suja.

“Me via como vítima, só que não percebia que Alessandra estava doente. Até que um dia nós sentamos e conversamos. Aí vi que estava tudo errado”, diz, apertando as mãos.

Ele segue para o quarto para fazer a cama. Agita o lençol de elástico, ajusta-o ao redor do colchão e passa a mão sobre o tecido para que fique liso. Sacode os travesseiros e então estende a colcha sobre tudo.

Estudiosos do tema apontam que a divisão de tarefas é um dos principais empecilhos para que homens e mulheres sejam mais iguais no mercado de trabalho. Em The Gender Revolution: Gender & Society (A Revolução de Gênero: Gênero e Sociedade, em tradução livre), a socióloga americana Paula England observa que as mulheres têm mais incentivos para arranjar empregos e adotar comportamentos antes tidos como masculinos, enquanto os homens são desestimulados – por questões financeiras e culturais – a assumir atividades femininas. Dessa forma, as transformações ocorreriam só de um lado: as mulheres saem para o mercado, mas os homens não dedicam mais tempo à casa.

Como os incentivos não mudam, as diferenças também não diminuem. De acordo com uma análise do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), entre 1995 e 2009, a porcentagem de pessoas que fazem atividades domésticas ficou estável: mulheres sempre em torno de 90% e homens oscilando entre 46% e 50%.

Enquanto encera o chão da sala, Alexandre conta que encarar a faxina foi difícil. E não apenas por que não sabia que panos de chão e toalhas não podem ser lavados juntos. Ele diz que foi complicado, como homem, assumir essas tarefas.

“Todo homem é machista”, ele explica, pingando o lustra móveis no piso de taco. “Me abalava que ela pagava tudo, até o cigarro. Mas o cara precisa entender que não estamos mais na década de 1940.”

Mas o caso de Alessandra e Alexandre é uma exceção?

A maioria dos entrevistados acredita que há, sim, uma melhora na divisão das tarefas, mas eles divergem sobre seu alcance e profundidade. Alguns dizem que as mudanças são pequenas e estão concentradas nas classes altas e nos centros urbanos, onde há mais diálogo sobre esses assuntos.

A expectativa de todos está nos jovens.

“Os homens mais jovens são uma esperança. Começamos a ter exemplos minoritários de maridos que cozinham, lavam louça, tomam conta de criança, isso já é evidente nas classes sociais mais altas. Nas mais baixas, ainda é difícil”, diz a professora emérita da UFRJ Alice Rangel de Paiva Abreu, que tem um longo histórico de pesquisa sobre gênero e trabalho.

Para Abreu, essas alterações tímidas estão ligadas ao debate sobre os direitos da mulher, mais presentes nas conversas do brasileiro.

O mesmo tom é adotado pela professora Ana Cardoso: em suas pesquisas, percebeu que jovens parecem querer construir uma relação mais igualitária com suas companheiras. Ela atribui essa percepção à maior presença das mulheres no mercado. Segundo Cardoso, quando a regra era a mulher ficar em casa e o homem sair para ganhar dinheiro era mais difícil que o marido a encarasse como igual. Mas, à medida que começa a tornar-se independente, ela desperta uma nova visão sobre si mesma e faz com que o homem a veja de forma diferente.

A filha mais velha de Alessandra e Alexandre vive com o namorado no centro de São Paulo. No apartamento que dividem com três gatos, Talita, de 24 anos, conta que seu companheiro não só faz sua parte na limpeza, como gasta mais tempo do que ele nessas atividades.

“No geral, tenho certeza que ele faz mais coisas do que eu. Já perdi as contas das vezes em que cheguei no trabalho e ele tinha limpado tudo sozinho.”

Depois que Alessandra desmaiou no ônibus ao voltar do trabalho, Alexandre passou a buscar a mulher no trabalho

Futuro

Talita é professora de inglês e teve vários ofertas de emprego nos últimos anos. O mesmo não vale para a caçula da família, Ana, de 18 anos. Depois de terminar o colégio particular, cujas últimas mensalidades foram pagas com atraso, Ana não conseguiu passar na faculdade que desejava nem arranjar um emprego. Juntou-se, então, aos “nem-nem”, grupo de jovens que não trabalha nem estuda e já representam 23% do total dos brasileiros entre 15 e 24 anos, segundo pesquisa do Ipea.

Mas agora Ana prepara-se para estudar Economia numa faculdade onde será bolsista.

