A professora da Universidade de Miami e PhD em Estudos Latino-Americanos do Centro Roger Thayer Stone da Universidade de Tulane, Sallie Hughes, permanece na Faculdade de Comunicação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) até o próximo dia 20 como professora convidada pelo Programa de Pós-graduação em Comunicação (PPGcom). A professora participou da conferência sobre a segurança de jornalistas da América Latina e ministrou aulas sobre a situação de violência e constrangimento no trabalho jornalístico na região.
Segundo a professora, mesmo constatando que é mais fácil exercer jornalismo hoje, em comparação aos anos 60 e 70, os jornalistas ainda enfrentam problemas de segurança e de liberdade de expressão na América latina. “A pressão do Estado é menor, mas ainda existem algumas leis que limitam a liberdade de expressão. Em alguns países, jornalistas podem ser presos se insultarem líderes políticos”, avaliou.
O estudo que tem sido desenvolvido por Sallie Hughes no Brasil e também no México se baseia nas agressões e assédios que jornalistas sofrem nesses países. Segundo a professora, as principais causas da violência que os atinge os profissionais da imprensa latina estão ligadas às ameaças feitas por governos, organizações militares, policiais corruptos e políticos que têm proximidade com o crime organizado, além das ameaças virtuais, visto que “jornalistas estão on-line agora, têm contas no Twitter. Dessa forma, tornaram-se muito visíveis e, caso sejam associados à oposição ou algumas vezes ao governo, sofrem intimidação”.
No México, a luta contra tais violências é constante entre os profissionais que atuam diretamente nas várias mídias. Devido ao pouco apoio governamental, os próprios jornalistas desenvolveram mecanismos de proteção, como a atuação conjunta visando à criação de coletivos que aumente a segurança. Mesmo que não seja a situação ideal, Sallie considera inspiradora a preocupação com a proteção de jornalistas e do próprio conteúdo jornalístico.
A professora destaca a importância de veículos que cumprem a missão democrática e considera a relevância das mídias tradicionais (comerciais) e, principalmente, das mídias populares – na teoria, aquelas livres de influências governamentais – servindo como instrumento de contestação, de representatividade popular. “Vejo na combinação entre essas mídias a possibilidade de criação de um sistema melhor”, concluiu.
Outras informações: (32) 2102-3616 – Programa de Pós-graduação em Comunicação (PPGCom)