O pesquisador sul-coreano da Busan University of Foreign Studies (BUFS), Doo Bin Im, se reuniu com pesquisadoras da Faculdade de Serviço Social nesta terça-feira, 12, na Diretoria de Relações Internacionais (DRI), localizada no campus da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). O principal objetivo foi fortalecer o diálogo entre as duas universidades e planejar o desenvolvimento de pesquisas em conjunto.
“Você acha que existe desigualdade racial na Coreia do Sul?”, pergunta Im. Essa é a deixa para que ele explique um dos motivos para se reunir com as professoras Alexandra Eiras e Edneia Oliveira, diretora da Faculdade de Serviço Social e vice-coordenadora do Programa de Pós-graduação em Serviço Social, respectivamente. O pesquisador afirma que, embora essa questão não seja internacionalmente evidenciada, a desigualdade racial é uma realidade no país sul-coreano. Por reconhecer que o Brasil enfrenta essa questão e possui pesquisas desenvolvidas sobre o tema, Im quis marcar um encontro com as pesquisadoras.
O sul-coreano pretende não apenas estreitar a relação científica, como também fortalecê-la ao longo do tempo e propor cursos que possam ser feitos entre as duas universidades – como, por exemplo, um mestrado em que o aluno estude tanto na Coreia do Sul, quanto no Brasil, recebendo um diploma válido em ambos os países. “Grande parte dos acadêmicos tem uma visão metodológica objetiva, mas, em determinados assuntos, não é bem assim”, aponta Im. “Eu, por exemplo, pesquiso o Brasil e utilizo informações já divulgadas em materiais didáticos e na internet. Quando tenho alguma dúvida, quem melhor para tirá-las do que pesquisadores locais, que lidam diretamente com essas questões?”
A pesquisadora Edneia Oliveira afirma que a conversa com o Doo Bin Im foi proveitosa. “Explicamos para ele que, em nossas pesquisas sobre desigualdade, também trabalhamos com outros temas além do racial, envolvendo questões como gênero, orientação sexual e povos indígenas, por exemplo. Por isso, fizemos uma proposta para desenvolver um grupo internacional de estudo, para que ele também possa nos apresentar qual é o entendimento e a perspectiva teórica por meio dos quais os pesquisadores sul-coreanos abordam essa desigualdade. Assim, podemos dialogar, realizar estudos comparativos e escrever publicações juntos.”
Já a diretora Alexandra Eiras também destacou que ficou feliz com a empolgação do pesquisador em intensificar o intercâmbio de conhecimento entre Brasil e Coreia do Sul. Doo Bin Im, que faz parte do Institute of Iberoamerican Studies, afirmou que já existem pesquisadores sul-coreanos em aproximadamente dez países da América Latina, empenhados em fomentar uma rede internacional de pesquisa. Durante sua visita, Im também destacou a competência do trabalho realizado pela Diretoria de Relações Internacionais (DRI). “Também me ajudaram a conversar com a professora Denise Weiss, da Faculdade de Letras, para conversar sobre o ensino de português para os alunos sul-coreanos. É preciso fazer isso – trabalhar junto.”