Cercado pelas cadeiras da mesa de jantar, que espalhou pela sala durante a faxina, Alexandre diz que a filha sempre quis ser economista. “Nunca mudou, você vê só.”

Ele suspira. “Mas já falei que elas precisam sair do país, não tem mais o que fazer aqui.”

As palavras que melhor definem a visão de futuro dos brasileiros, para a professora Ana Cardoso, são “falta de perspectiva”.

Há alguns anos, diz, acreditava-se que um curso superior seria suficiente para conseguir uma boa vaga. Tal crença não apenas caiu por terra, em razão dos altos níveis de desemprego, como a diminuição da renda tirou a possibilidade de estudo das classes mais baixas.

No caso dos chefes de família, Cardoso explica, a perspectiva é negativa porque quando a economia melhorar, sua inserção pode não acontecer via carteira assinada, mas por contrato temporário, e seu salário não deverá ser maior do que o recebido antes.

Duas noites antes, ao chegar do trabalho, Alessandra falava sobre o futuro quando Alexandre decidiu contar uma piada.

“Você sabe por que a esperança é a última que morre?”, ele disse.

“Porque ela é a primeira que vai embora!”

Alessandra deu um tapa no ombro do marido.

“Tiramos coisas boas desse momento, acredito que vai melhorar”, ela sorriu, antes de juntar-se a Alexandre na risada.

— —

Veículo: Metro Jornal

Editoria: BBC Mundo

Data: 12/01/2019

Link: https://www.metrojornal.com.br/bbc-mundo/2019/01/12/mulheres-sobrecarregadas-e-homens-desempregados-familias-brasileiras-chegam-2019-ainda-em-crise.html

Título: Mulheres sobrecarregadas e homens desempregados: famílias brasileiras chegam a 2019 ainda em crise

Ingrid Fagundez

Da BBC News Brasil em São Paulo

8 janeiro 2019

Depois que Alexandre perdeu o emprego, Alessandra passou a sustentar a casa

De pé no meio da cozinha, Alessandra aperta os olhos para enxergar as letras pequenas. Ela segura o papel com as duas mãos e treme um pouco.

“Insônia, cefaleia, ideias suicidas…Nossa, você toma algo para ansiedade e pode ter ideias suicidas!”, ri, meio sem jeito.

Caixas com tarjas vermelhas e pretas estão enfileiradas sobre o micro-ondas. É dentro de uma delas que Alessandra guarda a bula.

“Mas você sabe, esse é o melhor ansiolítico que existe!”

Apesar dos efeitos colaterais, são os remédios que ajudam Alessandra, 45, a dormir, acordar e respirar durante crises de asma, bronquite e síndrome do pânico. Essas doenças apareceram há alguns anos, quando sua vida começou a mudar.

Em 2014, o marido de Alessandra deixou um emprego como gerente de logística e não conseguiu arrumar outro. Desde então, é o salário dela como agente de viagens que sustenta a casa, onde também mora uma de suas filhas, de 18 anos e desempregada. Responsável pelas contas, sem carteira assinada, dinheiro no banco ou gastos que ainda possa cortar, Alessandra está cansada e doente. E é assim que ela e sua família chegam a 2019.

O amor na crise: com mulher responsável pelas contas, marido assume tarefas domésticas

A recente recessão vivida pelo Brasil foi a maior desde os anos 1980, quando o Comitê de Datação de Ciclos Econômicos, da Fundação Getulio Vargas (FGV), começou a medir as crises brasileiras. Em 11 trimestres, entre 2014 e 2016, o PIB do país acumulou uma queda de 8,6%. Nesse período, o desemprego chegou a atingir 14,2 milhões de pessoas e a renda per capita caiu 9,4%, o segundo pior resultado do século. Durante uma das crises mais longas de nossa história, muitas famílias passaram por transformações semelhantes às experimentadas por Alessandra.

Uma delas merece destaque, por influenciar com força as dinâmicas familiares: o protagonismo das esposas, grupo que não tinha salário ou cujo salário era secundário no sustento da casa. Na maioria dos casos, elas são as esposas ou companheiras, enquanto os maridos se identificam como “chefes de família”.

‘Tem semana em que a gente não tem grana’, diz Alessandra sobre mudanças na vida da família após a crise

Um levantamento feito para a BBC News Brasil pelo professor Marcelo Neri, diretor do centro de políticas sociais da FGV, com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), indica que as cônjuges se saíram melhor do que os chefes de família durante a recessão. Elas tiveram aumentos expressivos de renda, horas trabalhadas e participação no mercado de trabalho. Nesta reportagem, o termo será usado no feminino já que 72,5% dos que ocupam esse papel são mulheres, de acordo com a Pnad de 2017. É importante ressaltar que muitas brasileiras também são chefes – 29,28% das brasileiras exercem essa função em casa.

Os dados da Pnad mostram que, entre o segundo trimestre de 2015 e o segundo trimestre 2018, a renda das mulheres do casal cresceu 17,9% enquanto que a dos principais responsáveis pelo domicílio (cuja maioria é de homens) caiu 10,3%. O crescimento da renda do grupo das mulheres cônjuges também ultrapassou o dos jovens, os que mais sofreram com o desemprego – nesse período, a renda dos que se identificavam como filhos encolheu 9,6%.

O bom desempenho, no entanto, não é motivo de comemoração: em sua maioria, os rendimentos das mulheres não melhoraram a situação da família, mas apenas impediram que seus membros ficassem ainda mais pobres.

“A trabalhadora adicional entra no mercado para amortecer a queda de renda da família, como um colchão”, diz Neri.

“Ou seja: há um ganho individual, mas uma perda familiar.”

Na cozinha, enquanto se prepara para sair, Alessandra coloca potes de plástico com seu almoço e lanche da tarde dentro de uma bolsa de tecido. Depois de empilhá-los, equilibra uma banana sobre eles.

“Está na hora. Vamos?”

O relógio marca 6h15.

O retrocesso

Todos os dias, Alexandre leva Alessandra até o trabalho, no centro de São Paulo

As paredes brancas da casa estão descascadas, sem pintura há algum tempo. O varal no quintal está quebrado. Ao tirar o carro da garagem, Alexandre diz que vai tentar consertá-lo mais tarde.

Alessandra senta no banco do passageiro para o trajeto de uma hora até o trabalho, no centro de São Paulo. Ela fala sobre o que mudou nos últimos anos.

“Tem semana em que a gente não tem grana. Não tem. Se eu te falar que tem dez reais na carteira é mentira”, ela diz, olhando pela janela.

“A gente nunca foi extremamente consumista…Mas começamos a ir ao shopping já almoçados, para não gastar, e a pesquisar muito só para comprar um par de tênis. Vendemos carro, cortamos telefone fixo, TV…É apertado.”

O desemprego e a perda do poder de compra que ele traz geram sofrimento, diz a professora da Unicamp e presidente da Associação Brasileira de Estudos do Trabalho Angela Araújo. Isso porque, ao longo do tempo, tais condições obrigam as famílias a repensarem até as pequenas escolhas: optar por roupas mais baratas e às vezes diminuir a quantidade de comida.

“A classe média e média baixa sofreram muito com a crise. As famílias não conseguiram manter o padrão de vida, que se tornou descendente. E a tendência ainda é essa: de queda.”

Alexandre, 49, trabalhava em distribuidoras de alimento há 20 anos quando, em 2014, depois de desentendimentos com colegas, pediu demissão. Ele tinha experiência, dinheiro guardado e, antes de procurar uma vaga, decidiu tirar alguns meses de descanso. Ao começar a enviar currículos, notou algo diferente. Os amigos também estavam desempregados, sua antiga empresa havia fechado e nas entrevistas, em vez dos dez candidatos habituais, 40 disputavam os cargos mais altos.

“Foi quando eu percebi que o mercado estava sumindo”, ele diz, dando de ombros.

“É muito estressante você não ter grana para fazer o que fazia”, Alessandra interrompe.

“A gente saia todo final de semana, né, Alê?”, ela vira para o marido enquanto o trânsito para na avenida. “A gente dava uma volta no sábado ou no domingo, ia comer fora. Agora deixamos de ter lazer…”

Na agência de viagens, onde ganha pouco mais de R$ 4 mil por mês, Alessandra manteve sua função. Seu salário, que então ajudava a pagar as contas, tornou-se o único da casa.

Contratam-se mulheres

Em períodos de crise, os empregadores preferem contratar ou manter mulheres em suas empresas, dizem professores entrevistados pela BBC News Brasil. Apesar de a taxa de desemprego ser tradicionalmente maior entre elas, durante recessões os empresários são guiados pela necessidade: mulheres têm salários menores do que homens e, em geral, aceitam condições de trabalho menos garantidas.

Em 2017, de acordo com a Pnad, os homens ganhavam, em média, 29,7% a mais do que as mulheres.

“Elas têm uma formação melhor, mais escolaridade, mas salários menores. Ganhar menos ou aceitar emprego em condições piores, sem carteira, é uma característica do emprego feminino que atrai as empresas. As empresas querem reduzir custos, se livrar das leis trabalhistas. É uma questão de sobrevivência”, diz a professora do Departamento de Economia da PUC Anita Kon.

As mudanças estruturais no mercado brasileiro foram fundamentais para permitir que mulheres como Alessandra se tornassem provedoras durante a crise, acrescenta a professora Angela Araújo.

Uma dessas transformações foi o crescimento, na última década, do setor de serviços de educação e saúde, onde elas são maioria. Desde o começo dos anos 2010, esse tipo de ocupação ultrapassou os serviços domésticos como a função que mais emprega brasileiras.

Por trás da expansão dos serviços, explicam os entrevistados, está a multiplicação de sistemas privados de educação e saúde – faculdades e clínicas particulares -, muitos deles contratantes de empresas terceirizadas. Por causa disso, os professores alertam que boa parte dessas vagas oferece condições precárias de trabalho.

Para a economista e professora da UFRJ Lena Lavinas, a flexibilização, impulsionada pela reforma trabalhista, também pode ter ajudado a entrada ou permanência das mulheres em seus cargos. Com a possibilidade de negociação direta entre patrão e funcionário e de contratos de trabalho intermitente com salários mais baixos, por exemplo, a resistência à contratação de mulheres – por receio de que engravidem ou faltem para se dedicar aos filhos – é menor.

Alessandra recebe como Pessoa Jurídica desde 2016. Ela pediu para ser mandada embora porque não conseguia mais pagar o colégio da filha caçula e queria ganhar sua rescisão para quitar as mensalidades. Sua chefe sugeriu que ficasse, mas deixasse de ter a carteira assinada. Hoje Alessandra recebe o salário sem descontos e passou a trabalhar mais – ligações e mensagens fora do horário comercial são comuns.

Se setores marcados pela presença feminina cresceram na última década, o mesmo não se pode dizer dos “masculinos”. A construção civil foi a campeã em demissões em 2017. Foram 104 mil vagas fechadas, como mostram dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). A indústria de transformação demitiu 20 mil pessoas.

Alexandre diz que já em 2014 percebia que seu setor não ia bem.

“Às vezes estourava em vendas e daqui a pouco não vendia nada. Antes de sair, vi que as empresas diziam que não dava para pagar a distribuição.”

Enquanto Alexandre dirige, Alessandra conta sobre quando deixou o emprego para acompanhar o marido em uma transferência. Então, seu salário era apenas um complemento.

“Uma vez fiquei fora do mercado por três meses e só depois comecei a procurar emprego. Quando a gente foi para o interior, fiquei parada mais de um ano”, ela diz.

“Falei pra ela ‘se quiser, trabalha, se não quiser, fica em casa’. Quando ela ficou desempregada, era diferente. Não era tão ruim…”, Alexandre continua a explicação, olhando pelo retrovisor.

As trajetórias profissionais das mulheres costumam ter um movimento de entrada e saída do mercado para se adaptar ao itinerário da família, explica a professora do Instituto de Ciências Humanas da Universidade Federal de Juiz de Fora Ana Claudia Moreira Cardoso. E seria por isso que muitas não conseguem subir na hierarquia profissional e permanecem auxiliares no sustento da casa.

“Essas entradas e saídas também são uma maneira de manter a desigualdade, porque você não está dando as mesmas chances para os dois sexos. Elas perdem a oportunidade de construir uma carreira”, diz Cardoso, que estudou a vivência dos trabalhadores e os processos de negociação coletiva em seu doutorado.

Além dela, outros professores entrevistados pela BBC News Brasil defendem que, apesar de consistente e representativa de uma luta por autonomia, a entrada das mulheres na força de trabalho aconteceu pela porta lateral.

Nos últimos anos, sobrecarregada de trabalho, Alessandra desenvolveu várias doenças

Seus salários sempre foram inferiores aos dos homens e encarados como uma “ajuda”; elas eram e são maioria nos empregos de tempo parcial, para dar conta das tarefas domésticas; e as funções que ocupavam ainda se parecem muito com as ditas “atividades femininas”: o cuidado, em diferentes acepções.

“O maior espaço que encontram são as funções parecidas com as que já faziam no domicílio, que é o cuidado do outro: saúde, educação, serviços domésticos. Entende-se que mulheres são boas para cuidar”, diz Cardoso.

No entanto, mesmo com todas essas dificuldades, trabalhar tornou-se parte da identidade feminina, pondera a socióloga e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro Bila Sorj. Segundo ela, é improvável que mulheres que agora veem seus rendimentos tornarem-se tão importantes para a sobrevivência da família voltem a ficar em casa.

“Isso não regride porque elas realmente se percebem como trabalhadoras, como tendo uma participação no mundo público. A mulher considera que participar do mercado é um valor.”

Todas essas transformações mexem com as definições tradicionais de “chefes de família” e “cônjuges”.

“Ela é a única que põe um dinheiro em casa. Eu só ponho uns trocados”, Alexandre comenta, enquanto o carro se aproxima do centro de São Paulo.

“Ela virou a chefe da família”, ele diz, ao estacionar em frente a um dos prédios cinzas da rua da Consolação. Alessandra abre a porta, bolsa e sacola em mãos, seguida pelo marido. Na calçada, fumam um último cigarro.

Ela vai passar as próximas oito horas no escritório; ele será motorista para um aplicativo de táxi. É assim que tira seus “trocados”.

O motorista

Alexandre demorou a aceitar que ser motorista era sua única opção. Foram dois anos de currículos recusados até ser convencido a tentar.

“No começo eu não queria”, ele diz ao voltar para o carro. “Eu tinha um cargo de chefia e você ainda está em cima do pedestal: não tem mais dinheiro, mas se acha conde, duque…”

O telefone toca. Ele tem um novo passageiro.

De acordo com os professores entrevistados, a crise econômica e os altos níveis de desemprego que os brasileiros experimentam há anos são, claro, determinantes para o desânimo observado hoje. Mas eles ressaltam que há algo a mais nesse cenário: uma mudança profunda das vagas oferecidas, cada vez mais flexíveis e frágeis.

À recessão, dizem, soma-se o contexto da reforma trabalhista, texto aprovado em 2017 que regulamentou contrários temporários e intermitentes e permitiu a negociação direta entre empregadores e empregados. Para esses especialistas, o Brasil seguiu uma tendência mundial de fragilizar as contratações, tornando-as mais esporádicas e sem garantias.

O professor de sociologia do trabalho da Unicamp Ricardo Antunes afirma que essas transformações fazem parte do que é chamado de quarta revolução industrial ou indústria 4.0. Nela, estaria incluída a substituição, como motor da economia, da indústria – um setor de relações trabalhistas bem estruturadas – pelos serviços, onde essas trocas são mais flexíveis.

“A precarização é ainda mais intensa aqui porque a sociedade brasileira já nasceu sob a égide do trabalho escravo – só que hoje ele é de outro tipo. O empresário acha que só por dar trabalho é um benfeitor.”

Enquanto segue em busca de outros passageiros, Alexandre conta que hoje, em entrevistas de emprego, as condições oferecidas são diferentes das que estava acostumado: são muitas exigências para um salário menor.

“O que eles querem? Que você seja PJ (pessoa jurídica) e receba R$ 3 mil para montar toda uma operação de logística”, ele diz, enquanto o aplicativo apita.

“Chega num ponto em que você fala ‘beleza, eu vou’. Mas sei que esse tipo de coisa não dá certo…”

Como Alessandra passou a trabalhar muito, Alexandre assumiu as tarefas domésticas

Empregos digitais

Diretamente implicadas nessa nova fase estão as plataformas digitais, acrescenta a professora Ana Claudia Moreira Cardoso. Os aplicativos de táxi usados por Alexandre, por exemplo, seriam um símbolo do tipo de relação trabalhista para o qual o Brasil estaria caminhando: virtuais e efêmeras.

“Muitas dessas empresas de plataforma digital tentam se vender como sinônimo de autonomia e liberdade, dizendo que o trabalhador vai ser independente. As pessoas compram isso mas, quando entram, percebem que é uma falácia porque, se querem ter rendimento, precisam trabalhar pra caramba. A liberdade cai por terra.”

“Hoje diminuiu até o ganho do motorista de aplicativo porque todo dia aumenta cem carros na rua”, Alexandre diz, dando de ombros.

Tudo o que ele ganha vai para compras básicas no supermercado.

“Para o cara fazer um bom dinheiro precisa trabalhar doze, catorze horas por dia”, diz.

Uma crise longa combinada a novas formas de encarar o trabalho seria a receita ideal para despertar um sentimento nos brasileiros: o medo.

Em junho do ano passado, o Índice de Medo de Desemprego da Confederação Nacional da Indústria (CNI) atingiu um dos piores resultados da série histórica, com 67,9 pontos. Calculado desde 1996, o indicador melhorou um pouco em setembro (65,7), mas ainda assim está muito acima da média histórica, de 49,7 pontos.

Dirigindo seu carro em direção à zona leste, onde prefere continuar o dia como motorista, Alexandre fala que aprendeu com a experiência do aplicativo. Ouvir os desabafos das pessoas lhe deu perspectiva sobre sua própria vida.

“Você vira meio que um psicólogo”, ele pondera, avançando sob os viadutos da Radial Leste.

“É uma terapia e tanto. Você percebe que não é o único que está ruim. Numa semana peguei uma gerente de RH que iria mandar dois mil funcionários embora.”

Ele entra em uma rua lateral e aponta para a direita.

“Olha isso, há uns meses não tinha morador de rua aqui. É como eu disse, sempre pode ser pior…”

Numa praça, folhas de papelão e barracas cobrem os canteiros. Um grupo de homens está sentado em roda, passando uma garrafa de vidro de mão em mão.

A sobrecarga

Quando Alexandre e Alessandra se reencontram, às 18h, dão um beijo rápido e fumam mais um cigarro em frente ao escritório, na República. Ainda é dia por efeito do horário de verão e uma luz amarela cai sobre os prédios do centro de São Paulo.

“Não gosto desse horário”, Alessandra diz, já dentro do carro. “Parece que estou fazendo algo errado, que não trabalhei.”

“Que besteira”, Alexandre ri. “Como foi lá?”

“Tudo bem. Hoje estou bem”, Alessandra responde, olhando pela janela enquanto eles avançam pelas ruas da Sé, cheias de homens e mulheres apressados.

“Aproveitamos esse momento para fazer piada”, Alexandre diz à reportagem, batucando com as mãos no volante.

“Senão, ninguém aguenta.”

Ele pede que Alessandra abra um vídeo no WhatsApp. Ela segura o celular e estende o braço em direção ao para-brisa, para que o marido consiga assistir. Com sotaque caipira, um YouTuber anuncia as “cinco dicas para você que é pobre”.

Com os olhos na tela, Alessandra ri, o rosto relaxado. Mas não é sempre assim.

Alexandre busca a mulher toda semana porque ela já teve crises de pânico e desmaiou no ônibus ao voltar do trabalho. Ela também chegou a passar mal dentro do carro.

Alessandra tira uma bombinha de asma da bolsa e aperta o tubo de plástico duas vezes, com o bocal entre os lábios.

“Ela tem uma farmácia aqui. Já virei sócio das farmácias do bairro”, Alexandre brinca.

“Não é só a pressão do trabalho, é toda a situação. Ela estava trampando que nem doida para colocar comida na mesa, fazia isso e aquilo, limpava e ainda tentava agradar”, diz, sacodindo a cabeça.

‘Todo homem é machista’, diz Alexandre, sobre dificuldade de assumir tarefas domésticas

Além do trabalho fora de casa, mulheres sempre dedicaram mais tempo às tarefas domésticas do que os homens. Com muitas delas tornando-se as principais responsáveis pela renda no Brasil, a tendência à sobrecarga é inegável, dizem os entrevistados pela BBC.

Dados da Pnad Contínua de 2017 mostram que as mulheres dedicam, em média, 20,9 horas semanais a afazeres domésticos e no cuidado de parentes ou moradores, enquanto os homens gastam metade desse tempo: 10,8 horas.

“O que acontece e acontecerá ainda é uma sobrecarga, enquanto os homens não se convencerem de que é preciso dividir”, diz a professora Hildete Melo, da Universidade Federal Fluminense, que há décadas estuda mercado de trabalho e relações de gênero. “E agora, nesse cenário, a mulher trabalha ainda mais.”

Todas essas cobranças levam a um adoecimento que não é só físico, mas mental. A professora Ana Cardoso explica que transtornos como depressão, ansiedade e síndrome do pânico são mais comuns nos serviços, setor bastante feminino, enquanto que em postos identificados como masculinos, em fábricas ou construtoras, os danos físicos são mais frequentes.

“Se a gente pensar que estamos em uma sociedade na qual ainda não se reconhece o adoecimento mental como verdadeiro, nem pelo público, nem pelo Estado, até a doença delas têm menos valor.”

Há, no entanto, quem veja a crise como oportunidade de reverter padrões de comportamento.

“É mais frequente hoje você ter maridos que realizem tarefas ditas femininas porque estão desempregados: lavar roupa, cozinhar. Isso vem de um movimento duplo, que inclui a luta feminina e feminista, mas também o papel secundário que os homens começaram a ter em razão do desemprego”, diz o professor Ricardo Antunes, da Unicamp.

Foi isso que aconteceu com Alessandra e Alexandre. Às quartas, ele faz faxina.

“O Alê deu um salto nesse negócio de machismo, de orgulho”, Alessandra conta no meio do trajeto de volta, quando a noite já caiu.

“Ele aspira, passa pano, tira pó. Antes ele trabalhava que nem um louco e não tinha tempo, né. E a gente sempre teve quem ajudasse na casa. Essa mudança foi um pulo para nós dois”, ela sorri.

Quando o carro volta à garagem, na Vila Industrial, a rua está vazia, como no começo da manhã. Antes de entrar em casa, eles se apoiam no portão de ferro e fumam mais um cigarro.

Ali ao lado está o Subaru 1991 que Alexandre comprou há quatro anos, quando ainda estava empregado.

“Era meu sonho de consumo”, ele diz, o cigarro queimando entre os dedos.

Seu plano era reformar o carro, o que ele começou por conta própria, mas precisou interromper. Até o licenciamento deixou de pagar.

“Eu não tirava da garagem mesmo”, ele dá de ombros.

Apoiada no Subaru, Alessandra chama o marido.

“Lembra, Alê? Antes a gente costumava ir para o Guarujá no fim de semana só para sujar a bunda de areia e voltar.”

Alexandre sorri.

“Agora não dá mais”, ela diz.

Alessandra pega o saco de pão que vai servir de jantar e entra em casa. São 20h30.

A faxina

A manhã de quarta-feira está clara e silenciosa na Vila Industrial. É o silêncio das casas vazias: adultos no trabalho, crianças na escola, e uma ou outra senhora a cruzar a rua.

Alexandre aparece no portão de chinelos verde e amarelo, camiseta do Corinthians e bermuda surrada.

É dia de faxina.

Em 2016, quando o dinheiro que tinha guardado acabou e não havia emprego à vista, ele ficou preocupado.

Em meio a entrevistas frustradas, a preocupação virou agitação, que se transformou em raiva, desânimo e inércia, até desembocar numa depressão

“Eu apagava tudo quanto era luz, ligava o videogame e ficava lá sentado. Para mim, eu só dava despesa. Quando você perde tudo, sua autoestima vai embora”, ele diz, tomando um café preto em pé na cozinha.

“Em 2017, virei aquela norte-coreano: queria explodir o mundo.”

Alexandre falou em sair de casa, porque se sentia um estorvo para a família. Nesse meio tempo, Alessandra começou a apresentar sinais de síndrome do pânico. Sentia falta de ar, não conseguia ficar em lugares fechados, estava cansada o tempo todo. A cada fim de semana, mostrava-se mais lenta para limpar.

“Fiquei cego”, Alexandre diz, enquanto coloca o copo de café na pia, sobre o resto da louça suja.

“Me via como vítima, só que não percebia que Alessandra estava doente. Até que um dia nós sentamos e conversamos. Aí vi que estava tudo errado”, diz, apertando as mãos.

Ele segue para o quarto para fazer a cama. Agita o lençol de elástico, ajusta-o ao redor do colchão e passa a mão sobre o tecido para que fique liso. Sacode os travesseiros e então estende a colcha sobre tudo.

Estudiosos do tema apontam que a divisão de tarefas é um dos principais empecilhos para que homens e mulheres sejam mais iguais no mercado de trabalho. Em The Gender Revolution: Gender & Society (A Revolução de Gênero: Gênero e Sociedade, em tradução livre), a socióloga americana Paula England observa que as mulheres têm mais incentivos para arranjar empregos e adotar comportamentos antes tidos como masculinos, enquanto os homens são desestimulados – por questões financeiras e culturais – a assumir atividades femininas. Dessa forma, as transformações ocorreriam só de um lado: as mulheres saem para o mercado, mas os homens não dedicam mais tempo à casa.

Como os incentivos não mudam, as diferenças também não diminuem. De acordo com uma análise do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), entre 1995 e 2009, a porcentagem de pessoas que fazem atividades domésticas ficou estável: mulheres sempre em torno de 90% e homens oscilando entre 46% e 50%.

Enquanto encera o chão da sala, Alexandre conta que encarar a faxina foi difícil. E não apenas por que não sabia que panos de chão e toalhas não podem ser lavados juntos. Ele diz que foi complicado, como homem, assumir essas tarefas.

“Todo homem é machista”, ele explica, pingando o lustra móveis no piso de taco. “Me abalava que ela pagava tudo, até o cigarro. Mas o cara precisa entender que não estamos mais na década de 1940.”

Mas o caso de Alessandra e Alexandre é uma exceção?

A maioria dos entrevistados acredita que há, sim, uma melhora na divisão das tarefas, mas eles divergem sobre seu alcance e profundidade. Alguns dizem que as mudanças são pequenas e estão concentradas nas classes altas e nos centros urbanos, onde há mais diálogo sobre esses assuntos.

A expectativa de todos está nos jovens.

“Os homens mais jovens são uma esperança. Começamos a ter exemplos minoritários de maridos que cozinham, lavam louça, tomam conta de criança, isso já é evidente nas classes sociais mais altas. Nas mais baixas, ainda é difícil”, diz a professora emérita da UFRJ Alice Rangel de Paiva Abreu, que tem um longo histórico de pesquisa sobre gênero e trabalho.

Para Abreu, essas alterações tímidas estão ligadas ao debate sobre os direitos da mulher, mais presentes nas conversas do brasileiro.

O mesmo tom é adotado pela professora Ana Cardoso: em suas pesquisas, percebeu que jovens parecem querer construir uma relação mais igualitária com suas companheiras. Ela atribui essa percepção à maior presença das mulheres no mercado. Segundo Cardoso, quando a regra era a mulher ficar em casa e o homem sair para ganhar dinheiro era mais difícil que o marido a encarasse como igual. Mas, à medida que começa a tornar-se independente, ela desperta uma nova visão sobre si mesma e faz com que o homem a veja de forma diferente.

A filha mais velha de Alessandra e Alexandre vive com o namorado no centro de São Paulo. No apartamento que dividem com três gatos, Talita, de 24 anos, conta que seu companheiro não só faz sua parte na limpeza, como gasta mais tempo do que ele nessas atividades.

“No geral, tenho certeza que ele faz mais coisas do que eu. Já perdi as contas das vezes em que cheguei no trabalho e ele tinha limpado tudo sozinho.”

Depois que Alessandra desmaiou no ônibus ao voltar do trabalho, Alexandre passou a buscar a mulher no trabalho

Futuro

Talita é professora de inglês e teve vários ofertas de emprego nos últimos anos. O mesmo não vale para a caçula da família, Ana, de 18 anos. Depois de terminar o colégio particular, cujas últimas mensalidades foram pagas com atraso, Ana não conseguiu passar na faculdade que desejava nem arranjar um emprego. Juntou-se, então, aos “nem-nem”, grupo de jovens que não trabalha nem estuda e já representam 23% do total dos brasileiros entre 15 e 24 anos, segundo pesquisa do Ipea.

Mas agora Ana prepara-se para estudar Economia numa faculdade onde será bolsista.

Cercado pelas cadeiras da mesa de jantar, que espalhou pela sala durante a faxina, Alexandre diz que a filha sempre quis ser economista. “Nunca mudou, você vê só.”

Ele suspira. “Mas já falei que elas precisam sair do país, não tem mais o que fazer aqui.”

As palavras que melhor definem a visão de futuro dos brasileiros, para a professora Ana Cardoso, são “falta de perspectiva”.

Há alguns anos, diz, acreditava-se que um curso superior seria suficiente para conseguir uma boa vaga. Tal crença não apenas caiu por terra, em razão dos altos níveis de desemprego, como a diminuição da renda tirou a possibilidade de estudo das classes mais baixas.

No caso dos chefes de família, Cardoso explica, a perspectiva é negativa porque quando a economia melhorar, sua inserção pode não acontecer via carteira assinada, mas por contrato temporário, e seu salário não deverá ser maior do que o recebido antes.

Duas noites antes, ao chegar do trabalho, Alessandra falava sobre o futuro quando Alexandre decidiu contar uma piada.

“Você sabe por que a esperança é a última que morre?”, ele disse.

“Porque ela é a primeira que vai embora!”

Alessandra deu um tapa no ombro do marido.

“Tiramos coisas boas desse momento, acredito que vai melhorar”, ela sorriu, antes de juntar-se a Alexandre na risada.

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